UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 

VANEIDE DAMASCENO CUNHA   ARANTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de  Especialização  em Esportes e Atividades Físicas Inclusivas para Pessoas com Deficiência - EAD, da Universidade Federal de Juiz de Fora, Polo de Boa Esperança, como pré-requisito para a obtenção do título de Especialista.

O PRINCÍPIO DE INCLUSÃO NO ESCOTISMO

RESUMO

A presente pesquisa bibliográfica objetivou analisar como o método educativo do programa dos escoteiros atuam sobre os princípios inclusivos, além de, identificar em quais ferramentas educacionais estão presentes estes princípios. Assim optou-se por descrever o discurso do regulamento do Escotismo no Brasil e desenvolver uma análise e reflexão dos princípios inclusivos dentro do Escotismo.  A pesquisa se mostrou relevante no ponto de vista científico e cultural, pois o Escotismo é um movimento em movimento, seus princípios, regras e valores estão evoluindo de acordo com a sociedade. Através de uma pesquisa qualitativa e bibliográfica em sites acadêmicos, no site da União dos Escoteiros do Brasil, e por estudos como os de Darido e Souza Júnior (2010), Barreira (2016), Serrat (2002) para ampliar a análise e ressignificar o conhecimento sobre Inclusão e o lúdico. Para tanto, foram usadas palavras-chave: escotismo e inclusão e não se delimitou o ano da pesquisa para, observar o que realmente havia de pesquisas sobre o assunto. Os jogos e brincadeiras no movimento escoteiro, registradas neste estudo nos mostraram que é possível usar essas ferramentas do Escotismo em nosso dia a dia e a trabalhar, também, nas aulas de Educação Física, tornando a inclusão mais concreta e possível. Dessa maneira, acredita-se que trabalhar a inclusão através da expressividade, da cultura popular, da ludicidade; questionar os movimentos corporais e levar cada participante com e sem deficiência a se conscientizar de suas potencialidades e limites de seu corpo em desenvolvimento, amplia-se a bagagem de nossos jovens de forma crítica e reflexiva sobre a inclusão.

Palavras-chave:  Inclusão. Escotismo. Atividade Física.

INTRODUÇÃO

A Educação Física Escolar tem como objetivo trabalhar a cultura corporal de movimento nas dimensões históricas, sociais, culturais, conceituais, procedimentais. A cultura corporal de movimento pode ser trabalhada através dos conteúdos: jogos e brincadeiras, dança, esportes, lutas, ginástica, circo, entre outras. E, esses conteúdos, podem ser passados aos jovens de diferentes formas. Nesta pesquisa, apresenta-se uma forma de desenvolver o conteúdo dos jogos e brincadeiras, através do movimento dos Escoteiros. E, é nesse contexto que esta pesquisa veio analisar os jogos e brincadeiras, suas regras, seus métodos conhecidos no mundo inteiro. Esta pesquisa bibliográfica e qualitativa é relevante ao analisar os princípios inclusivos dentro do movimento dos escoteiros. Este conteúdo é de extrema importância à sociedade em geral, pois abrange todas as crianças e jovens do país que fazem parte do movimento escoteiro. Outro aspecto que torna o estudo um tema em potencial é a pesquisadora deste TCC atuar há 15 anos no movimento escoteiro e utilizar em sua prática docente, nas aulas de Educação Física, atividades que fazem parte do Projeto Educativo dos Escoteiros que envolvem alunos com e sem deficiência, vendo no movimento a possibilidade de grande ajuda para efetivar a verdadeira inclusão. Assim, sabemos que a criança ao jogar/brincar opera com o significado das suas ações, o que a faz desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo tornar-se consciente das suas escolhas e decisões. Enfim, é como elemento básico para a mudança das necessidades e da consciência em nossos participantes. É importante jogar e brincar! No primeiro capítulo será abordado “O Movimento dos Escoteiros”. Um pouco de sua história e seu fundador. Como dizem Darido e Souza Júnior (2010), a palavra jogo, de acordo com o contexto em que se encontra, tem vários significados. Assim, com o escotista, atuando como mediador, os jogos e as brincadeiras dentro do 12 movimento, podem se desenvolver em diversos espaços, com múltiplos materiais, tempo, número de participantes etc. Tudo é adaptado para que todos os participantes possam se interagir com sucesso. No capítulo posterior será apresentado “O Princípio de Inclusão dentro do Escotismo”. Na visão de Oliveira (2007), dentro do Escotismo é dado a oportunidade ao jovem de brincar em todas as partes, correr, rolar, saltar, pular, criar e sonhar de acordo com a imaginação de cada um. Se algum integrante não consegue pular, é dado a ele a oportunidade de se expressar de outra forma. Na sequência, será desenvolvido um capítulo com a tentativa de analisar a cultura corporal de movimento registrada nas atividades físicas aplicadas aos escoteiros com deficiência. Mostra-se então, que é de grande importância e relevância do ponto de vista científico e cultural, pois o Escotismo é um movimento em movimento, seus princípios, regras e valores estão evoluindo de acordo com a sociedade. [...]