“O Preconceito” 

Ele é insano, sem lógica, cruel, covarde. Se aproveita de brechas tolas para se evidenciar, aflorar. Não podemos negar que todos carregamos algum tipo de preconceito, leve, moderado ou severo, tal qual um vírus, uma enfermidade, às vezes explícito, em outras velado, sutil. “Sou livre de qualquer preconceito. Odeio todo mundo, indistintamente, que seja diferente de mim”! Essa é a grande ironia, máxima, que carregamos, muitas vezes, escondidinhos dentro de nós! Julgar pessoas pela cor, pela região que nasceram, pela conta bancária, pela aparência, por onde mora, pelas posses, é deplorável, vergonhoso e esse tipo de preconceito é extremamente comum no Brasil.

Mas meu foco, no entanto, é nos Estados Unidos. E aqui existe muita intolerância. Algumas regiões mais, outras menos, mas é sabido que os Estados Unidos são uma miscelânea de povos, uma Torre de Babel de idiomas, de culturas. Em um mesmo local, você pode ouvir comumente espanhol, russo, árabe, chinês, japonês, etc. São pessoas do mundo todo, vivendo o sonho de serem ricos, felizes aqui. Claro que isso gera nos radicais, nos xiitas, nos estúpidos, um sentimento de preconceito. A crença de que estão sendo usurpados, roubados, mas, ironicamente, quem mais sofre sãos os negros nativos, americanos como os brancos, estes os louros de olhos azuis, verdes, os bem nascidos, os bem relacionados.

Logo que cheguei aqui vi como é viver segregado, dentro de seu próprio país. A não ser que você seja um astro do esporte, da música, um ator de Holywood ou se é um desses negros bem sucedidos, você está fadado a viver ilhado, isolado do convívio com os brancos. Isso não é exceção, é regra mesmo! Em clubes, restaurantes, praias, áreas públicas, os negros vivem seu mundo, em seu canto, sem maiores contatos com os brancos. Os negros são os mais pobres, os mais gordos, os mais mal vestidos, os que moram nas áreas de riscos, os que possuem os piores empregos. Em consequência lógica, como diriam os sociólogos, o grande número de crimes, de prisões e de mortes violentas envolvem os negros americanos. Venha nos EUA e veja como é a sensação de nascer, crescer em um lugar e não pertencer a ele. Chocante!!

Como a assunto é preconceito um panorama do ódio nos Estados Unidos: há registros, atualmente, de 917 grupos de ódio espalhados por todo país. Só a título de comparação, em 1999 eram 457. O maior número está na Califórnia, com mais de 70 grupos atuantes. A maioria desses grupos está concentrada na região sul. O grupo mais antigo em atividade é o Ku Klux Klan, desde 1865. Em 2018 mais de 130 células estavam na ativa. De 2015  para 2017, o número de grupos anti-mulçumanos subiu 197%. Um mês depois da vitória de Donald Trump, na eleição presidencial de 2016, mais de 1094 incidentes relacionados a ódios e preconceitos foram registrados no país - desses entre 300 e 350 contra imigrantes e de 200 a 230 contra negros. De 2017 para cá, mais de 6.000 crimes de ódio foram registados em todos EUA, sendo que 56% deles foram motivados por racismo, dos quais 52,2% se deram contra negros, 21,4% foram motivados por religião, 51,3% contra judeus e 22,2% contra muçulmanos. Fonte Southern Poverty Law Center, FBI.

Saulo de Tarso Lopes Godinho, sou graduado em Comunicação Social pela UFS, Radialista, Pós Graduado em Comunicação Estratégica pela UFBA. Filosofia pela UFS.