Introdução

Conceito geral de Populismo:

 

O termo populismo [1] é utilizado para designar um conjunto de práticas políticas que consiste no estabelecimento de uma relação direta entre as massas e o líder carismático para se obter apoio popular, sem a intermediação de partidos políticos ou entidades de classe.

Assim, o "povo", como categoria abstrata, é colocado no centro da ação política, independentemente dos canais próprios da democracia representativa.

“[...]A política populista caracteriza-se menos por um conteúdo determinado do que por um "modo" de exercício do poder. Sua característica básica é o contato direto entre as massas urbanas e o líder carismático, supostamente sem a intermediação de partidos ou corporações. Para ser eleito e governar, o líder populista procura estabelecer um vínculo emocional com o "povo". Isso implica num sistema de políticas ou métodos para o aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo, além da classe média urbana, como forma de angariar votos e prestígio (legitimidade para si) através da simpatia daquelas. Esse pode ser considerado o mecanismo mais representativo desse modo de governar. [...].” (SOUZA, 1998, pp.212).

O populismo se refere a um tipo de movimento social, que afirma que o poder está mais nas pessoas comuns, buscando beneficiar os setores de classe média e popular, procurando limitar o poder das elites políticas.

O populismo é uma expressão política que encontra representantes tanto na esquerda quanto na direita.

A política populista tem como sua característica básica um contato direto entre as massas urbanas, por meio do seu líder carismático. Esse líder populista procura estabelecer um vinculo emocional (e não racional) com o “povo”. Isso implica em um sistema de políticas ou métodos para o aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo.

O populismo foi uma forma de poder muito comum, principalmente na América Latina em países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México.

O Populismo na América Latina

 

Política adotada por diversos governos latino-americanos a partir da década de 1930, com base na constituição de um Estado Forte, promotor do desenvolvimento econômico e mediador dos conflitos sociais, tendo à sua frente o líder carismático.[2]

“[...]O panorama econômico favorável resultante da Segunda Guerra Mundial estabeleceu condições para que se fizessem experiências de caráter político na América Latina, aplicando-se a participação popular na vida política. Tal participação era inevitável devido ao surto industrial e ao deslocamento das populações rurais em direção aos centros urbanos. Foi nesse contexto que surgiram, a partir de 1930, regimes populistas (governos fortes e centralizados sob a direção de líderes reformistas, carismáticos, autoritários e com grande apoio popular)[...].” (HILÁRIO, 2009, pp.68).

O Populismo ocorreu entre as décadas de 1930 e 1960, especificamente, nos países latino-americanos de industrialização recente, momento em que houve a transição de uma economia industrial, como a formação de uma sociedade urbana. Surgiu através da aliança entre o empresariado nacional, as classes médias e os operários, ou seja, trabalhadores coligados também ao discurso nacionalista contra a inversão e capital estrangeiro.

Atribui-se a origem desse fenômeno à rápida urbanização promovida pela industrialização e modernização oriundas do nacionalismo industrial das décadas de 1930 e 1940, do século passado.

Dos anos 40 aos 60, o Populismo teria duas faces absolutamente indissolúveis: a econômica, trazida pelo processo de industrialização em curso, reconhecido como exitoso, no país; e a política, mais complexa e ambígua em termos de diagnósticos, materializada pela experiência de democracia.

Os governos populistas na América Latina estão marcados por diversas características em comum dentre elas:

  • Políticas econômicas voltas para o incentivo da industrialização e substituição de importações;
  • O desenvolvimento de ideologias nacionalistas que pregavam a união das diferentes classes sociais sobre a tutela do estado, tendo o líder muitas vezes sido confundido ou se fazendo confundir com o próprio estado e o antagonismo com aqueles que fossem contrários aos governos populistas;
  • Fenômeno urbano que se utiliza das massas para se apoiar;
  • Criação de políticas trabalhistas e controle de sindicatos pelo poder público possibilitava um maior controle sobre as massas trabalhadoras urbanas;
  • Práticas anti-imperialista, como nacionalização de "setores estratégicos" para o país (petróleo, estradas de ferro...).

Lázaro Cárdenas no México e Perón na Argentina chegaram ao poder através de eleições. Já Getúlio Vargas chegou ao poder através do golpe de Estado que deu fim ao período da História Brasileira, conhecido como republica velha.

Diferente da Argentina e do Brasil o populismo no México toma rumo diferente numa questão crucial chamada reforma agrária. O governo Cárdenas foi o governo que mais distribuiu terras dentre o período de 1915 a 1962. Sendo inclusive, essa relação com o campesinato rural no México, um dos grandes diferenciais dos outros governos populistas.

 Na Argentina e no Brasil o populismo se caracterizou eminentemente nos grandes centros urbanos e a reforma agrária não foi feita, pois os grandes Fazendeiros e Latifundiários continuaram a dominar o cenário rural nestes dois países.

Sendo o populismo um fenômeno arraigado no meio urbano e que busca o apoio nas crescentes massas trabalhadoras, cada governo toma diferentes atitudes, para tentar controlar essas massas populares.

A perda de prestígio e força política da classe dominante unida a uma massa proletária alienada de sua posição no meio social e a um líder político e carismático capaz de mobilizar todo o poder e a nação sempre em um contexto pós-crise econômica associada à crise política se tratam dos produtos mais comum do fator denominado de governos populistas.

“[...]Assim, nos entremeios do século XX se pode notar uma verdadeira manifestação de governos populistas na América Latina. Governos que aliciaram a massa trabalhadora – isenta de seu potencial social – para que circunscrevam ao lado do Estado com a concessão de benefícios sociais e por outro lado continuam com a perpetuação elitista no poder. A mutação de uma sociedade basicamente agrária para uma sociedade em busca da modernização voltada para o ramo industrial nacional, ressaltando a intervenção estatal na economia também como marca destes governos. [...].” (HILÁRIO, 2009, pp.69).

Mesmo diante destes pequenos ensaios que tentam ao menos definir o populismo, ainda não há uma linha teórica concisa sobre sua própria definição.

No texto utilizado como base, para a discussão de Populismo nas aulas: “Populismo Latino- Americano em discussão”, Maria Helena Rolin Capelato traz um estudo sobre o populismo latino-americano, tendo como intuito, identificar o caráter político-social desses regimes, assim como compreender a significação do conceito diante da variedade de interpretações.

 A autora parte para a análise do Cardenismo (México) e Peronismo (Argentina), ambos denominados regimes populistas, e para estudo de vários autores sobre o tema, discutindo também, se o populismo apresenta características autoritárias ou democráticas.

Um conceito pode possuir significações variadas, quando apresentado em situações históricas diferentes, visto que cada um dos processos tende a possuir características específicas e particulares, e, mesmo diante daqueles semelhantes, isso não torna o termo homogêneo, já que os fenômenos podem ocorrer em tempo e espaços determinados. Portanto, é importante a verificação desses fenômenos a fim de utilizar o conceito com relevância.

Os debates sobre o tema são variados e, cada qual com suas teorias, evidenciam o quanto as suas significações mudam de sentido, de acordo com as estruturas pesquisadas.

 A concepção do termo é retratada de acordo com os seus pesquisadores, onde alguns optam por uma busca de semelhanças e particularidades, a fim de estabelecer um contexto comum nos processos históricos ou realizados de forma singular, procurando valorizar os contrastes, desconstruindo o conceito como modelo ideal.

Alguns autores conceituam o populismo como movimento de interação das massas com o Estado, onde este se valendo de seu poder, cria uma ideologia que influencia diretamente sob suas ações. Já outros, verificam que tais movimentos foram aderidos com concordância das classes, que viam no Estado uma forma de concretizar seus objetivos trabalhistas.

Analisando o texto de CAPELATO, pode-se verificar que o conceito de populismo não explica a natureza complexa das relações sociais, políticas e econômicas dos casos avaliados e identificados como regimes populistas (Peronismo e Cardenismo) já que as especificidades entre eles o diferenciam e os afastam de uma realidade comum. Através de comparações, o uso do mesmo conceito, sem uma interpretação, comprometeria a compreensão de tais políticas, impedindo a identificação de fenômenos tão distintos.

A análise permite estabelecer que os grupos sociais tinham consciência de sua posição dentro da sociedade, não sendo eles “marionetes” nas mãos do Estado, mas sim parte integrante e funcionalista do mesmo. Sua participação, omissão ou obediência ocorriam variantes aos seus interesses. É óbvio, que em alguns momentos desses processos as classes se posicionavam de maneira, aparentemente, submissas. Mas isso não significa que ignoravam a importância de seu papel na sociedade. Pode-se presumir que havia uma espécie de “assimilação” entre os interesses do Estado e o das classes trabalhadoras, onde ambos se beneficiavam conforme suas aspirações. Porém, mesmo diante dessas semelhanças nos casos estudados, é importante ressaltar que foram processos diferentes, com particularidades próprias, onde cada qual apresentou características distintas.

O populismo constituiu numa política onde a classe trabalhadora, com o apoio do Estado, teve suas reivindicações atendidas e reconhecimento de classes, assim como de cidadão, agente participativo na construção de sua história.

Quanto ao questionamento do populismo ser um regime democrático ou autoritário é importante observar, que mesmo diante de um Estado controlador, onde as manifestações populares perdiam sua autonomia, este mesmo Estado possibilitava o crescimento das massas e favorecia seu desenvolvimento.

Portanto, o texto leva-nos a refletir que a democracia era exercida, já que o Estado procurava aplicar soluções para os problemas sociais, embora mantivesse sob seu poder as “rédeas” dessa sociedade. Sendo assim, o populismo criou condições para a formação de um Estado organizado e fortalecido, com capacidades múltiplas, atendendo a sociedade, embora não plenamente.

Fazendo – se um paralelo com o texto de CAPELATO, principalmente em suas reflexões finais, o artigo: “O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito” de Ângela de Castro Gomes, visa acompanhar a trajetória do conceito, que envolve um grande debate até os dias de hoje, na produção acadêmica da história e das ciências sociais no Brasil, destacando os textos e autores relacionados ao tema mais relevantes.

O conceito de populismo é um conceito verdadeiramente amplo, que transcende o espaço das academias e é incorporado também na “[...]retórica política popular” (GOMES, 1996, pp. 2).

Enquanto, nas academias, o seu significado é variável – e por isso existem estudiosos que defendem o seu uso como válido enquanto outros o criticam ou o rejeitam -, no uso popular o seu sentido é estrito:

“[...]São populistas os políticos que enganam o povo com promessas nunca cumpridas [...].” (GOMES, 1996, pp. 2).

No artigo, o populismo é definido como uma combinação dinâmica de certos fatores, sendo eles um proletariado sem consciência de classe, uma classe dominante em crise e sem projetos para o país e um líder carismático no poder. Alguns estudos citados pela autora apontam como causa do golpe de 1964 o esgotamento do populismo, cuja experiência no Brasil teria durado de 1930 até 1964, período que compreenderia o “ciclo populista”.

Dentre os vários autores do tema, GOMES destaca o papel de Francisco Weffort:

“[...]Para WEFFORT, [...], pode-se dizer que o populismo é o produto de um longo processo de transformação da sociedade brasileira, instaurado a partir da Revolução de 1930, e que se manifesta de uma dupla forma: como estilo de governo e como política de massas.” (GOMES, 1996, pp. 7).

O novo equilíbrio de poder estabelecido após a Revolução de 1930, ainda de acordo com WEFFORT, seria frágil e instável, o que levaria a uma aproximação com as classes populares para legitimar esse poder em situações de crise.

A autora ainda destaca o conceito de Estado de compromisso de WEFFORT, que seria a ideia de um “[...]compromisso junto aos grupos dominantes [...] e um compromisso entre o Estado/Príncipe e as classes populares[...].” (GOMES, 1996, pp. 8).

A relação entre o líder e as “massas” seria uma relação de controle e tutela, uma “manipulação ambígua”, uma vez que ao mesmo tempo em que controla essas massas, atende suas reivindicações. Por isso, como GOMES assinala, WEFFORT chegou a sugerir o termo “aliança”, embora o poder dessas duas forças – Estado e massas – fosse desigual.

Assim, surge uma interpretação que vê como causa do golpe de 1964 o fim dessas condições que permitiam a manutenção da manipulação populista a partir do momento que as massas se tornam um sujeito político.

“[...]Contudo [...] são exatamente as condições tidas como próprias à democracia (industrialização, urbanização, informação e mobilização) que vão inviabilizá-la no Brasil de meados dos anos 60[...].” (GOMES, 1996, pp. 10).

Discursando um pouco sobre o seu livro “A invenção do trabalhismo”, Ângela de Castro Gomes, questiona o conceito de populismo do ponto de vista das relações entre Estado e a classe trabalhadora. Para ela, a classe trabalhadora não é vista como uma classe passiva e, portanto o uso do termo populismo é rejeitado, uma vez que está relacionado com uma relação de manipulação do Estado sobre as massas, que por definição não se estabelecem como classe. Para pensar essa relação, a autora propõe a designação de “pacto trabalhista”.

“[...]A idéia de pacto procurava enfatizar a relação entre atores desiguais, mas, onde não há um todo-poderoso Estado nem uma classe passiva, porque fraca é numericamente e politicamente[...].” (GOMES, 1996, pp. 15).

Como a própria autora aponta, o “trânsito do conceito de populismo” ainda se encontra ativo nos dias de hoje, e para demonstrar isso ela expõe, resumidamente, as ideias presentes no artigo “A reemergência do populismo no Brasil e na América Latina”, de Décio de Azevedo M. Saes. Segundo SAES, após a redemocratização do país ocorrida em meados da década de 1980, estaríamos vivendo uma tendência de reemergência do populismo. Esse populismo, que teria agora novas características, seria designado de “populismo neoliberal”, como explica GOMES:

“[...]Uma nova fase do desenvolvimento do capitalismo e uma nova experiência liberal-democrática estariam, nesta interpretação, gerando um novo populismo[...].” (GOMES, 1996, pp. 17).

Essa renovação do populismo seria, na visão de GOMES, “[...]uma atualização de nossa tragédia[...]” (GOMES, 1996, pp. 17), mas, em sua conclusão ela demonstra que mesmo tendo consciência do caráter dramático e emblemático do populismo na política brasileira, é possível ter a esperança de melhores rumos na política do país.

Tanto CAPELATO, quanto GOMES mostram em seus textos o populismo que surgiu na América Latina através de um processo que inaugurou uma nova configuração aos campos sociais e econômicos a serem experimentados, em diferentes níveis, nos países desta região.

 

Governo de Vargas

 

Vargas[3] implementou uma política populista, na busca de suporte político de setores populares para promover a industrialização. A seu favor o presidente tinha, também, o setor nacionalista das Forças Armadas, que via na industrialização uma forma de reduzir a vulnerabilidade do país, mediante o aproveitamento dos recursos naturais, permitindo um maior período militar e a possibilidade de defender a segurança nacional.

Vargas tratou, também, de compor um ministério que refletisse os diversos apoios que recebera na campanha eleitoral, que lhe desse a maior penetração possível junto à sociedade e, ainda, que desarmasse a oposição. Assim, ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) foi entregue apenas o Ministério do Trabalho, numa medida favorável ao partido, que ganhou o controle dos sindicatos operários patrocinados pelo governo.

O PSD (Partido Social Democrático) recebeu os ministérios da Fazenda, Ralações Exteriores e Saúde; o PSP (Partido Social Progressista) ficou com a pasta de Viação e Obras Públicas, enquanto o Ministério da Agricultura coube ao udenista (oposição) João Cleofas.

A UDN (União Democrática Nacional) não considerou importante tal ministério e, dirigida pela burguesia mercantil, aliada a interesses norte-americanos, manteve-se na oposição. Enquanto isso, a burguesia industrial estava numa posição ambígua, pois, se por um lado lhe interessava a industrialização, por outro lado havia a desconfiança de que o populismo pudesse criar condições aos setores populares de se organizarem na defesa de interesses próprios, em lugar de serem manobrados.

A política populista de Vargas entrou em crise quando a continuidade do progresso inflacionário levou à chamada “greve dos 300 mil”. Iniciado em 26 de março de 1953, na cidade de São Paulo, sob a liderança do Partido Comunista, reivindicando melhores salários, o movimento estendeu-se pelo interior do estado, demonstrando um avanço na capacidade organizativa dos trabalhadores.

O governo, ao mesmo tempo em que reprimia de forma violenta alguma das ações mais ousadas empreendidas pelos operários, através de membros da cúpula da burocracia estatal procurava fazer crer aos grevistas que lhe era simpático. Os setores médios urbanos e a burguesia industrial sentiram-se ameaçados com o movimento grevista que, assim, acabou provocando a união da burguesia. Os setores conservadores responsabilizaram o governo pela greve e passaram a ver o Exército como instrumento para depor Vargas a barrar o avanço do movimento operário.

Governo de Perón

 

A partir de 1943, Juan Domingo Perón [4] começa a se destacar na política, ele que ocupou o cargo de Secretário do Trabalho e Previdência e de Ministro da Guerra com grande popularidade, conquistando os trabalhadores e descamisados, as camadas inferiores da Igreja e das Forças Armadas, e uma parte do empresariado.

Por este motivo, em 1946 foi eleito presidente da república da Argentina. Eva Duarte[5], ex-artista de rádio, foi uma grande colaboradora para a campanha de Perón, ela que ficou conhecida como a “mãe dos descamisados”, e futuramente tornou-se esposa de Perón.

Durante o seu mandato (1946-1951) a política da Argentina ficou marcada pelo peronismo. A intervenção do Estado na economia monopolizou o comércio externo e a política de nacionalização foi desenvolvida com a implantação de redes de ferrovias, comunicação e transporte urbano.

O progresso da economia permitia a fixação de preços baixos e dos altos salários.

No ano de 1951 nas eleições para presidência Perón é reeleito, porém neste mandato o peronismo viveria outra realidade. Os preços dos produtos agropecuários começaram a cair no mercado internacional, e consequentemente houve a queda da exportação. A inflação arruinou a economia do país, apertando as chances de crescimento, e aumentando o desemprego. A morte de Evita Perón foi o fato culminante para a enervação do peronismo.

Assim começaram a surgir os opositores ao governo de Perón, que perdeu o apoio que tinha da Igreja e das Forças Armadas, e em 1953 foi vítima de um golpe militar. Mas foi o golpe de 1955 que definitivamente derrubou Perón.

GOVERNO ROJAS

 

Durante o mandato de Rojas[6], seu governo caracterizou-se pela realização de grandes obras de infraestrutura, o início de processo de despolitização da Polícia, a implantação da televisão no país e o final da primeira etapa da época conhecida como “La Violencia”, ao chegar a uma trégua com as guerrilhas liberais e estabelecendo um governo apoiado pelo Exército e vários outros membros da sociedade colombiana. Durante seu mandato reconheceu-se em 1954 o direito ao voto às mulheres.

Governo Cárdenas

 

O governo presidencial de Lázaro Cárdenas[7], ocorrido no México entre 1934 e 1940, inseriu-se dentro do que uma vasta gama de populismo, apesar de haver uma divergência sobre essa caracterização.

O principal objetivo do governo de Lázaro Cárdenas foi o de modernizar a economia e a sociedade mexicana, medida expressa principalmente em seu Plano Sexenal, que consistia em reformas agrárias para distribuir terras aos camponeses, sistemas de crédito e fundar cooperativas aldeãs; no campo industrial nacionalizou indústrias na posse de estrangeiros, principalmente de petróleo; também alargou o sistema educativo.

Cárdenas entrou na vida política ainda durante a Revolução Mexicana, quando em 1913 aderiu ao Exército revolucionário. Sua capacidade autodidata o favoreceu a galgar postos mais altos na hierarquia militar. Em 1928, Cárdenas tornou-se governador do estado de Michoacán. Em 1931, passou a ser o presidente do Partido Revolucionário Nacional (PRN), que se dizia herdeiro da revolução de 1910. 

Essa posição no PRN proporcionou a Cárdenas candidatar-se à presidência da República e ser eleito em 1934. Seu mandato à frente do governo mexicano pautou-se pela tentativa de estimular a modernização da sociedade mexicana e de atender algumas das reivindicações que foram exigidas durante a revolução.

Uma das principais ações foi à realização de uma reforma agrária que distribuísse terras aos camponeses mexicanos. Em muitas localidades, os “ejidos” (parcelas de terras distribuídas pelo governo aos camponeses) distribuídos foram trabalhados de forma comunal, buscando estreitar os laços entre os camponeses. Foram também distribuídas armas aos camponeses para que estes pudessem se defender das forças conservadoras, principalmente as ligadas ao exército. Esse armamento dos camponeses fortalecia as posições dos oficiais ligados a Cárdenas dentro do Exército.

O apoio ao movimento operário com a liberação da realização de greves pretendia também atender às demandas dessa classe social, ao mesmo tempo em que buscava seu apoio contra os grandes capitalistas. Nesse sentido, Cárdenas incentivou a criação de sindicatos e durante seu mandato formou-se a Confederação dos Trabalhadores Mexicanos (CTM), que incorporou a Central Geral dos Operários e Camponeses Mexicanos e outras centrais sindicais. Foram ainda garantidos direitos trabalhistas e outros direitos sociais aos trabalhadores.

A luta dos trabalhadores contra as condições salariais e de trabalho impostas pelas companhias petrolíferas estadunidenses e britânicas serviu de motivo para que Cárdenas nacionalizasse as riquezas do subsolo do México, passando o Estado a controlar a exploração do Petróleo através da PEMEX (Petróleos Mexicanos). Essa medida também criou uma oposição dos governos e dos capitalistas dos dois países anglo-saxões, mas que foi diminuída durante a II Guerra Mundial em virtude da necessidade de suprimento dos derivados do petróleo aos exércitos aliados.

Essas determinações de Lázaro Cárdenas visavam atribuir ao Estado um poder centralizador de gestão do desenvolvimento capitalista no México. A transformação do PRN em Partido Revolucionário Mexicano (PRM) pretendia também aproximar as massas dessa instituição política e constituir as bases de um partido único no país.

No que se referia à política externa, o governo de Cárdenas foi ainda caracterizado pela aceitação de diversos exilados políticos no país, notabilizando-se os casos dos combatentes espanhóis da Guerra Civil Espanhola e do líder bolchevique Leon Trotsky[8].

Outro ponto a se destacar no governo de Cárdenas foi o incentivo dado à educação da população trabalhadora e camponesa do México. Com o estímulo à educação socialista, buscava-se retirar a influência religiosa católica do processo educacional, dando caráter mais laico à educação e criando as condições de formação de uma consciência da população que proporcionasse o desenvolvimento de uma Nova Nação. Essas medidas aproximavam-no mais de um governo nacionalista que propriamente socialista.

Alguns historiadores não concordam com a definição de governo populista dada à forma de governo executada por Cárdenas, pois, este não buscou colocar o Estado acima das classes, com o intuito de harmonizar as relações sociais. Cárdenas afirmava a existência da luta de classes e posicionava-se ao lado dos trabalhadores.

Mas, por outro lado, a forma de centralização do Estado e de gestão dos interesses sociais por esta instituição aproximava o modelo de ação de Cárdenas do corporativismo, desenvolvido inicialmente pelos governos fascistas europeus.

Tais medidas mostraram que houve uma similitude em várias ações estatais adotadas pelos governos na década de 1930, como resposta à crise econômica ocorrida após a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Essas medidas eram respostas à crise do modelo liberal de administração econômica e social, passando o Estado a ser a principal instituição gestora da sociedade capitalista.

 

Conclusão

 

O Populismo foi o fenômeno de manipulação das camadas populares por meio de promessas e eliminação dos intermediários no processo de contato com as massas. Sua base é o poder carismático de líderes com capacidade de mobilizar e empolgar as massas em defesa das ações típicas e exclusivas do poder político.

Os governos populistas tendiam a ser autoritários e paternalistas, pois, concediam direitos aos trabalhadores e mantinham-nos sob controle através de sindicatos organizados pelo Estado. O Populismo propôs ser uma política aliada aos trabalhadores. Teoricamente, nos discursos populistas esteve presente a idéia de que a vontade do povo era soberana. Na prática, as políticas populistas favoreceram mais as elites nacionais do que os setores médios da sociedade.

Os governos populistas que se desenvolveram na América Latina no apresentam semelhanças tanto do ponto de vista sociopolítico quanto econômico. Assim, podemos destacar os principais governos latino americanos caracterizados como populistas os governos de Vargas no Brasil, Juan Perón na Argentina, Rojas na Colômbia e Lázaro Cárdenas no México, sendo que este último apresentou uma forma exclusiva de populismo o que pouco o diferenciou do Brasil e Argentina.

O populismo vigorou na América Latina a partir dos anos 30, e encontrou o seu declínio entre os anos 60 e 70. [9]

Interessante que diferente da Argentina e do Brasil o populismo no México toma rumo diferente numa questão crucial chamada reforma agrária.

“[...]O governo Cárdenas foi o governo que mais distribuiu terras dentre o período de 1915 a 1962. Sendo inclusive essa relação com o campesinato rural no México um dos grandes diferenciais dos outros governos populistas[...].” (GUIMARÃES, 2006, pp.382).

A que se considerar também outro ponto fundamental, em que pese ou não os moldes pelos quais essas figuras populistas chegam ao poder. Ainda conforme expressa (GUIMARÃES, 2006, pp.383):

 “[...]Juan Perón e Lázaro Cárdenas chegam pelas vias de uma eleição, enquanto Vargas por um golpe de Estado. Apesar dos meios os quais levaram cada um ao poder, seja ele revolucionário ou eleitoral tais países passam a uma notável diferenciação econômica e sociopolítica, [...]viveram uma fase de desenvolvimento econômico seguido pelo crescimento dos centros urbanos e a rearticulação das forças sociais e políticas[...].”.

O populismo utiliza a manipulação das camadas populares por meio de promessas (muitas vezes não cumpridas) e eliminação dos intermediários no processo de contato com as massas.

“[...]Os governantes populistas foram e são grandes lideres carismáticos e excelentes oradores, levando sempre uma mensagem nacionalista[...].” (CHASTEEN, 2001, pp.200 ).

A base é o poder de políticos carismáticos com capacidade de mobilizar e empolgar as massas com discursos utilizando muito às palavras urbanização, industrialização, informação, modernização e mobilização, sempre em defesa das ações típicas e exclusivas do poder político.

A característica dessa manipulação é contato direto com o “povo” e o líder carismático, sem intermediação de partidos ou corporações. Isto implica num sistema de políticas, ou métodos utilizados para o aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo alem da classe media urbana, entre outros, procurando a simpatia daqueles desarraigados para angariar votos e prestigio.

“[...]Sendo o populismo é um fenômeno complexo, o presente trabalho procurou evidenciar o conceito que aplica - se a um conjunto de práticas que leva em consideração a figura de um líder carismático que procura governar apelando diretamente à população, dispensando assim a intermediação das instâncias políticas. [...].” (PETTA, 2005, pp.24).

O populismo é autoritário no sentido de que pressupõe a concessão de benefícios desde que se aceite os termos propostos pelo governante.

“[...]O populismo destaca-se no cenário nacional entre os anos de 1930 a 1964, período marcado pela urbanização/industrialização do país, sendo importante destacar que o fenômeno populista aparece também em outros países, podendo tanto compartilhar características comuns com as verificadas, quanto adquirir peculiaridades de cada nação. [...].” (KRAUZE, 2008, pp.32).

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SOUZA, Rainer. Populismo. Brasília: Thsaurus, 1998. (pp.212).

Disponível em http://www.brasilescola.com/historia-da-america/populismo-1.htm.

Acessado em 09/09/2014 às 18h20min.

PETTA, Nicolina Luiza de, HISTÓRIA – Uma Abordagem Integrada, volume Único / Nicolina Luiza de Petta, Eduardo Aparicio Baez Ojeda, Luciano Delfini, - 1º Ed. – São Paulo: Moderna, 2005.(pp.24).

KRAUZE, Enrique. Os dez mandamentos do Populismo. Teleós: 2008. (pp.32).

Disponível em: http://www.teleios.com.br/2010/os-dez-mandamentos-do-populismo-enrique-krauze/.

Acessado em 14/09/2014 às 18h36min.



[1] Populismo é uma forma de governar em que o governante utiliza de vários recursos para obter apoio popular. O populista utiliza uma linguagem simples e popular, usa e abusa da propaganda pessoal, afirma não ser igual aos outros políticos, toma medidas autoritárias e não respeita os partidos políticos e as instituições democráticas, diz que é capaz de resolver todos os problemas e possui um comportamento bem carismático.

Disponível em  http://imperiodahistoria.blogspot.com.br/2010/06/resumo-do-populismo.html

Acessado em 09/09/2014 às 17h45min.

[2] Entre os fatores que contribuíram para o surgimento do Populismo destacam-se a Incapacidade das camadas dominantes para criar um instrumental político que pudesse promover o desenvolvimento econômico e a Inexistência de organismos sindicais operantes entre os trabalhadores.

O Populismo foi um dos fenômenos políticos mais marcantes da América Latina durante o século XX, seus principais representantes foram Juan Domingo Perón (Argentina), Lázaro Cádernas (México), Getúlio Vargas (Brasil), Carlos Ibanês del Campo (Chile) e Gustavo Rojas Pinilla (Colômbia).

Disponível em  http://www.coladaweb.com/politica/populismo

Acessado em 09/09/2014 às 17h55min.

[3] Getúlio Dorneles Vargas  nasceu na cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul, no dia 19 de abril de 1882. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 24 de agosto de 1954. Foi presidente da república (1930 até 1945 e entre 1950 e 1954) e pôs em prática mudanças revolucionárias que fizeram do Brasil um dos principais países da América Latina.

Disponível em http://www.infoescola.com/biografias/getulio-vargas/

Acessado em 09/09/2014 às 18h45min.

[4] Um dos políticos mais importantes da América Latina, Juan Domingo Perón foi por três vezes presidente da Argentina, promovendo grandes mudanças no país. Perón nasceu no dia 8 de outubro de 1895, na província de Lobos, pertencente à Buenos Aires. Com apenas 16 anos, ingressou no Colégio Militar, aonde chegou a ser subtenente de Infantaria, e depois continuou os seus estudos na Escola Superior de Guerra, onde ficou até 1929.

Disponível em http://educacao.uol.com.br/biografias/juan-domingo-peron.jhtm

Acessado em 09/09/2014 às 18h50min.

[5] Maria Eva Duarte, como se chamava no começo; Eva Perón, como ficou conhecida em seus últimos anos; Evita, como o povo a batizou, foi uma figura que rompeu todos os precedentes históricos e definiu uma modalidade política nunca vista até então. Durante o breve período de sua atuação, ao lado de Perón, foi o centro de um crescente poder e se tornou a alma do movimento peronista, em sua essência e em sua voz. Adorada e ao mesmo tempo odiada por milhões de argentinos, o que jamais provocou foi à indiferença.

Disponível em http://www.mibuenosairesquerido.com/Personagens02.htm

Acessado em 10/09/2014 às 15h15min.

[6] Gustavo Rojas Pinilla (Tunja, Boyacá, 12 de março de 1900 — Melgar, Tolima, 17 de Janeiro de 1975) foi um militar, engenheiro civil e político colombiano. Assumiu a presidência da República mediante um golpe de estado, e governou de 13 de junho de 1953 até 10 de maio de 1957.

Disponível em http://educacao.uol.com.br/biografias/gustavo-rojas-pinilla.jhtm

Acessado em 09/09/2014 às 18h55min.

[7] Lázaro Cárdenas del Río (Jiquilpan de Juárez, Michoacán, 21 de Maio de 1895 - Cidade do México, 1970) foi um militar, político e estadista mexicano que ascendeu à Presidência do México entre os anos de 1934 e 1940. É considerado como um dos presidentes mais populares da história do seu país, juntamente com Benito Juárez.

Destacou-se por haver criado a estrutura do PRI, pela realização de uma reforma agrária efetiva, originalmente planejada por Emiliano Zapata, através das cooperativas de terras. Foi também responsável pela nacionalização dos recursos do subsolo - especialmente do petróleo.

Disponível em http://educacao.uol.com.br/biografias/lazaro-cardenas.a.jhtm

Acessado em 09/09/2014 às 19h05min.

[8] Leon Trotsky(nascido Lev Davidovich Bronstein; Ianovka, 7 de novembro de 1879 — Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Stalin na tomada do PCUS à morte de Lênin.

Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como organizador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.

Disponível em http://educacao.uol.com.br/biografias/leon-trotsky.jhtm

Acessado em 14/09/2014 às 18h02min.

[9] A partir da segunda metade do século XX, o jogo político promovido pelo populismo começou a perder suas forças. Nesse outro contexto, a postura ambígua de muitos líderes populistas passou a representar um sério risco à hegemonia ideológica e política dos Estados Unidos no continente americano. Tendo como pano de fundo a Guerra Fria, os governos norte-americanos passaram a apoiar a derrubada de todos os governos que não se aliassem claramente ao bloco capitalista.

Outro fator que também contribuiu para a inviabilidade da prática populista girava em torno dos antagônicos interesses das classes trabalhadoras e a burguesia industrial. Em situação de crise econômica, a possibilidade de atender o interesse das camadas populares sem atingir os privilégios das elites se tornava cada vez mais complicado. Não por acaso, muitas das ditaduras que dão lugar aos regimes populistas latino-americanos foram claramente apoiadas por amplos setores da burguesia nacional.

Atualmente, apesar de não possuir a mesma expressividade de algumas décadas atrás, o populismo sustenta alguns resquícios na cultura política latino-americana. Analisando criticamente alguns governos, percebemos a permanência da autopromoção política por meio dos meios de comunicação e a utilização de programas sociais de motivação eleitoreira. De certa forma, essas seriam algumas manifestações que comprovam a sobrevida do populismo latino-americano.

Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/politica/populismo.htm

Acessado em 09/09/2014 às 18h30min.