O Poder da Mediocridade
Por Jurandir Donizete Pereira de Souza | 19/09/2011 | AdmÈ incrível como nos últimos tempos a mediocridade tem levado vantagem em alguns meios da nossa sociedade em relação ao conhecimento, habilidades e a competência.
O Fato é que hoje em dia "ser é menos importante do que parecer"
Com uma sociedade voltada ao consumismo, apelo visual e sensação de poder é muito difícil achar lugar para a competência, habilidade e o conhecimento.
Não é difícil nos dias de hoje encontrarmos pessoas ocupando lugar de destaque na sociedade, em qualquer meio, seja ele cultural ou empresarial, que simplesmente se destacam por seu apelo visual, sua formação acadêmica ou seu "jeitinho brasileiro de conquistar as coisas", mas que na prática não tem capacidade de estar onde estão.
Quantos estão debruçados numa mesa de escritório, a frente de um computador ou até comandando algum trabalho com resultados abaixo dos esperados e continuam lá como se fossem "ótimos". Enquanto muitos outros com imensa capacidade estão esquecidos em algum canto da sociedade ou das empresas por não atenderem os requisitos de uma sociedade que se diz moderna mas não consegue distinguir o "regular do ótimo".
A capacidade de ser político nos meios sociais e empresariais tem sido o caminho mais rápido para a ascensão das pessoas. Ser aceito passa por falar e agir da maneira que mais agrada outras pessoas do mesmo meio. Não ter esta capacidade distancia qualquer pessoa de alcançar seus objetivos, isso se não impedi-las completamente.
Sendo que na historia da humanidade aqueles que ousaram discordar do sistema revolucionaram muitos conceitos e hoje são tidos como gênios.
Nos dias atuais o que mais vemos são vendedores de idéias, que se expostas de forma correta e com as ferramentas certas trazem mais retorno do que aqueles que vendem soluções. É só participar de uma reunião corporativa, empresarial ou de nível gerencial para perceber isso.
Idéias não faltam para resolver determinados problemas, mas pouco se discute por que o problema aconteceu, quando começou e pelas mãos de quem passou despercebido.
Normalmente os problemas são decorrentes da falha de alguns daqueles que estão nas reuniões cheios de idéias para resolvê-las.
Então fica uma pergunta no ar. "Por que tais profissionais ainda estão lá?".
- Será que é o fato de serem políticos e se encaixarem perfeitamente ao sistema? Só falam aquilo que o sistema quer escutar ainda que seja incapaz de executar?
- Será que é o fato de serem simples teóricos acadêmicos sem uma visão prática das coisas, mas que se encaixavam perfeitamente ao anuncio da vaga de emprego quando contratados?
- Será que estão sendo mal utilizados dentro de suas aptidões e verdadeiras capacidades, claro esquecendo suas formações acadêmicas, poderiam estar pintando um quadro, escrevendo um livro, ou até fazendo um cafezinho.
- Será que estão mesmo preocupados em resolver o problema já que são intocáveis pela sua proximidade com pessoas influentes e com poder de decisão?
- Será que é uma forma de ganhar tempo antes que seja percebida sua incompetência para estar onde está? O chamado "embromeixam", "vai que cola", "tente outra vez", etc ?.
A verdade é que enquanto situações de má gestão, má administração e corporativismo vão acontecendo funcionários de nível mais baixo vão sofrendo as conseqüências. Quantos serão taxados de incompetentes, falhos, terão o progresso de suas carreiras comprometidas e até serão demitidos até o verdadeiro responsável aparecer.
Se perguntarmos a maioria dos empresários atuais qual o bem mais precioso da sua empresa? A resposta na grande maioria dos casos seria: "As pessoas, pois pelas mãos delas passam nossos produtos e serviços". Então por que sempre são as primeiras a sofrerem as conseqüências nos momentos de crise ou de incompetência administrativa?
A alguns anos vimos a crise que abalou a economia mundial fazendo com que grandes corporações, principalmente nos EUA repensassem no seu modelo administrativo, cortando os gastos de seus executivos. Aí fica a pergunta "Será que é preciso quase quebrar para perceber onde realmente deve se empregar os maiores recursos de uma companhia?" e "Quantos abaixo da hierarquia dos executivos foram demitidos para ajustar os custos das empresas que passavam pelo pior momento financeiro nos últimos 20 anos?". Com certeza o problema já existia não aconteceu da noite para o dia, mas foi mais cômodo "deixar rolar".
Deixar rolar quase quebrou a economia mais poderosa do planeta.
"Com certeza é um ótimo exemplo de pessoas erradas nos lugares errados".
Pessoa certa no lugar certo sempre foi a solução para manter uma empresa saudável, desde o presidente até o operário menos remunerado.
E como saber se a pessoa certa está no lugar certo dentro de uma companhia?
A resposta é simples "Resultados".
Mas no que se traduz a palavra resultados no contexto de uma companhia?
" Tudo que é feito atende todas as necessidades que o cliente exige quando do fechamento do contrato ou da parceria gerando satisfação, confiabilidade e lucros para ambos".
E como encontrar a pessoa certa para o lugar certo?
O mercado de trabalho sempre está recheado de bons profissionais, mas não quer dizer que vão se encaixar nas necessidades e no momento da empresa. Isso precisa ser sempre bem analisado. Um bom Currículo, por ele só, não quer dizer soluções para todos os problemas, mas claro que ajuda muito.
Mas já paramos pra pensar que o profissional ideal pode estar no escritório, mesa, departamento ou setor logo ali ao seu lado?
Será que hoje pessoas que chefiaram Bill Gates e que foram seus parceiros de trabalho, não se arrependem de não ter visto o grande potencial profissional e empresarial que ele possuía? Exemplos como este existem vários de pessoas que após uma oportunidade certa no lugar certo decolaram e hoje revolucionam vários setores dentro e fora das empresas.
Que tal começar a olhar para cada um de seus subordinados como um potencial "homem certo para o lugar certo"? Às vezes não é preciso ir tão longe e nem investir tanto para mudar o rumo das coisas.
Mas queremos mesmo mudar?
O fato é que muitas empresas, empresários e executivos estão satisfeitos com seus resultados, mesmo que digam o contrário, não estão muito a fim de sair da sua zona de conforto, ampliar seus horizontes e realmente mudar o rumo das coisas.
Afinal isto exige ousadia, coragem e determinação e cá pra nós não são virtudes de muitos que estão em posições de comando, já que para ser ousado é preciso aceitar riscos que podem colocar suas posições em jogo.
E essa condição vem descendo a pirâmide desde o presidente, altos executivos, níveis gerenciais e de liderança.
Sendo assim em muitas situações vai continuar imperando o "Poder da Mediocridade".