A boneca Barbie foi criada por Ruth Handler, esposa de Elliot Handler, fundador da empresa norte-americana Mattel. A boneca adulta foi inspirada pela boneca alemã feita de papel, da qual sua filha Bárbara brincava. O nome Barbie, diminutivo de Bárbara, foi uma homenagem a sua filha, e logo depois viria o namorado e a irmã da Barbie, com nome dos seus outros filhos, Ken e Skipper.

Lançada em 9 de março de 1959 em Nova York, a boneca desenhada pelo designer Jack Ryan, foi apresentada com um maiô listrado de preto e branco, loira e corpo de manequim, associada à imagem de sucesso, juventude e beleza (www.barbiecollector.com), (Fig 1).


Figura 1
A primeira Barbie

O brinquedo Barbie surgiu como um modelo da juventude dos Estados Unidos, pois representava a população economicamente privilegiada. Como a moda era ditada pela França, foi em Paris que a estilista Charlotte Johson criou os primeiros modelos que iriam substituir o maiô preto e branco. O luxo e a sofisticação passaram a ser qualidades marcantes na imagem da boneca.

A boneca Barbie vem acompanhando mudanças ao longo das últimas quatro décadas. A boneca passa a idéia de perfeição, da jovem bonita, rica e famosa.  Com uma variedade de roupas e acessórios, a boneca acompanha as mudanças da moda feminina há mais de 40 anos.

É a partir dos anos 60, que a sofisticação abre espaço para os trajes informais. Os jovens procuravam se vestir mais á vontade, identificando com os ídolos do rock. A Barbie não deixaria de acompanhar esse momento. Ela apareceu nas vitrines de mini-saias e com um visual mais arrojado. Foram surgindo vários modelos da Barbie, desde a mais comportada à mais ousada.

Barbie com roupas e cabelos que refletiam ídolos de cada momento histórico, como por exemplo, a Barbie com roupas coloridas para demonstrar a agitação política e social na época do som dos Beatles. No ano de 1961, foi criado o boneco Ken, o namorado perfeito da Barbie. Em 1965, ela ganhou pernas flexíveis, fechando a década com uma amiga, Christie, a primeira boneca negra.

Em 1970, com o aumento das idéias hippies, o visual mais natural entrou na moda, com trajes coloridos e ousados, cabelos compridos e em vários tons (www.folhauol.com.br), (fig. 2). Em 1971, surge a Malibu Barbie, de pele bronzeada e com acessórios de praia.


Figura 2
Barbie anos 70

Os anos 80 foram marcados pelo glamour das roupas de festas, a moda fitness, a nova mulher de negócios e símbolos pop como Madona.

Nos anos 90, foi a vez da aparição da sua Ferrari. Novos estilos foram sendo criados, como a Barbie rap, médica, dentista, ginasta, salva-vidas e roqueira.

Sempre acompanhando os momentos sociais, ela chega ao ano 2000 mostrando que é uma mulher moderna que trabalha e possui acessórios como celular e computador.

A Barbie tornou-se a boneca mais vendida do mundo, ocupando a vitrine de 150 países. São 120 milhões de exemplares vendidos por ano, ou seja, a cada segundo duas Barbies são vendidas. No primeiro momento, o grande público consumidor da Barbie são as crianças. Depois de um tempo, surgiram os produtos da marca Barbie e os colecionadores.

Foi na modernidade que a criança passou a expor seus desejos e seu espaço. A criança torna-se o centro de atenções. No decorrer do século XX com o crescimento da industrialização, foram surgindo várias mercadorias para o novo consumidor infantil. Vários brinquedos são lançados no mercado, entre eles, a boneca adulta Barbie.

 Com tanto sucesso, a boneca mais querida do mundo, tornou-se padrão de beleza e realização pessoal no imaginário social. Passou a ser a boneca preferida das crianças que deixam de lado cada vez mais cedo a boneca bebê. A menina passa a construir seu papel social na relação com a boneca glamourosa.

Segundo Maria Lucia (2006, p.85):

"Barbie passa a ser um substantivo e uma forma de vida, em seu ciclo, portanto, também necessariamente infinito, das mais conservadoras às mais modernas, das que propõem um lugar mais celestial ao feminino àqueles que as inserem no "mercado", na explícita justaposição capitalista de valores anteriormente contraditórios, agora subsumidos pela mesma e única lógica da mercantilização: Barbie princesa, Barbie noiva, Barbie hair de longos cabelos...Barbies de todos os países, passados e futuros, reais imaginários, tailandesa, egípcia, inca, chinesa, francesa, nativa, contemporâneas. Barbie declaradamente ligadas a marcas: Barbie Coca-Cola, Ferrari...marilyns da série Hollywood" (www.barbiecollector.com), (fig. 3 e fig. 4).


Figura 3
Barbie Empress Josephine


Figura 4
Barbie Wind Rider- Native American

Segundo Maria Lucia (2006, p.82): 

 "A boneca é uma mercadoria presa numa complexa rede de circulação de produtos, movida por estratégias precisas de marketing e comunicação de massa, dirigidas para um público determinado: a criança".

Ao longo do tempo, foram criados vários modelos da boneca, acessórios e objetos com a marca, para satisfazer as necessidades do seu público-alvo. A partir das estratégias de Marketing, a Barbie ocupou vitrines de vários países, e cada um com a boneca da sua cultura, como por exemplo, Barbie indiana (fig. 5), francesa, japonesa (fig. 6) e coreana (fig. 7), (www.barbiecollector.com). O desejo de ter a boneca tornou-se mundial.


Figura 5
Barbie Diwali



Figura 6
Barbie Maiko

 


Figura 7

Princess of the Korean Court
 

Na Arábia, foi criada uma Barbie muçulmana. Com sucesso de venda, a boneca tem véu cobrindo o rosto e vem com um tapete rosa para fazer orações.