O PAPEL DOS PROFESSORES E FAMILIARES NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Débora Cátia Santos Farias Cardim

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo traçar breves consideraçoes sobre a importância da família e dos professores no processo de ensino e aprensidazem da educação lúdica. Cada ser humano é, assim, proprietário de uma individualidade que não o iguala a ninguém nem a si mesmo como era há alguns dias antes. É por essa razão que é essencial o afeto personalizado, e é por isso que esse sentimento compreende que cada um é literalmente único e que a individualidade de cada pessoa impede que se generalizem comparações ou suposições de que existem pessoas iguais. Nesta perspectiva, a presente pesquisa é muito importante para os educadores que pretendem  ter uma melhor compreensão desta temática, pois será possível refletir sobre políticas públicas que servirão para viabilizar condições de melhoria na qualidade de vida através de um efetivo cuidado e acolhimento aos alunos portadores de necessidades especiais. O material utilizado será desenvolvido de publicações oriundas de livros, artigos, teses e documentos oficiais. Para analisar os dados, será utilizado o método de análise de conteúdo temático, sistematizado nas seguintes etapas: leitura seletiva, analítica e interpretativa do material coletado, com identificação das unidades temáticas e síntese final.

INTRODUÇÃO

O sujeito já nasce imerso em um mar de compromissos, os quais deverão cumprir para o regozijo de seus familiares. E a escola é vista como espaço de formação de valores e preparação do indivíduo para o sucesso. Diante de uma sociedade que espera cada vez mais de cada um, há que se discutir a expectativa da família para com um bebê que, antes de vir ao mundo, já é encarregado de tantas funções, dentre as quais alcançarem o sucesso escolar para um dia ser alguém na vida. (KUPFER, 2003, p.35-52 apud  CAETANO; YEAGASHI, 2014, p. 169).

Mas, quando uma criança apresenta problemas de aprendizagem, todo esse conjunto de expectativas depositadas nela, pela escola e pelos familiares, tende a ruir. Em alguns casos, a relação entre família e escola se limita a procurar soluções para problemas como o de comportamento, uma vez que as dificuldades de aprendizagem levam a alterações nos comportamentos das crianças, e, muitas vezes, elas são consideradas alunas bagunceiras, sendo, assim, as dificuldades que enfrentam para aprender relegadas a segundo plano. Muitas vezes, contudo, o que querem os alunos rotulados como “baderneiros” é apenas atenção e proximidade.

As crianças com problemas de aprendizagem apresentaram-se ansiosas e com pobre autoconceito, denotando sentimentos de inadequação e culpa relacionado a impulsos agressivos mal elaborados, com preocupação pelos impulsos sexuais, dificuldade de comunicação e timidez. (BARTOLOMEU; SISTO; MARINRUEDA, p.140, 2006 apud CAETANO; YEAGASHI, 2014, P.170)

            A necessidade de chamar atenção justifica-se pelo fato de as crianças que não alcançam sucesso escolar ficarem abandonadas a seu próprio sucesso, a seu próprio ritmo. Porém não se pode afirmar que apenas o aluno é responsável pelo próprio sucesso, porque não existe uma única causa para as dificuldades de aprendizagem.

O professor não pode se limitar a esperar que o aluno assimile os conhecimentos sistematizados em seu próprio ritmo, mas sim atuar como um facilitador para que a construção dos referidos conhecimentos se efetive. Segundo a análise dos elementos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem,

A escola tem uma tarefa muito importante, que é desenvolver na criança a sua autoestima, ensinar o aluno a se relacionar, a resolver seus conflitos particulares e o auto controle de suas decisões e emoções. As escolas devem buscar forma de prevenção nas propostas de trabalho, preparar os professores para entender os alunos, respeitar o ritmo de cada um, tendo a plena consciência de que cada criança tem um desenvolvimento diferente uma da outra. A escola deve ser um ambiente onde as crianças possam sentir-se motivadas e, principalmente respeitadas. (BARTHOLOMEU; SISTO; MARINRUEDA, 2006, p.140 apud CAETANO; YEAGASHI, 2014, p. 171).

            Assegurar à criança o direito de aprender é contribuir de modo a valorizar o sujeito que aprende: o aluno. Assim, quando o professor possibilitar aos seus alunos o acesso aos conhecimentos sistematizados de forma organizada e atraente, ele permite que a aprendizagem ocorra de maneira simples e natural. 

           O que se observa é que existem crenças que privilegiam o aspecto lúdico ou cognitivo, e nessas formas de pensar não existe uma visão integrada da criança, como para a ótica piagetiana, que considera as dimensões afetiva e cognitiva indissociáveis.

A teoria piagetiana permite uma análise interessante sobre essas dimensões ao considerar a afetividade e a inteligência como aspectos inseparáveis, irredutíveis e complementares. Além do mais, a teoria de Piaget [...] preconiza a construção de estruturas, e estas [...] não se restringem aos aspectos da inteligência. (DELL’AGLI; BRENELLI 2010, p.52 apud CAETANO; YEAGASHI, p.172, 2014).

No ponto de vista de Caetano e Yeagashi ( 2014), a compreensão sobre a importância das dimensões afetivas e cognitivas é fundamental. Observa-se que na teoria piagetiana a ludicidade não é compreendida como sentimento, como acontece no senso comum, mas como a energia possível para acelerar ou retardar o processo de aprendizagem. É importante salientar que a afetividade não modifica as estruturas de inteligência, apenas age sobre ela de modo a favorecer ou retardar o processo de desenvolvimento. 

O presente estudo teve como objetivo traçar breves consideraçoes sobre a importância da família e dos professores no processo de ensino e aprensidazem da educação lúdica

2 DO PROCESSO DE APRENDER DE MODO SIGNIFICATIVO

Segundo Osti (2004, p. 59 apud CAETANO; YAEGASHI, 2014 p.174), ”Os professores devem estar, ou melhor, devem ser habilitados para detectar os sintomas das dificuldades de aprendizagem e saber como trabalhá-las em classe". Isto significa que a intervenção do educador é crucial no processo de aprendizagem e desenvolvimento dos seus alunos, por isso é importante analisar suas condutas diante dos estudantes com dificuldade.

Segundo o Dell’Agli (2010, p. 140 apud  CAETANO; YAEGASHI, 2014, p.175), quando o aluno se sente seguro e confiante, o processo de ensino-aprendizagem  acontece de forma agradável, é como se a criança não tivesse medo de se arriscar. Durante sua pesquisa, o estudioso observou que os professores afirmam que as crianças que se sentem confiantes, “além de se esforçarem, parecem pensar antes de responder, solicitam ajuda e mantém suas ações dirigidas para a tarefa em curso” (DELL’AGLI, 2010, p.165 apud CAETANO; YAEGASHI, 2014, p.175).

Observa-se que muitas vezes os educadores não percebem que a atenção, o envolvimento e a proximidade são essenciais para o sucesso do aluno. Os professores afirmam que consideram os três aspectos; contudo, na prática, verifica-se que os alunos que aprendem com facilidade ou se destacam em sala de aula tendem a ser beneficiados com atenção, o envolvimento e a proximidade dos professores.

Para Caetano e  Yeagashi ( 2014), a família incentiva seus filhos a serem os melhores, e a escola acaba por apoiar os que se destacam; ao passo que aqueles quietos, tímidos, opacos, com dificuldades, ficam por vezes “esquecidos”. Essas ações com o tempo vão se naturalizando e os hábitos vão sendo determinados: professores preconizam relações de estabilidade emocional com alguns e acabam deixando outros, mantendo um laço de afetividade que prioriza apenas os que se destacam.  

 

Nenhuma pessoa é igual à outra. O cérebro humano é constituído por mais de 200 milhões de neurônios, que produzem, em cada minuto, uma incontável profusão de sinapse. Além disso, o próprio corpo é verdadeira constelação de órgãos, e a nossa vida nos submete a cada instante a tal diversidade de experiências, que milagre algum poderia fazer duas pessoas serem biológica e emocionalmente iguais.

 

Cada ser humano é, assim, proprietário de uma individualidade que não o iguala a ninguém nem a si mesmo como era há alguns dias antes. É por essa razão que é essencial o afeto personalizado, e é por isso que esse sentimento compreende que cada um é literalmente único e que a individualidade de cada pessoa impede que se generalizem comparações ou suposições de que existem pessoas iguais. (ANTUNES 2006)

 

           O professor precisa aprender a decifrar o jeito próprio de cada criança e de cada adolescente.

 

Toda pessoa é capaz de aprender, mas nem todos aprendem da mesma maneira. Existem estilos diferentes de aprendizagem, e se existem alguns para os quais as palavras falam mais que a figura, existem outros para quem a  imagem diz bem mais que o som. Ajudar um filho ou um aluno a aprender significa antes perceber qual o estilo de aprendizagem e, ao respeitar esse estilo, respeitar a individualidade. (ANTUNES 2006, p.187).

 

Se uma criança ou um adolescente apresenta dificuldade em aprender da maneira como se ensina, o professor deverá buscar forma de ensiná-los de uma maneira que possam efetivamente aprender.

 

Por outro lado, se sabe que a ausência e/ou negligência da família junto à criança tende a ser fator que também pode desencadear a dificuldade de aprendizagem. A família concebe a escola como instituição responsável por garantir o sucesso dos filhos. Essa preocupação em “garantir” o futuro é uma questão que merece ser compreendida. Antes de preparar os alunos para o futuro profissional, a escola precisa se preocupar em garantir que se desenvolva em diferentes aspectos: afetivo, cognitivo, social e moral. (CELSO ANTUNES 2006).

 

 

3 A RELAÇÃO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 

 

Conforme a observação de Antunes (2006) a afetividade familiar não brota de forma espontânea, pois, tal como planta valiosa em vaso frágil, necessita ser cuidada com atenção e com persistência, por isso é essencial que se aprenda a cuidar. É por essa razão que a presença de pais em escola não pode se limitar ao aspecto social da instituição, ou a busca de informações relativa ao desempenho dos filhos.

 

Cabe à família perceber claramente seu papel e sua responsabilidade em socializar seus filhos, definindo os valores que priorizam e deixando bem claras as metas que buscam. Quando esses valores e essas metas não são assumidos como um programa, surgem o desencanto e a violência. A violência na infância e na adolescência não é prerrogativa do poder econômico ou de classe social, pois aparece nas classes menos favorecidas e também nas mais bem aquinhoadas. O que efetivamente representa a diferença é a capacidade de a família estabelecer vínculos sólidos, verdadeiramente afetivos ( ANTUNES, 2006).

 

Tratando-se da relação dos pais e professores, Celso Antunes (2006) diz que, quando os pais e professores proclamam línguas diferentes, o controle da disciplina se torna bem mais complexo, e a estruturação da personalidade perde-se entre o antagonismo de modelos em conflitos. Para que esses males da educação não comprometam a pessoa que existe em todo o aluno, é necessário e essencial que exista alguma uniformidade, e essa é apenas uma das muitas razões por que é importante que os pais venham à escola, conversem com os professores, percebam a dimensão do seu trabalho e, respeitando-o, possa em casa educar melhor.

 

A importância do escutar os filhos e alunos é bem mais que ouvir. Ouvir é saber disponibilizar os ouvidos para colher a fala que chegar; mas escutar é muito mais, porque escutar envolve, além da audição, a atenção e o afeto. Ouvir os filhos e os alunos é importante, mas saber escutá-los na hora que necessitam e não apenas nas horas em que professor ou família querem é absolutamente essencial.  (ANTUNES, 2006).

 

Apenas se pode educar com afeto quem se conhece bem, quem sabe que não sabe, mas acalenta plano em buscar saber, quem reconhece seus erros, percebe seus limites e dimensiona suas limitações, mas sabe que o anseio em melhorar jamais envelhece. Educar consiste em um permanente refletir e em um insistente redescobrir-se. (ANTUNES, 2006).

 

Não se educa profissionalmente na escola e em casa, mas educa-se sempre em que se descobre que seu papel é essencial. Além do mais, é preciso entender as próprias motivações, emoções e decidir colocar em prática atitudes que levem a transformações verdadeiras. Atualmente se percebe que os pais responsabilizam as escolas pela educação de seus filhos, e as escolas, em muitos casos, sentem-se incapazes de intervir em tantos conflitos emocionais. Há, porém, necessidades que jamais serão supridas dentro de um ambiente escolar; os pais não podem nem devem fugir desta realidade.

 

A educação é um processo construído em parceria. Cabe à família e à escola buscar uma direção única para “olhar” e ter ações e estratégias que visam a um fim em comum: o ser integral, como cidadão ético, instrumentalizado para se tornar um “ser” completo, que interage com o meio com o qual convive de forma afetiva, com autonomia e que dá valor a vida. Mas para a formação deste ser íntegra, a família/escola são essenciais neste processo de construção.

 

 A educação há muito tempo era vista como etapa: educa-se em casa e, depois, na escola. Hoje se observa que as instituições jogam a responsabilidade de educar uma para a outra, esquecem cada uma o seu papel, na educação familiar e escolar.  Os problemas surgidos na escola - indisciplina, dificuldade de aprendizagem, vandalismos - poderiam ser amenizados se houvesse uma aproximação maior entre as duas instituições, se ambas mostrassem interesse para trabalhar juntas.

 

Se a ideia da educação como um processo é um consenso - e temos uma criança ou um adolescente, que é educado em casa e na escola -, ambas as instituições devem ter a mesma finalidade: a formação do ser integral, ético, autônomo, motivado e amante da vida. Com esta visão, a educação passa da porta da casa e da escola e chegam aos relacionamentos vivenciados entre alunos, pais, professores e comunidade. 

 

A família e a escola precisam compartilhar uma ideia em comum quanto ao sentido que concebem de educação.  Para Lipman (1990, p.24 apud CASTRO, 2014, p.65), a nova e ideal visão de ensino:

 

[...] requer sujeitos ensinantes dispostos a examinar suas próprias ideias, a comprometer-se com a investigação dialógica e a respeitar o sujeito aprendente com o qual está construindo uma nova ordem educacional; esse ser ensinante precisará despir-se dos preconceitos e dos falsos paradigmas educacional; para então, construir juntos com esse ser que aprende a verdadeira educação reflexiva (LIPMAN,1990 p.24 apud CASTRO, 2014, p.65)

 

                                                                                                                                                                                                                                                                           

Na educação atual, a construção do ser não ignora nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se, capacidade para relacionar-se, emoções, sentimentos e espiritualidades. A educação do ser integral é vista como um processo a ser construída não como uma substância pronta. Um “ser” que está em processo de gestação para finalmente dar à luz ao ser integral.

 

Os pais e os professores não devem ser vistos pelas crianças como pessoas ansiosas, vítimas das circunstâncias, desamparadas e descontentes, sofredoras e desprovidas de fé. Assim será construído na infância o caminho do exemplo. A escola torna-se parceira na construção deste caminho do exemplo.  O lar é o ponto de partida, a primeira instituição, porém precisa ter clareza em relação à ação de educar, tendo consciência de que a educação familiar carrega afeto, desejos e sonhos, para formar sujeitos mais humanos. Não deve, todavia, desconsiderar o professor com a ideia de achar que o exemplo deles e dos demais educadores na escola são irrelevantes, porque a escola é a única instituição que possibilita a construção do conhecimento do aluno. Apesar da profissão do professor ser árdua, os vocacionados estão sempre em busca de ampliar seus conhecimentos, buscando novas metodologias que possam contribuir no processo de ensino/aprendizagem de forma prazerosa (CASTRO, 2015 ).

 

Não se dá felicidade aos alunos, mas pode-se ser exemplo de felicidade. Segundo Camargo:

 

Toda criança aprende pela imitação dos exemplos que tem. Ao se garantir uma infância saudável, emocional, intelectual e espiritual, chegar-se-á à meninice e à adolescência como jovens educados para o sentir e com o caráter bem formado. (CAMARGO, 2003 p.21 apud CASTRO; 2015, p.66).

 

 

 

Educar não é uma tarefa fácil, exige dos pais e professores responsabilidade e compromisso. Pais e professores resilientes,[1] pelo exemplo, contribuem para a construção dessa capacidade, fortalecendo amplamente o ambiente familiar e escolar, recebendo, assim, um benefício coletivo. Pais e professores que vivem se queixando, reclamando, lamentando, que possuem uma baixa autoestima, que não possuem autoconfiança, que negam o princípio da auto corresponsabilidade e que não se valorizam não são referência de resiliência para crianças e adolescentes. (CASTRO; 2015).

 

A família é a primeira instituição social que o homem conhece. Diante das mudanças ocorridas na sociedade, os valores fundamentais para uma vida equilibrada e feliz, são transmitidos através do amor, da partilha, do respeito, da unidade, que são a base fundamental na constituição familiar. Ao chegar à adolescência, quando precisa definir o seu projeto de vida e vivenciar sua autonomia, a pessoa recorre ao alicerce dado pela família, e este é reforçado pela vivência escolar (CASTRO, 2015).

 

No processo de construção, a criança, antes da fase adulta, passa pela adolescência. Para relacionar-se com o adolescente, seja no ambiente familiar ou escolar, é preciso considerar uma forma de acompanhamento mais democrática: por meio do diálogo, do pensar e decidir juntos. É necessário buscar e encontrar soluções moderadas e pacíficas, através de conversas abertas sobre assuntos de interesses do adolescente, como sexualidade, papel da autoridade e relacionamentos grupais.

 

Este canal de abertura que deve existir na família e na escola vai preenchendo as paredes da construção, que, nesta fase, não está mais no alicerce. A criança cresceu apesar das atitudes de negação de muitos pais/responsáveis e professores, precisa definir o seu projeto de vida e vivenciar sua autonomia, a pessoa recorre ao alicerce dado pela família, e este é reforçado pela vivência escolar. (CASTRO, 2015).

 

Segundo Steinberg (2004 p.13 apud CASTRO, 2015, p.68), “bons educadores criam um ambiente familiar-escolar em que favoreçam o equilíbrio emocional e os elementos associados a ele”. A honestidade, a empatia, a autoconfiança, a gentileza, a alegria de viver, o bom humor, a resiliência, tudo isso combinado é que produz pessoas com curiosidade intelectual, motivação para aprender, desenvolver-se e vontade de produzir e de socializar de forma sadia, longe dos vícios (fumo, drogas, álcool, sexo desvairado). Steinberg (2004, p.01, apud CASTRO, 2015, p.69) diz que “[...] “a síntese ideal do relacionamento pais e filhos reside na mudança de comportamento dos pais não das crianças, adolescente e jovens”.

 

Para construir uma educação de limites e afetividade, é preciso promover encontros: encontro entre os professores da família e os professores da escola e, principalmente, entre os alunos e os professores, para se atingir a plena interação – o “ ser” com o “vir a ser” -, pois o “verdadeiro papel dos ensinantes é ensinar a voar... não cortar as asas”.  É importante que o professor impulsione o aluno a observar o mundo que o cerca, e motive-o a ser investigador do seu próprio conhecimento, pois só assim poderá adquirir respostas que expliquem a sua realidade. (CASTRO, 2015).

 

Assim como no ambiente familiar, o professor deve ter na escola um lugar de segurança. Os educadores do ambiente escolar devem ter a consciência de que as mensagens são transmitidas com palavras ou sem palavras. As principais mensagens que a escola deve passar é a da segurança: de ser desejado, de ser amado, de poder confiar, de não ser julgado, de possuir sentimentos, de receber empatia e de ter seu desenvolvimento individual respeitado. (CASTRO, 2015).

 

Esta segurança pode ser repassada todos os dias na chegada da escola e na saída do aluno, quando ele perceber a alegria dos educadores com a sua chegada e, também, com uma despedida afetiva e a mensagem de “ até logo”. A aula foi, nestas condições, um encontro entre alunos e professores; um encontro de construção. (CASTRO, 2015). 

 

O amor que a criança precisa receber na escola deve ter a mesma essência do amor familiar, a diferença é que em casa o número de filhos é bem mais limitado; na escola, este amor é mais elástico, mas não deixa de ter a essência da doação, da entrega, do importar-se com o momento e com as circunstâncias, da capacidade de serem felizes juntos.

 

Para gerar um clima de confiança entre aluno e professor, este último precisa ser alguém confiável: coerente em seu falar, não envolvido em fofocas ou discussões inúteis, verdadeiro e com capacidade de admitir seus próprios erros e corrigi-los. Com este professor, o aluno se sente seguro para falar de seus sentimentos e falar sobre seus comportamentos. .(CASTRO, 2015).

 

O aluno só sai do seu estado de defesa, quando ele sabe que será ouvido, compreendido, acolhido, corrigido, e disciplinado com amor. Os rótulos que seguem todas as séries, nos corredores das escolas ou nas salas de aula, preparam um terreno desfavorável para o acolhimento do aluno ele é acolhido com um julgamento realizado. A falta dessa segurança desqualifica o relacionamento dentro do ambiente e gera muitos conflitos.

 

Para a autora Edileide Castro, é fundamental que a escola valorize, compreenda, respeite, o aluno; para ela, muitas vezes o aprendente (como assim ela chama), não é respeitado na sua dor, tristeza, raiva diante de situações vivenciada na escola ou família, e sim, muitas vezes zombados por alunos e professores. Os educadores (como assim ela chama) da escola têm que lembrar que aluno tem sentimento.

 

Verifica-se que a segurança de possuir sentimentos precisa ser vivenciada por todos dentro do espaço escolar.  O aluno pode ser estimulado, desafiado, acompanhado individualmente, mas, acima de tudo, necessita de segurança de que terá seu ritmo de aprender individual respeitado. A criança ou o adolescente gosta da escola quando os limites são estipulados de forma afetiva; quando ele sente que cuidam dele. (CASTRO, 2015).

 

O aluno quanto ao seu desenvolvimento individual precisa se sentir seguro e respeitado. A segurança de ter seu ritmo respeitado é um alívio para o (aluno) “A escola quando trabalha em parceria com a família. Consegue atingir os objetivos a que se propõe” (CASTRO, 2015, p.76). Esta segurança dá ao aluno confiança de que não será comparado a outros, de que não precisa ser como o colega, de que não receberá sermões do tipo: “siga o exemplo do colega X ou Y que faz melhor”.

 

           Para dar esta segurança, segundo Castro (2015), é preciso ter estratégias e metodologia de ensino que possibilitem a aprendizagem de maneiras diferentes, através da ludicidade visto que há diferentes estilos de aprendizagem. O professor precisa olhar para o aluno quando chega à sua sala e acompanhar a evolução dele, e não apenas ter um referencial de ideal e compará-lo a este referencial. (CASTRO, 2015).

 

  “Na relação entre professor e aluno, a transferência se produz quando o desejo de saber do aluno se liga a um elemento particular que é a pessoa do professor” (CASTRO, 2015, p.81). Com isso, o conteúdo a ser ensinado deixa de ser o centro do processo pedagógico, e a figura do professor e sua significação para o aluno passa a ser a chave do aprendizado. É importante compreender que a transferência é um processo inconsciente, pois não se escolhe amar ou odiar esse ou aquele professor, porém transferir sentimentos bons ou ruins vai depender da situação. (CASTRO  2015, p. 82).

 

A figura do professor passa a fazer parte do cenário inconsciente do aluno, recebendo uma significação própria, e, a partir de então, este só será escutado e entendido por meio deste lugar onde é colocado. Quando este lugar é favorável, o processo de aprendizagem é beneficiado; quando este lugar é desfavorável, o processo de aprendizagem é prejudicado, visto que a figura do professor transmite uma mensagem negativa para o aluno.

 

Tratando-se da relação professor-aluno, pode-se compreender que esta relação pode trazer um vínculo de amor, afetividade, confiança, respeito, valorização ao descobrimento do potencial e das habilidades do outro. É com afetividade que a criança se percebe, aprende a se amar, passa a transferir esse afeto em suas vivências e com isso o seu desempenho escolar passa a ser melhor. Pode-se compreender a noção de transferência como um dos fatores que pode contribuir para um bom entendimento na relação entre professor-aluno.

 

Mas esta relação também vai depender de um ambiente em que haja afinidade do professor com os alunos; acesso para o diálogo; o respeito para ouvir o outro, refletir e compreender o grau de conhecimento dos alunos e criar um vínculo entre o seu conhecimento e o dele. O êxito na aprendizagem vai depender da relação ou transferência positiva ou negativa  que terá o aluno com o professor ou vice-versa.  

 

 Ao ocorrer uma relação transferencial entre professor e aluno, este pode transferir para o professor afetos dirigido ao pai. Assim, no caso de não se relacionar bem com o pai, ele não se dará bem com este professor, que precisará de grande esforço para conquistá-lo. Isto porque a relação transferencial é inconsciente. Da mesma forma, o professor pode transferir uma série de questões suas, inconscientes, para o aluno. (CASTRO, 2015, p.78)

 

Maria Cristina Kurpper (1992 apud CASTRO; 2015, p.78) diz que “primeiro deve se pensar na transferência[2] do professor em relação ao aluno: quem fala faz a transferência e põe o outro em um certo lugar. ”  Assim como o analista arruma o sentido da fala, ao professor cabe dar o rumo da aula.

 

        Assim como a mãe tem suas expectativas em relação ao filho, supondo que a criança é muito mais do que de fato é, e estas expectativas a ajudam a aguentar o trabalho com a criança; o professor precisa ter suas expectativas em relação ao aluno para também aguentar o trabalho pedagógico. Assim, um educador não pode ser um cético, agnóstico, melancólico ou depressivo, contumaz, pois o aluno precisa é de paixão, esperança, empolgação. Deve transmitir aos educandos a esperança de que podem ser melhores do que são. E os alunos vêm em busca disso.  (CASTRO, 2015).

 

O ato de aprender pressupõe uma relação com outra pessoa: a que ensina. Tanto o professor, quanto o aluno, enfrentam desafios no cotidiano em relação ao conhecimento e às mudanças que ocorrem no mundo. Atualmente há grandes transformações principalmente no avanço tecnológico, na sociedade que se transformou dando menos importância aos valores e a ética. E o professor atual precisa ter sua bagagem, ampliar seu conhecimento, e, além disso, transformar sua prática diária de acordo com a nova família e o novo aluno. É fundamental que o professor tenha uma boa relação com o aluno, pois o seu vínculo possibilitará com mais facilidade a aprendizagem do aluno.

 

             Entre esses dois personagens, o que ensina e o que aprende, no processo ensino-aprendizagem, será estabelecido um campo de relações que propiciará as condições para que haja a aprendizagem.

 

          A impossibilidade da educação não está na aprendizagem, mas na tentativa de controle do processo educativo. Aquilo que se aprende e se elabora no ato educativo está para além da previsão e do domínio dos pedagogos, pois se encontra submetido às leis que regem o psiquismo humano, dentre ele, as da transferência. Quem define a disciplina ou indisciplina é o professor, o adulto do processo que deve deter a autoridade. (CASTRO, 2015, p. 80).

 

Assim, segundo Castro (2015), o dilema atual não é voltar à escola de antes, mas reinventar a escola de hoje, que faça funcionar a cena escolar. Para tanto, o educador não pode ignorar a tradição, a demanda cultural existente, as normas e os valores sociais transmitidos de geração a geração, senão vai querer educar a partir do nada; e não vai conseguir. A definição clara dos papéis do aluno e do professor no ambiente escolar é essencial nesta reinvenção.

 

Ao se tratar da sociedade e da afetividade, se sabe que, além da educação que se conquista, ela possibilita ao indivíduo um processe de socialização, de experiências, de caráter e das relações que terá socialmente. Como se sabe, a educação não acontece só na família, nem na escola, mas em vários setores sociais, no quais o indivíduo convive como: Igreja, clube, teatro, na rua, etc. É na relação com o outro que o ser humano se desenvolve; se torna um ser único e singular com sua forma de pensar, e a relação professor e aluno possibilitarão a transformação do sujeito social. A afetividade também faz parte desta constituição do ser humano.

 

É fundamental compreender a forma como a sociedade educa, para fazer dela uma aliada na educação da afetividade. É pelo convívio que a criança tem com a comunidade com a qual está inserida, que aprende a sua cultura, é nela que é compreendida e interagem com os membros da sua sociedade, é desta forma, que vai dando continuidade ao processo de socialização.

 

Com seus mitos, ritos e regras que o sujeito vai adquirindo a significação da vida e a descoberta do outro. São pela referência da cultura que se acessam os filmes, programas, pelas falas que se ouvem nas ruas, pelo que se leem nos jornais e em outras mídias é que o sujeito vai se obtendo a sua identidade e com o tempo descobre quem é, e quem o outro é.   (ANTUNES, 2006)

 

          Porém o que a sociedade não se estrutura é por meio da formalização que se encontra na escola e na família. Daí a importância dos pais e educadores saberem como virar o vento, ou seja, como distorcerem certos ensinamentos sociais a seu favor, que, por meio de seus instrumentos, leva o sujeito a saber que pertence a um lugar e que vive os valores de uma época. Em todos os tempos, essa canalização do vento foi importante, e ainda o é agora, quando a sociedade começa ruidosamente a quebrar as regras essenciais à convivência, valorizando muito mais o ter do que o ser, instigando o prazer imediato a qualquer custo, desorganizando o que com tanto esforço a escola e a família buscou organizar.  A afetividade é fundamental para distinguir determinados valores oferecidos pela sociedade. (ANTUNES, 2006, p. 50)

 

           A família e a escola devem mostrar aos alunos/filhos que a sociedade que os envolve agrega falsos valores, e o indivíduo é fruto da escolha entre o certo e o errado. O ser humano busca no conhecimento socialmente aceito o que possa permitir a sua convivência com outras pessoas.  Cabe aos pais preparar seu filho para o “ser”, porque o mundo em que se vive hoje apronta o sujeito para o "ter”. (ANTUNES, 2006). É de extrema importância que o jovem entenda e compreenda que, ao mesmo tempo em que ele pode ser vítima da sociedade que valoriza o ” ter”, ele também pode ser o gerador, a partir do momento em que valoriza a estética e não o conteúdo, o consumo e não as ideias, o ter e não o ser, e assim sucessivamente. A base familiar é fundamental, para que o sujeito não perca a sua real natureza.

 

          O jovem é envolvido pelo pensamento de que, se todos são egoístas, necessitará ser egoísta também. Então cabe aos pais e professores ensinarem a criança e aos jovens a não apenas olhar, mas, sobretudo, a ver, descobrindo que, se quiserem, podem fazer a diferença.  Quando uma criança cresce olhando a sociedade que a envolve e sentindo que lhe cabe insubstituível papel de cuidador, descobre meios de proporcionar ao objeto de seus cuidados os caminhos do afeto. Toda criança, quando percebe que pertence efetivamente à sociedade e descobre que é amada, anseia para efetivamente participar do mundo que a envolve. Ao descobrir o desejo de cuidar de si, surge a necessidade de cuidar do outro e se estrutura a noção autêntica de cidadania, que é o ato de cuidar da cidade, onde a sociedade se estabelece, pois, como diz Antunes (2006, p.51), “ Não é possível ensinar todas as formas de cuidado, mas é possível criar o desejo de cuidar”. 

 

          Em relação à instituição familiar, quando a criança, nos seus primeiros anos de vida, recebe uma qualidade de vida afetiva, consequentemente viabilizará sua aprendizagem. O ambiente afetivo em que a criança vive se tornará propulsor das aprendizagens produzidas por ela. Para o ato de aprender, é fundamental a presença de dois seres concretos que interagem em uma situação única. Esse par educativo é capaz de provocar inúmeras e importantes aprendizagens, seja ela composta por uma criança e seu pai, ou ela e seu professor, ou ainda a criança e outra criança, se houver a clara intenção, o ambiente e o clima favorável para que um queira aprender o que o outro queira ensinar. (ANTUNES, 2006)

 

            Pode-se afirmar que as primeiras experiências relacionadas à aprendizagem são oriundas da relação mãe e filho, ou de quem estiver fazendo esse papel, e da afetividade que se estabelece nesse processo. O que vai embasar o processo de desenvolvimento da compreensão do mundo externo é a relação afetiva existente entre esse par educativo. É nessa relação que se estabelecem os primórdios do que será essa pessoa como aprendiz, sem esquecer-se de considerar o caráter social e afetivo, além do familiar na construção do estilo de aprendizagem de uma pessoa.  (PAROLIN, 2010).

 

Para Parolin (2010), o ser humano é um ser cognoscente, que aprende em diferentes situações e, com suas aprendizagens, torna-se senhor de si mesmo, do seu mundo, e das múltiplas redes relacionais que ele conseguir gerir e gerenciar. Os educadores precisam ter claro que esse movimento tem um clima emocional, tem um tom relacional e é momento privilegiado em que aprendizes e educadores autorizam-se a conhecer e a conhecer-se.

 

(...) desde o começo do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se ao ser formado. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 1996, P.23 apud PAROLIN, 2010. p. 54). 

 

                                      

 

          É importante e fundamental que o professor conheça cada aluno seu como alguém singular e procure respeitá-lo em sua individualidade, proporcionar um ambiente emocional que favoreça a manifestação desse ser e torne possível uma ação pedagógica que contemple o aprendiz em sua totalidade e plenitude.

 

         Segundo Parolin (2010), a aprendizagem acontece em um contexto sócio afetivo e educativo, em um clima emocional entre pessoas comprometidas entre si e com o conhecimento, é no envolvimento social que se origina o processo de aprendizagem. Pela postura do professor ele pode ser um facilitador ou não no desenvolvimento do aluno em construção. A escola tem um papel importante e singular na construção do sujeito, papel, aliás, que tem aumentado significativamente ao longo dos tempos, já que cada vez mais as crianças ficam mais tempo na escola aos cuidados dos professores. A escola é parceira da família na construção do cidadão, pois é ela a instituição que tem a peculiaridade de ser fortemente socializadora tanto do conhecimento quanto das experiências   entre pessoas. (PAROLIN, 2010, p.55)

 

          Quando uma criança entra na escola, ela passa a viver sob outros contratos, estabelece outras relações, submete-se a outras regras e convive a partir do que construiu em sua vida afetiva. Reconhecer as emoções como parte do ato de aprender e identificar a reciprocidade entre afetividade e inteligência como um agente interativo à atividade de construir conhecimento,  é essencial  para que os educadores  possam planejar e administrar  uma ação verdadeiramente educativa.  (PAROLIN, 2010, pp. 55,56)

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

É possível uma contribuição dos professores e da família na formação dos alunos , na medida em que ao integrar-se com o espaço educacional, e ao incluir a família na dinâmica cotidiana do espaço escolar, favorece a constituição de equipes interdisciplinares capazes de pensar e projetar a formação de alunos cidadãos, especialmente quando nos Projetos Político-Pedagógicos das escolas, formalmente, decidem incluir nos currículos a formação para os Direitos Humanos, visando à construção coletiva de alunos cidadãos, tomando como referência a interação e a indissociabilidade entre os conhecimentos teóricos e práticos que fomentam o exercício da cidadania e assim, formar alunos-cidadãos fomentando assim a cidadania com a educação inclusiva.

 

REFERÊNCIAS

 

ANFOPE, Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação. In: Encontro Nacional da ANFOPE, 10., 2000, Brasília, DF. Documento Final. Brasília, DF, 2000.

 

ARAÚJO, Helena Costa; MAGALHÃES, Maria José. Des-fiar as vidas: perspectivas  biográficas, mulheres e cidadania. Lisboa: Comissão para Igualdade e para os Direitos das Mulheres, 2000.

 

ARROYO, Miguel  G. A infância interroga a pedagogia. In: SARMENTO, Manuel; GOUVEA, Maria Cristina Soares de (org).  Estudos da infância: educação e práticas sociais. 2 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2009. p. 119-140.

 

ARROYO, Miguel G. Ofício de mestre: imagens e autoimagens. 12ª ed.,

 

 

 

BRAGANÇA, Inês F. S. O/a professor/a e os espelhos da pesquisa educacional. Revista

 

Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 90, n° 224, p. 87-101. Jun/Abr, 2009.

 

 

 

BRZEZINSKI, Iria. Pedagogia, pedagogos e formação de professores: busca e movimento.

 

Campinas, SP: Papirus, 1996.

 

 

 

CANDAU, Ana Maria A. ; BERALDO, katharia E. Arnold. Interação criança-criança: resurgimento de uma área de pesquisa e suas perspectivas. Instituto de Psicologia/ USP, São Paulo, n 77, p. 55-61, novembro de 1997.

 

CORSARO. William A. Reprodução interpretativa e cultura de pares. In: In: MÜLLER, Fernanda; CARVALHO, Ana Maria Almeida (org). Teoria e prática na pesquisa com crianças : diálogos com William Corsaro. São Paulo: Cortez, 2009, p.31-50.

 

CURY, Carlos R J. Direito à Diferença: Um Reconhecimento Legal, in Educação em Revista, Belo Horizonte, Nº 30, Dez/99, 2003.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

 

________. Conscientização; teoria e prática da libertação: Uma introdução do pensamento de Paulo Freire. São