RESUMO: COMBUSTIVEÍS NÃO CONVECIONAIS Os Estados Unidos são, hoje, a região de maior avanço na exploração, no desenvolvimento e na produção de reservas não convencionais de gás, tendo a nova produção reduzido muito o preço do gás natural americano. Em muitos países as reservas de combustíveis não convencionais já identificados são consideradas significativas. Localizadas em terra ou no mar, seus recursos poderão desenvolver o mercado tanto de gás como de petróleo no mundo acima dos níveis actuais a que estes produtos são colocados para o consumo. No presente artigo, são abordados diversos aspectos – políticos, institucionais, econômicos, ambientais, geográficos e tecnológicos – da experiência americana na exploração e produção de recursos não convencionais, bem como as perspectivas desse mercado. São ainda enunciados os conceitos, a distribuição, o papel e os efeitos negativos e as perspectivas para o mundo futuro dos combustíveis não convencionais. O mercado de gás de gás em Moçambique é apresentado, para elaborar uma reflexão, tendo em conta a experiência americana, apontando-se as perspectivas e os desafios para o desenvolvimento da exploração de gás não convencional no país. Palavras_Chave: Combustíveis não convencionais   Índice RESUMO: COMBUSTIVEÍS NÃO CONVECIONAIS i Índice de Figuras iv Índice de Tabelas v CAPÍTULO I - 1 - INTRODUÇÃO - 1 - 1.1. Contexto - 1 - 1.2. Problema - 1 - 1.3. Perguntas do Pesquisas - 2 - 1.4. Objectivos - 2 - 1.4.1. Objectivo Geral - 2 - 1.4.2. Objectivos Específicos - 2 - 1.5. Justificação - 2 - 1.6. Estrutura do Trabalho - 3 - CAPITULO II - 1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - 1 - 2.1. Combustíveis fósseis - 1 - 2.2. O Petróleo e sua Origem - 1 - 2.3. Combustíveis não convencionais - 2 - 2.4. O Pré-sal e o Shale Gas - 5 - 2.5. Combustíveis alternativos - 6 - 2.5.1. Combustíveis gasosos - 7 - 2.5.2. Combustíveis líquidos - 7 - CAPÍTULO III - 8 - METODOLOGIA - 8 - 3.1. Método de Recolha de Dados - 8 - 3.2. Colecta de dados - 9 - 3.3. Tratamento de Dados e Resultados - 9 - 3.4. Delimitação do Trabalho - 9 - CAPITULO IV - 10 - APRESENTACAO E ANALISE DOS DADOS - 10 - CAPITULO V - 14 - CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES - 14 - 5.1. Conclusões - 14 - 5.2. Recomendações - 14 - CAPITULO VI - 16 - REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICAS - 16 -   Índice de Figuras Figure 1: Expansão do Petróleo e Gás - 10 - Figure 2: Panorama Actual de Produção e Consumo dos Combustíveis e Perspectivas para o Petróleo - 11 - Figure 3: Panorama Atual e Perspectivas para o Gás Natural - 12 -   Índice de Tabelas Table 1: Amostra da Pesquisa - 9 - Table 2: Alguns Países com reservas de gás não-convencional no mundo - 13 - CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1.1. Contexto Desde a sua existência, o Homem insensatamente vem desenvolvendo descobertas para a melhoria da sua vida na terra. É daí que entre muitas destas descobertas, avança actualmente, com grande potencial para os Combustíveis não convencionais. E, tornando-se, desta forma imprescindível estudar a importância destes combustíveis na vida humana, a forma como o Homem os pode ou consegue explorar e produzir, a diferença económico-social e tecnologia com os combustíveis fosseis, as vantagens relacionadas com a sua possessão pelo Homem, nos foi proposto este tema para pesquisa e dissertação. Assim, este tema constitui, desde já, um grande interesse ao grupo de estudantes que o desenvolveu por um lado, permitir o conhecimento consolidado ministrado durante as aulas e, sendo uma área que envolve grande aplicação de tecnologia industrial, que hoje em dia domina o mundo, a uma percepção de como estes recursos são produzidos, os países que se acentuam no seu desenvolvimento, a sua contribuição no desenvolvimento económico em todo o mundo, perceber ainda como esses recursos podem ou chegam a dar origem a conflitos entre povos. Um aspecto que importa neste estudo são as convenções que o mundo toma para mitigar efeitos adversos decorrentes da descoberta, exploração e produção destes combustíveis. Sobre este tema, correm muitas pesquisas, discussões de acadêmicos, cientistas, economistas, instituições públicas baseando-se em uma vasta bibliografia sobre o assunto que também é reportado no quotidiano pelos órgãos de comunicação social: rádios, jornais e televisão. Em Moçambique um país emergente na descoberta e produção de gás não convencional, os estudantes procuraram avaliar com bases em dados que adiante são apresentados como esse fenómeno ocorre, que perspectivas futuras desejáveis são esperados, que desafios são colocados aos estudantes e nossos governos. 1.2. Problema Actualmente, cientistas têm estado terminantemente empenhados em vários estudos acerca dos combustíveis fósseis na vertente da sua existência e do consumo pelo Homem, na Natureza; Verifica-se, no entender da maioria dos cientistas e economistas, o possível esgotamento dos combustíveis convencionais na natureza, antevendo, nessa base, um mundo futuro de incertezas, de dificuldades. 1.3. Perguntas do Pesquisas 1. Quais são os tipos de combustíveis que a humanidade tem vindo a explorar e em que proporções e características essa produção é desenvolvida? 2. Quais são no planeta, os países que desenvolvem a exploração, produção dos combustíveis fósseis não convencionais, as vantagens, facilidades e/ou dificuldades enfrentadas e suas espectativas do futuro para a vida humana e do meio ambiente? 3. Quais são as medidas adequadas que os países que realizam descobertas de combustíveis fósseis não convencionais, devem adoptar para mitigar o risco de contaminar o meio ambiente de produtos tóxicos destrutivos e capitalizar a sua produção dos combustíveis não convencionais? 1.4. Objectivos 1.4.1. Objectivo Geral • Analisar o papel dos combustíveis não convencionais 1.4.2. Objectivos Específicos 1. Identificar os tipos de combustíveis não convencionais, a forma como são explorados e em que países são desenvolvidos incluindo suas características; 2. Identificar os países que desenvolvem e exploram os combustíveis não convencionais, sua importância no desenvolvimento do Homem e do meio ambiente; 3. Recomendar medidas para a protecção do Homem e do Meio Ambiente. 1.5. Justificação Importância teórica: trazer conhecimentos de carácter científico aos estudantes do curso de mestrado em gestão de negócios de gás e petróleo, de forma a poderem não só perceber o que o estudo sobre os combustíveis não convencionais encerra, como também, serem capazes de transmitir aos outros o valor desse estudo; Importância prática: o trabalho irá contribuir no melhoramento da concepção dos contratos de concessão e produção bem como de partilha de produção, dos hidrocarbonetos em Moçambique pelos vários intervenientes neste negócio, tendo em conta que os estudantes, directa ou indirectamente fazem parte desse processo; 1.6. Estrutura do Trabalho O presente trabalho apresenta uma estrutura composta por 5 capítulos. A estruturação do trabalho por capítulos permite uma melhor leitura e compreensão dos factos. Neste sentido, no primeiro capítulo apresenta-se a introdução, onde se encontra o conceito central do trabalho que é “o papel dos combustíveis não convencionais” e como o mesmo conceito central é desenvolvido durante o desenrolar do trabalho. No segundo capítulo é feita a revisão da literatura onde evidenciam-se os vários raciocínios de diferentes autores com o objectivo de fundamentar o conceito central do trabalho. No terceiro capítulo é onde se indica a metodologia usada para tornar este trabalho realizável, prevalecendo a aplicação da estratégia de pesquisa para os combustíveis fósseis. Fez-se a referência dos instrumentos de pesquisa usados além da forma como os dados foram tratados. No quarto capítulo é feita a apresentação e análise dos dados onde constam tabelas e gráficos para permitir uma melhor análise e interpretação dos dados estudados. O quinto capítulo apresenta as Conclusões e Recomendações do presente trabalho de pesquisa formuladas para ajudar as empresa de petróleo e gás em Moçambique a encontrar o melhor caminho de desenhar e gerir seus negócios de forma benéfica e salutar para si e para o povo moçambicano. CAPITULO II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O presente capítulo apresenta os conceitos ou raciocínios de diversos autores selecionados para fundamentar a ideia central deste estudo. 2.1. Combustíveis fósseis O petróleo foi um dos primeiros recursos naturais que nossos antepassados aprenderam a usar, sua participação remota a tempos bíblicos. No entanto, sua utilização mais intensa se deu, realmente, em torno de 1847, quando um comerciante de Pittsbourg, na Pensilvânia, EUA, começou a engarrafar e vender petróleo de vazamentos naturais, oil seeps, para ser utilizado como lubrificante. Cinco anos depois, em 1852, um químico canadense descobriu que o aquecimento e a destilação do petróleo produzia querosene, um líquido que podia ser utilizado em lâmpadas. Essa descoberta condenou as velas e as lâmpadas de óleo de baleia. Em 27 de agosto de 1859, em Titusville, Pensilvânia foi perfurado o primeiro poço de petróleo, com profundidade de apenas 21,2 metros, do qual se obteve 2 m3 por dia de óleo. O petróleo foi rapidamente descoberto em outros locais dos EUA, como West Virginia (1860), Colorado (1862), Texas (1866) e Califórnia (1875). 2.2. O Petróleo e sua Origem Do latim petra (pedra) e oleum (óleo), o petróleo no estado líquido é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e cor variando entre o negro e o castanho-claro. O termo petróleo é utilizado para designar tanto o óleo quanto o gás natural. O petróleo é um combustível fóssil, originado da decomposição não-oxidante de matéria orgânica armazenada em sedimentos, que migra através de aquíferos e fica aprisionado em reservatórios. A interação dos fatores – matéria orgânica, sedimento e condições termoquímicas apropriadas – é fundamental para o início da cadeia de processos que leva à formação do petróleo. A matéria orgânica proveniente de vegetais superiores também pode dar origem ao petróleo, todavia sua preservação torna-se mais difícil em função do meio oxidante onde vivem. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), atualmente, a maior parte do petróleo do mundo ainda é obtida a partir de algumas centenas de campos em terra no Irã, Iraque, Kuwait, Rússia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Venezuela, Nigéria, entre outros países. Um pouco de óleo adicional é adquirido a partir de campos offshore no Mar do Norte, Golfo da Guiné e no Golfo do México. Este óleo, chamado de convencional, sai do solo na forma líquida e requer relativamente pouco processamento antes de ser refinado em combustíveis comerciais. Os combustíveis fósseis estão separados em dois grandes grupos: Os convencionais que são aqueles cuja sua exploração não carece de elevados custos sob ponto de vista de tecnologia usada. Se encontram a pequenas profundidades de terra ou água e os combustíveis não convencionais que carecem de elevados custos de exploração e que se encontram a grandes profundidades de água ou terra, conforme iremos aprofundar como se trata do nosso tema de estudo. 2.3. Combustíveis não convencionais Em certos aspectos, os hidrocarbonetos não convencionais são semelhantes aos combustíveis convencionais. Ambos são, em grande parte, compostos de hidrogênio e carbono, e podem ser queimados para produzir calor e energia. Combustíveis não convencionais – especialmente óleos pesados e as areias betuminosas – tendem a possuir uma maior proporção de carbono para hidrogênio que o petróleo convencional, e, assim, liberar mais dióxido de carbono quando queimados. Segundo [Zalan (2012)] de uma forma geral, combustíveis não convencionais são aqueles produzidos a partir de rochas tradicionalmente consideradas incapazes de expelir volumes comerciais de hidrocarbonetos. As acumulações convencionais produzem gás a partir de rochas porosas e permeáveis, tais como arenitos e carbonatos. Acumulações não convencionais, por outro lado, produzem volumes de gás a partir de arenitos fechados e não permeáveis (tight gas), de rochas finas como folhelhos (shale gas), de carvão mineral (coalbed methane), ou de arenitos e carbonatos fechados, mas extremamente fraturados (fractured reservoirs). Outros autores, entre os quais o italiano Maugeri (2012), relacionam os recursos em águas ultraprofundas como recursos não convencionais em função do alto custo de exploração e produção de que esses produtos decorrem, o pré-sal. Se acredita que tenhamos algumas décadas de combustível fóssil, cada vez mais raro, cada vez mais caro – afirma João Marcelo Ketzer, coordenador do Centro de Excelência e Inovação sobre Petróleo, Recursos Minerais e Armazenamento de Carbono (Cepac) da PUCRS, um dos principais centros de estudo de reservatórios não convencionais no país. – A transição de um mundo baseado em combustíveis fósseis para um mundo baseado em outra fonte demora – sintetiza. Enquanto isso, países se esforçam em explorar fontes não convencionais. Em março, o Japão se tornou o primeiro país a extrair gás do chamado "gelo de fogo". Os hidratos de metano parecem gelo. Encontrados em profundidades superiores a 500 metros e temperaturas de 4°C ou menos, são compostos de moléculas de água em estrutura sólida que aprisionam moléculas de gás natural. Extrair o gás desses reservatórios, frequentes em margens continentais, tem se revelado um desafio que só é compensado por um dado ainda mais instigante: é provável que haja mais gás natural em hidratos do que em todas as demais fontes fósseis. Outra fonte não convencional, o gás de folhelho tem levado os Estados Unidos de importadores a exportadores de gás. Para extrair o tesouro gasoso que fica retido na rocha sedimentar argilosa – o folhelho, ou shale, em inglês –, os americanos fraturam a rocha em diferentes pontos. Em relação à produção, os Estados Unidos exercem a liderança. O país iniciou a produção de shale gas há algumas décadas, mas, a partir da segunda metade dos anos 2000, ela começou a se expandir rapidamente, crescendo cerca de 45% a.a. entre 2005 e 2010, quando atingiu 141 bilhões de metros cúbicos (bcm). Considerando-se todos os tipos de gás não convencional, a produção somava 358 bcm em 2010 [IEA (2012)]. O aumento da produção americana no período resultou de diversos aspectos políticos, institucionais, econômicos, ambientais, geográficos e tecnológicos que viabilizaram a extração. De fato, a necessidade de aumentar o suprimento para garantir a segurança energética do país, o apoio do governo no incentivo à exploração e à produção, o elevado nível dos preços do gás na década de 2000, a localização das reservas próximas à infraestrutura de escoamento já existente, a obrigação de atingir metas de redução da emissão de gases do efeito estufa e uma combinação de avanços nas tecnologias de produção propiciaram um ambiente atrativo aos investimentos em exploração e produção não convencional no país. O desenvolvimento da produção de shale gas em outras regiões vai depender de como esses países enxergam suas necessidades ambientais e de segurança energética e de como seus governos criarão políticas de incentivo à produção e coordenarão o estabelecimento da infraestrutura necessária. Porém, o petróleo convencional está desaparecendo. Reservas “provadas”, que são aquelas facilmente recuperáveis com a tecnologia atual, são estimadas em cerca de 1,4 trilhões de barris de petróleo. Os principais campos vão perder dois terços de sua produção ao longo dos próximos 25 anos. Com a sua saída do mercado, a produção líquida vai mergulhar de 68 milhões de barris por dia em 2009, para apenas 26 milhões de barris em 2035. Com o consumo global diário em torno de 85 milhões de barris, as reservas de óleo acabarão facilmente em uma geração. Diante desse cenário, é natural imaginarmos que os combustíveis fósseis serão necessários por um pouco mais de tempo, e que em breve eles serão ultrapassados por fontes de energia renovável. Muitos especialistas compartilham deste ponto de vista, assegurando-nos de que investimentos de expansão em energia eólica e solar vão permitir uma transição para um futuro de energias verdes e renováveis, no qual a humanidade deixará de despejar dióxido de carbono e outros gases estufas na atmosfera. Tudo isso soa muito promissor, mas há apenas uma mosca na sopa: não é o caminho que estamos tomando atualmente. A indústria de energia não está investindo de forma significativa em energias renováveis. Em vez disso, ela está derramando seus lucros históricos em novos projetos de combustíveis fósseis, principalmente envolvendo a exploração das chamadas reservas de petróleo “não convencional”. Em certos aspectos, os hidrocarbonetos não convencionais são semelhantes aos combustíveis convencionais. Ambos são, em grande parte, compostos de hidrogênio e carbono, e podem ser queimados para produzir calor e energia. Combustíveis não convencionais – especialmente óleos pesados e as areias betuminosas – tendem a possuir uma maior proporção de carbono para hidrogênio que o petróleo convencional, e, assim, liberar mais dióxido de carbono quando queimados. O petróleo não convencional geralmente requer mais energia para a extração, produzindo, dessa forma, mais dióxido de carbono durante o próprio processo de produção. Também tende a ser mais pesado e complexo, geralmente trancado no fundo da terra, preso ou firmemente ligado a areia e rochas. Outro problema associado com a produção de petróleo e gás não convencional é a ameaça de contaminação dos lençóis freáticos, já que grandes quantidades de água são necessárias para as operações de fraturamento hidráulico, separação de areia betuminosa e óleo pesado, e para o transporte e refino de tais combustíveis. Dois recursos não convencionais darão o tom do mercado global de óleo e gás nos próximos anos: o Pré-sal no Brasil e o Shale Gas nos Estados Unidos. Que papel o Brasil terá neste novo cenário nos próximos anos? Quanto às recentes descobertas do Shale Gas e do Shale Oil nos EUA que tem provocado uma verdadeira revolução na geopolítica do O&G, até recentemente foi subestimada mesmo pelas próprias autoridades americanas. As consequências deste novo cenário ainda não estão claras no horizonte, mas nos permitem vislumbrar alguns desdobramentos importantes. 2.4. O Pré-sal e o Shale Gas Recursos não convencionais são aqueles cuja tecnologia ainda não está totalmente desenvolvida para sua explotação. No caso do Pré-sal, que foi mapeado há cerca de sete anos, seus reservatórios são do tipo carbonático com óleo leve, presentes nas bacias de Santos e Campos no Brasil. Seus custos são ainda elevados, por não ter a escala necessária. No entanto, a taxa de sucesso dos novos poços é superior à média mundial da indústria. Além disso, há promissoras reservas que podem dobrar o atual volume do país (16 bilhões de barris) até 2020. O Shale Gas é o gás natural aprisionado dentro de rochas de folhelho, de baixa permeabilidade. O fator de recuperação destes reservatórios é de 20% a 30% do total, contra cerca de 80% no caso do gás convencional, mas as estimativas dos volumes de seus volumes nos EUA atualmente são maiores do que as do gás convencional. Ao longo da década de 2000, a tecnologia de perfuração horizontal, posteriormente combinada à de fraturamento hidráulico, permitiram o acesso a grandes volumes deste recurso, que até então eram inviáveis técnica e economicamente. Isto explica seu crescimento exponencial, já que ele já correspondia a 35% da produção doméstica em 2012, contra apenas 1% em 2000, segundo dados da Energy Information Administration dos EUA (EIA/US DoE). Obviamente, como não existe “almoço grátis”, há sérias questões ambientais que podem por em risco, estas descobertas (contaminação dos aquíferos etc.). Já o Shale Oil é o óleo que se formam em rochas com características geológicas semelhantes às do Shale Gas e por isso atua como um selo, possibilitando seu aprisionamento nos reservatórios. Utilizam-se as mesmas tecnologias descritas e, como muitas delas não são folhelhos, é mais comumente conhecido como Tight Oil. Devido às similaridades geológica e tecnológica, sua produção foi intensificada em função dos avanços na produção de gás não convencional, principalmente pelas companhias independentes nos EUA e depois as majors (Exxon, Shell etc), por meio de parcerias. Em certos aspectos, os hidrocarbonetos não convencionais são semelhantes aos combustíveis convencionais. Ambos são, em grande parte, compostos de hidrogênio e carbono, e podem ser queimados para produzir calor e energia. Combustíveis não convencionais – especialmente óleos pesados e as areias betuminosas – tendem a possuir uma maior proporção de carbono para hidrogênio que o petróleo convencional, e, assim, libertar mais dióxido de carbono quando queimados. O petróleo não convencional geralmente requer mais energia para a extração, produzindo, dessa forma, mais dióxido de carbono durante o processo de produção. Também tende a ser mais pesado e complexo, geralmente trancado no fundo da terra, preso ou firmemente ligado a areia e rochas. Além disso, ele possui grau API elevado, superior a 40, o que significa óleo leve de alta qualidade que está substituindo os importados e contribuindo para a redução do déficit na balança comercial americana. 2.5. Combustíveis alternativos Segundo Maugeri, cientista italiano, defendendo a sua teoria de que os “combustíveis não irão acabar”, também são conhecidos como combustíveis não convencionais, os materiais ou substâncias que podem ser utilizados como combustíveis, com excepção ou em substituição dos combustíveis convencionais, ou seja, são uma alternativa aos combustíveis fósseis (petróleo, carvão, propano e gás natural), e de materiais nucleares, como urânio. 2.5.1. Combustíveis gasosos Os impulsos que estas novas fontes de energia receberam nos últimos tempos, devem-se sobretudo a combustíveis gasosos. Assim, encontramos as seguintes formas destes combustíveis: 1. Bio hidrogénio: hidrogénio produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável de resíduos, para utilização como biocombustível; 2. Bio gás: gás combustível produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável de resíduos, que pode ser purificado até à qualidade do gás natural, para utilização como biocombustível ou gás de madeira; 3. Gás de síntese ou gasogênio: - gases obtidos ("fabricados") através dos processos de gaseificação e/ou pirólise. 2.5.2. Combustíveis líquidos 1. Bio etanol: etanol produzido a partir de biomassa e/ou da fracção biodegradável de resíduos para utilização como biocombustível; 2. Bio diesel: éster metílico e/ou etílico, produzido a partir de óleos vegetais ou animais, com qualidade de combustível para motores diesel, para utilização como biocombustível; 3. Bio metanol: metanol produzido a partir de biomassa para utilização como biocombustível; 4. Bio éter dimetílico: éter dimetílico produzido a partir de biomassa para utilização como biocombustível; 5. Bio-ETBE (bioéter etil-terc-butílico): ETBE produzido a partir do bio etanol, sendo a percentagem em volume de bio-ETBE considerada como biocombustível igual a 47%; 6. Bio-MTBE (bioéter metil-terc-butílico): combustível produzido com base no bio metanol, sendo a percentagem em volume de bio-MTBE considerada como biocombustível de 36%; 7. Biocombustíveis sintéticos: hidrocarbonetos sintéticos ou misturas de hidrocarbonetos sintéticos produzidos a partir de biomassa; 8. Óleo vegetal puro produzido a partir de plantas oleaginosas: óleo produzido por pressão, extração ou processos comparáveis, a partir de plantas oleaginosas, em bruto ou refinado, mas quimicamente inalterados, quando a sua utilização for compatível com o tipo de motores e os respectivos requisitos relativos a emissões. 9. Óleo vegetal usado: produz-se biodiesel com o óleo vegetal usado em cozinhas através de um processo chamado transesterificação. Este tipo de combustíveis é usado na diminuição dos impactos ambientais devido ao uso de combustíveis fósseis, assim como uma maior racionalização de meios e recursos técnicos, humanos e financeiros. CAPÍTULO III METODOLOGIA Para o presente trabalho privilegiou-se a revisão bibliográfica que congregou a leitura de obras científicas de diferentes autores consagrados na matéria em estudo, manuais sobre petróleo e gás, processos de comunicação, planos e programas de actividades de pesquisa de gás. Privilegiou-se, também a observação directa examinando procedimentos existentes através de documentos normativos, operações e transações decorrentes na empresa ENH, EP que a contactamos para este efeito. Seguidamente, recorreu-se à internet procurando “Sites” relacionados com o tema em estudo: Por fim, conduzimos entrevistas aos colaboradores das áreas de pesquisa e produção de gás e de concepção e desenvolvimento de projectos. 3.1. Método de Recolha de Dados Raupp e Beuren (2004) afirmam que na busca de mecanismos ou informações para a elaboração de estudo, a pesquisa bibliográfica torna-se fundamental, porque ela é desenvolvida por meio de materiais já elaborados, nomeadamente, livros, artigos, brochuras académicas, com vista à busca ou recolha de informações e conhecimentos relacionados com o assunto a ser estudado. Assim, para o presente estudo, usou-se o método qualitativo. Outros métodos de recolha de dados usados neste trabalho são: 1. Entrevistas aos gestores de linha. 2. Pesquisa na Internet para obter conhecimentos com os quais iria interpretar os dados recolhidos. 3. Observação directa aos processos de Pesquisa e produção de gás da ENH, EP Para Cervo e Berviam (1983: 55), a pesquisa descritiva observa, regista, analisa e interpreta factos ou fenómenos (variáveis) sem martelá-los. Estuda factos, fenómenos do mundo físico e especialmente do mundo humano, sem interferência do pesquisador. Procura descobrir, com precisão possível a frequência com que um fenómeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características. Frisar que as entrevistas elas foram do tipo estruturadas e codificadas, ou seja, o entrevistador propõe um tema em que se enquadram vários controlos internos. O tema em estudo é relacionado com a estrutura organizacional desta Empresa. 3.2. Colecta de dados Tendo em conta no País ainda não temos dados significativos relativos à indústria de petróleo não tivemos dados concretos para o estudo, tendo nos baseados em dados da net e dos livros consultados para a nossa análise. A entrevista foi dirigida a 5 colaboradores da Empresa (ENH, EP). Amostra da Pesquisa Foi seleccionado um universo de 5 trabalhadores de um universo de 200, como ilustra a tabela. Table 1: Amostra da Pesquisa Nr Ord Designação Quantidade Percentagem 01 Homens 3 66.7% 02 Mulheres 2 33.3% Total 5 100% Fonte: Dados de Pesquisa 3.3. Tratamento de Dados e Resultados Os dados aqui constantes ou referidos são simplesmente, informações práticas de como são explorados os óleos não convencionais, concretamente para o nosso caso do gás. Estas informações ajudaram-nos a perceber alguns aspectos ligados ao nosso estudo. 3.4. Delimitação do Trabalho Não foi estabelecido um marco temporal deste trabalho, uma vez que não foi indicada nenhuma Organização ou empresa para a qual o nosso estudo estaria direccionado. É um estudo puramente académico. Aliás, em Moçambique não evoluímos ainda na indústria de petróleo de modo que as empresas que temos pudessem nos fornecer dados suficientes para esse fim. CAPITULO IV APRESENTACAO E ANALISE DOS DADOS Figure 1: Expansão do Petróleo e Gás Fonte: BP Energy Outlook 2035 1. O comércio inter-regional de GN dobrará até 2035. A expansão desse comércio será impulsionada pela Ásia, que ultrapassará a Europa como o maior importador de gás natural. 2. O gás de xisto transformará a América do Norte em um exportador líquido de GN até 2017. 3. O comércio de gás via GNL expandirá rápido (3,9% aa). Em 2035, GNL e gasodutos dividirão o mercado global De acordo com os dados aqui apresentados, podemos perceber que de facto os combustíveis não convencionais, vêm exercer uma grande mudança, no comportamento dos Países exportadores e importadores. Por outras palavras, os que importam determinadas quantidades de combustíveis convencionais hoje, num futuro breve, reduzirão suas importações, porque se tornarão auto suficientes. Esses países, passarão também a exportar e consumir o que produzirem, diminuindo a dependência em relação aos produtores dos óleos convencionais. Esta é a grande importância dos combustíveis não convencionais. Figure 2: Panorama Actual de Produção e Consumo dos Combustíveis e Perspectivas para o Petróleo Fonte: BP Energy Outlook 2035 1. Demanda energética no setor de transporte continuará dominada pelo petróleo (ainda 87% em 2035, principalmente para utilização em estradas). 2. O gás natural (incluindo GTL) é a alternativa que mais cresce (6,8% aa), especialmente GNL para veículos pesados e navios. 3. Em 2022, o GN superará os biocombustíveis; e atingirá quase 7% do mix energético de 2035. No último quinquênio do cenário, o incremento no consumo de GN na área de transporte superará aquele do petróleo. O outro facto que ilustra uma das importâncias dos óleos não convencionais, é o uso destes combustíveis mais para o transporte e geração de energia, o caso do gás natural. E, conforme os dados do capítulo sobre II sobre a fundamentação teórica, este combustível é menos puluente na natureza ou mesmo é limpo. Figure 3: Panorama Atual e Perspectivas para o Gás Natural Fonte: BP Energy Outlook 2035 1. A revolução do gás de xisto nos EUA alterou completamente a competitividade do gás natural em relação a outros combustíveis. 2. Na geração elétrica, o gás continuará provavelmente ocupar o lugar do carvão. 3. O gás vai ganhar espaço no setor industrial (de 39% em 2012 a 42% em 2035). 4. E o gás começará finalmente a penetrar no segmento de transporte (18% ao ano). O gráfico acima mostra como o gás natural se distribui no uso em cada sector de actividade a indústria, energia e transporte e como manifesta o comportamento durante o período de 2000 até 2035. Os combustíveis não convencionais, têm menos impactos nocivos ao meio ambiente e à vida humana que os convencionais, aliás, nos referimos ao gas de folhelho. É verdade que a sua produção pode carretar custos elevados mas o mesmo é um combustível limpo. Table 2: Alguns Países com reservas de gás não-convencional no mundo América Europa Africa Asia Oceânia Países e Reservas (trilhões pés cúbicos) Estados Unidos (862) Polônia (187) África do Sul (485) China (1275) Austrália (396) Argentina (774) França (180) Líbia (290) México (681) Argélia (231) Canadá (388) Brasil (226) Fonte: Autor Com base no exposto, é notório que o desenvolvimento da produção de shale gas em outras regiões ou nas régias supracitadas vai depender de como esses países percebem e encaram suas necessidades ambientais e de segurança energética e de como seus governos criarão políticas de incentivo à produção e coordenarão o estabelecimento da infraestrutura necessária. Além disso, o desenvolvimento e a aplicação das tecnologias de extração, adaptadas às condições de cada país, também acarretarão em maior ou menor produção. CAPITULO V CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 5.1. Conclusões Do presente estudo chegamos às seguintes conclusões: 1. Que os recursos naturais não estão distribuídos no planeta terra de forma igual para todos os países. Daí que os que têm submetem os que não os têm passando os últimos a serem dependentes daqueles; 2. Que a corrida à descoberta e produção dos óleos não convencionais, surge por um lado, como medida para criar uma autossuficiência em termos do produto para o consumo e exportação reduzindo a dependência perante àqueles que têm os combustíveis convencionais e, por outro, acelerarem o seu desenvolvimento dos seus povos; 3. Que é preciso uma perfuração rápida, a fim de explorar, desenvolver e produzir uma grande quantidade de shale gás, obtendo milhares de poços de gás. Na Pensilvânia EUA, por exemplo, 5000 poços foram necessários para produzir uma quantidade de 30 bcm por ano. Essa perfuração rápida requer a existência de alta tecnologia e mão-de-obra qualificada, capital intensivo e cadeia de suprimentos eficiente; 4. Que o desenvolvimento industrial dos óleos não convencionais, carece ainda de uma tecnologia avançada e mão-de-obra bastante qualificada dada à complexidade com que estes recursos são retirados tanto das profundezas das águas como da terra; 5. Que os meios aplicados - nos referimos a produtos químicos e águas - para exploração e produção dos óleos não convencionais têm poluído os lençóis freáticos de água e o meio ambiente concorrendo isso para o prejuízo da vida humana, vegetal e animal. 5.2. Recomendações 1. Recomenda-se às empresas que no nosso País desenvolvem a indústria dos hidrocarbonetos a desenvolverem paralelamente, a capacidade técnica e de recursos humanos qualificados; 2. Que o Estado continue a incentivar a formação de moçambicanos em matérias da indústria petrolífera para garantir que o país tenha de participar em pé de igualdade com outras empresas estrangeiras nas actividades de pesquisa e produção de petróleo e gás; 3. Que as empresas de petróleo no país desenvolvam com a monitoria do Estado, as acções de Responsabilidade Social, garantindo um desenvolvimento sustentável no país; 4. Que os futuros estudantes de Mestrado em Gestão de Negócio de Gás e Petróleo realizem o seguinte estudo: A indústria petrolífera impulsiona o desenvolvimento económico dos países versus povos. CAPITULO VI REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICAS ALEXANDER, Tom; BAIHLY, Jason; BOYER, Chucky, CLARK, Bill. Shale Gas Revolution. Publicado em Oilfield Review Autumn 2011. Texas, EUA: Schlumberger, 2011 ANP. Boletim Anual de Preços 2012. Preços do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis nos Mercados Nacional e Internacional. Rio de Janeiro, 2012. BP. Disponível em: . Acesso em: 10 jun 2015. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica: para uso de estudantes universitários. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983. EIA. Disponível em: . Acesso em: 12 jun 2015. IEA, Golden Rules for a Golden Age Gas, Worlde Energy Outlook Special Report on Unconventional gas, 2012. Disponível em: . Acesso em: 4 jun. 2015. KETZER, J. M. M. Mudanças Climáticas, Sequestro e Mercado de Carbono no Brasil. Curitiba/PR: Instituto Ecoclima/UFPR Maugeri, L. Oil: The Next Revolution. The Unprecedent Upsurge of Oil Production Capacity adn What It Means for the World. Harvard Kennedy School. Boston, MA, 2012. Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2015. RAUPP, Mauri Fabiano; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia de Pesquisa Aplicável as Ciências Sociais. In: BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Altas, 2004., Zalan, P. V. O Potencial Petrolífero Brasileiro Além do Pré-Sal. Portal Geofísica Brasil, set. 2012. Disponível em: . Acesso em: 2 jun. 2015.