O PAPEL DO TRABALHADOR SOCIAL NO PROCESSO DE MUDANÇA
Publicado em 15 de janeiro de 2012 por Geisa Lopes Bezerra
Resumo:
A categoria de análise que encontramos no texto de Paulo Freire é o papel do trabalhador social em um processo de mudança, o qual tem uma atuação destacada na desmitificação da realidade distorcida, provocando o descobrimento da verdadeira dimensão na qual está imerso o trabalhador, o que poderá ser conseguido por meio da percepção crítica da realidade.
Assim, mediante a conscientização do indivíduo e como produto do contato com eles, cumprirá o trabalhador social, o papel de agente de mudança. Freire comenta os diferentes aspectos que devem ser levados em conta no processo de alfabetização e conscientização de adultos. Relação íntima, dialética, com o contexto da sociedade onde se desenvolve este processo.
Naturalmente o domínio específico no qual atua o trabalhador social é a estrutura social, a qual não poderia ser apenas mutável porque sequer a conheceríamos. Não há permanência da mudança fora de estático e vice-versa. O que permanece na estrutura social é o jogo dialético da mudança-estabilidade.
Mudança e estabilidade resultam ambas da ação, do trabalho que o homem exerce sobre o mundo. E, falar do papel do trabalhador social implica na análise da mudança e da estabilidade como expressões da forma de ser da estrutura social.
Observamos algumas características:
Que o homem, no caso o educando reflita sobre sua própria realidade e quando ele à compreende, é capaz de transformá-la;
A capacidade que o homem tem de criar e recriar que o assemelha a Deus.
A educação deve estimular a opção e afirmar o homem como homem. Adaptar é acomodar, não transformar. Em todo homem existe um ímpeto criador, que nasce da inconclusão do homem. Cabe a educação desenvolver este ímpeto de criador, deve dar oportunidades para que os educandos sejam eles mesmos, desenvolver neles uma consciência crítica que permite o homem transformar a realidade. Quando uma sociedade está em constante mudança de seus valores, podemos afirmar que estamos em transição, ou seja, temos de saber o que fomos, o que somos para saber o que seremos.
A sociedade fechada é aquela em que o ponto de decisão econômico de uma sociedade está fora dela e dentro de uma outra sociedade matriz que é a que tem opções, em troca, as demais sociedades só recebem ordens. É uma sociedade servil onde há alto índice de analfabetismo e desinteresse total pela educação básica dos adultos. Essa sociedade é muito prejudicial para quem quer ter uma oportunidade na vida. Uma sociedade é alienada quando não tem consciência de seu próprio existir, ou seja, quando pretende imitar a outrem, já não é ele mesmo.
Um profissional alienado é um ser inautêntico, não olha para a realidade com critério pessoal, mas com olhos alheios. Por isso vive uma realidade imaginária e não a sua própria realidade objetiva.
Qualquer que seja o momento histórico em que esteja a sociedade, seja o do viável ou do inviável histórico, o papel do trabalhador social que optou pela mudança não pode ser outro senão o de atuar e refletir com os indivíduos com quem trabalha para conscientizar-se junto com eles das reais dificuldades da sua sociedade. Isso implica a necessidade constante do trabalhador social de ampliar seus conhecimentos e finalmente, o ímpeto de mudar para ser mais.
REFERÊNCIA
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 14ª ed. São Paulo. Ed. Paz e Terra. 1997.