O papel do psicopedagogo, suas intervenções e estratégias em alunos com dislexia

Tamiris Di Donato Bergamini

Curso de Pós-graduação em Psicopedagogia Institucional

Polo Brigadeiro – São Paulo, SP

 


Resumo

 

Esse artigo faz parte da área de Psicopedagogia e analisa bibliografias que contam como funciona o trabalho do psicopedagogo, e as suas intervenções nas dificuldades e distúrbios de aprendizagem (mais precisamente em crianças com dislexia), e no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. O modo como a psicopedagogo trabalha também é discutido. O artigo foi feito a partir de pesquisas tanto em artigos da internet, quanto em livros da área. O objetivo desta pesquisa é verificar como o psicopedagogo lida com as dificuldades e com os distúrbios de aprendizagem de seus pacientes, como ele exerce seu ofício e quais as estratégias que utiliza diante das dificuldades. Tem como intuito, desvendar o oficio de um psicopedagogo a fim de concluir que esse profissional é muito importante para a formação de todas as crianças que possuem, ou não, dificuldades e distúrbios, com base nos relatos presentes na bibliografia pesquisada, a fim de analisar e sugerir o que de certo o psicopedagogo fez com relação a alguma criança com dislexia, e assim, verificaremos quais são os procedimentos que os profissionais adotam para auxiliar os disléxicos.

Palavras-chave: Psicopedagogia, intervenção, dislexia, dificuldades, distúrbios, ensino-aprendizagem.

 

Introdução

  

“A Psicopedagogia nasceu no Brasil em meados dos anos 1970 devido ao grande número de crianças com fracasso escolar.” (DAMIANI, p.5, 2012).

 Para explicar o que é a Psicopedagogia, Bossa define que: “A psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem e se tornou uma área de estudo específica, que busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo” (BOSSA 2000, p.23 apud DAMIANI, 2012). Como diz Martins (2010) a Pedagogia e a Psicologia são as mães da Psicopedagogia, porém a psicopedagogia não tem como base apenas a Psicologia e a Pedagogia, mas também outros campos de estudo, e assim formou-se uma ciência sólida e específica da aprendizagem humana. Também é papel do psicopedagogo institucional ou clínico prevenir possíveis problemas de aprendizagens, identificá-los e tratá-los de forma terapêutica e lúdica, com formas específicas de ajudar aquele aluno com problemas de aprendizagem.

O presente trabalho pretende discutir a atuação do psicopedagogo frente aos problemas de aprendizagem enfrentados pelas crianças, enquanto alunas de instituições de ensino. Discutir a prática psicopedagógica é de suma importância, uma vez que poucos conhecem a fundo esse tipo de trabalho. Como se trata de uma profissão recente, muitas pessoas nem sequer sabem de sua existência, por isso discutiremos o trabalho do psicopedagogo com crianças com distúrbios, ou dificuldades de aprendizagem, focando na dislexia, para podermos concluir e mostrar que seu trabalho é importante e indispensável, junto ao trabalho de outros profissionais. Mas como este profissional poderá ajudar o disléxico? Esta é a grande questão que cerca este trabalho, e que pretendemos ao mínimo respondê-la, mas não como forma de receita, mas sim, de sugestões de experiências analisadas que já obtiveram êxito.

Antes de desenvolvermos, é necessário esclarecer alguns termos frequentemente utilizados nesta área. A palavra “problema” serve para designar tanto distúrbios, quanto dificuldades; é generalizador. Já as palavras “transtornos” e “distúrbios” são dificuldades que a criança possui, apesar de ter nível de inteligência normal e é inerente ao indivíduo. É um problema primário. A palavra “dificuldade” é o não aprendizado derivado de outras condições, como sociais, psicológicas etc. É um problema secundário (CAPRETZ, 2012). Com essas explicações podemos prosseguir e ressaltar que a escolha aqui, neste trabalho pelo uso da palavra “distúrbios” é devido ao fato de esse termo ser mais utilizado na área, e “transtornos” é mais utilizado na área da medicina.

Não podemos nos esquecer de que há uma grande diferença entre distúrbios e dificuldades de aprendizagem. Quem melhor pode diferir dificuldade de transtorno é o psicopedagogo (CAPRETZ, 2012). Nesse artigo trataremos de um distúrbio de aprendizagem específico da leitura e da escrita: a dislexia.

  

  1. 1.                A  ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO

 

 Sabe-se que as escolas têm dificuldades em promover a aprendizagem de crianças com dificuldades e distúrbios de aprendizagem e que o psicopedagogo institucional é um profissional preparado para amparar este tipo de instituição em relação à diversidade dos alunos, com isso iremos analisar como o psicopedagogo consegue interferir nesta realidade, que a escola não conseguiu melhorar. O papel do psicopedagogo é atuar, focando sempre a aprendizagem do aluno e não o problema dele, talvez este seja o erro das instituições de ensino ao tentar intervir nos problemas dos seus alunos.

O trabalho de um psicopedagogo está diretamente relacionado com o processo de ensino-aprendizagem, no qual estão envolvidos: o professor e o aluno. Assim como dizem OSTI; JÚLIO; TORREZIN; SILVEIRA (2005) há muitos alunos com problemas de aprendizagem e, para isso existe o psicopedagogo: para auxiliar o processo de aprendizagem do aluno e para orientar o professor de como fazê-lo da melhor forma. Para mais esclarecimentos:

 Acredita-se que o quadro educacional contemporâneo permite constatar um crescente número de alunos que são encaminhados pelas escolas para avaliação especializada por não estarem acompanhando o conteúdo escolar. (OSTI; JÚLIO; TORREZIN; SILVEIRA, p. 1, 2005).

 Sendo assim, é um fato considerável as crianças não acompanharem os estudos, seja na escola, ou em casa, e isso é cada vez mais comum no contexto escolar. É neste momento que o psicopedagogo (institucional ou clínico) irá realizar seu trabalho da melhor forma possível, atendendo aos alunos ou professores.

Os autores OSTI; JÚLIO; TORREZIN; SILVEIRA (2005) ainda dizem que a quantidade de crianças com queixas de problemas e a real porcentagem de crianças com problemas de aprendizagem se diferem, ou seja, muitas das crianças não têm nenhum problema neuropsicológico, mas qual seria, então, o “problema” delas? Talvez muitos não estejam com problemas cognitivos e sim, com desinteresse pela escola e pelo aprendizado, cabendo ao professor modificar e melhorar sua didática com o auxílio de um psicopedagogo.

 A psicopedagogia educacional objetiva que todos profissionais de educação, considerando diretores, professores e coordenadores pedagógicos repensem o papel da escola frente às dificuldades da criança e os vários fatores envolvidos numa situação de aprendizagem. (OSTI; JÚLIO; TORREZIN; SILVEIRA, p. 1, 2005)

 Essa afirmação nos mostra mais uma vez que, para que o aluno aprenda é necessário que se faça um trabalho psicopedagógico com toda a equipe que o cerca, tanto de prevenção quanto de tratamento. O psicopedagogo, por sua vez, irá se embasar nas teorias de Piaget, Vygotsky e Freud, por exemplo, para fundamentar o seu ato profissional. Esses teóricos têm muito a nos ensinar, pois nos ajudaram a entender o funcionamento do desenvolvimento do ser humano. Obviamente que cada estudioso contribuiu com suas teorias, mas sempre visando explicar como o ser humano se desenvolve e como ele adquire conhecimento. Já Piaget tem muito a contribuir com o trabalho do psicopedagogo devido ao seu estudo epistemológico e genético, que identificam em qual estágio do desenvolvimento humano a criança se encontra.

            Com relação ao papel da Psicopedagogia Sena e Soares (2012, p.1) definem da melhor forma:

O papel da Psicopedagogia e da Educação é o de instituir caminhos entre os opostos que liguem o saber e o não saber e estas ações devem acontecer no âmbito do indivíduo, do grupo, da instituição e da comunidade, visando a aprendizagem e, portanto, é também tarefa da Psicopedagogia.

 Com essa definição fica mais claro o papel do psicopedagogo na instituição escolar, podendo nos auxiliar na tomada de decisões no decorrer da carreira. Com essa definição e com a ajuda de nomes importantes da Psicologia e da Pedagogia é que se pode construir o fazer psicopedagógico.

Quando um professor nota, por exemplo, que um aluno seu possui dislexia, ele pode saber superficialmente o que é esse distúrbio, porém ele não foi capacitado em seu curso acadêmico para lidar com esse tipo de aluno, neste caso ele deve recorrer à coordenação para amparar sua forma de lidar com o aluno. Cabe a ele também conversar com o psicopedagogo que cuida do aluno com problemas (se for o caso) para que ele lhe oriente melhor, porém não cabe ao professor diagnosticar e tratar este aluno, e sim, ao psicopedagogo juntamente com outros profissionais.

O papel do psicopedagogo nestes casos é de extrema importância para que este aluno se desenvolva nos estudos, pois ele é um dos profissionais capacitados na prevenção e no tratamento destes problemas de aprendizagem. O professor, por sua vez, não está preparado para enfrentar casos como este. Os cursos de formação de professores deveriam ocupar-se, de  uma forma abrangente, esses distúrbios, para o professor ao menos saber do que se trata, também, porque às vezes, ele é o único que mais convive com a criança, e que pode notar algum problema, e encaminhar para o profissional adequado.

“A didática com um olhar psicopedagógico inserida na sala de aula pode contribuir para uma aprendizagem realmente significativa.” (SENA; SOARES, p.7, 2012). Como dito, o professor deveria ser obrigado em todas as instituições de ensino, a trabalhar juntamente com psicopedagogos, pois “O psicopedagogo observa a relação docente/discente na práxis. Por meio do olhar atencioso e da escuta minuciosa o profissional capta os sinais de alerta que os sujeitos estão emitindo no processo ensino-aprendizagem.” (MARIA, p.5, 2007).

Para melhor retratar a necessidade do trabalho em conjunto do psicopedagogo com o professor, Maria (p. 6, 2007) ressalta:

 A educação no nosso país está deixando a desejar. Este artigo não generaliza nenhuma afirmação para discussão. Mas, encontramos os seguintes fatores influenciando o progresso educacional brasileiro: fracasso escolar; professores desinteressados devido à remuneração salarial e desvalorização profissional; professores sem capacitação para receber os alunos com necessidades educacionais especiais; políticos visando à vaidade e a ambição e não o contexto educacional do povo, docentes sem preparo para uma boa práxis pedagógica, enfim são inúmeras as causas dessa falha na educação. Educação esta, que alguns profissionais da área dizem estar falida. Sabemos que não podemos consertar essas falhas da noite pro dia, mais podemos fazer a diferença, colocando em prática nossos conhecimentos como psicopedagogos, pedagogos, professores buscando melhorar o ensino promovendo uma interdisciplinaridade na instituição em que trabalhamos.

 

  1. 2.                intervenções e estratégias psicopedagógicas em crianças com dislexia

 

 O termo dislexia origina-se do grego dys-, que significa: dificuldade, e -lexia que

significa: palavra, sendo assim, dislexia = dificuldade com a palavra. De acordo com Capretz (2012) ela pode ser adquirida ou desde o nascimento e é de origem neurológica.  Não é um problema associado à atenção ou memória, é neurológico e genético.

A dislexia é um dos distúrbios que mais afetam a aprendizagem. Para explicar melhor o que é dislexia Nascimento, Santana e Barbosa (p. 2, 2011) completam:

 [..]dislexia é um transtorno específico, sendo caracterizado pela dificuldade na correta e/ou fluente leitura de palavras, na escrita e nas habilidades de decodificação, interferindo na ampliação do vocabulário e conhecimentos gerais, quando se comparam sujeitos com todas as habilidades preservadas e outros com transtornos de leitura e escrita com a mesma idade, escolaridade e nível de inteligência.

 É importante salientar que as pessoas com dislexia possuem nível intelectual normal, assim como afirmam Nascimento, Santana e Barbosa (p. 2, 2011): “[..] apresentam potencial intelectual dentro da média ou até superior, além de não possuírem nenhum tipo de déficit sensorial ou deficiência neurológica, corroborando com os critérios diagnósticos apresentados pelo DSM IV [1][..].”

Sendo um distúrbio, ou transtorno, da leitura e da escrita é geralmente notado nas crianças na fase de alfabetização, ou logo após esta fase terminar, quando os pais e professores notam que a criança não está acompanhando a turma e que ainda não se alfabetizou.  

Alguns aspectos que são mais observados desde a educação infantil são: desempenho inferior em atividades fonológicas, como rimas, por exemplo; dificuldades em nomeações rápidas; memória verbal de curto prazo defectiva; dificuldade em assimilar sequências, como, dias da semana, meses etc; dificuldades em aprender uma segunda língua. Atentar-se a esses fatores é uma das formas que o psicopedagogo tem, de começar uma suspeita de dislexia, mesmo se ele tiver certeza do diagnóstico, ele não deve diagnosticar. O que ele deve fazer é promover a aprendizagem da criança com dislexia, por meio de métodos e estratégias próprias para cada caso. Mas como este profissional poderá ajudar o disléxico? Primeiramente é preciso conhecer o seu paciente, após o primeiro contato é necessário criar uma ligação entre a família, a escola e os especialistas, com o objetivo de avaliar os avanços, as dificuldades e as estratégias que serão utilizadas pelas pessoas que o cercam, a fim de proporcionar melhorias na parte acadêmica, social e familiar da vida da criança. (Nascimento, Santana, Barbosa, 2011).

A anamnese bem elaborada e bem feita também é de suma importância para conhecermos melhor o histórico da criança e para podermos ajudá-la.

É fundamental saber, também, que um dos profissionais que mais auxiliam os disléxicos a desenvolverem a parte fonológica no cérebro são os fonoaudiólogos, com isso, na suspeita de uma dislexia é sempre bom encaminhar a criança a um fonoaudiólogo, e também a um psicólogo. Mas apenas estes dois profissionais não são suficientes, o ideal é no mínimo termos o fonoaudiólogo, o psicólogo e o psicopedagogo. Para complementar, Garcia et al. (p.5, 2012) afirmam que:

[..] fonoaudiólogos e psicopedagogos como mais habilitados na intervenção precoce em crianças que apresentam distúrbios de aprendizagem, pois possuem formação mais profunda e específica que a de outros educadores em relação à fundamentação teórica das dificuldades de aprendizagem, a aceitação das novas ideias pragmáticas e funcionais da linguagem.

 Há várias formas de se trabalhar com um indivíduo disléxico, e como este é o foco principal deste trabalho, listaremos a seguir algumas dicas básicas para isso, que Nascimento, Santana e Barbosa (p.4, 2011) sugerem:

 • Deve-se incentivá-lo destacando suas conquistas;

• Adequar o material pedagógico, de forma que atenda suas necessidades e valorize seus aspectos fortes;

• Permitir o uso de gravadores, uma vez que o disléxico não consegue ouvir e escrever ao mesmo tempo, proporcionando maior segurança e tranquilidade no momento de realizar a lição de casa;

• Utilizar-se de apoio visual como um suporte para leitura e atividades;

• Ensinar a sintetizar por meio de palavras ou desenhos o conteúdo que lhe foi exposto;

• As avaliações devem ser feitas oralmente, sempre que possível (esta estratégia serve para todos os níveis de ensino);

• Prever mais tempo, tanto para a execução de tarefas, atividades e avaliações, pois o disléxico precisa da mais tempo para acessar a informação armazenada, uma vez que a capacidade para o aprendizado está intacta – este recurso não é opcional, faz parte de seus direitos;

• Procurar um local tranquilo para que ele consiga fazer as avaliações, pois qualquer barulho poderá distraí-lo, interferindo em sua performance.

• É importante que as crianças sejam expostas com mais intensidade à leitura para armazenar as formas ortográficas das palavras.  

 Dentre as sugestões acima, a que mais chama atenção é a avaliação, uma vez que para alguns tipos de provas (vestibulares, concursos, exames etc) é permitido que eles façam a prova com alguém ditando para eles. Algumas instituições de ensino superior dão um tempo maior para a execução da avaliação. Ainda não há uma lei que dê o direito aos disléxicos a sempre fazerem provas oralmente, mas é a melhor forma de se avaliar, pois esse distúrbio não permite que a pessoa leia corretamente o que está escrito, alterando o desempenho na maioria dos casos.

Com os disléxicos, o ideal é sempre estimular a linguagem oral e também trabalhar interpretação de textos. Mesclar os dois é um ótimo meio. Mostrar que os textos possuem começo, meio e fim são ótimos para que os auxilie a formar sequenciações, já que isso é algo difícil para eles.

A seguir, mais uma boa forma de como lidarmos com a dislexia:

 No ambiente escolar, faz-se necessária uma intervenção direta nas habilidades de leitura, associada a atividades relacionadas ao processamento fonológico da linguagem. No entanto, todas as atividades de estimulação da linguagem escrita devem ser realizadas de forma lúdica, através de jogos e brincadeiras, para que a criança sinta prazer em ler e escrever. (GARCIA et al.,p. 8, 2012)

  Com relação às propostas de ações pedagógicas Capretz (2012) sugere que o professor ou o psicopedagogo ensine o disléxico a resumir o conteúdo das aulas para facilitar seu aprendizado; diz também, que o professor permita o uso de calculadora e gravadores de som durante as aulas para que o aluno possa melhor memorizar a aula e a matéria; aconselha que o aluno não faça longas cópias da lousa, pois isso não o estimula; e que haja menos deveres de casa envolvendo leitura, pois sozinho, dificilmente o aluno com dislexia irá conseguir ler com êxito. Estas dicas são fundamentais que o psicopedagogo transmita ao professor para que faça parte do trabalho em conjunto dele.

      A intervenção psicopedagógica, antes de ser aplicada deve ser planejada, assim como todo trabalho. Faz parte da intervenção psicopedagógica estratégias e metodologias próprias para cada caso e para cada pessoa. No caso dos disléxicos não é diferente, o psicopedagogo deve planejar meios pelo qual ele irá promover a aprendizagem do aluno, e segundo Capretz (2012) a melhor maneira de se trabalhar com um disléxico é explorando a aprendizagem multissensorial com o lúdico, ou seja, utilizando outros canais que não sejam a visão, como por exemplo, caminhar com a criança sobre uma letra, deixá-la interagir com a caixa tátil, fazer gelatina na forma das letras, fazer uma sopa de letras, vendar a criança para ela tentar descobrir com o dedo a forma de alguma letra ou palavra, colar barbante ou feijão em cima da letra etc. Todas essas sugestões são formas lúdicas, pois o trabalho do psicopedagogo é e deve ser lúdico para que a criança se desenvolva com outros meios sensoriais. Obviamente não é possível, também, fazer apenas estas opções apresentadas, o ideal é mesclar sempre, para que aos poucos a criança seja introduzida no mundo das letras sem notar. Mas de início é muito recomendado pela autora “sair do papel” e alternar atividades com massinhas e com a oralidade, por exemplo.

      Como já fora dito anteriormente, o foco do psicopedagogo é a aprendizagem do aluno, com isso não devemos focalizar todo o nosso trabalho no problema do aluno, mas sim nos acertos, conforme o trecho complementa:

 É comum prestarmos mais atenção às dificuldades, pois elas saltam aos olhos com muito mais evidências que as potencialidades. Podemos começar a pensar sobre a dificuldade de aprendizagem pelos acertos dos alunos. Assim, experimentando alguns sucessos, podemos abrir uma porta para a construção de um vínculo positivo com as demais áreas da aprendizagem que nosso aluno necessita aprimorar. Vamos descobrir os talentos dos nossos alunos e nos concentrar neles! (SILVA, p.2, 2013)

   

Considerações Finais

 

O objeto de estudo da Psicopedagogia é o processo de aprendizagem, sendo assim, o psicopedagogo é aquele que sempre irá visar o aprendizado do aluno na escola. (DAMIANI, 2010). Diante dessa afirmação o que de mais importante podemos concluir, é que independentemente do problema, o psicopedagogo visa o aprendizado e zela por ele. Mas o dever do psicopedagogo não é apenas esse, e sim ajudar a prevenir os problemas, orientando os pais, professores, diretores e todos aqueles que fazem parte da escola.

Com um maior número de crianças inseridas no contexto escolar, o número de crianças com problemas de aprendizagem também aumentou nos dias atuais, com isso a função do psicopedagogo se faz cada vez mais necessária para que cada vez menos, haja menos crianças com problemas na escola. Mas é importante ressaltar que o psicopedagogo, na maioria das vezes, tem que encaminhar a criança a outro profissional para um tratamento específico juntamente com o seu trabalho.

A atuação psicopedagógica nas instituições de ensino é importante principalmente na prevenção de problemas e distúrbios de aprendizagem, pois uma vez que se previne não há a necessidade de tratar, o que facilita muito o processo de ensino-aprendizagem na escola. Toda escola deveria contar com psicopedagogos em seu quadro de funcionários, como já dito anteriormente pelo autor e por Maria (2007).

Não há cérebro que não aprende. “Para Vygotsky (1993) todos os seres humanos são capazes de aprender, mas é necessário que adaptemos a nossa forma de ensinar.” (SILVA, p. 4, 2013). O trabalho do psicopedagogo é também ajudar o aluno a identificar estratégias de estudos, ou seja, o melhor jeito que ele aprende, pois cada um aprende de uma forma e o psicopedagogo é quem conhece as melhores e mais adequadas metodologias para auxiliar cada aluno.

Ao se trabalhar com alunos com dislexia há várias formas, metodologias e estratégias próprias para serem utilizadas com este distúrbio específico da leitura e da escrita, mas se o psicopedagogo não tiver a capacidade de notar que cada caso é um caso, ele não terá sucesso na sua profissão e em seus atendimentos.

Por fim, nota-se que a práxis psicopedagógica envolve, acima de tudo: amor à profissão, assim como, muita criatividade para poder auxiliar um paciente (seja disléxico, ou não) em determinado aprendizado, de diversas maneiras para que se alcance os objetivos.

REFERÊNCIAS

 

CAPRETZ, Nancy. Problemas e Distúrbios da Aprendizagem. Departamento de Pós-Graduação e Extensão. Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2012. Disponível em: <http://anhanguera.com>. Acesso em: 13 dez. 2012.

 DAMIANI, Anna Maria Nascimento. Psicopedagogia Institucional, p. 1- 39, 2012. Disponível em: <www.anhanguera.edu.br/cead>. Acesso em: 10 dez. 2012.

 GARCIA, Ana Carla de Mendonça et al. Dislexia e Distúrbios da Leitura e da Escrita. Revista Reuni Neuropedagogia: Revista Eletrônica Unijales, Jales, p.1-10, 07 maio 2012. Anual. Disponível em: <http://reuni.unijales.edu.br/unijales/arquivos/28022012095913_242.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2013.

 GONÇALVES; Ana Paula Menossi - Avaliação e Intervenção Psicopedagógica Institucional - Departamento de Extensão e Pós-Graduação. Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2012. Disponível em: <www.anhanguera.com>. Acesso em: 11 dez. 2012.

 MARIA, Sonia. A Psicopedagogia trabalhando a relação interpessoal docente/discente. Set. 2007. Disponível em: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_19605/artigo_sobre_a_psicopedagogia_trabalhando_a_relacao_interpessoal_docente/discente. Acesso em: 21 fev 2013.

 MARTINS, Lílian da Silva Rocha. Era Uma Vez Maria... Um Estudo de Caso – Descobrindo Caminhos para a Modificabilidade. Petrópolis: Perspectivas On Line, 2010. 4 v. Disponível em: <http://www.perspectivasonline.com.br/revista/2010vol4n16/volume4(16)artigo11.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2012.

 NASCIMENTO, Raquel T. A. do; SANTANA, Tatiany B. de; BARBOSA, Anna Carolina C. A intervenção psicopedagógica é eficiente em criança com dislexia do desenvolvimento? Revista Psicopedagogia, São Paulo, p.1-11, 1 jul. 2011. Mensal. Disponível em: <http://www.abpp.com.br/artigos/121.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2013.

 OLIVEIRA, Silvia S. S. de. A importância do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem. Nov 2006. Disponível em: <http://www.abpp.com.br/artigos/62.htm>. Acesso em: 21 dez. 2012.

 OSTI, A.; JÚLIO, A. A.; TORREZIN, L. J.; SILVEIRA, C. A. F. A atuação do Psicopedagogo em Instituições de Ensino: Relato de Experiência. In: Revista de Educação. v. VIII, n. 8, set. 2005.

 SILVA, Vanessa Ferreira. Problema de Aprendizagem: Possíveis Intervenções Psicopedagógicas. Disponível em: <http://www.profala.com/arteducesp108.htm>. Acesso em: 7 jan. 2013.

 SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e Realidade Escolar: O Problema Escolar e de Aprendizagem. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. 176 p.

 SENA, Clerio C. B.; SOARES, Matheus. A Contribuição do Psicopedagogo no Contexto Escolar. Disponível em: <http://www.abpp.com.br/artigos/108.html>. Acesso em: 16 jul 2012.