RESUMO  

Essa é uma pesquisa voltada a compreender melhor o papel do psicopedagogo na instituição e suas especificidades quanto ao trabalho pedagógico desenvolvido, seja na prevenção das dificuldades de aprendizagem ou ainda no tratamento dessas questões relacionadas ao ensino e a aprendizagem de educandos nos anos iniciais do ensino fundamental. É um profissional que deve atuar com cumplicidade junto aos professores e equipe pedagógica na prevenção das diversas dificuldades de aprendizagem que possam surgir na sala de aula.

 Palavras-Chave: Psicopedagogia institucional. Dificuldades de aprendizagem. Ensino. Aprendizagem.


1 INTRODUÇÃO 

A psicopedagogia é um área muito importante no processo ensino aprendizagem, e leva outros profissionais a se amparar no seu trabalho para melhor direcionamento das atividades pedagógicas e psicológicas na vida dos educandos que necessitam de um encaminhamento específico. É por meio da intervenção desse profissional que a escola pode se amparar no entendimento e encaminhamento necessário para cada dificuldade de aprendizagem que o aluno possa apresentar. É na troca de conhecimentos que as problemáticas da escola podem ser resolvidas, pois na coletividade das idéias e das decisões é que os encaminhamentos feitos em tempo adequado e hábil para resolver as necessidades de cada aluno podem salva-los de maiores problemáticas no futuro, relacionadas ao ensino e a aprendizagem. Essas atitudes de prevenção e de olhar cuidadoso por parte da equipe escolar é fundamental e é nesse sentido que o psicopedagogo institucional deve atuar. Portanto o objetivo principal dessa pesquisa é relatar as principais contribuições que o psicopedagogo pode trazer para a instituição escolar, elencando algumas dicas importantes sobre o processo de alfabetização e as possíveis dificuldades de aprendizagem que possam surgir. De acordo com Macini o psicopedagogo é identificado “pela função que desempenha de lidar com a aprendizagem, [...] acompanhando o processo do aluno para que este compreenda o que é ensinado e supere as suas dificuldades” (1993, p.174). Diante desta definição sobre o papel do psicopedagogo é que este estudo dse propôs a desvelar algumas questões relevantes acerca de sua atuação junto aos professores e alunos com dificuldades de aprendizagem. Sendo assim a pesquisa teve como base de estudo os referenciais bibliográficos, fazendo relação entre a teoria estudada com ideias de alguns autores selecionados. Nesse sentido é importante ressaltar que as dificuldades de aprendizado nem sempre estão relacionadas às deficiências diagnosticadas, mas sim reflete a problemas de na compreensão dos conteúdos ensinados, por motivos diversos, sejam eles relacionados a metodologia, falta de estímulos, falta de recursos diversos que facilitem essa compreensão, seja pela falta de estrutura familiar, entre outros aspectos. 3 Algumas dificuldades vêm acompanhadas de distúrbios ou desordem neurológicas, algumas são relacionadas a algumas áreas do conhecimento específicas, enquanto que em outras o aluno consegue acompanhar adequadamente. Nesse sentido vamos analisar algumas questões. 2 AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E A ALFABETIZAÇÃO Nos primeiros anos escolares a criança está em processo de adaptação de suas descobertas, ela interage com o meio onde vive, seja na escola, na família ou em outros grupos sociais, e por meio das vivencias que acontecem nesses meios ela realiza conexões com a realidade no mundo. Nesse sentido, as relações que a criança estabelece desde cedo devem ser saudáveis e que lhes estimule a estabelecer conexões importantes para seu desenvolvimento. De acordo com Bossa: É essencial que o psicopedagogo tenha em mente essa demanda e estabeleça com o professor uma relação de troca. Ele tem muito a contribuir no diagnostico psicopedagógico e é personagem fundamental no processo de intervenção. O inverso também é verdadeiro: o professor deve lembrar que o psicopedagogo muito pode ajudar na difícil tarefa de ensinar (2007, p.16). Se nessas relações ela não for estimulada, passa a fazer menos relação das situações vivida e por vezes tem dificuldade de realizar as atividades escolares por falta de estimulo. Ou ainda pode acontecer de que a criança já tenha alguma dificuldade de atenção, se dispersa com ruídos e movimentos a sua volta; pode ser afetada por situações de constrangimento no seu convívio social, de violência entre tantos outros fatores e as atividades escolares na vida dessa criança que sofre tantas situações desestimulantes fica em segundo plano. Em escolas públicas principalmente muitas crianças vivem em situações de risco e de violência, de abandono, de falta de estrutura básica para sobrevivência e quando ela chega a escola, as atividades pedagógicas são as menos importantes, pois ela está preocupada em se alimentar, e espera ansiosamente pela hora do lanche, ou ainda pode estar preocupada com seu retorno para casa que muitas vezes não é agradável e ela não quer ir. Enfim são tantas situações de conflitos 4 existentes dentro de sala de aula que podem acarretar muitas dificuldades de aprendizagem nesses alunos. As pessoas que vivem o fracasso escolar vem marcadas por múltiplos insucessos nos vários lugares que ocupam: na família, na escola, nos grupos sociais, onde percebem que não dão conta de responder as expectativas dos outros, estando sempre aquém (RUBINSTEIN, 1999, p.21). A alfabetização dessa criança se torna mais difícil se o professor não estiver ciente dos problemas que o aluno vem enfrentando. Nesses momentos é fundamental a ajuda de um profissional qualificado para trabalhar de forma individualizada muitas vezes, pois dependendo das necessidades do aluno é necessário algumas intervenções entre ele e o profissional, já em outros casos apenas um direcionamento de atividades de recuperação de alguns conceitos no coletivo, já resolvem as dificuldades. Nesse caso por vezes não se caracteriza dificuldades de aprendizagem em longo prazo, são apenas dificuldades momentâneas que podem ser sanadas com novas formas de intervenção ou de recursos didáticos. De acordo com Rubinstein boa parte das dificuldades de aprendizagem: “se deva a falta de interesse e reduza a necessidade de aprender, que podem estar relacionadas com a natureza das experiências vividas e elaboradas pelo sujeito na relação com o outro” (1999, p.24). ou seja é fruto de insucessos relacionados aos estímulos que não ocorreram na interação com o outro. Outra dificuldade apontada pela autora esta relacionada a: Podemos pensar também na dificuldade de aprendizagem de ordem reativa, ou seja, decorrentes de um processo educacional mal conduzido. Em síntese, aprendizagem é um processo complexo, que envolve toda uma gama de componentes. Assim a compreensão das dificuldades de aprendizagem exige capacidade de considerar os múltiplos fatores envolvidos. A Psicopedagogia se utiliza-se de uma visão holística e sistêmica, para compreender um sujeito cognoscente (RUBINTEIS, 1999, p.25). Há muitas instituições que não tem um corpo docente com boa formação e muitas vezes o trabalho pedagógico dentro de sala de aula reflete a vida do aluno de forma gritante. Se esse trabalho for bem realizado com uma formação condizente a 5 faixa etária atendida irá refletir futuramente com bons resultados, porem se for um fracasso poderá deixar serias conseqüências que muitas vezes não é possível sequer resolver. Por isso as escolas dever estar atentas ao trabalho docente, observando sua execução e orientando para que não haja problemas de má condução das tarefas, de estratégias que não condizem com o conteúdo abordado, enfim são tantas questões a servem cuidadas pelo pedagogo que poderão nortear o futuro das crianças. [...]