O PAPEL DO PROFESSOR NA INCLUSÃO DA CULTURA NAS CLASSES DE E/LE.

                                                                         ROSEMEIRE SANTOS

 Neste novo cenário educacional onde a globalização torna mais próximas as realidades sócias, econômicas e culturais fica evidente que o professor de E/LE tem um papel fundamental no processo de ensino/aprendizagem, pois, segundo Mota:

 [...] O professor de LE redimensiona seu papel profissional, distanciando-se de uma postura de alienação e aproximando-se de um comportamento com a transformação social, tornando-se um educador intelectual. Um agente de mudança, engajado na desconstrução de estereótipos e na promoção da tolerância das diferenças, da confiabilidadeinternacional. ( Mota,2004,p.49)

Ao trabalhamos com uma língua que possui uma grande diversidade linguística, como é o caso do espanhol, estamos sujeitos a cometer equívocos que podem fomentar preconceitos e estereotipar toda uma sociedade. Dai a importância de compreendermos que cada contexto é único e necessita ser analisado e compreendido como tal, pois ao refletirmos sobre isto estaremos aperfeiçoando e ampliando nosso conhecimento de mundo estabelecendo assim um diferencial no ensino/aprendizado da língua. Nesta perspectiva é muito pertinente a colocação de Giroux:

 [...] ao combinar a linguagem de crítica com a linguagem de possibilidade, tais educadores podem desenvolver um projeto político que amplie os contextos sociais e políticos nos quais a atividade pedagógica pode funcionar como parte de uma estratégia contra hegemônica. (Giroux, 1997, p.251apud Mota 2004,p.49).

Sendo assim, a cada dia se torna más claro que a língua estrangeira no currículo escolar deixou de cumprir uma função puramente gramatical para cumprir uma função social-política, como menciona Paraquett:

A LE na escola regular já não pode pautar- se no estudo de formas gramaticais [...] ela precisa desenvolver seu caráter formativo mas que informativo.[...] Elas são meios de acesso ao conhecimento de mundo é, nesse sentido, provocam novas formas de pensar, de sentir, de agir e de conceber a realidade circundante.(Paraquett, 2004,p.195-196)

 Ainda segundo esta mesma autora a LE é um veículo de comunicação “[...] que possibilita a inserção do aprendiz no circuito social/ cultural [...]”, sendo assim, fica evidente que o professor de E/LE da contemporaneidade além do conhecimento especifico da área ele necessita estar sempre aberto a discussões e aceitar com naturalidade as diferentes opiniões e transformações, adequando-se assim, a esta nova realidade educacional que exige dos mesmos uma nova postura. Nesta perspectiva para Corrêa (2000), é papel do professor combater os discursos hegemonizados e estabelecer um diálogo mas profundo entre as diversas culturas.

Os professores de E/LE necessitam e devem levar em consideração que o espanhol é um idioma que possui uma grande diversidade tanto linguística quanto cultural e está diversidade não só precisa como deve ser levada para sala de aula.

Neste sentido as orientações dos PCNs para o ensino de LE apontam que o ensino/ aprendizagem de uma língua estrangeira deve promover a aproximação com o desconhecido com a finalidade de sensibilizar os alunos sobres às diferenças linguísticas- culturais.

Desta forma, fica evidente que somente através da inserção da cultura nas aulas de E/LE os professores poderão contemplar um ensino/aprendizagem de língua espanhola mais significativo, atendendo assim esta nova demanda educacional que exige do mesmo uma nova concepção e uma nova postura acerca do seu papel na inserção da cultura nas aulas de E/LE ,somente assim estes profissionais atuarão formando cidadãos críticos, reflexivos e conscientes de seu papel na sociedade.

                                                                         ROSEMEIRE SANTOS

 REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000.

CORRÊA, Vera. Globalização e Neoliberalismo: O que isso tem a ver como você professor?. Rio de Janeiro. Quarter, 2000.

MOTA. Kátia Maria Santos. Incluindo diferenças, resgatando o coletivo- novas perspectivas no ensino de línguas estrangeiras. In:Mota, Kátia Maria Santos. SCHEYERL, Denise. Recortes Interculturais na aula de línguas estrangieras. Salvador: EDUFBA, 2004. P.35-62.

 PARAMETROS CURRICULARES NACIONAS: TERCEIRO E QUARTO CICLOS: LINGUA ESTRANGEIRA/ Secretaria da Educação Fundamental: Brasília; MEC, 1998

 PARAQUETT, Marcia. Uma integração interdisciplinar: artes plásticas e ensino de línguas estrangeiras In:Mota, Kátia Maria Santos. SCHEYERL, Denise. Recortes Interculturais  na aula de línguas estrangeiras. Salvador: EDUFBA, 2004. P. 195-220.