O papel do coordenador escolar articulando as ações escolares
Publicado em 29 de novembro de 2018 por Neide Rossi Luciana Rossi Nascimento
BEATRIZ LINDOMAR DE OLIVEIRA.
NEIDE ROSSI
LUCIANA ROSSI NASCIMENTO
Em pleno século 21, reger uma escola é uma tarefa que necessita, sobretudo de muita maestria, pois estamos em constante discussão sobre espaços, tempo e aprendizagens e para reger estas discussões temos a figura do coordenador pedagógico que se apresenta como articulador e representante deste novo modo de pensar a educação. Hoje o coordenador pedagógico destaca-se como um elo que envolve toda a comunidade escolar que esta envolvida no projeto politico pedagógico de nossas unidades escolares. Diante de todo esse envolvimento entre professores, gestores, pais e alunos, ele precisa harmonizar a aprendizagem dos alunos, contribuir e apoiar os professores em sua formação e estar em defesa de um currículo que promova a aprendizagem e o exercício pleno da cidadania de todos os educandos.
Entre demandas e paradoxos o coordenador se vê envolvido em contribuir para a aprendizagem dos alunos e pincipalmente em fazer valer a execução de um currículo mínimo (tão discutido e defendido nos dias atuais), com a compreensão de que muito do conhecimento com o qual a escola trabalha é universal.
E assim diante de todas estas pressões o coordenador precisa ter algumas características que o auxiliem neste desafio, e uma delas é a comunicação, pois ele esta ali coordenando uma equipe escolar e não um grupo em uma empresa, a palavra-chave não é competitividade, mas sim comprometimento. E ainda não perder sua essência de que também é um professor. Um de seus desafios é o de articular teoria e prática, conquistar sua equipe por estar sempre bem informado, estudar sempre, não sendo necessário saber todos os conteúdos, mas ter conhecimento teórico sobre a prática pedagógica é essencial. Em sua tarefa de saber comunicar-se, o coordenador deve também estar pronto para ganhar a confiança de seus professores e conquistá-lo para compreender como ele pensa e como compreende as questões pertinentes à educação. Ao estabelecer este canal de comunicação fica mais fácil propor e sugerir reflexões ao professor sobre suas concepções e projeto político pedagógico da escola.
Neste sentido o pedagogo norte americano Donald Schön em seu livro Educando o profissional reflexivo (Artmed, 2000, edição esgotada), evidencia que a relação entre instrutor e aprendiz pode ser de sucesso ou de fracasso, dependendo de como a hierarquia, o poder e o controle fulguram na comunicação. E preciso que este primeiro, aqui compreendido como coordenador não exerça seu papel com superioridade hierárquica, mas que seu desempenho se estabeleça no aprendizado mútuo, com entendimento, colaboração e onde o questionamento, as visões e os interesses sejam o sucesso da escola em relação ao aprendizado do aluno.
Com uma boa comunicação, caberá ao coordenador a busca pela segunda característica que é usar de sua boa comunicação para criar um ambiente de trabalho coletivo sem hierarquias, onde os professores possam defender seus posicionamentos sem deixar de fruir um bom dialogo onde o respeito à opinião do outro colega é fundamental, e onde o debate prime pelo crescimento do conhecimento e da formação coletiva de todos os envolvidos. Neste intercâmbio de ideias, a contínua reflexão sobre a prática pedagógica permitirá a toda equipe escolar a construção do conhecimento, através da interação, ideia esta advinda das teorias do psicólogo russo Lev Vigotski.
Sendo assim caberá ao coordenador pedagógico mediar o coletivo docente, articular momentos de reflexão sobre a prática e as contradições entre o pensar e o agir. Caberá a ele também promover o diálogo entre a gestão e os professores, pais e alunos, acompanhar e avaliar o processo de aprendizagem, verificando os resultados de desempenho dos alunos juntamente com os professores, rever e colocar em prática o trabalho de todos dentro do projeto politico pedagógico e em sua rotina de trabalho deve ter espaço também, para orientar o professor e as famílias dos alunos, além de reservar espaço para sua própria formação com muita leitura e reflexão, estando sempre atualizado às novas legislações e teorias relacionadas à educação.
No desenvolvimento de seu trabalho como coordenador pedagógico haverá experiências positivas e negativas, não há padrões ou receitas, portanto caberá a este profissional, estar em constante busca, pois é preciso compreender as individualidades de cada professor e como auxilia-lo em sua prática de maneira que o mesmo possa auxiliar todos os alunos na construção de conhecimento e que os conteúdos lhe sejam: conceituais procedimentais e atitudinais. Para que seus objetivos sejam alcançados e o exercício do seu trabalho possa ser bem-sucedido, é importante que diversas parcerias aconteçam — professor-coordenador, direção-coordenador, família-coordenador, aluno-coordenador etc. - e se consolidem. Pois, a educação democrática só é possível por colaboração, pelo compartilhamento de saberes, pela humildade dos envolvidos, pela fraternidade entre os profissionais no ambiente educacional e pelo respeito mútuo.
Um dos pilares para que o coordenador pedagógico tenha uma rotina produtiva de trabalho é a existência de um projeto politico pedagógico forte, onde as ações sejam desenvolvidas e cumpridas com planejamento e sem improvisos. Bem como que ao longo do ano letivo ao realizar suas reflexões a respeito do andamento das ações escolares ele realizará seu principal papel, ou seja, na formação dos professores poderá e deverá elencar, discutir, orientar e buscar soluções para que a escola seja um constante espaço de construção de saberes.