BEATRIZ LINDOMAR DE OLIVEIRA.

NEIDE ROSSI

LUCIANA ROSSI NASCIMENTO

Em pleno século 21, reger uma escola é uma tarefa que necessita, sobretudo de muita maestria, pois estamos em constante discussão sobre espaços, tempo e aprendizagens e para reger estas discussões temos a figura do coordenador pedagógico que se apresenta como articulador e representante deste novo modo de pensar a educação. Hoje o coordenador pedagógico destaca-se como um elo que envolve toda a comunidade escolar que esta envolvida no projeto politico pedagógico de nossas unidades escolares. Diante de todo esse envolvimento entre professores, gestores, pais e alunos, ele precisa harmonizar a aprendizagem dos alunos, contribuir e apoiar os professores em sua formação e estar em defesa de um currículo que promova a aprendizagem e o exercício pleno da cidadania de todos os educandos.

Entre demandas e paradoxos o coordenador se vê envolvido em contribuir para a aprendizagem dos alunos e pincipalmente em fazer valer a execução de um currículo mínimo (tão discutido e defendido nos dias atuais), com a compreensão de que muito do conhecimento com o qual a escola trabalha é universal.

E assim diante de todas estas pressões o coordenador precisa ter algumas características que o auxiliem neste desafio, e uma delas é a comunicação, pois ele esta ali coordenando uma equipe escolar e não um grupo em uma empresa, a palavra-chave não é competitividade, mas sim comprometimento. E ainda não perder sua essência de que também é um professor. Um de seus desafios é o de articular teoria e prática, conquistar sua equipe por estar sempre bem informado, estudar sempre, não sendo necessário saber todos os conteúdos, mas ter conhecimento teórico sobre a prática pedagógica é essencial. Em sua tarefa de saber comunicar-se, o coordenador deve também estar pronto para ganhar a confiança de seus professores e conquistá-lo para compreender como ele pensa e como compreende as questões pertinentes à educação. Ao estabelecer este canal de comunicação fica mais fácil propor e sugerir reflexões ao professor sobre suas concepções e projeto político pedagógico da escola.

Neste sentido o pedagogo norte americano Donald Schön em seu livro Educando o profissional reflexivo (Artmed, 2000, edição esgotada), evidencia que a relação entre instrutor e aprendiz pode ser de sucesso ou de fracasso, dependendo de como a hierarquia, o poder e o controle fulguram na comunicação. E preciso que este primeiro, aqui compreendido como coordenador não exerça seu papel com superioridade hierárquica, mas que seu desempenho se estabeleça no aprendizado mútuo, com entendimento, colaboração e onde o questionamento, as visões e os interesses sejam o sucesso da escola em relação ao aprendizado do aluno.

Com uma boa comunicação, caberá ao coordenador a busca pela segunda característica que é usar de sua boa comunicação para criar um ambiente de trabalho coletivo sem hierarquias, onde os professores possam defender seus posicionamentos sem deixar de fruir um bom dialogo onde o respeito à opinião do outro colega é fundamental, e onde o debate prime pelo crescimento do conhecimento e da formação coletiva de todos os envolvidos. Neste intercâmbio de ideias, a contínua reflexão sobre a prática pedagógica permitirá a toda equipe escolar a construção do conhecimento, através da interação, ideia esta advinda das teorias do psicólogo russo Lev Vigotski.

Sendo assim caberá ao coordenador pedagógico mediar o coletivo docente, articular momentos de reflexão sobre a prática e as contradições entre o pensar e o agir. Caberá a ele também promover o diálogo entre a gestão e os professores, pais e alunos, acompanhar e avaliar o processo de aprendizagem, verificando os resultados de desempenho dos alunos juntamente com os professores, rever e colocar em prática o trabalho de todos dentro do projeto politico pedagógico e em sua rotina de trabalho deve ter espaço também, para orientar o professor e as famílias dos alunos, além de reservar espaço para sua própria formação com muita leitura e reflexão, estando sempre atualizado às novas legislações e teorias relacionadas à educação.

No desenvolvimento de seu trabalho como coordenador pedagógico haverá experiências positivas e negativas, não há padrões ou receitas, portanto caberá a este profissional, estar em constante busca, pois é preciso compreender as individualidades de cada professor e como auxilia-lo em sua prática de maneira que o mesmo possa auxiliar todos os alunos na construção de conhecimento e que os conteúdos lhe sejam: conceituais procedimentais e atitudinais. Para que seus objetivos sejam alcançados e o exercício do seu trabalho possa ser bem-sucedido, é importante que diversas parcerias aconteçam — professor-coordenador, direção-coordenador, família-coordenador, aluno-coordenador etc. - e se consolidem. Pois, a educação democrática só é possível por colaboração, pelo compartilhamento de saberes, pela humildade dos envolvidos, pela fraternidade entre os profissionais no ambiente educacional e pelo respeito mútuo.

Um dos pilares para que o coordenador pedagógico tenha uma rotina produtiva de trabalho é a existência de um projeto politico pedagógico forte, onde as ações sejam desenvolvidas e cumpridas com planejamento e sem improvisos. Bem como que ao longo do ano letivo ao realizar suas reflexões a respeito do andamento das ações escolares ele realizará seu principal papel, ou seja, na formação dos professores poderá e deverá elencar, discutir, orientar e buscar soluções para que a escola seja um constante espaço de construção de saberes.