O PAPEL DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE LEITORES COM ENFOQUE NO ENSINO FUNDAMENTAL NAS SÉRIES INICIAIS

Por Débora Balbino Silva Oliveira | 26/11/2024 | Educação


O PAPEL DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE LEITORES COM ENFOQUE NO ENSINO FUNDAMENTAL NAS SÉRIES INICIAIS


Débora Balbino Silva Oliveira



INTRODUÇÃO

Um dos maiores problemas da educação nacional é a deficiência que muitos alunos enfrentam no que diz respeito às habilidades de ouvir, falar, ler e escrever, é comum encontrar alunos concluindo o 5º ano do ensino fundamental com dificuldades de expressão oral e escrita, com pouco contato com a leitura, ou ainda com baixa capacidade de interpretar e produzir textos. Observando essa realidade, surgiu o interesse em buscar saídas para formar alunos realmente competentes diante da língua, e não se tem uma outra forma, mais atraente e plausível, do que a leitura, do que a literatura, pois esse é um meio de se apreender de forma prazerosa e ao mesmo tempo rica de conhecimentos.    

Nesse sentido a literatura infantil é um dos caminhos para superar essa realidade, pois oferece infinitas possibilidades de ser trabalhada na sala de aula, diversas atividades podem ser vivenciadas com uma mesma obra literária, a leitura de um determinado livro dar espaço para o professor desenvolver a aprendizagem em áreas distintas do saber, o que por sua vez contribui para aprimorar as habilidades e competências das crianças, assim como oferecer-lhes uma melhor ideia do mundo (MOISES, 2008).

 O hábito de ler é um processo constante, que deve ter início logo cedo e se estender por toda a vida. O domínio da leitura é um ato que ultrapassa e muito a simples alfabetização, ou seja, não é só decodificar um texto, é entender, analisar, questionar, interagir, recriar, enfim, é ter uma ampla visão do que se leu, é saber relacionar o que foi lido (MAIA, 2007). 

Assim, o objetivo dessa capítulo é o de mostrar a relevante contribuição da literatura infantil para formação de leitores nas séries iniciais, procurando reconhecer conceitos que cercam a literatura infantil e sua função no desenvolvimento do leitor, além de apontar algumas práticas para o trabalho com a mesma nas salas de aula do ensino fundamental séries iniciais, voltando o olhar a enfatiza-la como instrumento formador de leitores literários.

A partir daí, pode-se afirmar que por meio da literatura, o aluno satisfaz suas necessidades, sendo possível ainda ampliar sua capacidade oral, permitindo-lhe assumir uma atitude crítica em relação ao mundo, advinda das diferentes mensagens e indagações que a literatura oferece. Os adultos têm o privilégio de acompanhar as crianças e auxilia-las em seu processo de iniciação á leitura, pois o texto literário não chega às crianças não alfabetizadas sem a mediação dos adultos, constatando-se, portanto que ler deve continuar a ser um processo incorporado á vida social (COELLHO, 2000). 


A EPISTEMOLOGIA DA LITERATURA INFANTIL

A literatura é umas das mais importantes artes, por que se faz das palavras, da escrita, da leitura, do pensamento, da criatividade e da idealização do autor, é baseada em determinado contexto histórico, social ou cultural, e representa um fundamental instrumento na formação do indivíduo e da sociedade, por permitir conhecer, refletir, interagir, questionar, construir e reconstruir conhecimentos e vivências. Nessa perspectiva, Moises (2008, p.18), enfatiza:

Porque ensinar literatura é ensinar a ler, e sem leitura, nas sociedades letradas, não há cultura; porque os textos literários são aqueles em que a linguagem atinge seu mais alto grau de precisão e sua maior potência de significação; porque a significação, no texto literário, não se reduz ao significado, mas opera a interação de vários níveis semânticos e resulta numa possibilidade teoricamente infinita de interpretações; porque a literatura é um instrumento de conhecimento do outro e de autoconhecimento: porque a ficção, ao mesmo tempo que ilumina a realidade, mostra que outras realidades são possíveis, libertando o leitor de seu contexto estreito e desenvolvendo nele a capacidade de imaginar, que é uma necessidade humana e pode gerar transformações históricas.


Ler é um universo multifacetado e incomensurável, que nos faz crescer, transpor barreiras, conhecer e mudar realidades, além de abrir um vasto campo de possibilidades de saberes a serem vivenciados, aprendidos e transformados, além de nos levar a construir um mundo plural e democrático. No entanto sabemos que apesar de tão primordial, o hábito de ler é algo difícil de obter, sem que seja despertado o prazer em fazê-lo. E em busca de avivar esse sentimento, é primordial recorrer aos textos literários infantis, por esse gênero ter a capacidade de envolver o leitor por inteiro, apelando para suas emoções, fantasias e intelecto, faz o leitor viajar pelo mundo da leitura, e vai, além disso, quando faz o mesmo ir além daquele mundo e interagir com a sua realidade. 

A criança que desde cedo tem contato com a leitura e as obras literárias de uma forma lúdica e prazerosa, seja através do ouvir ou do ler, tem maiores chances de despertar o gosto pelo ato da leitura, e isso lhe proporcionará uma maior compreensão de si mesma e de tudo que a cerca. Para melhor compreender a abrangência desse gênero literário, Coelho (2000, p.27) diz:

A Literatura Infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e suas possível/impossível realização...


Nesse sentido, pode-se afirmar que a missão da literatura infantil é ampliar o universo dos pequenos em termos de conhecimento, de emoções e de experiências, ajudando-os a crescer e se desenvolver com plenitude. Desde os primórdios a literatura tem como uma de suas funções principais atuar sobre as mentes, pois no encontro com a literatura, o homem tem oportunidade de expandir, enriquecer ou transformar a visão de si mesmo e do mundo.

Sendo assim é importante entender que quando se denomina essa literatura com o adjetivo “Infantil”, tal termo não é empregado para fazer referência a uma literatura menor, mais sim a uma literatura que pode ser chamada de infantil, apenas no nível de manifestação textual, ou seja, as produções destinadas às crianças são mais simples em seus recursos como, por exemplo, na estrutura, tempo cronológico, personagens, e na linguagem.

Em essência, a natureza da literatura infantil é a mesma da que se destina aos adultos. As peculiaridades e diferenças que a singularizam são definidas pela natureza do seu leitor ou receptor: a criança.  São obras escritas ou visuais em grau propício ao seu público alvo, tendem a corresponder às expectativas dos pequenos, porém acrescentando algo novo. O papel da literatura para crianças e adolescentes incita um caminho de dialogo, promove expressar sentimentos e reflexões, e o encantamento e fantasia presentes na maioria das obras, não causam alucinação, pelo contrario, ajuda-os a fazer uma leitura da vida, descobrindo o real.  Maia (2007, p. 101) defende:

É preciso ficar claro que o fato de acreditar que a literatura para crianças e jovens, na alfabetização, abre possibilidades para a criança ir se construindo, ao mesmo tempo, alfabetizada e leitora, não implica perseguir uma interlocução em que a criança se debruce sobre o livro e faça profundas conjecturas sobre o que lê ou ouve. Contudo, uma vez respeitados a idade, o ritmo e o nível de aceitação da obra, uma vez considerada sua historia individual, o leitor, por mais iniciante que seja, fará ligações com o cotidiano, suas inferências.


    Em relação a isso, é relevante observar que existem diversos tipos de leitores de literatura infantil, cada um em um nível diferente de domínio da linguagem, e o êxito na formação desses leitores literários, só será alcançado, se os textos contados ou propostos para as crianças lerem, forem selecionados observando-se idade e amadurecimento dos mesmos, pois em cada fase de desenvolvimento o aluno demonstra preferencia por um tipo de leitura. Mostramos aqui algumas fases relacionadas ao gosto de leitura das crianças:

    Pré-leitor (2 á 5 anos): a criança que ainda não tem aptidão de decodificar a escrita, tem preferencia pelos livros com imagens, cores, gravuras, o ideal é que não tenham textos e se houver que sejam curtos, ao visualizar essas ilustrações o individuo reconhece a realidade do seu eu e do mundo, e começa a ter contato com a sequencia das historias, os personagens, o tempo, enfim.

    Leitor Iniciante (6 á 7 anos): a criança nessa fase começa o processo de letramento, de contato com a escrita, mais a imagem ainda deve predominar sobre o texto, gostam dos contos de fada, de personagens engraçados, onde o bem vence o mal, é um período de socialização, de adequar-se ao mundo.

    Leitor em Processo (8 á 9 anos): o individuo já tem a competência da leitura e uma mentalidade lógica, é a fase do gosto por textos ou livros que apresentem  desafios, que o façam entender conflitos, mais a presença da magia e do humor ainda tem grande força de prender a atenção.

    Leitor Fluente (10 á 11 anos): o leitor dessa fase já consegue compreender e refletir sobre o livro, ampliando seu conhecimento e visão de mundo, a diversidade de gosto literário atraente nesse período aumenta bastantes, leituras que retratam confronto de ideias e valores são bem vindas.

    Leitor Crítico (12 á 13 anos): Nesse período já se domina por completo os mecanismos de leitura e escrita, há uma maior capacidade de concentração e aprofundamento dos textos, com uma postura reflexiva e crítica. Há uma imensa variedade de obras e textos que despertam interesse, pois nesse momento muitos temas e gêneros textuais podem ser trabalhados.

     Portanto, mesmo havendo possibilidades de variações nas fases de preferencia de leituras, pois sabemos que são muitos os fatores que interferem nesse processo, se torna imprescindível os pais e professores saberem quem é o leitor e sua fase de aprendizado na leitura, para a partir disso puderem conduzir uma boa e adequada iniciação literária nas séries iniciais. 

    Assim pensar nas crianças e em seu convívio com a literatura, merece um olhar mais atento, pois tal experiência possibilita que a criança se torne um leitor plural e posteriormente um cidadão mais preparado para viver em sociedade, capaz de ouvir, falar, ler e escrever com competência e desenvolvimento pleno em diversas áreas de conhecimento. Portanto, a literatura infantil abre espaço para uma nova mentalidade, pois através da mesma se abrem vários horizontes, para que o pequeno leitor se auto descubra e desenvolva habilidades pertinentes à linguagem e a leitura de mundo, adquirindo dessa forma habilidades que o ajudarão a compreender tudo que os cerca e avançar na vida.


RELAÇÕES INTERATIVAS ENTRE LITERATURA E PEDAGOGIA

Desde sua origem no século XVII, uma controvérsia polêmica acompanha a literatura infantil, a discussão é acerca se sua natureza pertence à arte literária ou a pedagogia. Os primeiros livros destinados para crianças apareceram na Europa, no contexto da ascensão da burguesia, e eram marcados de intenções morais e pedagógicas, que traziam o intuito de formar cidadãos alfabetizados e educados de acordo com as visões de mundo daquela sociedade. Na busca de alcançar esse padrão, alguns autores da época misturavam os contos com lições destinadas a ensinar leitura e escrita, como também regras de comportamento e moral.

Sobre essa tendência em nosso país, Gregorin Filho (2009, p. 28), diz:


Na educação e na prática de leitura no Brasil, do final do século XIX até o surgimento de Monteiro Lobato, os paradigmas vigentes eram o nacionalismo, o intelectualismo, o tradicionalismo cultural com seus modelos de cultura a serem imitados e o moralismo religioso, com as exigências de retidão de caráter, de honestidade, de solidariedade e de pureza de corpo de alma em conformidade com os preceitos cristãos. 


Mas em meio às transformações sociais, a evolução é um fator incessante, e diante disso, é possível dizer que na Europa, o rompimento com o total pedagogismo da literatura infantil teve seu início já na era vitoriana, com a publicação de Alice no país das maravilhas, por Lewis Carroll, em 1865, e no Brasil, Monteiro Lobato, com os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo, foi o pioneiro na escrita de uma obra literária que explorava prioritariamente o lúdico e a imaginação infantil. 

No entanto a relação literária e pedagogia que envolve a literatura infantil, não é algo insignificante, pois é algo incorporado desde sua origem, é resultado da indissolubilidade existente entre o propósito artístico e a intenção de ensinar. Mesmo até hoje havendo algumas confusões, em certas obras que levam um aspecto predominar sobre outro, vale ressaltar que tal circunstancia por mais maléfica que seja, não atingi em nada, o alto patamar das produções literárias para crianças.

Tendo em vista que há boas obras que conseguem equacionar esses dois aspectos da questão, unem a arte literária á pedagógica e oferecem ricamente uma literatura que emocionar, agrada e diverte, e que ao mesmo tempo uma literatura que faz pensar, criar e crescer. Ao analisar a visão de alguns autores da área, assim como as grandes produções que durante o tempo se consagraram como literatura infantil, podemos dizer que os textos para crianças pertencem concomitantemente a esses dois universos, pois se por um lado eles provocam emoções e a abertura para uma nova visão de mundo, por outro lado servem de instrumento educativo. Sobre isso, Coelho (2000, p. 46), afirma:

Sob esse aspecto, podemos dizer que, como objeto que provoca emoções, dá prazer ou diverte e, acima de tudo, modifica a consciência de mundo de seu leitor, a literatura infantil é arte. Sob outro aspecto, como instrumento manipulado por uma intenção educativa, ela se inscreve na área pedagógica. Entre os dois extremos há uma variedade enorme de tipos de literatura, em que as duas intenções (divertir e ensinar) estão sempre presentes, embora em doses diferentes.


As autoras Zilbermam e Silva defendem a ideia de que pedagogia e literatura se encontram, para atar duas pontas que, desamarradas, tem consistido numa das causas dos desatinos da educação. O que podemos perceber diante disso é que o problema maior não está na relação entre pedagogia e arte literária que as obras apresentem, mais na forma de conceber o ensino da literatura, ou seja, a didática muitas vezes usada pelas escolas e professores, não consegue provocar o gosto pelo ato de ler e assim não sustentam a formação de leitores literários no âmbito escolar. 

A vivencia da leitura não deve ser imposta as crianças como algo forçado, de caráter obrigatório, elas devem acontecer de uma forma mais natural e concreta, os pequenos precisam ser vistos como seres de vontade, com consciência voltada aos aspectos da vida. Daí a importância de uma didática pedagógica que promova o encontro dos alunos com as obras literárias em uma perspectiva prazerosa, onde o professor possa dirigir as crianças para novas descobertas, despertando a imaginação dos leitores, promovendo suas falas e ouvindo-os atentamente. 

Não é uma tarefa fácil ao educador, pois lhe exigirá tempo, estudo e planejamento, mais que com certeza trará grandes e significativos resultados. Nessa perspectiva a literatura infantil deve ser norteada por uma didática que incentive a leitura de textos literários em seus diferentes gêneros, sob uma ação de acompanhamento e intervenção pedagógica que facilite o desenvolvimento intelectual do uso da língua e da linguagem, permitindo a transformação da consciência pela relação mais humana com a palavra. Com relação a isso, concorda-se que:


Ela pode não querer ensinar, mas se dirige, apesar de tudo, a uma idade que é a da aprendizagem e mais especialmente da aprendizagem linguística. O livro em questão, por mais simplificado e gratuito que seja, aparece sempre ao jovem leitor como uma mensagem codificada que ele deve decodificar se quiser atingir o prazer (afetivo, estético ou outro) que se deixa entrever e assimilar ao mesmo tempo as informações concernentes ao real que estão contidas na obra. [...] Se a infância é um período de aprendizagem, [...] toda mensagem que se destina a ela, ao longo desse período, tem necessariamente uma vocação pedagógica. A literatura infantil é também ela necessariamente pedagógica, no sentido amplo do termo, e assim permanece, mesmo no caso em que ela se define como literatura de puro entretenimento, pois a mensagem que ela transmite então é a de que não há mensagem e que é mais importante o divertir-se do que preencher falhas (de conhecimento). (Soriano apud Coelho, 2000, p.31).


    Esse posicionamento se torna relevante nos dias de hoje, pois há uma forte crítica contra o aspecto pedagógico da literatura infantil, e uma tendência de valorização a obras de entretenimento, o que pode impulsionar uma mudança negativa nas produções literárias. A intenção artística deve esta fundida com a intenção pedagógica, pois a literatura tem que ser tratada não apenas como diversão, mais, sobretudo como um caminho que proporcione experiências do viver, do sentir e aflore inteligências. 

    Portanto, é através de uma literatura de qualidade, que comtemple tanto a arte quanto o conhecimento, que a criança é capaz de ter uma nova relação com diferentes sentimentos e ideias, sendo possível obter condições para o desenvolvimento intelectual e a formação de princípios individuais que os levam a entender suas próprias emoções e ações, formando seu potencial crítico e reflexivo, pois paralelamente ao ensinar a literatura ainda encanta, faz a imaginação e a criatividade fluir. 




A LITERATURA INFANTIL NA SALA DE AULA

A literatura infantil vivenciada dentro do âmbito escolar vem apresentando benefícios valiosos para formação da criança, pois o individuo que desde cedo tem contato com a leitura e as obras literárias de uma forma lúdica e prazerosa, seja através do ouvir ou do ler, tem maiores chances de despertar o gosto pelo ato da leitura, e isso lhe proporcionará uma maior compreensão de mundo, ou seja, de si mesma e tudo que a cerca. 

Mas para que a literatura infantil consiga oferecer possibilidades de desenvolvimento intelectual, emocional, capacidade de expressão e comunicação, é necessário que os pais e professores levem em conta o gosto e a faixa etária que a criança se encontra, pois em alguns casos não se tem êxito por que o livro indicado, lido ou contado está fora do nível de compreensão no que se refere à linguagem. 

Quando falo aqui de pais, volto o olhar para grande contribuição que a família tem nesse processo, tudo ficaria mais fácil se o gosto por ler fosse estimulado em casa, no entanto em caso de não haver essa realidade, a escola se torna um local privilegiado para o encontro entre o leitor e o livro, é na sala de aula das séries iniciais que a pedagogia por uma formação de leitores literários se faz necessidade urgente, e nessa ótica a literatura infantil representa um caminho fascinante e promissor. Sobre a literatura infantil na instância da escola, Gregorin Filho (2009, p. 77), diz:

Trabalhar com literatura infantil em sala de aula é criar condições para que se formem leitores de arte, leitores de mundo, leitores plurais. Muito mais do que uma simples atividade inserida em propostas de conteúdos curriculares, oferecer e discutir literatura em sala de aula é poder formar leitores, é ampliar a competência de ver o mundo e dialogar com a sociedade.


Partindo disso, pode-se dizer que é principalmente na escola que vai se dar de forma mais acentuada, a vivencia entre o leitor e a literatura, pois é nesse espaço que a leitura vai está mais acessível aos alunos. Tendo em vista que somente por meio de atividades de leituras, se é capaz de formar leitores, ou seja, só se aprende a ler, lendo.

O contato das crianças com os textos literários dentro da sala de aula sustenta ricos benefícios, pois quando se abre para a criança a possibilidade de se familiarizar com as surpresas e as visões plurais reservadas pela linguagem literária, a sua consciência se expande no convívio com o novo e responde de maneira criativa e própria. Assim quanto mais se lê, mais se aprende a ler, é na prática dessa leitura constante que as competências se alicerçam e a motivação se mantém. 

Para os pequenos leitores de hoje, o ato de ler não está mais somente atrelado a decodificação do código escrito, a leitura atual permite uma experiência sinestésica, ou seja, há livros produzidos nos mais variados materiais, apresentam-se em diferentes tamanhos e formas, têm livros para levar para o banheiro, para dormir, livros que fazem sons, que exalam cheiros agradáveis nas mãos, páginas que saltam dos livros, enfim, são textos que seduzem de forma lúdica o despertar para o mundo da leitura. 

Dessa maneira, essas primeiras leituras das crianças proporcionarão mais tarde, o ato de ler, não apenas como forma de decifrar códigos da língua, mas também como um processo de descoberta de sensações, interpretações e maneiras diferentes de pensar, onde aquela determinada leitura leva a fazerem-se inferências, associações com conhecimentos e vivências já adquiridas, questionando e transformando sua mentalidade diante do que está a sua volta.

A formação do leitor infantil precisa ser desencadeada por métodos de incentivo, através de trabalhos direcionados com objetivo de desenvolver essa capacidade leitora, fazendo-se pertinentes atividades de sala de aula que propiciem significativas experiências de leitura, a partir das quais a aquisição de novos saberes seja favorecida, dando então a leitura infantil também um caráter interdisciplinar. O processo de ensino-aprendizagem que tenha a literatura como alicerce necessita de: 

Inserção do professor num processo contínuo de formação, que possibilite o desenvolvimento da sensibilidade para a múltipla natureza da linguagem escrita, a conscientização do papel de formador de leitores, o acompanhamento do movimento efervescente do mercado editorial, e, numa extensão mais ampla, o compromisso com práticas transformadoras de leitura, que formem crianças e jovens críticos e atuantes. (Maia, 2007, p.182).


Assim o desenvolvimento da leitura literária deve atentar em propor um planejamento de aulas dinâmico, participativo e inquiridor, onde se pode ir além da leitura de livros, textos, poemas, poesias, narrativas, romances, contos e lendas, e estende-se também a fazer intertextualidade com leitura de imagens, obra de artes, músicas, teatro, atividades de oralidade, produção de desenhos, dentre outros. 

Nessa perspectiva desde que haja um sujeito letrado, capaz de direcionar e mediar ás leituras, de forma eficiente e adequada, qualquer texto pode ser lido, por qualquer tipo de leitor. O docente nesses casos precisa conhecer a maturidade dos seus alunos, vendo o que ele é capaz de fazer sozinho, auxiliando-o naquilo que ainda não aprendeu.  Sendo válido dizer que há várias possibilidades de leitura e há diferentes formas de compreensão para um único texto.

São múltiplas as maneiras de abordagem da literatura infantil no cotidiano escolar, algumas dessas propostas de atividades são: contação de historias pelo professor, permitir as crianças folhear livremente os livros, sugerir aos pequenos que contem as historias a partir das ilustrações, dialogar sobre os livros, recriação oral/escrita das narrativas de forma individual e coletiva, utilização de imagens e pinturas, memorização e declamação de poesias, realização de rodas de leitura, oficina de dramatização das obras, pode ser criada a hora da novela, ou seja, lê um livro em pequenos capítulos, propiciar aos alunos escolher o livro que deseja ler e posteriormente culminar um momento que cada um fará propaganda do livro que leu, comentar e debate textos em grande grupo tratando de temas transversais, cantar músicas relacionadas ao conto, enfim há um universo de atividades a serem realizadas com os livros ou em consequência deles.

Portanto trazer o convívio com a literatura infantil para sala de aula do ensino fundamental I exige a escolha de um acervo de títulos abrangentes e seguros, que comtemple várias linguagens e uma metodologia de ensino que vise à formação de leitores literários, mais acima de tudo, leitores competentes, reflexivos, capazes de ler o mundo. Assim entre tantas coisas boas que a escola podem oferecer aos alunos, destacamos a leitura, como a mais relevante, por que a leitura é a continuação da escola na vida das pessoas, é através de ler competentemente, que o aluno terá mais chances de prosperar em um desenvolvimento por completo, pessoal e social. 


O PROFESSOR COMO PROMOTOR DA LEITURA

Sabemos que a literatura infantil representa um caminho favorável na construção de conhecimentos magnificentes e na formação plena do individuo como um todo, mais não se pode falar nos benefícios da leitura, sem mencionar quem a promove. E no âmbito escolar, a missão de formar novos leitores, é tarefa intimamente ligada ao ofício do docente, e é nessa perspectiva que ressaltamos a grande importância dos professores atuarem como promotores da leitura.

Partindo do principio que só um bom leitor pode ser um bom mediador da leitura, pode-se afirmar que para ter êxito em despertar o gosto pela leitura é necessário que quem o faça tenha o hábito prazeroso de ler. O professor precisa demonstrar o gosto que tem em realizar leituras, a satisfação que sente quando está em contato com os livros,  ser um exemplo de leitor assíduo e escritor competente. 

Pois as crianças costumam observar e imitar os adultos mais próximos, sejam eles modelos adequados ou não. Dessa maneira, o educador deve transparecer essa afeição pela leitura e por todas as atividades que demandam dela, isso por meio de ações evidentes à percepção dos alunos.

Para que o ensino literário continue dando seus frutos, é necessário que o professor, antes do aluno, continue acreditando nas virtudes da literatura. Se o próprio professor não confia mais no objeto de seu ensino, e não faz deste um projeto de vida, é melhor que escolha uma profissão mais atual, menos exigente e mais rentável. 

(Moises, 2000, p. 351)


No ensino fundamental I, a literatura infantil torna-se uma grande aliada dos professores no processo de formação de leitores, por ser um instrumento motivador e desafiador, capaz de transformar a criança em sujeitos ativos, protagonistas de sua própria aprendizagem, que compreende o contexto em que vive e é capaz de agir diante suas necessidades.

Infelizmente, no Brasil, ainda são poucas as crianças que tem o hábito da leitura, grande parte delas tem o primeiro contato com a literatura quando começa ir à escola. Experiência essa que pode dar aos pequenos a sensação de um ato de ler por obrigação, pois na maioria dos casos, a formação de professores promotores de leitura deixa a desejar, muitos desses profissionais que também não receberam uma educação baseada do ato prazeroso de ler, desconhecem técnicas de dar vida às histórias, de forma a agregar conhecimentos na vida do aluno, o que pode acabar prejudicando a formação de leitores.

Isso representa um grande desafio a ser vencido, não é uma tarefa fácil, exige esforço e empenho por parte dos educadores que desejam mudar sua prática, mais que com certeza tal mudança trará resultados significativos para vida não só dos alunos, mais também do professor, refletindo positivamente na sociedade como um todo. Não queremos dizer que sozinho o docente conseguirá alcançar eficazmente esse objetivo, jogando para si toda responsabilidade, mais sim que seu trabalho e sua presença nesse processo fazem toda a diferença, pois não há outro papel tão determinante e importante, como o do professor dentro da sala aula. 

Mas além dessa dedicação do educador, é imprescindível uma urgente modificação na educação nacional que vise à formação de um individuo leitor, que não apenas leia, mais entenda, reflita e transforme conhecimentos. É necessário, que a escola e os professores estejam preparados para desenvolver as habilidades de comunicação e linguagem, pois muitas vezes o aluno sai da escola sem ser capaz de ler, escrever, ouvir e falar competentemente, e isso não lhe permitirá dar voos mais altos.   

Ao inserir a literatura infantil na sala de aula, o docente estabelece uma relação de dialogo entre o aluno, o livro e a realidade. Um texto traz consigo inúmeras possibilidades de aprendizagem e experiências, logo a leitura de um mesmo livro nunca será igual para dois leitores, por ser dois mundos que se tocam o da obra e o de seu leitor. Nesse sentido o professor tem a função abrir caminhos, sugerir formas de como fazer, tomar uma postura de facilitador e mediador em atividades relacionadas à leitura e a escrita literária. Jolibert (1994, p.14) considera que:

É lendo que nos tornamos leitores e não aprendendo primeiro para poder ler depois: não é legítimo instaurar uma defasagem, nem no tempo, nem na natureza da atividade, entre “aprender a ler” e “ler”. Colocada numa situação de vida real em que precisa ler um texto, ou seja, construir seu significado (para sua informação ou prazer), cada criança mobiliza suas competências anteriores e deve elaborar novas estratégias para concluir a tarefa. [...] Não se ensina uma criança a ler: ela é quem se ensina a ler com a nossa ajuda (e a de seus colegas e dos diversos instrumentos da aula, mas também a dos pais e de todos os leitores encontrados).


    E diante dessa busca de caminhos que ajudem as crianças aprenderem a ler textos, o ato de contar historias é uma excelente sugestão. Narrar é um costume bem antigo, desde os primórdios do mundo, no entanto um ato muito enriquecedor, por motivar e preparar para leitura de livros. O processo de se formar leitores passa pela vivencia de ouvir histórias, tendo em vista que a mente humana é ativada pelo encanto produzido pelas novidades e mistérios. 

O professor contador de historias, antes de qualquer coisa, é um leitor privilegiado, que realiza leituras prévias, conhece o texto e com sua voz e gestos articula enredo e emoções, de forma a ressoar aos ouvintes estabelecer relações incontáveis, cujos conceitos acerca da vida humana se constroem e se reconstroem.

Para Abramovich (2004, p. 18) contar histórias é uma arte que equilibra o que é ouvido com o que é sentido e pensado. E para que a história tenha mais vida, o mestre deve envolver os alunos, de modo que conquiste deles a confiança, atenção e admiração. A leitura tem que ter pausas e intervalos para que a criança possa construir imaginariamente seu cenário, sinta as situações, visualize os personagens, percebendo com o sensorial e o emocional todos os componentes do contexto emergente da história. Dessa maneira, o professor que promove a literatura em suas aulas, possibilita as crianças aprenderem a escutar, a pensar, imaginar, sentir, ser e viver, fazendo com que a infância se caracterize como um momento primordial no desenvolvimento social e cognitivo.

     

A FORMAÇÃO DE LEITORES LITERARIOS

O hábito de ler é algo capaz de modificar mentes, agregar novos valores e adquirir diferentes vivencias, se todos nós tivéssemos oportunidade de desenvolver essa virtude, com certeza, teríamos um mundo melhor, de igualdade, de progresso, e menos opressão. Por isso defendemos que a luta por uma educação mais abrangente, no que se diz respeito ao domínio da leitura em sua forma mais plena e verdadeira, traria grandes e bons resultados para sociedade como um todo.

Entendemos que hoje, com a presença da tecnologia, da internet e dos meios eletrônicos, que por sua vez prendem rapidamente a atenção, não só das crianças, mais também dos adultos, fica ainda mais difícil, despertar o gosto pela leitura, no entanto, ainda assim, é possível avivar em nossas crianças essa vontade de ler livros, não apenas lê-los, mais, compreende-los, interpreta-los, recria-los, enfim, descobrir o mundo através das letras.

A tarefa de formar leitores literários, precisa ser um interesse não apenas da escola ou do professor, seria imprescindível que fosse um intuito da família também, pois quanto mais cedo às crianças tem contato com os textos, seja através de imagens ou pelo ato de ouvir historias, é mais provável que estes se tornem leitores. 

No entanto compreendemos que por diversos motivos, na maioria dos casos este hábito não é adquirido no meio da família, é ai que entra a sublime participação do ambiente escolar, é na sala de aula, com a presença de um professor comprometido com a leitura, que esse universo extraordinário de conhecimento e prazer, oferecido pela literatura, ganhará força.

E é nas séries iniciais, no ensino fundamental I, que deve haver um engajamento total e eficiente a fim de propor o envolvimento com o ato de ler, pois é nesse período que as personalidades dos nossos pequenos estão se formando, tendo-se, portanto mais possibilidades dessa competência ser internalizada. Nesse sentido a literatura infantil surge não apenas como uma ferramenta para se formar leitores, mais também como um caminho que fará os alunos aprenderem e crescerem de maneira espontânea e feliz.

[...] não devemos esquecer que o interesse também se cria, se suscita e se educa e que, em diversas ocasiões ele depende do entusiasmo e da apresentação que o professor faz de uma determinada leitura [...] (SOLÉ,1998, p.43)


Sabemos que muitos alunos, talvez até por uma questão da cultura do não ler impregnada em nossa sociedade, não demonstram vontade de ler e se recusam a fazer atividades de leitura, então é a partir da observação dessa conduta que o docente, será capaz de refletir e planejar as aulas que envolvam literatura, com materiais mais atraentes as crianças, levando em consideração a faixa etária e o gosto dos pequenos, além disso, deve conhecer bem as obras a serem apresentadas, criando mecanismos para realizar um trabalho que gere conhecimentos, mais que não seja algo forçado.

A formação de leitores literários tem que ser vista como primordial dentro do desenvolvimento das competências relacionadas à linguagem e as aulas de língua materna, pois suscita saberes relevantes para constituição do individuo, mesmo representando uma tarefa árdua, não podemos desistir de vencer esse desafio, a educação nacional e as escolas precisam abrir a mentalidade para mudar esse cenário, mais enquanto isso acontece, podemos começar aos poucos, se cada professor começar a mudar sua prática em sala de aula, já fará grande diferença na vida dos alunos. Sobre o ensino da leitura, Frank Smith(1999, p.15), pondera que:

A leitura não pode ser ensinada, mas, apesar disso, os professores e outros adultos têm um papel decisivo a desempenhar e é deles a grande responsabilidade de tornar possível a aprendizagem da leitura. 


    Com base na afirmação anterior, entende-se que o ato de ler não algo a ser ensinado, mais que ainda assim, o docente carrega em si o papel importante de fazer o aluno reconhecer essa competência como algo significativo, realizável e indispensável na sua vida. O professor é essencial para o surgimento de alunos leitores, pois representa um modelo, um facilitador, um leitor mais experiente, capaz de fazer brotar nas crianças esse hábito, que será tão determinante na vida delas, a leitura. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS

    A literatura infantil é realmente um meio de se abrir novos horizontes de conhecimento, pois promover a leitura é sem dúvida, promover progresso, e mais ainda é proporcionar momentos únicos, de transformação, evolução e realização pessoal e social. Quem tem oportunidade de adquirir o gosto pelo ato de ler, também tem maiores possibilidades de sonhar mais, de viver mais e de crescer mais. O texto literário é algo vivo que faz do individuo um ser perspicaz, pensante e sábio. 

    Essa literatura sustenta contribuições valiosas para uma boa formação das crianças e jovens, principalmente na fase inicial escolar. Ao entrar no universo literário infantil muito se aprende, o mesmo ensina a liberdade, a alteridade necessária para a constituição da subjetividade, permite o encontro com distintas culturas e aproximação com os mais variados aspectos relacionados á língua e a linguagem, possibilita a troca, a comunidade de ouvintes, o desfrute individual e coletivo, sem a força disciplinar da ordem do adulto, e além de tudo desenvolve na criança a capacidade de compreender o que os cerca, posicionando-se de forma crítica e reflexiva quanto à vida.  

    No entanto, no mundo dominado pela rapidez eletrônica e tecnológica, onde as politicas públicas não viabilizam competentemente a leitura e ainda diante de famílias que não tem o hábito de ler, o contato com o livro e a leitura se tornam grandes desafios, porém que podem ser superados se o educador tiver um bom embasamento sobre a epistemologia, tendências e práticas do tema aqui tradado, pois estes lhe darão maiores subsídios para promover com êxito o processo de formação do sujeito leitor.

    O professor que estuda e tem compromisso em renovar sua ação, deve buscar métodos e ideias, que lhe permitam ser capaz de realizar uma boa escolha das obras ou textos literários, e usa-los em atividades planejadas e dinâmicas, e assim levar a criança leitora a um convívio com a literatura de forma prazerosa e ao mesmo tempo geradora de conhecimentos significativos. 

    Assim a culminância dessa pesquisa bibliográfica, tratou de apresentar a literatura infantil em uma visão geral e sucinta, com tudo ressaltando o que há de primordial e relevante nela, mostrando de inicio seus conceitos, historia e sua relação com a pedagogia, tendo o objetivo de reconhecer os pilares que a indicam como agente ideal para formação de uma nova mentalidade. 

    A partir daí deu-se a exposição da importância desta literatura nas salas de aula do ensino fundamental I, relatando algumas peculiaridades que a norteiam, como a presença do docente como promotor de leituras e a proposta de olhar para a formação de leitores literários, sob uma nova maneira de conceber a literatura infantil no âmbito escolar, desde a formação docente á ação pedagogia e ao letramento literário.

    Essa pesquisa visa ser um suporte para auxiliar os professores da área a rever suas práticas e refazer sua ação pedagógica, no sentido de exercer a docência de forma plena enquanto incentivadores de leitura, formadores de leitores e posteriormente cidadãos críticos, reflexivos, participativos e atuantes. 


REFERÊNCIAS


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