O PALÁCIO E A MANJEDOURA

 

Mateus 2:11  Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.

 

Sabemos que todo rei tem seu trono, uma cadeira real, dali ele delibera e dá suas ordens. Ali, ele é reverenciado, as pessoas  se inclinam diante da força do seu poder, reconhecem autoridade, reconhecem o mando. Também sabemos que todo rei tem seu castelo, suas riquezas, e sendo rei, tem seu reino.

 

Um dia na antiguidade, influentes homens prestaram reverência a um Rei que sem palácio e sem reino, tinha por ornamentação uma simples manjedoura como referência  de riqueza. Afinal, nem mesmo sua o era. Foi-Lhe alugado até. Nem consciência de rei, aquele recém nascido a tinha. Nem seus pais sabiam da força da tamanha autoridade que recaia sobre o rebento.

 

Homens tocados pela ação do Espírito de Deus foram levados a reconhecerem que em Belém da Judéia havia surgido à toda  humanidade uma criança digna de todo reconhecimento em autoridade e singeleza de respeito, por se tratar de uma personalidade ímpar, à qual toda raça humana deveria prestar culto.

 

Aquele menino que nascido da concepção espiritual, haveria de transformar reis em seus súditos. E de súditos transformá-los em amigos apenas, nem servos Ele os chamaria mais, mas e Ele ainda fala aos homens de bom entendimento:  Meu reino não é deste mundo.

 

O estábulo que se tornara palácio, foi por alguns instantes a sede terrena do maior reino que o mundo já conheceu, mesmo que sem despachos reais e sem cetro real. Não houve chancela em documentos, nem toque de clarins pela sua presença. Também não houve a corte e sua nobreza. Houve sim, pastores de ovelhas e muita simplicidade de ambiente.

 

Bem diferente do que vemos hoje em razão que o Rei que causou isso tudo, ter vindo tão humildemente, e nem ter onde nascer, dar causa aos homens que se dizem súditos, a opulência material da mensagem que um dia começou naquele estábulo em Belém.

Grandes homens hoje, sentados em suas cadeiras reais em suas vaidades, despacham suas vontades e determinam autoridade de reis que se julgam, sobre uma realidade que nem dela tem conhecimento e domínio, dado que dela só as tem por fé.

 

Mas afinal, quem são os verdadeiros súditos do Rei da manjedoura?

- Aqueles que com singeleza de espírito O tem por Senhor.

 

Aquele Rei nascido não em um berço esplêndido, mas num simples ambiente de uma estrebaria, mesmo com toda humildade aparente, era temido por reis, a ponto de seus pais terem de fugir apressadamente para um outro país. Aquele rei, sem formosura, foi perseguido desde tenra idade pelos seus súditos.

 

Aquele Rei que nascido em estrebaria, foi visto discutindo leis com os seus súditos.

Aquele Rei que nascido em  cocho de animais, que sido enrolado em panos rotos, sem capa e sem coroa, um dia haveria de ter suas vestes reais, sendo sorteada entre seus algozes e aqueles mesmos súditos, coroado-O com espinhos por ornamento real.

Aquela criança que para muitos ainda permanece pequena. Pelo menos uma vez por ano os homens param por um dia para reverenciá-La como Rei que o É. Um dia apenas.

Aquele menino que faz com que os homens dela tirem proveito financeiro. Quando muito a tem como instrumento de comércio de suas mercadorias, por dias a fio, sem se aperceberem que Ele não deseja riquezas humanas, mas sim a riqueza da alma, a franqueza do coração, o verdadeiro sentido espiritual de cada pessoa existir perante seu reino.

 

Aquela criança, nascida num estábulo, que foi reverenciada como majestade, como toda alma vivente, um dia teve que cumprir seu propósito perante Seu Pai e perante os céus.

Um dia sem motivo aparente foi acusada de ser rei sem palácio, somente por dizer que haveria de  derrubar o palácio terreno de homens truculentos, que na perspectiva de se verem sem seus cetros reais, propuseram-se em maldizer o Rei, acusando-O de maldizente e inoportuno. Caluniaram-No e O julgaram sem causa, foi tido como malfeitor e nisso, Trocaram-No por um malfeitor. Açoitaram-No, cuspiram-No, trucidaram-No, furaram-No com lança, por malvadeza apenas, desejaram saber de dele ainda saia algo que era digno de dizer: VIDA. A muitos quantos Ele havia abençoado com comida e prodígios, impuseram-Lhe passar em ser um desconhecido. Até um dos seus O negou, dizendo: - Não o conheço. Realmente, um rei sem realeza.

 

Mas aquela criança, ainda causa medo entre os homens. Pois aquela criança deseja mudar os homens. Aquela criança não está mais na estrebaria. Aquele menino não está mais no meio dos maiorais ensinando as leis. Aquele homem desejou estar num casamento, trazendo pela força do seu poder e autoridade, a abundância do melhor vinho. Também não está mais ali. Aquele homem trucidado, também não está mais na sua rude cruz. Ele foi posto num túmulo. Mas também não está mais na sepultura. Aquele homem, transformou-se, voltou a ocupar sua realeza e está assentado à direita do Seu Pai. Aquele homem que por motivos divinos soube  viver entre nós homens, como Cristo que com missão chamou-se Jesus, O Filho de Deus que tiraria o pecado do mundo. ELE VIVE.

Sim, aquela mesma criança que havia transformado uma manjedoura no centro terreno de todo um reinado eterno pela aceitação do seu sangue na CRUZ, anos mais tarde.

Ele que pára as guerras entre os homens, nem que seja só por algumas horas, o faz pela força do que  seu nome  SIGNIFICA, deseja que todos se reencontrem com seu PAI.

Requer que os homens pensem o que tenha significado o seu nascimento, a sua vida, a sua morte, mas que creiam na sua ressurreição. ELE VIVE e quer ser entronizado como rei e Senhor, com toda sua MAJESTADO POR SER REI. AMÉM !.

 

Gálatas 3:26  Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus.

 

João 15.22  Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado. Quem me odeia odeia também a meu Pai.

 

 

Valdir Carvalho – Cascavel-Pr, 20.12.2009