O PAI QUE É NOSSO

Maria Eunice Gennari Silva

 

Ele é nosso lá no céu e aqui na terra, logo, entre Ele, você e eu, há o nós.

O Pai que é nosso, lá e aqui, entregou Seu Filho para que pudéssemos crer e nos comunicar com Ele e através d’Ele, aprendendo a respeito de todas as boas coisas que vem do céu, entre elas, como orar aqui na terra.

Então, enquanto oramos vamos conhecendo o projeto de vida que Jesus tem para nossas vidas, porque, através da Sua relação íntima com o Pai, há uma comunicação a ser revelada aos que buscam em oração.

Enquanto oramos o Pai Nosso construímos um espaço de transparência, no qual verdades são ditas por nós, sem nenhum constrangimento ou medo. Pois podemos ouvir do Filho, que aprende com o Pai, como permanecer em uma relação, espontânea, amorosa. É assim, portanto, que não faremos do Pai Nosso uma oração viciada na tentativa de Deus se curvar diante de nossas vontades, que, com certeza, nem sempre é a vontade d’Ele.

O Pai Nosso é um condensado simples, de fácil compreensão a respeito do que está escrito nos evangelhos. Jesus clarifica a oração logo de início, pois Ele se dirigi ao seu Pai, priorizando o Seu nome, o Seu reino e a Sua vontade. Em seguida, por amor à nós, Jesus clama ao Pai, para saciar a nossa fome com o pão, para sermos perdoados, para não cairmos em tentação e para nos livrar do mal.

Entretanto, para que esta oração seja conversada com o Pai, Jesus deixou escrito no livro de Mateus, capítulo 6:5-15, e com todas as letras, o “Pai Nosso” de tal forma que ninguém ouse modificar uma palavra sequer.

E por que a partir do capítulo 5 e não do 9?

É simples. Porque ao nos ensinar como orar, o Filho faz algumas recomendações para que elas sejam, inicialmente, conhecidas e compreendidas por nós. Ele deixa claro que o “Pai Nosso” não é uma oração tipo "decoreba" apenas para que que ela esteja na ponta da língua com objetivo de sermos aprovados na prova de Deus.

Em nome de Jesus, vamos mudar o rumo desta prosa.

As recomendações do Filho nos inspiram a meditar antes de conversar com o Pai. Elas nos dão a oportunidade de buscar, primeiro, princípios que nos aproximam d’Ele, como estarmos atentos em ouvi-Lo e livres para falar. Assim, nos tornamos sabedores de que:

- não devemos ser como os hipócritas, querendo apenas ser vistos pelos outros enquanto oramos;

- não precisamos de plateia, pelo contrário, vamos para o nosso quarto e, de porta fechada, oramos ao Pai, em secreto, que já está lá nos esperando e nos vendo, literalmente, por dentro e por fora;

- não vamos ser repetitivos no que falamos, supondo que só assim seremos ouvidos, até porque Deus nos conhece e sabe o que queremos antes mesmo de abrirmos a boca;

- não vamos ao encontro do Pai como interesseiros, mas convictos de que não necessitamos pedir nada, porque Ele já sabe o que precisamos, portanto, deixe que seja feita a Sua vontade.

Compreendidas estas recomendações, agora sim, vamos percorrer o caminho da oração que o “Pai Nosso” nos dá como direção ao Seu encontro. Um encontro entre Pai e Filho que conversam, que se conhecem, que se relacionam de forma plena e completa. E que, por esta razão, fica, para sempre, o desejo de perseverar em oração... de orar sem cessar.

Oramos para um Pai que está lá no céu. Oramos para um Pai que tem o Seu nome santificado. Oramos para um Pai, o qual nos dá o privilégio de recebermos o Seu reino e sermos testemunhas de que a Sua vontade é feita aqui na terra, assim como Ele a faz lá no céu.

Assim, neste caminho da aprendizagem contínua, eterna, Ele nos alimenta com o pão de cada dia - o pão/Cristo que perdoa as nossas dívidas e nos ensina que, ao reparti-lo, aprendemos a perdoar os nossos devedores.

Simplesmente creia que, quando estamos prontos para orar como Ele nos ensina, não corremos o risco de continuar caindo em tentação, porque podemos ser livres do mal e ter a esperança de encontrá-Lo no reino onde Ele reina em poder e glória.

Amém?!