Nenhuma parte do meu corpo sentia nada, só minha cabeça pensava, e via que não havia nada a sentir, nada a ver, só o Nada.

 E quanto mais tentava pensar, nada vinha além do nada. Aquilo se repetia todo dia, em certa hora, nada fixa, mas sempre tinha a certeza que o nada viria, e esperava. O Nada se tinha ser tornado um prazer, um vício, e que já não se contentava em esperar que o nada viesse. Eu tinha que encontrar um meio de mandar no Nada, de traze-lo quando quisesse e não quando ele queria vir.

 Mas não adiantava, o Nada era dono dele mesmo, o Nada só vinha quando ele queria.