O mundo.

Estou aqui.

Estou lá.

Estou em vários lugares.

Penso também em todos eles.

 Tive a sorte de ser e não ser.

De passar de não passar.

 De existir e perder a existência.

De compreender a ficção.

 A ideologia dela.

A contra ideologia.

Sou daqui e ou do lado de lá.

Porém, não existem esses lados.

Então sou do lado que não existe.

O mundo é o mundo.

 Porque o mundo não é o mundo.

 Pobre de mim que fui tantos outros.

Mundos.

Outras pessoas.

Lados obscuros.

E claros desses mundos.

Epistemológicos.

 Gente

Criando ilusões.

Vendendo heróis.

Fabricando.

Sonhos invertidos.

A representação dessa inversão.

É a realidade proposta.

Como fundamento.

Mas nada disso é real.

O mundo é uma fantasia.

 Igual a Deus.

A alma.

A metafísica.

O método indutivo.

As deduções silogísticas.

O poder público.

O futebol e a transcendência.

Tivemos que ser.

Mas esse ser.

É um antevir.

Apenas a imaginação.

A vontade que seja verdade.

Aquilo que não é.

É o que é.

O mundo é ameaça da possibilidade.

 De seres inclusos.

Das metamorfoses dessas inclusões.

Superam se as etapas não realizadas.

Para a criação de outras do mesmo modo.

O mundo é essa perspectiva.

De gente frágil e vaidosa.

Como se não  fossem elos de outros estágios.

 Como se vivessem com outros padrões.

Culturais.

Mimetismos.  

Como se o lastro não fossem exatamente.

Comum.

O mundo é essa idiossincrasia doméstica. 

Quem é que não vive a mesma lógica.

O padre.

O pastor.

O juiz.

O acadêmico.

O governador de Estado.

 O jogador de futebol.

O pedreiro que reforma a casa.

 O motorista de taxis.

O médico de Plantão.

Poderia dizer outros exemplos.

Não preferidos.

 A lógica não é racional.

Muito menos formal.

Dialética ou material.

Mas instintual.

Tudo o que se busca.

O que realmente procura.

É a  própria defesa.

 Ser e não ser.

O que de fato não é.

O mundo é essa predestinação.

Cheia de montanhas, tejus, trilhos e palácios.

A exuberância de uma aldeia assentada numa pedra.

Todos querem tomar o arco das mãos dos índios.

Metáfora comum ao consensual do mundo idílico.

Nada além dessa ideologia dos seres.

Edjar Dias de Vasconcelos.