O mundo.
Publicado em 26 de janeiro de 2013 por Edjar Dias de Vasconcelos
O mundo.
Estou aqui.
Estou lá.
Estou em vários lugares.
Penso também em todos eles.
Tive a sorte de ser e não ser.
De passar de não passar.
De existir e perder a existência.
De compreender a ficção.
A ideologia dela.
A contra ideologia.
Sou daqui e ou do lado de lá.
Porém, não existem esses lados.
Então sou do lado que não existe.
O mundo é o mundo.
Porque o mundo não é o mundo.
Pobre de mim que fui tantos outros.
Mundos.
Outras pessoas.
Lados obscuros.
E claros desses mundos.
Epistemológicos.
Gente
Criando ilusões.
Vendendo heróis.
Fabricando.
Sonhos invertidos.
A representação dessa inversão.
É a realidade proposta.
Como fundamento.
Mas nada disso é real.
O mundo é uma fantasia.
Igual a Deus.
A alma.
A metafísica.
O método indutivo.
As deduções silogísticas.
O poder público.
O futebol e a transcendência.
Tivemos que ser.
Mas esse ser.
É um antevir.
Apenas a imaginação.
A vontade que seja verdade.
Aquilo que não é.
É o que é.
O mundo é ameaça da possibilidade.
De seres inclusos.
Das metamorfoses dessas inclusões.
Superam se as etapas não realizadas.
Para a criação de outras do mesmo modo.
O mundo é essa perspectiva.
De gente frágil e vaidosa.
Como se não fossem elos de outros estágios.
Como se vivessem com outros padrões.
Culturais.
Mimetismos.
Como se o lastro não fossem exatamente.
Comum.
O mundo é essa idiossincrasia doméstica.
Quem é que não vive a mesma lógica.
O padre.
O pastor.
O juiz.
O acadêmico.
O governador de Estado.
O jogador de futebol.
O pedreiro que reforma a casa.
O motorista de taxis.
O médico de Plantão.
Poderia dizer outros exemplos.
Não preferidos.
A lógica não é racional.
Muito menos formal.
Dialética ou material.
Mas instintual.
Tudo o que se busca.
O que realmente procura.
É a própria defesa.
Ser e não ser.
O que de fato não é.
O mundo é essa predestinação.
Cheia de montanhas, tejus, trilhos e palácios.
A exuberância de uma aldeia assentada numa pedra.
Todos querem tomar o arco das mãos dos índios.
Metáfora comum ao consensual do mundo idílico.
Nada além dessa ideologia dos seres.
Edjar Dias de Vasconcelos.