O presente artigo visa abordar as possibilidades de transformação com materiais e objetos não estruturados de uso cotidiano podendo ser disponibilizados para as crianças criarem seus próprios brinquedos e brincadeiras. Sejam eles:(caixas de papelão, garrafas pets, folhas, retalhos, panelas), entre outros. 

Portanto, todos esses objetos que, aos olhos de muitos não teriam utilidades, no mundo de faz de conta da criança, se transforma, cria e recria conforme a criatividade individual. 

Por isso, seria possível abrir várias e diversas possibilidades para esse mundo imaginário do brincar, e do resgate da construção de brinquedos, com materiais não estruturados para que a criança desenvolva o seu intelecto agregado ao professor.

Nesse sentido, oferecer expectativas que tange a realidade cultural e social do universo infantil.

De modo geral, os escritores afirmam que “o brincar” na educação infantil é tão importante para o desenvolvimento cognitivo, quanto para o motor e social da criança. Uma vez que, a partir dele a criança tem a possibilidade de explorar sua inteligência e habilidades no mundo de faz de conta, construindo mediante ao auxilio dos materiais não estruturados como por exemplo: uma garrafa pet em avião ou até mesmo um rolinho de papel higiênico em um sapinho podendo assim, transformá-los em brinquedos.

Sendo assim, os trabalhos desenvolvidos com materiais não estruturados com garrafas pets, caixas de papelão, tampinhas de garrafa, rolinhos de papel higiênico e caixas de leite podem ter um reaproveitamento e desenvolver atividades lúdicas e alfabetizadoras.

Segundo Vygotsky (1982):                                               

 

A imaginação, como base de toda atividade criadora, se manifesta por igual em todos os aspectos da vida cultural, possibilitando a criação artística, científica e técnica. Neste sentido, absolutamente tudo que nos rodeia e tenha sido criado pela mão do homem, todo o mundo e a natureza, tudo é produto da imaginação e da criação humana, baseado na imaginação. (VYGOTSKY, 1982, p.8) 

 

 Nesse mesmo sentindo ocorre que, na atualidade as crianças infelizmente não conseguiram, vivenciarem, brincadeiras sadias, e de certa forma não se prenderia e não estariam tão petrificadas a esse universo da tecnologia dos dias atuais.

Todavia o brincar possui, um universo rico no aprendizado das crianças, contudo paulatinamente tem sido esquecido e não mais vivenciado. Percebe-se no brincar das crianças expressões de alegria e prazer, pois esta é uma atividade prazerosa, em que permite no mundo do faz de conta várias maneiras de brincar em grupo, ou até mesmo individual, todos esses aspectos, fatores primordiais que, contribui para o processo do crescimento da criança.

Segundo Kishimoto (1993, p. 45):” Brincar é uma atividade fundamental para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. Desde muito cedo as crianças se comunicam por gestos, sons e mais tarde a imaginação”. 

Portanto, o brincar pode ser visto como uma atividade natural e necessária para a formação da criança. Por isso, nesse mundo do brincar e do faz de conta o professor tem um papel primordial e precisa ter um olhar mais sensível para esse universo infantil escutando o que a criança diz, pois através da sua intervenção é que a criança se sente estimulada a criar novas possibilidades.

De acordo com Brito (2015):

[...] a criança na educação infantil participa de sua aprendizagem e tem o apoio do adulto como colaborador que auxilia ou favorece situações, nas quais as crianças interagem com outras mais experientes, seja no seu agrupamento ou com agrupamento subsequente. Também o professor é o mediador responsável pela estrutura que favorece sua aprendizagem. Tal estrutura possibilita que a criança seja mediada, por meio dos signos e instrumentos, ao entrar em contato, pela interação, com as brincadeiras e pelas diversas experiências. (p. 77).

Diante do exposto podemos afirmar que o brincar e o mundo de faz de conta para a criança na educação infantil é tão importante quanto o trabalho para um adulto.

CONCLUSÃO

Atualmente a sociedade, vive do consumo e descarte de lixo, que para nós professores poderá ser uma alternativa de proporcionar ao universo infantil a construção de materiais não estruturados em recursos pedagógicos que facilitem o aprendizado mais saudável da criança na educação infantil.

Sendo assim, a construção de brinquedos e brincadeiras proporciona um aprendizado significativo onde brincando a criança explora a sua imaginação, novos sonhos e possibilidades de criar a partir de objetos que seriam descartados, o faz de conta do seu mundo imaginário.

Josely Ferreira da Silva

 

REFERÊNCIAS

  • KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Infantis: O jogo, a Criança e a Educação. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.
  • VIGOTSKY, L. S. La imaginación y el arte em la infância. Madrid: Akail, 1982.
  • BRITO, Ângela do Céu Ubaiara. Práticas de mediação e o brincar na educação infantil. Jundiaí. Paco Editorial, 2015.