“Resolvo acima de tudo viver cada dia inteiramente para Deus. Resolvo também viver assim ainda que ninguém mais no mundo o faça.” (Jonathan Edwards, pastor evangélico estadunidense, 05/10/1703 – 22/03/1758).

Visto que muitos têm empreendido prédicas e escritos sobre a ordenação feminina ao ministério pastoral, venho igualmente emitir o meu parecer, porquanto eu penso que também tenho o Espírito de Deus.

De antemão, mister se faz parabenizar a mulher, por suas muitas e merecidas conquistas nas diversas áreas da vida, do magistério ao cargo de Chefe da Nação (e eu ainda nutro imenso desejo de ver a mulher pilotar uma espaçonave numa viagem a Marte, quiçá o ápice de suas façanhas); porém, relativamente ao ministério da Palavra…

A pergunta sempre oportuna é: Não à luz das mutáveis opiniões humanas, mas tão somente à luz da imutável Bíblia Sagrada, nossa única porque toda suficiente regra de fé e prática, a mulher pode ser pastora espiritual, isto é, pode pastorear uma igreja local, a exemplo do homem?

Visando a plena compreensão dos vocábulos em epígrafe, mormente o adjetivo PASTORAL, urge salientar a sinonímia entre os substantivos masculinos constantes da Bíblia Sagrada: ancião, bispo, pastor e presbítero.

Indubitavelmente, a questão ora tratada tem gerado desnecessária celeuma nos círculos evangélicos; contudo, quais bereanos, examinemos “As Escrituras para ver se estas coisas eram assim.” (At.17:11)

Eu creio que todas as revelações bíblicas nos são deveras suficientes, de modo que são inalteráveis: “Toda Palavra de Deus é pura; Ele é um escudo para os que nEle confiam. Nada acrescentes às suas Palavras, para que Ele não te repreenda e tu sejas achado mentiroso.” (Pv.30:5,6)

Destarte, o que vemos nas Escrituras Sagradas a respeito de ordenação de pessoas ao ministério pastoral?

Bem, inicialmente, vemos que o Senhor escolheu homens para o ofício sacerdotal (Gn.14:18; Êx.28:1; Nm.18:7; Hb.5:1), e não escolheu nenhuma mulher: “Porque todo sumo sacerdote TOMADO DENTRE OS HOMENS é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus…” (Hb.5:1); todavia nós, cristãos, pela Graça de Deus somos hoje o sacerdócio real: “Mas VÓS SOIS a geração eleita, O SACERDÓCIO REAL, a nação santa, o povo adquirido, PARA QUE ANUNCIEIS as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1Pd.2:9). Aqui, vemos claramente que somos (homens e mulheres) o sacerdócio real sem a necessidade de exercermos o ofício sacerdotal ordenado na dispensação Veterotestamentária, como muitos querem nos dias atuais…

E somos o sacerdócio real para quê?

Segundo o Apóstolo Pedro, no texto supracitado, somos o sacerdócio real PARA QUE ANUNCIEMOS as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, e NÃO para que pastoreemos as ovelhas que anunciam as grandezas daquele que as chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Assim, simples como a própria simplicidade!

E o que significa ANUNCIAR?

ANUNCIAR significa: Dar a conhecer; noticiar; pôr anúncio de; informar; revelar; comunicar publicamente. Assim, abençoados e abençoadores, portanto exemplares, são os ANÚNCIOS que efetuaram a Mulher Samaritana (Jo.4:28-30,39-42) e Maria Madalena (Mt.28:8; Mc.16:9,10; Lc.24:10; Jo.20:2). Ora, tomar os feitos dessas mulheres como base para o cobiçado ministério pastoral feminino, como querem seus adeptos, é forçar a Bíblia a dizer o que ela não diz; ou melhor, é forçá-la a dizer o que nunca pensou em dizer…

E o que significa PASTOREAR, espiritualmente falando?

PASTOREAR significa: Apascentar, guiar, guardar, ensinar, liderar as ovelhas de Jesus Cristo. Por essa forma pastoreou Tiago, irmão do Senhor, a igreja em Jerusalém (At.15:13-21).

Vemos que o Senhor escolheu um homem para Precursor de Jesus Cristo (Is.40:3; Mt.3:3; Mc.1:2,3; Lc.1:76; 3:4; Jo.1:23), e não uma mulher. João Batista, a voz do que clama no deserto, preparou o caminho do Senhor e endireitou as suas veredas, culminando com o batismo do arrependimento (Lc.3:3) nas águas (Mt.3:6; Mc.1:5; Jo.1:25,28,33; 3:23; At.1:22; 10:37; 11:16; 19:4). Além do Batista, vemos homens batizando pecadores arrependidos (At.8:38; 9:17,18; 16:29-33; 1Co.1:14-16), e não vemos sequer uma mulher efetuando batismos. E um dos ofícios pastorais é a execução de batismo nas águas…

Vemos homens ministrando a Ceia do Senhor (At.2:42, 46; 20:7; 1Co.10:16; 11:23), conforme ensino do Mestre (Mt.26:26-28; Mc.14:22-24; Lc.22:19,20; 1Co.11:23; Gl.1:11,12), e não vemos nenhuma mulher ministrando a Ceia. E um dos ofícios pastorais é a ministração da Ceia do Senhor…

Vemos que o Senhor escolheu homens para apóstolos (Mt.10:2-4; Mc.3:13-19; Lc.6:12-16; At.1:24-26; Rm.1:1; 1Co.1:1; 12:28; Gl.1:1; Ef.1:1; 4:11; Cl.1:1; 1Tm.1:1,12; 2Tm.1:1), e não escolheu nenhuma mulher.

Vemos que o Senhor escolheu homens para pastores espirituais (Jr.10:21; 22:22; 23:1,2; Ez.34:1-10; Jo.21:15-17; At.14:23; 20:28; Ef.4:11; Cl.4:17; 1Tm.3:1,2; 2Tm.2:2; Tt.1:5,6; Hb.13:7,17; 1Pd.5:1,2; 2Jo.1; 3Jo.1), e não escolheu nenhuma mulher. Ora, Lucas informa-nos que muitas mulheres serviam ao Senhor Jesus Cristo (8:1-3)…

Por que Ele não escolheu nenhuma delas para apóstola e para pastora?

Outrossim, vemos grandes e destacadas mulheres servindo como cooperadoras do Apóstolo Paulo (At.18:2,18,26; Rm.16:1,3,6,12,15; 1Co.16:19; Fl.4:2; 2Tm.4:19), porém em nenhuma delas ele impôs as mãos, como aconteceu com Timóteo: “Por esta razão te lembro que despertes o dom de Deus, que há em ti pela imposição das minhas mãos.” (2Tm.1:6). Ele ordena a eleição pastoral de anciãos (At.14:23; Tt.1:5), homens (2Tm.2:2); e não de anciãs, mulheres.

O mesmo Apóstolo que diz, em Ef.4:11, que o apostolado e o pastoreio são dons dados aos homens, pelo Espírito Santo, diz também que “A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão, POIS NÃO PERMITO QUE A MULHER ENSINE, nem tenha domínio sobre o homem, MAS QUE ESTEJA EM SILÊNCIO.” (1Tm.2:11,12). Ensina-nos Hb.13:7, que o guia (pastor) deve falar (ensinar) a Palavra de Deus; então, como é que a mulher pode ser pastora, se não lhe é permitido ensinar, mas que esteja em silêncio?

Perguntam os adeptos do movimento feminino tão em voga: “Qual o problema da mulher exercer o ministério pastoral? Afinal, nesse ofício ela não está fazendo o bem?”

Evidentemente que todos devem fazer o bem (Sl.34:14), todavia no que se refere a ministérios espirituais, devemos observar os preceitos estabelecidos por Deus. Lembremo-nos sempre de Uzá, que, embora tenha feito o bem, sofreu a ira do Senhor (2Sm.6:6,7; 1Cr.13:9,10). É que ele não fora escolhido por Deus para exercer aquela função. O ofício de tocar e levar a Arca do Senhor era atinente somente aos levitas sacerdotes (Nm.4:5,15; 7:9; Dt.31:9,25; Js.3:3,6,8,13,14,17; 4:9-11,16,18; 6:6; 1Cr.15:12-15). Na presente dispensação da Graça a pessoa pode até não receber de imediato a ira de Deus, como Uzá a recebeu, mas com certeza a receberá ao ensejo do Juízo Final (Mt.7.21-23).

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