O ministério pastoral feminino à luz da Bíblia Sagrada
Publicado em 22 de julho de 2016 por Lázaro Justo Jacinto
“Resolvo acima de tudo viver cada dia inteiramente para Deus. Resolvo também viver assim ainda que ninguém mais no mundo o faça.” (Jonathan Edwards, pastor evangélico estadunidense, 05/10/1703 – 22/03/1758).
Visto que muitos têm empreendido prédicas e escritos sobre a ordenação feminina ao ministério pastoral, venho igualmente emitir o meu parecer, porquanto eu penso que também tenho o Espírito de Deus.
De antemão, mister se faz parabenizar a mulher, por suas muitas e merecidas conquistas nas diversas áreas da vida, do magistério ao cargo de Chefe da Nação (e eu ainda nutro imenso desejo de ver a mulher pilotar uma espaçonave numa viagem a Marte, quiçá o ápice de suas façanhas); porém, relativamente ao ministério da Palavra…
A pergunta sempre oportuna é: Não à luz das mutáveis opiniões humanas, mas tão somente à luz da imutável Bíblia Sagrada, nossa única porque toda suficiente regra de fé e prática, a mulher pode ser pastora espiritual, isto é, pode pastorear uma igreja local, a exemplo do homem?
Visando a plena compreensão dos vocábulos em epígrafe, mormente o adjetivo PASTORAL, urge salientar a sinonímia entre os substantivos masculinos constantes da Bíblia Sagrada: ancião, bispo, pastor e presbítero.
Indubitavelmente, a questão ora tratada tem gerado desnecessária celeuma nos círculos evangélicos; contudo, quais bereanos, examinemos “As Escrituras para ver se estas coisas eram assim.” (At.17:11)
Eu creio que todas as revelações bíblicas nos são deveras suficientes, de modo que são inalteráveis: “Toda Palavra de Deus é pura; Ele é um escudo para os que nEle confiam. Nada acrescentes às suas Palavras, para que Ele não te repreenda e tu sejas achado mentiroso.” (Pv.30:5,6)
Destarte, o que vemos nas Escrituras Sagradas a respeito de ordenação de pessoas ao ministério pastoral?
Bem, inicialmente, vemos que o Senhor escolheu homens para o ofício sacerdotal (Gn.14:18; Êx.28:1; Nm.18:7; Hb.5:1), e não escolheu nenhuma mulher: “Porque todo sumo sacerdote TOMADO DENTRE OS HOMENS é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus…” (Hb.5:1); todavia nós, cristãos, pela Graça de Deus somos hoje o sacerdócio real: “Mas VÓS SOIS a geração eleita, O SACERDÓCIO REAL, a nação santa, o povo adquirido, PARA QUE ANUNCIEIS as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1Pd.2:9). Aqui, vemos claramente que somos (homens e mulheres) o sacerdócio real sem a necessidade de exercermos o ofício sacerdotal ordenado na dispensação Veterotestamentária, como muitos querem nos dias atuais…
E somos o sacerdócio real para quê?
Segundo o Apóstolo Pedro, no texto supracitado, somos o sacerdócio real PARA QUE ANUNCIEMOS as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, e NÃO para que pastoreemos as ovelhas que anunciam as grandezas daquele que as chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Assim, simples como a própria simplicidade!
E o que significa ANUNCIAR?
ANUNCIAR significa: Dar a conhecer; noticiar; pôr anúncio de; informar; revelar; comunicar publicamente. Assim, abençoados e abençoadores, portanto exemplares, são os ANÚNCIOS que efetuaram a Mulher Samaritana (Jo.4:28-30,39-42) e Maria Madalena (Mt.28:8; Mc.16:9,10; Lc.24:10; Jo.20:2). Ora, tomar os feitos dessas mulheres como base para o cobiçado ministério pastoral feminino, como querem seus adeptos, é forçar a Bíblia a dizer o que ela não diz; ou melhor, é forçá-la a dizer o que nunca pensou em dizer…
E o que significa PASTOREAR, espiritualmente falando?
PASTOREAR significa: Apascentar, guiar, guardar, ensinar, liderar as ovelhas de Jesus Cristo. Por essa forma pastoreou Tiago, irmão do Senhor, a igreja em Jerusalém (At.15:13-21).
Vemos que o Senhor escolheu um homem para Precursor de Jesus Cristo (Is.40:3; Mt.3:3; Mc.1:2,3; Lc.1:76; 3:4; Jo.1:23), e não uma mulher. João Batista, a voz do que clama no deserto, preparou o caminho do Senhor e endireitou as suas veredas, culminando com o batismo do arrependimento (Lc.3:3) nas águas (Mt.3:6; Mc.1:5; Jo.1:25,28,33; 3:23; At.1:22; 10:37; 11:16; 19:4). Além do Batista, vemos homens batizando pecadores arrependidos (At.8:38; 9:17,18; 16:29-33; 1Co.1:14-16), e não vemos sequer uma mulher efetuando batismos. E um dos ofícios pastorais é a execução de batismo nas águas…
Vemos homens ministrando a Ceia do Senhor (At.2:42, 46; 20:7; 1Co.10:16; 11:23), conforme ensino do Mestre (Mt.26:26-28; Mc.14:22-24; Lc.22:19,20; 1Co.11:23; Gl.1:11,12), e não vemos nenhuma mulher ministrando a Ceia. E um dos ofícios pastorais é a ministração da Ceia do Senhor…
Vemos que o Senhor escolheu homens para apóstolos (Mt.10:2-4; Mc.3:13-19; Lc.6:12-16; At.1:24-26; Rm.1:1; 1Co.1:1; 12:28; Gl.1:1; Ef.1:1; 4:11; Cl.1:1; 1Tm.1:1,12; 2Tm.1:1), e não escolheu nenhuma mulher.
Vemos que o Senhor escolheu homens para pastores espirituais (Jr.10:21; 22:22; 23:1,2; Ez.34:1-10; Jo.21:15-17; At.14:23; 20:28; Ef.4:11; Cl.4:17; 1Tm.3:1,2; 2Tm.2:2; Tt.1:5,6; Hb.13:7,17; 1Pd.5:1,2; 2Jo.1; 3Jo.1), e não escolheu nenhuma mulher. Ora, Lucas informa-nos que muitas mulheres serviam ao Senhor Jesus Cristo (8:1-3)…
Por que Ele não escolheu nenhuma delas para apóstola e para pastora?
Outrossim, vemos grandes e destacadas mulheres servindo como cooperadoras do Apóstolo Paulo (At.18:2,18,26; Rm.16:1,3,6,12,15; 1Co.16:19; Fl.4:2; 2Tm.4:19), porém em nenhuma delas ele impôs as mãos, como aconteceu com Timóteo: “Por esta razão te lembro que despertes o dom de Deus, que há em ti pela imposição das minhas mãos.” (2Tm.1:6). Ele ordena a eleição pastoral de anciãos (At.14:23; Tt.1:5), homens (2Tm.2:2); e não de anciãs, mulheres.
O mesmo Apóstolo que diz, em Ef.4:11, que o apostolado e o pastoreio são dons dados aos homens, pelo Espírito Santo, diz também que “A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão, POIS NÃO PERMITO QUE A MULHER ENSINE, nem tenha domínio sobre o homem, MAS QUE ESTEJA EM SILÊNCIO.” (1Tm.2:11,12). Ensina-nos Hb.13:7, que o guia (pastor) deve falar (ensinar) a Palavra de Deus; então, como é que a mulher pode ser pastora, se não lhe é permitido ensinar, mas que esteja em silêncio?
Perguntam os adeptos do movimento feminino tão em voga: “Qual o problema da mulher exercer o ministério pastoral? Afinal, nesse ofício ela não está fazendo o bem?”
Evidentemente que todos devem fazer o bem (Sl.34:14), todavia no que se refere a ministérios espirituais, devemos observar os preceitos estabelecidos por Deus. Lembremo-nos sempre de Uzá, que, embora tenha feito o bem, sofreu a ira do Senhor (2Sm.6:6,7; 1Cr.13:9,10). É que ele não fora escolhido por Deus para exercer aquela função. O ofício de tocar e levar a Arca do Senhor era atinente somente aos levitas sacerdotes (Nm.4:5,15; 7:9; Dt.31:9,25; Js.3:3,6,8,13,14,17; 4:9-11,16,18; 6:6; 1Cr.15:12-15). Na presente dispensação da Graça a pessoa pode até não receber de imediato a ira de Deus, como Uzá a recebeu, mas com certeza a receberá ao ensejo do Juízo Final (Mt.7.21-23).
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