O meu refúgio tem sido as palavras. Mas palavras escritas e não ditas. Sinto-me só quando estou entre amigos e o refúgio tem sido a solidão e o silêncio dessas palavras. Solidão e silêncio que acabam por se tornarem as companhias mais agradáveis do mundo quando se está entediado das pessoas e coisas que me cerca. O mundo que criei é um mundo que só eu vejo, onde tudo é perfeito e bonito. Hoje prefiro a solidão desse mundo, pois nele escrevo tudo do meu jeito.

Meu mundo é real, pois acredito nele. E se pararmos para pensar; todos vivem realidades paralelas o tempo inteiro. Se o que vemos hoje é o mundo como realmente é, prefiro crer na que a realidade do refúgio criado em minha mente onde existe uma realidade que acredito ser absoluta e tangível, pelo menos para mim. Quando eu estou só, e isso acontece quase sempre a todo o momento e principalmente quando estou na companhia de alguém, busco refúgio em minha mente e encontro aquela velha caixinha, com o meu velho caderninho e então tenho a companhia perfeita, no refúgio das minhas palavras.

Escrevo por amor, amor a mim mesmo. O que escrevo hoje me serve de inspiração para o amanhã. O que lia dez dias atrás pode me servir de inspiração para entender qual é o real sentido disso tudo daqui a dez anos. As palavras são assim; atravessam a história e penetram a divisão da mente, alma e espírito. Como concreto constroem a história de um império ou como punhalada certeira no peito destroem a trajetória de uma vida inteira. Vivo para escrever e assim a vida escreve a história em mim.

Por Tom Oliver