Em primeiro lugar:

Diga-se que o presente texto não intenciona condenar, julgar ou discriminar, mas sim, mostrar, mais uma vez, os diversos níveis psíquicos humanos e, portanto, de entendimento do Espiritismo codificado por Allan Kardec no Século 19. E, entenda-se: Espiritismo: como Doutrina dos Espíritos Superiores; e, Kardec, como seu organizador doutrinário, o que não expressa, em tempo algum, que referido organizador tudo estivesse de acordo com o Espiritismo, ou seja, com os ditados dos nossos Maiores Espirituais. (Vide nosso 16º. e.Book: “Kardecismo e Espiritismo”). 

Kardec, pois, do ponto de vista pessoal, e, filosófico, sobretudo, estivera um tanto aquém do Espiritismo que, de sua parte, abordava temas instigantes, mui complexos, e, portanto, interessantíssimos de nossas origens como Espíritos Puros e Conscientes (EPC), ou seja, dos trâmites primeiros de nossa gênese espiritual; período em que, por rebeldia à Lei, esta nos impusera uma espécie de recomeço como Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) pelos mais diversos Mundos astronômicos, quando referidos Seres tratam de sua cura e de sua evolução psíquica, como se sabe: do ‘átomo ao arcanjo’, ou seja: do ESI ao EPC que retorna, sublimado, aos elevados níveis de sua espiritualidade. 

Logo, tudo resumindo, temos no início: do ‘arcanjo ao átomo’; e, em vista de tal Queda involutiva, verifica-se, por agora, nos Mundos materiais, o seu inverso por meio de uma longa trajetória evolutiva para o seu próprio saneamento, e, portanto, do seu retorno aos altos planos: ‘do átomo ao arcanjo’.

E, portanto, em resumo:

Kardec, como pessoa humana, e, pois, como é do seu direito, não aprofundara questões genéticas do Ser, do Espírito imortal que há em mim, em você, em todos nós dos mais diversos planos evolucionais. 

Todavia, a Codificação resumida pelo:

Espiritismo, como Doutrina dos Espíritos Superiores, estes, por sua vez, não se eximiram de tal e, portanto, muito disseram de nossa gênese, da onda cíclica das coisas universais, do Espírito e da Matéria que, por sua vez, se desmaterializa como energia, e, portanto, participa da vida noutras contingências maturativas de sua longa trajetória cíclica, involutiva-evolutiva, em atendimento aos planos Éticos, Lógicos e Justos do Soberano Criador. 

E, em segundo lugar:

Atribui-se a Emmanuel (Século 20) a frase:

“O metro que melhor mediu Kardec”, referindo-se ao intelectual espiritista J. H. Pires; o que, de alguma sorte, é pouco compreendida pelos mais diversos espiritistas, sobretudo neófitos que, por sua vez, iniciam sua jornada intelectual pelo vasto campo do Espiritismo que, por sua vez, abrange Ciência, Filosofia e Moralidade Cristã por meio da mais Pura Religiosidade: em Espírito e Verdade.

Ora, quando Emmanuel se refere ao Herculano Pires como “o metro que melhor mediu Kardec”, ele se refere, sem sombra de dúvida, ao Kardec-homem, ou seja, à sua crença pessoal, ideias e idiossincrasias humanas e espiritistas, pois que, de fato, Herculano muito entendera de Kardec, com ele se identificara, e, inclusive, se mostrara favorável (como muitos ortodoxos engessados) ao seu saber limitado, e restrito, pois, ao fenômeno espirítico humano que, do mesmo, ressalta:

“Sem, pois, procurar a origem da Alma, e as fieiras pelas quais pôde passar, nós a tomamos em sua entrada na humanidade, no ponto em que, dotada do senso moral e do livre-arbítrio, ela começa a incorrer na responsabilidade de seus atos”. (Vide: “A Gênese” – AK – 1869 – Ide).

E, pois, para Kardec, como homem e como filósofo:

Não houve a preocupação de buscar-se a origem da Alma, do Espírito humano, conquanto o Espiritismo, ou seja, os Espíritos Superiores, como já vimos, fizessem menção de tal origem, e, não só do ‘átomo ao arcanjo’, que, por sua vez, trata-se de uma conseqüência, e não causa do fenômeno que, por sua vez, é bem mais abrangente, mais largo, e, portanto, bem mais dilatado em sua causa primária. Esta causa, pois, está na insolência e rebeldia do Espírito criado, e, portanto, como já citado, no processo involutivo do ‘arcanjo ao átomo’ que, por sua vez, percorrerá, doravante, vias opostas a tal, ou seja: do ‘átomo ao arcanjo’ das cumeadas espirituais.

Logo, temos:

Causa e Efeito!

Involução e Evolução!

Queda e Salvação redentora pelo Evangelho do Cristo!

Logo, para Kardec, como pensador limitado, de idiossincrasias e crenças pessoais, não houve ou não se verificara a Queda Involutiva do Espírito à matéria, conquanto o Espiritismo, ou seja, os Espíritos Superiores fizessem, aqui e ali, alguma menção de tal fato: do ‘arcanjo ao átomo’ e, por sua vez, do ‘átomo ao arcanjo’, admitindo e ministrando, com isso, o ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’. 

E, para tais, Kardec e Herculano Pires, a referida Queda não passa de mito bíblico, o que é desculpável da parte de tais (e dos engessados, em geral), pois o “OLE”, incompleto como é, e, sobretudo em tal aspecto, instrui, em suas páginas, algo meio contraditório, pois se tratava do início da Revelação Espírita no Mundo, e, pois, relativamente a tal, de nossas origens, que são origens do Espírito, não se ter uma mais precisa informação que, nada obstante, forma, presentemente, um Consenso Universal pelas instruções dos Profetas bíblicos, de Jesus, e, no Século 20, com dois grandes Profetas da Modernidade: Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier. 

Acho que, por aí, já dera para entender o que se pretende com tal texto:

Mostrar que Kardec, como filósofo (Século 19), tal como Herculano Pires, também filósofo (Século 20), que o seguia prontamente, se restringe, em seus saberes, ao tão só ‘Fenômeno Evolutivo do Espírito’; e, mais ainda: se mostraram contrários a uma possível Queda Involutiva, o que fora devidamente exposto pela Espiritualidade da época de Kardec, e, inclusive, no próprio “O Livro dos Espíritos”, e que, nem Kardec, e nem seu fiel escudeiro (JHP), foram capazes de perceber por sua rebeldia e aversão aos fatos, ou seja: à verdade inabalável da Queda Espiritual.

E isto quer dizer, de modo definitivo, que tais não compreenderam, mais a fundo, o mais importante Tratado da Espiritualidade Maior, resumido em “O Livro dos Espíritos”, o que não é novidade, pois muitos adeptos espiritistas de nossa modernidade incorrem no mesmo erro, ou seja: não compreendem mais a fundo seu mais valioso resumo de todas as coisas: do Espírito e da matéria, e, da matéria ao Espírito. (Vide nosso 25º. e.Book: “O Livro dos Espíritos e Queda Espiritual”).

Tudo resumindo:

Estou de retorno ao referido tema, pois que, no meb (movimento espírita brasileiro), propaga-se a ideia de que o Herculano fora um dos maiores conhecedores do Espiritismo no Século 20; o que não é verdade em tempo algum, pois o referido fora sim, um dos maiores conhecedores de Kardec, e inclusive, adotando-lhe as ideias justas e injustas, grandes e pequenas, no que Emmanuel muito bem explicitara ao reconhecer no referido pensador: 

“O metro que melhor mediu Kardec”.

O que fica bastante claro que ‘Herculano não fora o metro que melhor mediu o Espiritismo’, o que é diferente, pois Kardec-homem, e seus saberes, é uma coisa, e o Espiritismo, como Doutrina ditada por Espíritos Superiores, é outra coisa, e, portanto, não se pode deduzir daí, das palavras de Emmanuel, a não ser de modo equivocado, que Herculano Pires fora um dos maiores conhecedores do Espiritismo, o que não é verdade em tempo algum. 

Ora, ser detentor de um conhecimento enciclopédico, como se presume o era o do Sr. Herculano, não lhe dá a palma de ser um dos maiores conhecedores do Espiritismo, e tampouco a Kardec, que, como visto, muito desconsiderara do Espiritismo em favor de suas ideias mesmas, o que também é compreensível, pois nos mostra Kardec-homem, falho, e, como nós mesmos, detentor de denso cérebro animal, que, por sua vez, e, por ser humano, não estivera ao mesmo nível de Sabedoria mostrada por seus superiores da Espiritualidade. 

Ora, é fato que não se podem aceitar instruções de quaisquer Espíritos, pois que, no Mundo Espiritual, estão também os ignorantes, os afoitos, pseudo-sábios, que, por sua vez, podem nos enganar. Mas, dos nossos Superiores hierárquicos, destes não há o que duvidar, pois revelam dita superioridade em suas expressões, escritos, palavras e atos, e, portanto, em “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857 – Ide) que eles mesmos instruíram. “Livro” que, por sinal, verificou-se, deles mesmos, sua expressão elevada, sua linguagem sempre digna e nobre, não se desviando, pois, no geral, da sabedoria, da lógica e da esclarecida razão. 

O que não impedira, porém, que, em tal livro mesmo, no tocante às origens do Ser, Kardec pudesse codificar (por suas dúvidas pessoais, e idiossincrasias), alguma contradição de sua parte, o que é compreensível e perdoável, pois se tratava, como já dito, do início de tudo em termos de Espiritismo no Mundo terreno. 

Assim, pois, a Queda Involutiva do Espírito é plena de lógica, de operacionalidade matemática definida por: 

Rebeldia = Involução 

E, a Subida Evolutiva do referido Espírito, por conseqüência matematicamente lógica, e verificada, pois, nos Mundos astronômicos, se nos mostra como:

[...]