Ouvi a frase do título de um renomado consultor de vendas, durante um treinamento em São Paulo e devido a “veia” de repórter, quis saber se era de sua própria autoria ou já havia virado “jargão” pela boca de mais um professor?

Aproveitando a facilidade de consulta ao “Dr. Google”, a digitei e apareceram inúmeras citações; a primeira de abril de 2013, entretanto em seguida verifico que ela já havia sido usada em 2006 no site do instituto Millenum, para fazer uma abordagem sobre os efeitos da globalização entre os países que estavam e os que não estavam preparados para as crises internacionais e as consequências econômicas, sociais e políticas, o que foi possível perceber tamanho disparate de quem estava preparado e aproveitou para ganhar com a crise.

Mas afinal qual é o objetivo, falar da crise e suas consequências ou pesquisar o autor da célebre frase?

Primeiro, creditar a frase ao seu autor de fato e de direito que é do baiano Nizan Mansour de Carvalho Guanaes Gomes ou como é conhecido Nizan Guanaes, consagrado e premiado publicitário, criador entre tantos “motes”, cito da Caixa Econômica Federal, “Vem pra caixa você também”, celebrizada até os dias de hoje. A frase “Há os que choram e os que vendem lenços!”, foi escolhida pelo jornalista João Wady Cury para dar título ao livro, de 192 páginas que narra a trajetória deste publicitário que revolucionou o mercado brasileiro com ousadia.

Revelado o autor da frase me dirijo para a finalidade do texto, que aliás não chega ser novidade, frases como estas: ... “Crises sempre existiram e sempre existirão”; ... “É na crise que aprendemos administrar e dar valor ao que conquistamos”; ...” É na crise que aprendemos a despertar o espírito criativo e sair das caixas como se diz, popularmente”.  É na crise que podemos encontrar inúmeras alternativas para fazer algo diferente e ser feliz! Bom esta frase já é por minha conta, se alguém, já citou não tenho conhecimento. Tenho observado que muitas pessoas trabalham e não são felizes. Cumprem religiosamente suas obrigações, seus compromissos, são disciplinados, trabalham muito bem, ganham o suficiente para viver, porém, a rotina de levantar, trabalhar, dormir, e viver sem aspiração, sem ambição, sem ousadia, ao contrário do que viveu o Guanaes, tendem a manter as pessoas infelizes no trabalho.

Quem sabe este momento, dito momento de crise, seja um bom motivo para dar uma “guinada” nos seus projetos pessoais e profissionais?

O certo que fazer as mesmas coisas, em função da crise, não é possível continuar, do contrário, corre um grande risco de perder o poder de compra, ficar privado do acesso aos benefícios, tais como saúde, educação e lazer familiar.

Mas meu objetivo é que você entenda esta fase como um processo de transformação e não o fim de sonhos, projetos, enfim do que você iniciou.

Entretanto, para poder deixar de chorar e passar a vender lenços é preciso estar habilitado, preparado; o que exige constante estudo e treinamento. Lembre-se que nem sempre o que se fazia no passado dá resultado hoje – e nem sempre o que se faz hoje (e dá resultado) é garantia de sucesso no futuro. As coisas mudaram, continuam mudando e a velocidade é cada vez maior e o ser humano, agente transformador de tudo, precisamos estar nesta onda ou nesta vibe1 como falam os jovens, como gestor de empresas, temos este compromisso moral com nós mesmos, com nossas famílias, com nossos colegas, de estar preparados para surfar na melhor onda e não são as empresas maiores que sobreviverão, serão aquelas que melhor se adaptam às mudanças. É, importante ter a maior titulação em formação acadêmica, entretanto, só o título não basta, é preciso conseguir entender o processo e continuar estudando as variáveis que mudam a direção do caminho.

Crises, continuarão sendo citadas, uns por interesses, do “quanto pior, melhor”, e nesta ala estão políticos profissionais que trabalham visando exclusivamente o poder e não o bem coletivo; outros citam, por não ter capacidade de reação, e preferem a onda do pessimismo e ainda os que aceitam a onda, por medo ou fraqueza administrativa. Líderes que se negam a participar da crise, são líderes que entendem as mudanças que estão acontecendo e procuram mudar rápido o suficiente com olhar para novas realidades com olhos frescos e visualizam a possibilidade de conquistar excelentes oportunidades.

Então seja você também capaz de se recusar a participar desta crise; reforce sua equipe, treine sua equipe, a prepare melhor e mostre para si e para a sociedade, que na crise ao invés de chorar, vamos vender lenços para os que choram.