O MANTO E A CRUZ 

No alto daquela colina, em um lugar sinistro

denominado de Gólgota, diz: Lugar da Caveira,

                          Injuriado e Mutilado, seguiram-no castigando,

                          e assim zombavam e assim feriram meu Cristo. 

(Mateus 27: 33)

 

E a cada golpe que recebia, sem nada  poder dizer,

ouvia o som da multidão atordoada, vozes abafada

Olhos ensangüentados observam sua mãe a sofrer,

Maria estende as mãos aflitas e diz: Filho Te Amo!

 

“...Filhas de Jerusalém, não choreis por mim;

chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos...”

(Lucas 23: 28)

 

  A dor é insana, o martelo pesado, no cravo cravado

O mestre grita de agonia, eis que toda a turbe geme

Lábios dilacerados, maldito beijo traiçoeiro, fel de fado

que leva a culpa do pecado, no corpo ensangüentado.

 

“...ele tomou sobre si as nossas enfermidades,

 e as nossas dores levou sobre si...”

(Isaías 53: 4)

 

O corpo jazia aos pés da cruz vazia

Um vento ameno soprava na cena,

Nos olhos lágrimas de sangue caia

 José, tomando o corpo, envolveu-o

num fino e limpo lençol,

(Mateus 27: 59)

 

Os soldados romanos, que cumpriam a guarnição,

ficaram surpresos, diziam: Matamos um ungido!

O centurião presenciado o ato da crucificação,

Dizia: “... Na verdade, este homem era justo,

era o tão esperado Messias prometido...”

(Lucas 23: 47)

 

E, havendo-o tirado, envolveu-o num lençol,

e pô-lo num sepulcro escavado numa penha,

onde ninguém ainda havia sido posto.

(Lucas 23: 53) 

Depois daquele ato da cruz, ficou provado que Amor

Venceria a morte, que a esperança venceria o medo,

Que a nossa vitória seria garantida, por isso canto:

Jesus venceu, estamos protegido, debaixo do seu manto!