O lugar da escola na reforma em Marrocos
Por Lahcen EL MOUTAQI | 26/09/2015 | EducaçãoDurante a instauração da Carta nacional de educação e da formação, no programa da"década da educação" período 2000-2009, a educação e a formação tornaram-se a prioridade nacional, cujo povo marroquino e pesquisadores alimentaram a esperança de ver a escola evoluir e atender as necessidades do cidadão moderno.
Mas infelizmente essas expectativas foram abortadas antes mesmo da Carta magna chegar ao termo.
E para superar as lacunas existentes muitos esforços foram engajados mas sem portanto surtir efeitos desejados, a exemplo de um programa de emergência adotado pelo período 2009/2012, iniciado para restaurar o prestígio de uma educação que sofre de uma doença crônica.
Mesmo antes do seu termo, tal program emergente foi revelado ineficaz, apesar dos enormes recursos alocados e investidos.
Assim, ano após ano, o ensino marroquino parece chafurdar na lama da mediocridade. A infra-estrutura escolar envelhece e alguns estabelecimentos não têm de escola a não ser o nome, os programas desatualizados e os manuais ultrapassados, a qualidade da formação dos quadros regride cada vez mais e as reformas continuam sem efeito ou quase inexistente, enquanto a língua de ensino ficou sem ser decidida para vários cursos paralelos o que atrapalha o ensino oficial.
O ensino privado destinado a salvar foi confiado aos caçadores de tesouros, tornando-o inacessível a alguns, enquanto outras escolas criticadas por ser uma máscara da proibição dos professores do Estado, o nível dos alunos abaixou de geração en geração apesar das mudanças do nível, os alunos em geral não conseguiram ter acesso ás escolas de qualidades, visto os limites impostos e os excedentes nas escolas públicas.
O sistema do mercado de trabalho é hermeticamente contraditório dado o número de licenciados desempregados, desqualificados e sem requisitos para integrar o mercado de trabalho.
Infelizmente, o jovem, depois de anos de estudo e formação, vê seus sonhos enterrados pelas políticas anti-sociais e pelo sentimento de exlusão, escolhendo a emigração, ou fundamentalismo, formas para evitar ou contornar a ociosidade.
Situação
Em 2014, a situação era clara, o estado das escolas piorou e o Conselho Superior da Educação e da formação (CSE) presidido por Driss Jettou, alertou sobre o resgate após amplas consultas, aprofundadas, e sobre as novas medidas a iniciar a partir de 2016.
A pergunta se esta vez a chance de ver as teorias se traduzem na prática e a favor do desenvolvimento do capital humano?
A crise da educação em Marrocos não é de hoje, remonta aos anos noventa, quando o falecido Rei Hassan II avisou sobre o problema e a situação de educação e formação, resultado de escolhas em conjunturas sociais e políticas?
A Carta Nacional de Educação e Ensino, cuja implementação começou em 2000 programada por uma década, rica em conteúdo, abrangente e diversificada, tendo colocado o acento sobre todos os ingredientes necessários para uma escola de qualidade, capaz de dotar os alunos de potencialidades e competências. Ela tem também por objetivo um sistema educativo eficiente e sustentável. Iniciada com um grande entusiasmo e vontade, mas a logística modesta disponibilizada, e as políticas governamentais falharam na execução do orçamento abortado por consequente.
Portanto, se em alguns níveis os objectivos foram parcialmente alcançados no domínio da expansão do ensino, no nível primário e na actualização de programas, outros não beneficiaram de nenhum interesse particular.
De um lado a lentidão do processo e o atraso da implementação da Carta nacional, seja do programa de resgate, baptizado "plano de emergência" lançado a partir de 2009, para atender aos novos progressos em termos quantitativos ou para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Assim, a taxa nacional de escolarização aumentou significativamente, sobretudo em termos de paridade entre os sexos femininos e masculinos tanto quanto para atender as exigências do Banco Mundial, como para atender a qualidade da educação que deixou muito a desejar: "Em 2011, as pesquisas têm destacado o baixo nível de aprendizagem dos alunos marroquinos de 4º e 8º anos em comparação com outros países.
Assim, 74% dos alunos marroquinos do 4º ano nem sequer alcançam o primeiro dos quatro níveis de referência em matemática e nenhum alcança o nível superior."
Apesar de todos os esforços neste domínio e os orçamentos atribuídos, os resultados são decepcionantes: o estado dos estabelecimentos é lamentável, os estabelecimentos degradados, salas dilapidadas, ambiente insalubre, saneamento insuficiente quanto á água e electricidade.
A manutenção tornou-se cada vez mais escasso devido á falta de pessoal e de equipamento, bem como de sobreexploração e, as vezes objeto do vandalismo. O Material didáctico, entretanto, se reduz a um estricto mínimo e nenhum esforço tem sido feito para melhorar ou inovar.
Os programas revistos desde quinze anos continuma sendo ridículos e anacrônicos, os manuais que devem ser revistos e renovados para melhorar, enriquecer ou clarear algumas partes do ensino parecem contradizer a nova realidade e a Carta nacional, base de programas e mutações sem portanto atender aos objetivos e perspectivas dos cidadões.
A governação dos recursos humanos constitui uma meseta necessária no domínio do ensino, mas até hoje as efeitos foram limitados. Apesar do Ministério da Educação nacional ter lançado um processo de descentralização para melhorar a gestão dos recursos, não desprezível, e que foi destinados ao setor para a criação de academias.
No entanto, o sector da educação e da formação continua a viver no tatear. Os Centros regionais de ofícios de educação e formação (CRMEF) substituiram os três centros de formação (Regional, CPR e ENS) ainda como incipientes, a pergunta se seria muito cedo para julgar esta experiência, mesmo se ela foi marcada por improvisação e inconsistência?.
Questão de Língua do ensino
O problema da língua do ensino continua a alimentar discussões desde a independência de Marrocos entre os apoiantes do árabe clássico, dos adeptos do francés somando os partidários do Inglês ou do Espanhol contra os defensores das línguas nativas: Amazigh ou árabe dialeto “darija”.
A novidade neste programa do ensino, como foi introduzido no último discurso real é talvez a instauração dos ofícios polivalente sob o nome de Bacharelados, tal estratégia vai dividir os currículos escolares apesar do risco de confundir entre os futuros graduados.
Esta nova versão do bachelerado é marcado pela improvisação sobretudo no seu componente de formação. Os ensinantes têm certamente a experiência, mas para passar do dia o dia seguinte, eles precisam de uma formação adequada das línguas.
Para colocar um termo a esta multiplicidade de opiniões, uma decisão política é necessária para uma única língua, generalizada para todos os níveis, susceptíveis de assegurar um ensino científico eficiente, como recurso necessário para o desenvolvimento e base para outras línguas.
Com as múltiplas deficiências do ensino público acusado pelos adversários de sobrecarregar o orçamento do Estado, o ensino privado aproveitou certas vantagens de exnoneração de impostos e expansão de estabelecimentos de ensino.
Alem de ser um serviço alternativo e acessível para a maioria dos marroquinos, tornou-se um desafio para o Estado e para alguns gestores em detrimento da qualidade.
Apesar disso algumas escolas privadas aparecem como uma espécie de guetos, onde se confinam pequenas crianças ao longo da jornada sob supervisão da guarda dos ensinantes que nunca receberam formação e com salários miseráveis.
Outra categoria de estas escolas, pouco decentes não é acessível a não ser para uma classe rica com custos exorbitantes.
Certamente, o ensino privado, apesar de algumas deficiências, alcançou resultados significativos e começa a atrair tanto os pais como os especialistas. Mas este sector, uma vez privado do pessoal do ensino público vai entrar em colapso o desempenho e a reputação.
Em razão disso os expertos insistem sobre a formação dos quadros destinados estes estabelecimentos, e do rol dos ensinantes do público para suportar os objetivos das escolas privadas.
Apesar disso, alertar sobres o papel de alguns estabelecimentos privados á vocação profissional que emitem diplomas desprovidos do valor científico ou técnico constitui desafio para a Carta nacional que luta pela credibilidade da formação.
Depois de examinar as diferentes deficiências do ensino e certas lacunas de programas de renovação, tão como a Carta Nacional do ensino, o plano de emergência, é de constatar o nível dos alunos que cai e a desmotivação nas escolas, preocupadas em formar milhares de jovens com dificuldade a integrá-los no mercado de trabalho, dada a inadequação entre a oferta e a procura.
O problema, como foi apontado pelo pensador marroquino Mohammed Abed El Jabri, reside na sociedade e na economia em particular, os quais não oferecem oportunidades de emprego ás necessidades para definem os objetivos e propósitos da escola.
A educação é um investimento de longo prazo que exige esforços sustentados e políticas coerentes, conforme Kamel Braham, coordenador do Banco Mundial, encarregado de apoio ás políticas de desenvolvimento para a educação em Marrocos.
Em fim, ao invés de reformas engenhocas que se iniciam com um ministro e se desvanecem com o seu sucessor, o país consolida uma estrutura educacional considerada pedra angular do futuro, ela sinsibliza sobre o tempo a engajar em prol de despertar o interesse pela escola e dar o tempo necessário para torná-la cidadão, equitativa, humana e ao serviço da comunidade e do desenvolvimento social econômico da Nação.
Lahcen EL MOUTAQI