RESUMO: Este artigo tem como tema “O Lúdico na educação infantil” e seu principal objetivo consistem em analisar a importância do lúdico nesta etapa da educação. Neste contexto vamos analisar a relevância da utilização do mesmo para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Para o desenvolvimento desse artigo será através de pesquisa bibliográfica de obras e documentos que discorrem sobre o assunto. O lúdico apresenta-se como metodologia de ensino de suma importância para o desenvolvimento da criança no âmbito educacional. Ela pode se apoiar no desenvolvimento aplicação de brincadeiras e jogos auxiliando na ampliação de competências psíquicas e pedagógicas da criança. A partir da pesquisa foi possível analisar que o conceito de criança evoluiu com o decorrer do tempo, inclusive e o quanto houve um aumento significativo na expansão do conceito da educação infantil e das finalidades desse segmento de ensino. Ao finalizar, a pesquisa procura-se analisar uma reflexão acerca da importância da ludicidade no âmbito da Educação Infantil e, nesse sentido, torna-se impar que os educadores saibam como utilizar metodologias que incluam a ludicidade jogos, brinquedos e brincadeiras como ferramenta e instrumento didático para a efetivação do processo ensino e de aprendizagem. Palavras-chave: Educação Infantil; Ludicidade; Aprendizagem; Educador; Criança.

1 INTRODUÇÃO 

O presente artigo trata de uma discussão sobre o lúdico na Educação Infantil, sabemos que o brincar faz parte da infância e que a criança também aprende brincando, acreditar que por meio delas a criança satisfaz em grande parte, seus interesses e necessidades e desejos particulares, sendo um meio privilegiado de inserção na realidade, pois expressa a maneira como a criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo.

Falar de criança é relacioná-la a brinquedos e brincadeiras como da mesma forma falar de jogos é pensar na criança que brinca. Desta forma, é possível inferir que o jogo está presente na criança e na sua infância. “Ao brincar a criança experimenta, organiza-se, regula-se, constrói normas para si e para os outros” (KRAMER, 2005, p. 104).

Quando o educador usa desses instrumentos como recursos pedagógicos, eles possuem um grande valor educacional, pois o jogo e a brincadeiras favorecem o desenvolvimento físico, intelectual, afetivo e social das crianças. As atividades lúdicas que envolvem o agir, fazendo com que ela se torne futuramente aptas a resolver situações problemas que surgirão.

O professor deve respeitar cada fase de desenvolvimento de seus alunos, conhecendo a sua realidade, estimulando e auxiliando no seu desenvolvimento integral. Para que o educador possa garantir um ambiente apropriado para as experiências lúdicas das crianças e elas poderem explorar esse universo infantil, é necessário que ele tenha um conhecimento teórico, pratica capacidade de observar e vontade e prazer de ser parceiro da criança nesse processo. Pois é através dessas experiências lúdicas que os professores podem obter mais informações sobre o brincar espontânea e o brincar orientado.

Destacamos o lúdico como uma das maneiras mais eficazes de envolver as mesmas, os jogos e as brincadeiras são ótimos aliados no processo ensino e aprendizagem, além de possibilitar o desenvolvimento social, cultural e pessoal da criança. Ao finalizar, a pesquisa procura-se suscitar uma reflexão acerca da importância da ludicidade no âmbito da Educação e, nesse sentido, torna-se impar que os educadores saibam como utilizar metodologias que incluam a ludicidade na aprendizagem das crianças.

 

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAL

Proporcionar ao educando o seu desenvolvimento pessoal, associados aos fatores sociais e culturais, colaboram para uma boa saúde física e mental, facilitando o processo de socialização, comunicação, construção de conhecimento, desenvolvimento pleno do processo de ensino e aprendizagem.

 

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Estimular a criança em seu desenvolvimento;
  • Criar estratégias para facilitar a aprendizagem;
  • Desenvolver o interesse da criança pelo conteúdo;
  • Melhorar o índice da frequência escolar;
  • Facilitar a interação entre alunos, professores e colegas;
  • Contribuir na aprendizagem e conhecimento da criança;
  • Possibilitar criatividade, interação social e crescimento sadio através do relacionamento entre o grupo desenvolvendo seu potencial cognitivo, motor e social.

 

 

3 O LUDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Este trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica, na qual haja uma argumentação eficiente respaldado por teorias especializadas. Assim Gil (1991 p. 48) conceitua “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de materiais já elaborados, constituídos principalmente de livros e artigos científicos. (...)”. Vários teóricos como Vygotsky (1998), Santos (2002), Martins Junior (2008), Antunes (1992), Carvalho (2004), Wajskop (2009) e Kishimoto (2002) e Gil ainda afirma que:

“pesquisa é um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”.

Estes teóricos apoiam essa prática, pois com o lúdico a criança se apropria com mais facilidade dos conteúdos e de todas as propostas que o educador lhe propuser. Vale ressaltar que os Referenciais Curriculares para a Educação Infantil (RCNEI) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que serviram de enfoque teórico para realização do trabalho, entre outros estudiosos da área.

Brincar e jogar: dois termos distintos em português, fundidos nas línguas de cujas culturas somos devedores: o francês (jouer) e o inglês (Play). Por causa disto, frequentemente, desperdiçamos a diferenciação da ordem psicogenética que a nossa língua nos permite: brincar é anterior a jogar, conduta social que supõe regras. Brincar é forma mais livre e individual, que designa as formas mais primitivas de exercício funcional, como a lalação. É este sentido mais arcaico que vou utilizar aqui.

O termo lúdico abrange os dois: a atividade individual e livre e a coletiva e regrada. O que chama a atenção, quando pedimos aos profissionais de educação infantil alguns sinônimos para ele, é a tendência de oferecer “prazeroso” e nunca “livre”. “Ludicamente” é visto como prazerosamente, alegremente, e não “livremente”.

Isto, que considero uma distorção de consequências infelizes, consiste em perceber o efeito e não a causa: o prazer é o resultado do caráter livre, gratuito, e pode associar-se a qualquer atividade; inversamente, a imposição pode retirar o prazer também a qualquer uma, parece impossível definir substancialmente o que é brincar: a natureza do compromisso com que é realizada transforma-a sutilmente em trabalho.

A criança nasceu para aprender, para descobrir e apropriar-se dos conhecimentos desde os mais simples até os mais complexos e isso que lhe garante a sobrevivência e a integração na sociedade como ser participativo, crítico e criativo, o aluno nas atividades lúdicas com brincadeira é algo inerente na criança, e sua forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a cerca.

Com os jogo e brincadeira a criança antecipa o seu desenvolvimento e expande a imaginação, adquire motivação, habilidade e atitudes necessárias à sua participação social, através dos jogos e brincadeira a criança irá trabalhar valores morais, desenvolver a noção do certo e do errado e a relatividade entre esses conceitos.

O jogo e a maneira como o professor dirige o brincar, desenvolverão psicológica, intelectual, emocional, físico-motora e socialmente as crianças, além de tornarem as aulas mais atraentes para os alunos são a partir de situações de descontração que o professor poderá desenvolver diversos conteúdos, gerando uma integração entre as matérias curriculares.

As atividades lúdicas permitem que o sujeito estabeleça relações com os outros e com diferentes culturas, sendo assim, pode-se dizer que: brincadeira, cultura e conhecimento se contemplam formando uma tríade da infância com o caráter lúdico e significativo. Sobre essa afirmativa, Borba (2006, p.40) fala que:

Nesse sentido, os jogos, as brincadeiras, o faz-de-conta revelam formas diferentes, expressão usadas pelas crianças como maneiras diferentes de interagir, podemos assim dizer que a brincadeira é uma ação que está associada à infância, e é por meio dela que a criança brinca, vivendo um cenário articulado e a dimensão imaginária, sendo impulsionada a conquistar novas possibilidades de criação, sendo assim possível manter a ponte entre o mundo imaginário e o mundo real.

Despertar na criança interesse e atração onde ao mesmo tempo em que participam com prazer desfrutam da oportunidade que eles lhes oferecem para o seu desenvolvimento, através dos jogos e brincadeiras é possível trabalhar sua coordenação motora, explorar sua percussão corporal, estimular seu raciocínio logico, etc.

O educador deve levar a criança a compreender a realidade e sua relação que estabelece com os objetos, por isso a experimentação é muito importante nesta etapa educacional. No perfil educativo em que a Educação Infantil se configura, o jogo e brincadeiras é uma das estratégias mais utilizada, pois ele tem um caráter lúdico e também contribui para o desenvolvimento das habilidades e na organização das ideias já construídas pela criança.

Segundo Lima (1992), o brincar para a criança é como fonte de lazer que traz conhecimentos sendo parte integrante das atividades educativas, pois é no brincar que possibilita o processo de desenvolvimento e aprendizagem, ou seja, é através do brincar que possibilita o educar. A brincadeira traz situações nas quais a criança constitui significados da assimilação dos papéis sociais. Os jogos e as brincadeiras despertam na criança situações que ela realiza e constrói, adquirindo conhecimento e assumindo papéis didáticos no processo educativo.

Portanto todo jogo e brincadeira realizados pelas crianças deverá ter sempre um objetivo a ser atingido por elas, porque eles sem intencionalidade pedagógica não contribuem para uma aprendizagem significativa, assim, o ensino do jogo e brincadeira se torna prazeroso tanto para o professor quanto para o aluno, rompendo com práticas rotineiras e desinteressantes para ambos neste processo.

Os jogos e as brincadeiras quando são usadas de maneira adequadamente tornam a aprendizagem mais agradável, significativa e prazerosa para os educandos, a atividade lúdica é aquela que dá plenitude, prazer ao ser humano, seja como exercício, seja como jogo simbólico, seja como jogo de regras. Os jogos apresentam múltiplas possibilidades de interação consigo mesmo e com os outros. (LUCKESI, 1998, p. 29)

Na etapa inicial da escolarização, o brincar e o educar têm uma função de contribuir para que a criança viva seu tempo, sem atropelos e tenha respeitado o seu ritmo, já que toda brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o ‘não brincar’, assim pode-se oferecer a criança uma aproximação com a escola, despertando o desejo de ali permanecer, com prazer, e tendo sucesso em seu percurso.  

O lúdico é um artefato pedagógico por meio do qual os professores da Educação Infantil buscam desenvolver e auxiliar o processo de aprendizagem da criança, este faz com que o sistema psicomotor e afetivo da criança seja desenvolvido com mais eficiência, as brincadeiras e jogos devem ser vistas como ferramentas lúdicas e tida como uma forma didática pelo professor, este assunto que vem sendo discutido na área da educação, principalmente na Educação Infantil, o brincar é um processo natural de ocorrência nos seres humanos, este proporciona auxilio para o desenvolvimento da criança.

Sendo assim, cabe aos professores à tarefa de mediar brincadeiras como forma de educar, ao contrário do pensamento de muitos, que dizem que “brincar na educação venha a ser perda de tempo”, não, o brincar e o educar se integram na educação, sendo papel de maior importância do professor fazer com que a criança tenha um tempo de sonhar, de crescer, de amadurecer, desenvolvendo as suas estruturas mentais superiores de forma equilibrada e contínua em busca de sua autonomia, no processo ensino aprendizagem. Neste sentido, Santos (2008) acrescenta:

O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento intrapessoal e interpessoal, colabora com uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita o processo de socialização, comunicação, expressão e de construção do conhecimento. (SANTOS, 2008, p. 27).

É no jogo que a criança começa a desenvolver fatores intelectuais, o lúdico tem uma tarefa difícil, pois o educador tem que ter uma fundamentação teórica bem estruturada e ter a consciência de que está lidando com uma criança modernizada, e que o repertorio de atividades precisa ser adaptado a estas situações, como a criança esta na fase da imitação, em uma fase de construção continua e o seu pensamento se torna mais sólido a cada novo conhecimento.

O jogo com regras a terceira categoria lúdica proposta por Piaget, sucede, no desenvolvimento, ao jogo simbólico. É próprio da criança que egressa no período das operações concretas e vai ser um tipo de jogo que prevalece entre os adultos. (CARVALHO, 2005, p.39).

A educação lúdica possibilita para as crianças brincadeiras livres que desenvolve varias habilidades no ato do brincar, é uma forma de se obter conhecimentos que redefine na elaboração do pensamento individual.  Educar com brincadeiras lúdicas desenvolve inúmeras funções cognitivas e sociais, é por está razão que é tão importante o lúdico na educação infantil. Como diz Almeida (2000, p.36):

“É muito importante, também, nesta analise, acrescentar a relação entre a criança, à educação e o brinquedo, a fim de perceber a influencia que este exerce sobre ela”. 

  As crianças tem o direito a uma educação lúdica, de ter dignidade e poder usufruir desses espaços sociais, o educador tem que ter a consciência de que o brincar ludicamente faz parte da educação da criança, a educação infantil é uma instituição que precisa incluir brincadeiras, jogos e brinquedos lúdicos são importantes na educação das crianças.

O brincar na teoria de Winnicott é proporcionar a criança a um ambiente afetivo e seguro, pois o brincar, a criança precisa se sentir em segurança e relaxada, respeitar a sua capacidade de criar na brincadeira; isso não significa deixar de compartilhar dessa brincadeira, que vem a enriquecê-la e não se constitua na imposição do nosso brincar sobre aquele da criança. (CARVALHO, 2005, p.47).

O jogo é importante para mediar avanços e proporcionar condições para que a criança aprenda no brincar coletivo, desenvolvendo suas habilidades, no brincar os educandos de cinco anos, desenvolve habilidades que facilita na sobrevivência, a compreensão da cultura na flexibilidade do pensamento, na adaptação, no aprendizado, no desenvolvimento social, intelectual e emocional.

O lúdico é uma característica fundamental do ser humano, do qual a criança depende para se desenvolver. Para crescer, brincar e para se equilibrar frente ao mundo precisa do jogo. Aprender brincando tem mais resultados, pois a assimilação infantil adapta-se facilmente à realidade (PIAGET apud SANTOS, 2001, p, 173).

A criança ainda age sem perceber que os jogos têm regras, é onde que os educadores têm a necessidade de envolver e propor essas regras, o lúdico é fundamental para reverter o fracasso escolar, prevendo competências cognitivas como os conhecimentos básicos, ler e escrever com o auxilio de uma professora.

Conforme Kiskimoto (2000, p.32) “Para Piaget ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o nível de seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos”. As brincadeiras, os brinquedos e os jogos lúdicos são educativos, favorecendo o ensino-aprendizagem na criança.

        Ao assumir a função lúdica e educativa, o brinquedo educativo merece algumas considerações: 1. Função lúdica: o brinquedo propicia diversão, prazer e ate desprazer, quando escolhido voluntariamente; e 2. Função educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o individuo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. (KISHIMOTO, 2000, p.37).

 É através de jogos, brincadeiras e brinquedos lúdicos que ela começa a desenvolver a imaginação e a praticar ações relacionadas ao real e ao mundo fantástico, para isto precisa de espaço e de tempo para realizar esta construção mental, separando a realidade do faz de conta.

 

A CRIANÇA NO CONTEXTO HISTÓRICO

Na era medieval as crianças eram inseridas no mundo dos adultos, participando de momentos que não lhe era convenientes, mas que era necessário já que seus pais estavam participando, sendo estes agindo de acordo com a cultura e crenças vividas. A partir do momento que essa criança tivesse a capacidade de agir como adulto, o mesmo ganhava a sua identidade, tal fato é reforçado por Caldeira (2010), onde ele afirma que crianças que conseguiam atingir certa idade não possuíam identidade própria, pois só conseguiam isso quando fizessem coisas semelhantes àquelas realizadas pelos adultos, com as quais estavam misturadas.

No século XIII, os modos de pensar e sentimentos das crianças eram considerados anteriores à razão e aos bons costumes, os adultos eram responsáveis por desenvolver nelas o caráter e a razão. Somente a partir dos séculos XV, XVI e XVII foi reconhecido que as crianças precisavam de tratamento especial, um tipo de isolamento antes que pudessem integrar o mundo dos adultos, essa quarentena foi à escola, que substituiu aprendizagem como meio de comunicação (HEYWOOD, 2004).

Diante das modificações da educação por ocasião da promulgação da LDB/1996, como também das constantes mudanças que está ocorrendo na sociedade, à prática pedagógica docente já não pode limita-se e funciona apenas com o giz e o quadro negro, a educação escolar precisa de mudanças e estratégias novas de ensino que consinta as necessidades das crianças que veem a infância como a fase do brincar.

A criança nessa etapa se expressa, assimila conhecimentos e constrói a sua realidade quanto está exercitando alguma atividade lúdica. Ela também espelha a sua experiência, modificando a realidade de acordo com seus interesses e gostos, o papel do docente, nesse momento é vital, pois é ele quem inventa os espaços, prepara o ambiente, disponibiliza os materiais e participa das atividades e brincadeiras, agindo como um medianeiro no processo de ensino-aprendizagem.

 Com isso acreditamos que a criança usa a brincadeira como mediadora desse processo de apropriação, expandindo suas relações com o mundo dos objetos e símbolos humanos, dessa forma, assimila, compreende e aprende a viver socialmente no espaço em que está inserida. Sendo assim defendo a concepção de que a escola precisa ressaltar a importância da brincadeira para o desenvolvimento social e cognitivo da criança, para que o conteúdo seja apresentado à criança de forma mais prazerosa dando assim um aprendizado mais consistente e estimulante para o aluno, pois a sociedade difunde uma ideia que limita o ato de brincar a um simples passa tempo, sem funções mais importantes que entreter a criança em atividades divertidas.

 É preciso reforçar a ideia de que os professores tem na brincadeira uma ferramenta importante para proporcionar aos alunos momentos lúdicos que possibilitem o desenvolvimento de um processo de aprendizagem e socialização.

Na instituição de educação infantil, podem-se oferecer às crianças
condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e
aquelas advindas de situações pedagógicas intencionais ou
aprendizagens orientadas pelos adultos. É importante ressaltar, porém, que essas aprendizagens, de natureza diversa, ocorrem de maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil (BRASIL, 1998, p. 23).

O brinquedo e a brincadeira são constitutivos da infância, pois ela é para a criança, um dos principais meios de expressão que possibilita a investigação e a aprendizagem sobre as pessoas e o mundo, valorizar o brincar significa oferecer espaços e brinquedos que favoreçam a brincadeira como atividade que ocupa o maior espaço de tempo na infância.

A criança, mesmo pequena sabem muitas coisas, toma decisões, escolher o que quer fazer, interage com pessoas, expressa o que sabe e mostra em seus gestos em um olhar, uma palavra, como é capaz de compreender o mundo. Sendo assim, o brincar para criança é obedecer aos impulsos conscientes e inconscientes que levam às atividades físicas mentais de grande significação e por ser o brincar de interesse da criança, promove atenção concentração levando-a a criar, pensar, e conhecer novas palavras situações e habilidades. Segundo Velasco (1996, p. 78):

Brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou intelectuais. Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular, e até mesmo de desenvolver as capacidades inatas podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo. Já quando brinca à vontade tem maiores possibilidades de se tornar um adulto equilibrado, consciente e afetuoso.

Para Velasco (1996), as brincadeiras abordam o desenvolvimento, bem como a socialização e a aprendizagem, é nesse momento que a criança tem prazer em realiza-las, pois permite a ela todo o desenvolvimento sem esforço, independente da época e da cultura, as crianças sempre brincaram e brincam, ou seja, elas vão brincar e aprender da forma que mais gostam.

Entre as coisas que a criança gosta está o brincar, que é um dos seus direitos, o brincar é uma ação livre, que surge a qualquer hora, iniciada e conduzida pela criança, dá prazer, não exige como condição um produto final, relaxa, envolve, ensina regras, linguagens, desenvolve habilidades e introduz a criança no mundo imaginário.

Para a criança, o brincar é a atividade principal do dia-a-dia, é importante porque dá a ela o poder de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si, aos outros e o mundo, de repetir ações prazerosas, de partilhar, expressar sua individualidade e identidade por meio de diferentes linguagens, de usar o corpo, os sentidos, os movimentos, de solucionar problemas e criar e para que isso aconteça é necessário integrar não apenas a educação ao cuidado, mas também a educação, o cuidado e a brincadeira tudo isso depende do projeto curricular de cada pedagogo.

Cabe à creche e à pré-escola, espaços institucionais diferentes do lar, educar a criança de 0 a 5 anos e 11 meses com brinquedos de qualidade, substituindo-os, quando quebram ou já não despertam mais interesse, para adquirir brinquedos, é fundamental selecionar aqueles com o selo do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia), que já foram testados em sua qualidade com critérios apropriados às crianças.

A seleção de brinquedos envolve diversos aspectos: ser durável, atraente, adequado e apropriado a diversos usos; garantir a segurança e ampliar oportunidades para o brincar; atender à diversidade racial, não induzir a preconceitos de gênero, classe social e etnia; não estimular a violência; incluir diversidade de materiais e tipos brinquedos tecnológicos, industrializados, artesanais e produzidos pelas crianças, professoras e pais.

O brincar interativo com a professora é essencial para o conhecimento do mundo social e para dar maior riqueza, complexidade e qualidade às brincadeiras, especialmente para bebês, são essenciais ações lúdicas que envolvem turnos de falar ou gesticular, esconder e achar objetos.

Os jogos e as brincadeiras não são apenas meios de distração para o aluno, mas torna-se um agente facilitador de apoio à aquisição de novas aprendizagens que possibilita ao aluno o gostarem de aprender de modo prazeroso, jogos e brincadeiras são indispensáveis para a saúde intelectual, psíquica e física do indivíduo, em especial crianças em fase de desenvolvimento global, através de atividades lúdicas, os alunos desenvolvem o cognitivo, a socialização, linguagem, raciocínio lógico, criatividade, análise, síntese, capacidade de interpretação entre outras funções.

 

 

CONCLUSÃO

Com a realização deste estudo buscou-se apresentar uma discussão acerca da importância da ludicidade na educação infantil, fazendo referências a autores da área, Analisando as leituras apresentadas ao longo do trabalho, é possível afirmar que a utilização do lúdico como ferramenta de auxilio para os professores da educação infantil.

O jogo vem gradativamente ganhando espaço no âmbito educacional, essa nova visão se deve aos estudos e pesquisas acerca dos jogos, que reconhecem a importância do trabalho com estes recursos na sala de aula, pois a criança aprende, brinca e caminha para a construção de conhecimentos distintos.

Descobrimos que quando o educador for propor jogos e brincadeiras ele deve escolher cuidadosamente cada uma delas e ter em mente os objetivos que pretende atingir respeitando a etapa de desenvolvimento de cada um, ele deve conhecer e dominar cada jogo e brincadeira antes de propor aos educando.

Seu papel será o de acompanhar a criança durante a pratica da atividade, mediando situações, facilitando sua integração ao ambiente e participando do mesmo como estimulador, pois é importante que as crianças façam suas próprias descobertas através da manipulação, observação e exploração da atividade proposta, desta forma ela poderá estabelecer relações e fazer associações, assimilar conceitos e integrá-los à sua personalidade.

Na educação Infantil os jogos já se fazem presentes nas práticas diárias, embora muitas vezes sem intencionalidade pedagógica, isso mostra a necessidade de o educador adquirir conhecimentos teóricos e metodológicos relativos ao brincar, entender à complexidade dos jogos no desenvolvimento infantil.

Faz necessário que o educador (re) conheça a real finalidade do trabalho com o jogo na sala de aula, e não o considerar como uma atividade sem objetivos. A postura do educador deve ser descontraída, estimulante e criativa que tornem as atividades lúdicas mais prazerosas e espontâneas que seja um meio de manifestação e expressão da criança.

O lúdico é de grande importância para as crianças, pois sem distinção de idade ou classe social, estas atividades lúdicas devem constar no contexto político pedagógico da escola, o lúdico compreende os jogos as brincadeiras e os próprios brinquedos, tanto as brincadeiras de antigamente, bem alunos, assim como no convívio social, são com a interação que as crianças vão desenvolvendo suas criatividades e liberdades.

 

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