O Lucro versus Cristo

Por Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho | 02/05/2025 | Religião

Na história da humanidade muitas das guerras ocorreram por três fatores: política, economia e religião. É compreensível que guerras em razão da política e da economia aconteçam entre quaisquer países, homogêneos ou não entre si. O que não mostra qualquer razoabilidade é, no interior de um país de dimensões continentais e heterogêneo como o Brasil, que fora o destino de todas as raças e credos, e cujo sistema de governança é laico e democrático, umas igrejas constantemente ataquem as outras.

Digo a respeito das constantes provocações que igrejas sem lastro histórico fazem à Igreja Católica Apostólica Romana, seja qual for o motivo. Um dos quais seria a adoração de imagens, que os provocadores não gostam. Nada vejo de nocivo na adoração de imagens por nós, católicos. Ao contrário: se forem ao Vaticano (nos seus Museus e na Capela Sistina), em países como Portugal, Polônia e vários da América Latina, nas cidades históricas de Minas Gerais ou no Centro do Rio de Janeiro, bem como em cidades do Nordeste, verão o quão linda é a arte sacra, pilar fundamental da civilização judaico-cristã ocidental, e que nos conecta ao Altíssimo. Se não gostam de imagens, poderiam tentar fundir suas igrejas com as dos católicos ortodoxos, que somente usam pintura nas suas igrejas (mas, sinceramente, duvido que eles aceitassem, pois mantêm ótima relação com a Igreja Católica Apostólica Romana, e no Cristianismo a amizade é um traço fundamental de caráter). Não tendo a Igreja Católica Ortodoxa como elementar aliada na luta contra a Católica Romana, lhes resta uma aliança com os Judeus, que, também e de acordo com a lei entregue a Moisés no Monte Sinai, são proibidos de adorar imagens e outro Deus que não Jeová (mas eles, que não têm a Cristo como Messias, não participariam desses ataques infames, e dos quais, num passado recente, infelizmente também foram vítimas). Assim, os agressores estão sozinhos na sua arrogância e sedenta busca por lucro.

Mas o argumento mais ridículo que vi, de líderes dessas entidades, é que não está escrito, na Bíblia, que teríamos um Papa. Um Papa é o Líder da Igreja Católica Apostólica Romana, ao passo que também não consta, na Bíblia, que teríamos o Patriarca Ecumênico de Constantinopla como líder da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa. E nem que o Reverendo Moon viesse a comandar a igreja que dirigiu, inclusive no Brasil, e nem que Jim Jones e Jimmy Swaggart viessem a ser líderes. Se formos pensar nos seres humanos, uma comunidade religiosa exige liderança a fim de melhor interpretar um conjunto de escrituras que seria a sua lei de sua época, com o objetivo de que se evite que o grupo entre em colapso e cisão por diferentes visões. E Cristo disse a Pedro que ele era a pedra sobre a qual edificaria sua igreja. Desta forma, se os líderes de outras igrejas levarem isso em conta, têm de aceitar que, mais que elas, a Igreja Cristã Primitiva, posteriormente denominada Católica Apostólica Romana, teve em Pedro, seu primeiro Papa, a legitimidade de existir como Instituição e a possui até hoje, atualmente na Sé Vacante sob a administração do Camerlengo. 

De nada serve virem com ataques, como, infelizmente, também fazem contra as religiões de matrizes africanas. Somos todos iguais, mesmo que vocês não queiram.