Referido ‘Tratado’ dos Espíritos Sábios, e que se difundira como ”O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec), nascera, como quase tudo neste Mundo provacional, de um doloroso parto, que, de apenas 501 quesitos, em sua primeira edição de 1857, dobrara o número de tais (para 1018 quesitos) em sua segunda edição de 1860.

Sendo que, com ele mesmo, nascera também o Espiritismo como Doutrina organizada pelos referidos Espíritos, consolidando a Terceira Revelação da Lei de Deus. Diga-se, entrementes, que o referido “Livro”, como muito bem lembrado pelo seu organizador: 

-‘Não é um Tratado Completo’!

Constituindo-se, pois, estruturalmente, apenas das: 

-‘Bases e Pontos Fundamentais’! 

Sendo que, tais mesmos, no curso do tempo-evolutivo: 

-‘Se devem desenvolver, sucessivamente, pelo estudo e pela observação’! 

Óbvio que já vimos algo sobre tal questão em nossos escritos anteriores. Mas ainda retorno ao tema para constatarmos que, de fato, o referido ‘Tratado’, por ser inacabado, incompleto, de bases e pontos, pois, inconclusos, é também: ‘Simples e Complexo’, e que, por tais mesmos, há de ser desenvolvido e ampliado no curso do tempo por novos estudos, novas observações, até o infindável da ‘Ciência do Infinito’, como o querem os seus organizadores, ou seja: os Espíritos Superiores. 

O modesto autor, como Você: Leitor. 

PARTE 1 

SIMPLES, MAS COMPLEXO 

Já vimos em nosso e.Book: “Fatos e Objeções” alguns problemas encontradiços nas edições de 1857 e de 1860 do referido “O Livro dos Espíritos” (AK); e, se alguns foram resolvidos por esta última, outros permanecem, sendo possível, pois, nos depararmos com algumas contradições, valendo, penso eu, a que defendo em minhas anteriores e presentes laudas: de que a questão da Queda Espiritual não é mito bíblico, e sim, fato inquestionável por achar-se codificado no referido “Livro” (AK), sendo tal fato, ainda, um Consenso Universal, formalizado, como já vimos, pelos Profetas Bíblicos, por Jesus, pelo referido “Livro” (AK), bem como pelos Espíritos altaneiros da obra ubaldiana e xavieriana tais como: Sua-Voz, Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes, e etc. 

Por outro lado, como já dito, o referido “O Livro dos Espíritos” (AK) é síntese, e, pois, como resolver, por exemplo, o tão complexo problema da sexualidade humana e dos Espíritos em apenas três itens (200, 201 e 202) de sua indagação maiêutica junto aos seus instrutores espirituais? Que eu saiba, a “Revista Espírita” (AK), de janeiro de 1866, também estampa em suas páginas um texto do Codificador respeitante a tal; porém, trata-se de um trabalho genérico, estando longe das análises mais aprofundadas, das particularidades e conclusões que o assunto demanda. 

E, daí, a necessidade de se trabalhar pelo estudo, pela divulgação e, digo mais: pelo desenvolvimento do pensar espírita, seja de Kardec, seja dos Espíritos Instrutores, por meio de trabalhos mais recentes que trazem novos enfoques da questão, que não só amplia como a deixa mais atualizada, como, por exemplo, nas obras de que faço as seguintes citações: 

1-“Forças Sexuais da Alma”, Jorge Andréa, Feb;

2-“Sexo e Destino”, André Luiz, Feb;

3-“Palingênese: A Grande Lei”, J. Andréa, S. V. Lorenz;

4-“Vida e Sexo”, Emmanuel, Feb;

5-“Sexo e Evolução”, Walter Barcelos, Feb;

6-“Evolução Em Dois Mundos”, André Luiz, Feb, ... 

E tantas outras mais... 

Assim, de retorno ao referido “O Livro dos Espíritos” (AK), esclareço que, do lado humano, ele contara apenas com um seu organizador: Allan Kardec, atuando com os mais diversos instrumentais mediúnicos, ou seja, com os médiuns colocados à sua disposição; e, no lado espiritual, com os referidos e Sábios Mestres da Espiritualidade que o ditaram. 

E o fato é que, num resumo imprescindível, referido “Livro” (AK), na forma de perguntas e respostas (maiêutica socrática), expressa simplicidade, mas também complexidade, pois aborda quase tudo, sendo, pois, neste aspecto, bastante complexo para certos estudiosos, inclusive espiritistas que, o conhecendo, não lhe fazem o aprofundamento devido, e, por conseguinte, não levaram, e não levam, na devida conta, as revelações do passado (Bíblicas e de Jesus), bem como as do presente (Século 19 do Espiritismo mesmo), e, muito menos, ainda, as do futuro (no caso, do Século 20, dos referidos e renomados profetas da modernidade: Pietro Ubaldi e Francisco C. Xavier). 

De espiritistas mais afoitos, que não o aprofundaram, e que, ainda assim, “já sabem tudo” de Espiritismo, cito a “pérola” de um elemento, que, após assistir brilhante palestra de um esclarecido amigo, cuja temática abrangia, inclusive, a Queda Espiritual (e sua verdade incontestável), dito elemento, em sua amesquinhada visão das coisas, ao final da mesma, interpelara o referido palestrante e saíra, de modo ríspido e deselegante, com a “sábia” afirmativa de que o “O Livro dos Espíritos” (AK) nada aborda, ou, nada abordara sobre tal questão: da Queda Espiritual. E, mais ainda, após ter dito tal “pérola”, dera as costas para o referido palestrante. 

Santa ingenuidade! E mais: que santa educação! 

E, como, pois, (questiono eu cá comigo mesmo), como, pois, em poucas palavras, argüir ou responder a um elemento lacrado por sua crença absolutista, e que, portanto, “já sabe tudo”, quando, em verdade, e, de modo absoluto: não sabe nada de nada, e, tampouco, do Espiritismo e do seu ‘Tratado Principal’, resumido no: “O Livro dos Espíritos” (AK)? 

Mas, diga-se, resumido, incompleto, como também mui complexo, cuja complexidade aborda sim, e, com óbvia certeza, o referido tema, bastando, pois, que se queira aprofundá-lo, e, pois, estuda-lo de novo, e, de novo, para, então, progredindo sua mentalidade com o referido “Livro” (AK), constatar-se que sim: que o referido aborda a Queda Espiritual da criatura falida por seu desamor, sendo o nosso Universo de matéria, e, seus filhos biológicos, uma doença que se cura de modo paulatino, fazendo o retorno, agora saudável, do Espírito que se curara de sua rebeldia, sua insolência e angustia existencial. 

Ora, todos sabem que o Viver - modo geral - é sinônimo de Sofrer, e, portanto, não há humano sequer, mesmo na riqueza, na saúde, e, mesmo reunindo com tais: a juventude, que não tenha seu dissabor, sua tristeza, sua decepção com algo nesta Vida que, sem dúvida, traduz nossa expiação, e, pois, distribui a todos, sem exceção, sua parcela de tribulações e de dor, que, ao fundo, refletem nossa desarmonia, deixando claro, pois, que nada escapa da Lei: Saneadora, feita de Amor, mas também Excelentíssima em Justiça e Correção do ímpio, soberbo transgressor. 

De tal modo que, mais uma vez, retorno à temática em questão, pois sinto ser meu dever, como espiritista estudioso e consciente, e, mais ainda, graças aos amigos espirituais, e suas altas inspirações, mostrar outras facetas da temática em foco, porém, levando-os, a todos, a reconhecer nossa pobreza espiritual, intelectual e moral para tudo saber, quando, em verdade, estamos apenas engatinhando em termos de Espiritismo, de Doutrina dos Espíritos Superiores, ou seja: dos mais importantes Sábios da Espiritualidade e de Jesus que, sem sombra de dúvidas, é o Nosso Mestre, Nosso Divino Redentor. 

PARTE 2 

UMA CIÊNCIA DO INFINITO 

Que nos perdoem a sinceridade, mas vejo que um dos maiores equívocos de espiritistas contemporâneos, sobretudo os que apresentam um exagerado conceito de si próprios (soberba, altivez, arrogância e etc.), é o de pensar que sabem tudo do Espiritismo, quando ele mesmo, com a palavra dos Espíritos Sábios, e, portanto, Superiores, alegam ser o Espiritismo: 

1-Ciência do Infinito. 

Em que, mais ainda, tal Ciência não se paralisa, pois se trata, obviamente, de: 

2-Doutrina Essencialmente Progressiva. 

Pelo Item 1: 

Como Ciência do Infinito, repiso que o Espiritismo, Doutrina dos Espíritos Superiores, teve seu início pelo pedagogo e observador dos fenômenos espiríticos, Allan Kardec, com a publicação, em 1857, do seu primeiro ‘Tratado’ intitulado: “O Livro dos Espíritos” (AK). Mas deixamos claro: ‘teve seu início’ (e, portanto, como Ciência do Infinito, nas palavras constantes do mesmo “Livro”), mostrando, pois, que o referido é síntese e tem todo um infinito de coisas por nos revelar, seja no Mundo terreno mesmo – enquanto estivermos por aqui – seja no Mundo espiritual, nossa pátria perdida, mas recuperada por nós mesmos desde que o queiramos para lá, definitivamente, retornar. E: 

Pelo Item 2: 

Como conseqüência do Item 1, temos que o Espiritismo se vai nos revelando aos poucos, e, portanto, consoante nossos progressos mesmos que, obviamente, vão ampliando nossos saberes de modo paulatino; e, graças, mais ainda, ao saber progressivo da Ciência mundana que, nada obstante, é coadjuvante da Ciência do Infinito, ou seja, das revelações sucessivas dos Amigos da Espiritualidade ao comando do Mestre: Jesus. 

Portanto, que não nos façamos mestres do Espiritismo na face terrena, pois tais Mestres são Espíritos Sábios, Superiores, sendo nós, Espíritos humanos, não mais que aprendizes das Leis Maiores, e, portanto, que cada qual dos espiritistas humanos coloque as coisas no seu justo e no seu devido lugar, pois que: 

“Somos Entes falidos em lento trabalho de cura, de evolução espiritual e moral, que abrange, pois: processos cognitivos, axiológicos, éticos e comportamentais”. (FRP).

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