Pergunta 1: O que é o Espiritismo? 

Resposta: Cumpre-nos, de início, informar que o Espiritismo, como Doutrina dos Espíritos Superiores, nascera com a produção do seu livro mesmo, ou seja: “O Livro dos Espíritos”. Sendo o seu organizador, no plano terreno, a pessoa de um renomado pedagogo: Allan Kardec, que encontrara farto material relativo às mesas girantes, e, pois, à mediunidade, às suas instruções espirituais, sendo que, a partir daí mesmo, se embrenhara pelo novo campo de estudos que se abria para os pesquisadores terrenos. E, Kardec, com tanto material que viera a ter em suas mãos, publicara diversos livros, dentre tais: a ‘Codificação Espírita’ que se compõe de cinco (5) opúsculos fundamentais e, portanto, relativos ao fenômeno mediúnico e das instruções daí decorrentes em que destaca o aprimoramento moral da criatura humana, do seu Espírito palingenésico, e, por isto, imortal. 

P2: Seria, por aí, toda uma nova Ciência, não? 

R: Sim, toda uma nova Ciência que abrange aspectos experimentais, filosóficos e morais, uma Ciência, pois, genuinamente espírita que, ao plano exclusivo da obra de Kardec, se pode denominar, mas não sem objeções, como Kardecismo. Mas peço especial atenção para a Pergunta-26, e sua respectiva Resposta, onde o Espírito de Kardec, numa comunicação mediúnica a ele atribuída, considera tal Ciência um tanto obsoleta e desusada. No que concordamos. (Vide também nosso e.Book: “Ciência Espírita: Tese Informal”). 

P3: Haveria, pois, Espiritismo e Kardecismo? 

R: Sem dúvida que sim. Porém, o Kardecismo, como Ciência de Kardec, trata-se de um bloco de estudos, de experiências e conclusões do seu promotor que, sem querer depreciá-lo, trata-se de um conjunto algo obsoleto e bastante exíguo se comparado com a grandeza do Espiritismo: Terceira Revelação da Lei de Deus, ou, como se sabe e se divulga: Doutrina dos Espíritos Superiores. 

P4: Mas por que exíguo? 

R: Se compararmos as conclusões de Kardec com o Espiritismo mesmo, ver-se-á, com clareza, que tais diferenciações saltam aos olhos de quaisquer observadores mais sensatos e conscientes. Porém, no meb (movimento espírita brasileiro), há uma confusão, mesmo para os mais estudiosos da questão, de que tudo é uma coisa só, quando assim não é! Ora, estudem mais, façam o aprofundamento da questão e verão que há distinta diferença dentre tais, ou seja: entre o Kardecismo e o Espiritismo. 

P5: O que concluíra Kardec, ou, o Kardecismo? 

R: Se pudermos destacar em três itens, diríamos que Kardec chegara às seguintes conclusões:

-Comprovação da existência de Deus pelos efeitos de Sua obra: não há efeito inteligente sem uma causa inteligente. Dizia que: “desde a organização do mais pequenino inseto e da mais insignificante semente, até à Lei que rege os mundos que circulam no espaço, tudo atesta uma ideia diretora, uma combinação, uma previdência, uma solicitude que ultrapassam todas as combinações humanas. A causa é, pois, Soberanamente Inteligente”; e mais: 

-Comprovação, pela mediunidade, do Mundo Espiritual, do seu estado, dos seus costumes, e etc., e, portanto, dos seus habitantes: os Espíritos humanos e, pois, sobreviventes aos despojos de sua corporeidade; e mais ainda: 

-Comprovação de suas transmigrações, ou seja, de tais Espíritos que somos nós mesmos, via reencarnação. 

Nisto, pois, se paralisara as comprovações do cientista Allan Kardec que, como já visto, se repete ainda hoje com renomados pesquisadores e parapsicólogos estudiosos da questão que nunca o desmentiram, mas tão só o comprovaram e até mesmo com a descoberta do perispírito que é a base de campos biológicos. 

P6: O que já é muito não é mesmo? 

R: Depende do ponto de vista: para um cientista mundano e cético, tal questão, das descobertas de Kardec, é bem considerável; mas acrescentariam ser pouco crível; e, para um religioso dogmático, ele diria tratar-se de uma heresia por não se admitir a reencarnação; mas para um indivíduo portador de crenças orientais, tais como o budismo, o taoísmo, e etc., referida descoberta de Kardec é irrelevante, pois tal indivíduo já sabe disto há milênios e milênios, e etc., etc. e tal. 

P7: Como resumiria as descobertas de Kardec? 

R: Pode-se tudo resumir pelas palavras dele mesmo que, após discursar sobre a existência positiva de um Criador, da Palingenesia e, portanto, da Alma, ou, do Espírito humano, Kardec para por aí e trata de não procurar a origem das coisas que, para ele, estão nos segredos daquele mesmo Criador. E reitera: 

“Sem, pois, procurar a origem da Alma, e as fieiras pelas quais pôde passar, nós a tomamos em sua entrada na Humanidade, no ponto em que, dotada do senso moral e do livre-arbítrio, ela começa a incorrer na responsabilidade de seus atos”. (Vide: “A Gênese” – 1868 – AK – Ide). 

Logo, por escolha sua, e, como é do seu direito, Kardec preferira não se embrenhar por tais caminhos, ou seja, da origem da Alma, adotando uma postura mais científica e menos filosófica, ausentando-se, pois, das grandes sínteses universais ministradas pelos nossos Maiores, ou seja, pelo Espiritismo: Doutrina - e torno a repetir - dos Espíritos Superiores. 

P8: De tal ponto de vista, Kardec... 

R: Vejo que o Kardecismo, ou seja, os dados por ele positivados se podem compreender como uma espécie de Nível Filosófico ‘A’; nível, pois, concernente à existência de um Criador e do Espírito humano que se ascensiona, paulatinamente, vias palingenésicas; mas que se ocupa de sua origem. Trata-se, pois, de um Nível Filosófico básico, que se pode considerar, pelo menos em tese, como do tipo ‘A’, se achando um tanto apartado das instruções dos nossos Superiores: os Imortais da Espiritualidade que ministravam, com zelo, e também com certa profundidade, sua Admirável Doutrina... 

P9: Que profundidade? 

R: A que se pode compreender por mais dois lances sucessivos e acima do referido Nível ‘A’, ou seja: os Níveis Filosóficos ‘B’ e ‘C’. 

P10: Sendo tais Níveis... 

R: No Filosófico ‘B’ nós destacaríamos que os Espíritos Superiores mencionaram a origem da Alma humana, ou, do Espírito palingenésico, desde arcanos da materialidade, ou seja, nossa evolução se daria: ‘do átomo ao arcanjo’.

P11: E, no próximo? 

R: Para o Nível Filosófico ‘C’, Nível, pois, superior aos demais, os Espíritos Sábios informaram que nossa origem é mais distante ainda, ou seja, ela se dá no Mundo Espiritual mesmo num processo que, hoje, se confirma como ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’. Lógico que os Espíritos Reveladores, na obra de sua organização com o codificador terreno, foram um tanto lacônicos com relação a este Nível. 

Mas, ainda assim, não deixaram de esclarecer, e, de alguma sorte, informar alguma coisa relativamente a tal, ou seja, do nosso afastamento de Deus (por involução) e do nosso retorno a Ele (por evolução), tal como consta das instruções dos Sábios Espíritos de Lammenais e de Platão no Item 1009 de “O Livro dos Espíritos” (AK), bem como em instruções anteriores como já visto e citado nos e.Books constantes da presente ‘Trilogia’. 

P12: Do que se depreende que? 

R: De tais informes mesmos, pois, da obra de Kardec e dos Espíritos Superiores, surgem os referidos Níveis Filosóficos ‘A’, ‘B’ e ‘C’, dentre outros, dos espiritistas de nossa atualidade, ou seja, de mentalidades específicas, onde, e quando, um evolve para o outro, sendo o ‘C’, o mais amplo, mais alto e mais completo de tais Níveis ou Modelos de Compreensão Doutrinária. Mas tudo é relativo, nos situamos entre a matéria e o espírito e damos preferência doutrinária ao que nos pareça mais simpático, mais lógico e racional, quando, repito, nos situamos na dinâmica relativística de tudo, estando longe, como é evidente, das coisas eternas e imutáveis.

[...]