Para os atletas, disputar um evento em seu país representa mais que um sonho, significa a chance de se tornar um ídolo nacional ao conquistar uma medalha. O vencedor entrará para um grupo seleto de pessoas que conseguiram mostrar suas habilidades competindo com atletas de alto nível técnico. Agraciado com o lugar mais alto do pódio e aplaudido por centenas de pessoas, o atleta que conquistar a honraria máxima, terá o resultado merecido depois de tanto esforço e consecutivos treinos. No entanto, o maior legado que as olimpíadas poderiam deixar para o país sede, não é a realização pessoal, e sim a conquista da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. De fato, presenciamos o desperdício das verbas que poderiam ser revertidas, sem o auxílio de um grande evento como motivo para se investir em uma localidade ou outra. Com razões simplesmente populeiras, nossos governantes e líderes de entidades utilizam desses pequenos artifícios a fim de conseguir mais alguns anos no poder. Sem objetividade e clareza a população sofre com o despreparo e o amadorismo que reinam nas três esferas de poder que não conseguem sequer uma sinergia entre eles. Temos exemplos claros que rondam a nossa História no que se refere a gasto sem planejamento. Quem não se lembra da vila do Pan inaugurado em 2007? Com 17 prédios que abrigaram 5.500 atletas, a promessa era que ao final do evento, os apartamentos seriam colocados a venda para particulares. No entanto, lemos notícias que muitos desses apartamentos sofrem com problemas estruturais por erros de planejamento. Nosso legado será composto por vários elefantes brancos espalhados pela nossa cidade, pois não temos uma política clara de incentivo ao esporte. No final, essas arenas e obras estruturais pouco vão resolver, ou seja, estão amenizando o problema, mas não solucionando o que mais aflige a nossa população, que é a melhora da qualidade de vida. Bruno Dias