AMANDA MARQUES MENDES DA ROCHA  


O INTRAEMPREENDEDORISMO CORPORATIVO NO BRASIL: DEFINIÇÕES E FORMAS

 

 

 

 

 

Belo Horizonte

2020

 

AMANDA MARQUES MENDES DA ROCHA

 

 

 

O intraEMPREENDEDORISMO CORPORATIVO NO BRASIL:

DEFINIÇÕES E FORMAS

 

 

 

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Instituição Faculdade Pitágoras como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Administração

Orientador: Anderson Almeida


 

 

 

 

 

 

Belo Horizonte

2020

 

 

AMANDA MARQUES MENDES DA ROCHA

 

O intraEMPREENDEDORISMO CORPORATIVO NO BRASIL:

 DEFINIÇÕES E FORMAS

 

 

 

 

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Instituição Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Administração

 

 

BANCA EXAMINADORA

 

 

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

 

 

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

 

 

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

 

 

Belo Horizonte, 19 de novembro de 2020

 

ROCHA, Amanda Marques Mendes da. O Intraempreendedorismo Corporativo no Brasil: definições e formas. 2020. 28 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Faculdade Pitágoras, Belo Horizonte, 2020.

 

RESUMO

 

Esta pesquisa foi construída com a finalidade em realizar um estado-da-arte do que é o empreendedorismo, explicitando o seu modo de impacto nas organizações econômicas brasileiras vigentes. Inicialmente, foi desenvolvido o histórico, o perfil, a contextualização entre liderança e empreendedorismo, bem como as principais incertezas que norteiam o cenário mercadológico global, demonstrando que a temática possui vital importância no desenvolvimento e geração de inovações nas entidades, além de contribuir para a promoção do alcance de vantagens competitivas pelas entidades. A metodologia utilizada classifica-se como revisão de literatura, com caráter qualitativo à fim de apresentar os conceitos imprescindíveis ao entendimento do tema, sugerindo, assim, um aporte teórico pautado nas características e práticas do empreendedorismo. Logo, seu principal objetivo consiste em ressaltar os impactos do uso do empreendedorismo nas corporações brasileiras, frente ao cenário de grandes incertezas, pautado por altos níveis de competitividade e escassez de insumos. Nesse sentido, o avanço tecnológico influenciou as organizações a obterem um diferencial competitivo, adequando-se aos novos requisitos do mercado e zelando pela manutenção de sua continuidade e sobrevivência em meio ao turbulento mercado. Quanto ao resultado encontrado a partir do desenvolvimento da pesquisa, verificou-se que o processo de reflexão sobre o papel funcional do empreendedorismo deve se tornar prática permanente e constante, uma vez que afeta todo o ambiente interno operacional da organização e consequentemente, induz a obtenção de resultados benéficos ou maléficos.

 

Palavras-chave: Empreendedorismo; Estratégia de negócios; Perfil empreendedor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ROCHA, Amanda Marques Mendes da. O Intraempreendedorismo Corporativo no Brasil: definições e formas. 2020. 28 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Faculdade Pitágoras, Belo Horizonte, 2020.

 

ABSTRACT

 

This research was built with the purpose of realizing a state-of-the-art of what entrepreneurship is, explaining its mode of impact on current Brazilian economic organizations. Initially, the history, the profile, the contextualization between leadership and entrepreneurship, as well as the main uncertainties that guide the global market scenario were developed, demonstrating that the theme is vitally important in the development and generation of innovations in the entities, in addition to contributing to the promoting the achievement of competitive advantages by entities. The methodology used is classified as a literature review, with a qualitative character in order to present the essential concepts for understanding the theme, thus suggesting a theoretical contribution based on the characteristics and practices of entrepreneurship. Therefore, its main objective is to highlight the impacts of the use of entrepreneurship on Brazilian corporations, in the face of the scenario of great uncertainties, marked by high levels of competitiveness and scarcity of inputs. In this sense, technological advances have influenced organizations to obtain a competitive advantage, adapting to new market requirements and ensuring the maintenance of their continuity and survival in the midst of the turbulent market. As for the result found from the development of the research, it was found that the process of reflection on the functional role of entrepreneurship must become a permanent and constant practice, since it affects the entire internal operational environment of the organization and, consequently, induces the achievement beneficial or harmful results.

 

Keywords: Business strategy; Entrepreneurial profile; Entrepreneurship.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

 

INTRODUÇÃO.. 4

 

2 O EMPREENDEDORISMO.......................................................................................6

 

2.1 EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO............................................................7

 

3 PERFIL EMPREENDEDOR....................................................................................13

 

4 IMPACTOS DO EMPREENDEDORISMO NAS ENTIDADES.................................20

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................25

 

REFERÊNCIAS..........................................................................................................27

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

 Diante da complexidade presente no atual contexto da gestão corporativa global, verifica-se a existência de uma procura intensa e contínua por instrumentos, técnicas e métodos por parte das organizações que corroborem para a obtenção de um posicionamento mais efetivo em seus mercados, cada vez mais dinâmicos e competitivos.  Nesse sentido, entende-se que as novas tecnologias disponíveis têm alterado não somente a forma de se fazer negócios, como, também, os processos de trabalho, promovendo modificações no desenvolvimento das pessoas e suas relações de trabalho.

Perante essa conjuntura faz-se indispensável discorrer sobre os novos aspectos comportamentais das organizações, em virtude da maior relevância dos colaboradores no desempenho das atividades empresariais, oriundas do processo evolutivo das antigas atividades laborais e do surgimento de novas práticas e carreiras antes desconhecidas. Logo, entende-se que a presente pesquisa tende a contribuir positivamente para o desenvolvimento de estudos relativos aos novos comportamentos exigidos nas organizações, através da demonstração do intraempreendedorismo como fator crucial para o advento de novas carreiras e demandas, facilitando o alcance dos resultados almejados pelas entidades.

Entende-se que os respectivos processos de estudo e abordagem das práticas do intraempreendedorismo se justifica à medida em que pode ser visualizada a relevância da temática para a sobrevida das organizações, uma vez que procura apresentar as novas características dos ambientes organizacionais, onde a figura do colaborador perdeu a sua passividade, passando a requerer iniciativas próprias de quem empreende. Assim, todo o conjunto de agentes colaborativos, desde os funcionários mais anônimos, até os gestores detentores de cargos mais elevados, passaram a ter papel preponderante nos resultados alcançados. Empreender, portanto, deixou de seu desejável, passando a ser condição indispensável na eficácia das novas relações trabalhistas.

Assim, a exposição dos fatos supracitados permite-se obter a seguinte reflexão: De que modo a presença de práticas intraempreendedoras no Brasil pode corroborar para a obtenção de melhorias nos resultados das organizações?

Dentro dessa moldura o objetivo desse trabalho consiste em descrever o modo com o qual o intraempreendedorismo no Brasil influencia as organizações no país. Este se dará por meio do desenvolvimento dos seguintes objetivos específicos: apresentar o conceito de empreendedorismo no ambiente interno organizacional (intraempreendedorismo); descrever as principais características empreendedoras e compreender os impactos do empreendedorismo nas organizacionais brasileiras.

O presente trabalho teve o seu desenvolvimento pautado na metodologia de Revisão de Literatura, que pode ser classificada, segundo Júnior (2011), como todo pesquisa que resulta do processo de levantamento e análise de materiais publicados que tratam da problemática em questão. Logo, foram selecionados materiais publicados nas últimas duas décadas que apresentam um conteúdo mais próximo aos objetivos propostos, através de artigos científicos publicados em revistas científicas digitais, bem como livros publicados em meios físicos relativos as áreas da administração, metodologia científica e psicologia organizacional, utilizando referências de autoria de Bernardes( 2004), Dornelas (2008),  Hashimoto (2014), Morais (2012), dentre outros.

 

 

 


 

 

 

2 O EMPREENDEDORISMO 

 

Entende-se como empreendedorismo um processo de iniciativa que consiste na implementação de novos negócios e/ou na mudança de empresas já existentes através da criatividade e capacidade de transformação, assumindo riscos de forma calculada para enfrentar desafios e traçar novos caminhos. De acordo com Morais (2012) a palavra empreendedorismo tem origem francesa “entrepeneur” que significa empreender ou fazer algo.

Ao considerar a evolução humana, entende-se que o homem primitivo já possuía as chamadas atitudes empreendedoras uma vez que precisava, para garantir a sua sobrevivência, inovar na construção de instrumentos no intuito de propiciar melhorias nas relações do homem com os outros e com a natureza.

De acordo com o SEBRAE (2007), o primeiro exemplo histórico-evolutivo que carrega a definição de empreendedorismo, surge através do navegador Marco Polo que ao estabelecer rotas comerciais para o Extremo Oriente, detinha o papel de empreendedor ao realizar acordos ou negócios passíveis de riscos.

Séculos depois, durante o período da Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado segundo Morais (2012) para designar um participante ou administrador de grandes projetos de produção, sendo este período marcado pela ausência de riscos, haja vista que os recursos geralmente eram fornecidos pelo governo.

Posteriormente, no século XVII, ainda conforme estudos do autor, o empreendedor era considerado agente fomentador de riscos, pois à medida que firmava um acordo contratual com comerciantes, artesãos, governos e demais indivíduos compravam a um determinado preço e vendiam a um valor incerto, operando, dessa forma com riscos, ao assumir qualquer lucro ou prejuízo intrínseco a negociação.

O conceito foi popularizado pelo economista Joseph Schumpeter em 1945 e desde então, é utilizado como estratégia para identificar novas oportunidades e transformá-las em um negócio lucrativo. Para Custódio (2011), no Brasil o empreendedorismo tomou uma grande proporção em meados da década de 90, quando ocorreu a criação de instituições como o Sebrae, cujo surgimento foi justificado para dar apoio e consultoria aos pequenos empresários e cidadãos comuns que pretendem empreender no país.

 

2.1 EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO

 

Entende-se que o atual cenário globalizado impôs um elevado ritmo alucinante de acontecimentos, cujo impacto reflete diretamente no mundo dos negócios. Segundo Kotler e Armstrong (2008) diante dessa perspectiva, muitas empresas têm apostado e investido nas definições de empreendedorismo como principal instrumento de ação para gerir os desafios e ameaças presentes no cotidiano, transformando-os em oportunidades para propiciar o fomento de soluções e abertura de novos campos de mercados e investimentos para suas mercadorias e/ou produtos.

Nesse contexto, surge a concepção do intraempreendedorismo ou empreendedorismo corporativo cuja definição refere-se ao desenvolvimento de atividades empreendedoras no âmbito interno das organizações. Entende-se que o intraempreendedorismo surgiu à medida que grandes corporações identificaram a necessidade de incentivar o empreendedorismo dentro dos seus departamentos, sustentando assim, a premissa de que um profissional não precisa abandonar seu emprego em uma grande empresa para empreender.

Segundo os estudos de Dornelas (2008), o intraempreendedorismo refere-se ao ato de conhecimento e desenvolvimento de uma oportunidade que resulta na geração de valor através da inovação, constituindo um método de aprendizagem da organização com seu público estratégico, os chamados stakeholders. Assim, quanto maior a presença de movimentos que induzam no favorecimento do espírito empreendedor no ambiente interno, maior será o intraempreendedorismo entre os colaboradores dentro desta organização.

Para Hashimoto (2014), nesta dimensão o intraempreendedor é capaz de possuir habilidades de integrar a conceituação tecnológica de um produto com sua viabilidade mercadológica, além de possuir uma visão sistêmica da organização e competências de aprendizado para lidar em situações desfavoráveis.

Estabeleceu-se, portanto, na metade do século XX a noção do empreendedor como agente inovador constituindo o indivíduo que além da capacidade de criar e de conceitualizar, carrega o poder de inovação em produtos e serviços com a finalidade de promover a satisfação dos clientes de modo satisfatório e criativo.

Segundo Dornelas (2008), compreensão da definição de empreendedorismo corporativo é muito mais absorvida quando se tem o entendimento do empreendedorismo empresarial, representado como o ato de fazer algo novo e diferente ou relacionado a mudança de uma situação atual ou procura por novas oportunidades de negócios, tendo como foco a inovação e a criação de valor.

Para Chiavenato (2010), o termo empreendedorismo corporativo tem sido pouco estudado e se difere do empreendedorismo convencional, uma vez que busca assumir os riscos de uma nova oportunidade ou negócio novo, enquanto, o segundo procura a melhor maneira de agir frente as velhas práticas de uma organização.

Em virtude da elevada competitividade e das intercorrentes mudanças vislumbradas no cenário empresarial, utiliza-se nas organizações o intraempreendedorismo como estratégia de negócios, através da maximização de oportunidades e a satisfação das necessidades dos agentes vinculados, calculando-se os riscos inerentes.

Morais (2012) afirma que o empreendedorismo corporativo pode ser vislumbrado mediante a ocorrência de quatro condições básicas que se relacionam ao ato de agir em virtude da motivação atrelada ao desempenho de alguma atividade; o conhecimento inerente ao poder de adquirir conhecimento no futuro; à expectativa de ganho pessoal ou benefício econômico ou de uma ação e o suporte do ambiente, representado pelas condições que provêm conforto e sustentação para realização de esforços.

Em suma, o intraempreendedor deve ter visão e percepção para identificar as oportunidades, enquanto suas atitudes empreendedoras devem priorizar as pessoas e não somente as empresas, sendo estas ações consideradas indispensáveis para o sucesso ou o fracasso no desempenho da entidade.

De acordo com a abordagem de Dornelas (2008), o comportamento intraempreendedor se utiliza como princípio motivador para a introdução de novidades, alcançando o desenvolvimento em todos os âmbitos, sendo assim ocorre à implantação do fomento da inovação. A capacidade de inovação e renovação de processos são atribuições pertencentes aos indivíduos e, por isso, estes são considerados ativos raros para uma empresa. Chiavenato (2010) destaca a relevância das pessoas para uma empresa, creditando a estas o sucesso nos resultados, haja visto que máquinas não possuem capacidade em gerar ideias, resolver e superar obstáculos e avaliar oportunidades. 

Verifica-se que a incidência das técnicas de empreendedorismo corporativo ocorre em organizações de cultura relativamente mais abertas e arrojadas, mediante a presença de estímulos e iniciativas novas dos seus colaboradores, fomentadas através de estratégias de planejamento, capacitação e fortalecimento da cultura empreendedora. Para isso, deve-se contemplar uma transformação nas ações e condutas, visando a adoção de novos modelos de negócios e competências e uma maior rapidez na implantação dos projetos empreendedores.

Neste sentido, os intraempreendedores podem ser considerados uns dos responsáveis pelo desenvolvimento econômico, pois, de acordo com Pinchot e Pellman (2004), eles respondem pela ordem econômica existente na introdução de novos produtos ou serviços, na criação de novas formas de organização ou na exploração de novos recursos e materiais. No entanto, a presença deles não é o bastante para que aconteçam transformações ou inovações, pois o ideal é que haja uma cultura empreendedora que incentive tais ações.

Há de se ressaltar, também, que a tendência para o empreendedorismo difere entre as sociedades, uma vez que a cultura que modera as características dos empreendedores difere entre os ambientes. Além disso, o ser humano não nasce empreendedor, ele desenvolve essa característica no meio em que vive, e o ambiente, tanto a época quanto o lugar, representa um influenciador positivo ou negativo dessa tendência.

Bernardes (2004) considera que a cultura empreendedora é a essência do empreendedorismo, uma vez que é caracterizada pela concentração de duas ou mais formas de empreendedorismo, como o perfil empreendedor, a gestão empreendedora e o intraempreendedorismo, além de possuir influência profunda no nível de empreendedorismo das organizações, tendo papel determinante de como ferramenta indutora de empreendedorismo e inovação.

Na gestão moderna, a organização que possui uma cultura empreendedora trabalha melhor em um ambiente incerto e ambíguo, de maneira a criar uma fonte de vantagem competitiva sustentável para si.  O entendimento acerca dessa mudança de foco perpassa, também, pelos clientes externos através da necessidade do próprio colaborador em tornar-se cliente e acreditar no serviço ou produto ofertado. Logo, seguindo essa lógica, fica estabelecido que o colaborador deve se sentir uma ferramenta importante para a organização em que atua à medida que possa se sentir motivado no exercício de sua função.

Conforme estudos de Hashimoto (2014), de certo modo, as empresas podem ser consideradas ambientes propícios para despertar ideias com uso da criatividade. Mas, para isso, é necessário dar o espaço e apoio necessário para que os funcionários possam colocar em ação todo seu potencial e talento. Eles precisam sentir-se seguros para expressar suas ideias, recebendo críticas construtivas. É preciso que sintam não somente a liberdade de expressão, mas também o desafio, que é visto como forma de motivação.

Considerando o contexto evolutivo vivenciado pelas organizações no passado tem- se o entendimento, de acordo com Morais (2012) que seus principais esforços estavam concentrados em sua estrutura externa, com foco total nos ganhos financeiros auferidos, ao contrário do que vem ocorrendo nos últimos anos, período marcado pela evidenciação nas relações humanas.

O alto nível de competitividade envolto nos atuais mercados globalizados, instituiu entre os gestores das entidades uma maior procura pela adoção de modelos de gestão mais flexíveis e dinâmicos que contenham em seu interior uma série de planos de ações que visam satisfazer as exigências presentes no atual cenário corporativo.

Esse novo enfoque, para Oliveira e Passos (2013), bastante distinto da velha e ultrapassada visão mecanicista que encara a organização como estrutura inflexível foi substituída pelo novo modelo humano, em que as organizações constituem uma espécie de organismo vivo, requerendo a existência de um profissional de gerenciamento de negócios e pessoas que atue de maneira natural e espontânea, frente as equipes de trabalho.

Percebe-se que a realidade vivenciada nas últimas décadas, revela que grande parte das organizações colocam em primeiro plano os resultados econômicos, sem considerar as questões sociais e morais, correrão o risco em ter a sua atividade descontinuada.

Maximiliano (2004) explicita que os intraempreendedores detêm um papel de grande valia ao cenário moderno da vida empresarial, uma vez que contribuem para o provimento de cargos e empregos, introdução de ações inovadoras e estímulo ao crescimento econômico. Assim, a presença do intraempreendedor torna-se imprescindível ao desenvolvimento das atividades organizacionais, tendo em vista que estas necessitam para a sua continuidade  da presença de aspectos que envolvam a criatividade, a eficiência e a inserção de condutas mais assertivas, corroborando para que a entidade apresente um centro espontaneamente criativo, com o fomento de soluções rápidas, constantes e funcionais.

No presente contexto econômico, não são mais os produtos que oferecem um diferencial para as organizações. Para obter um diferencial competitivo, vantagem estratégica e a satisfação do cliente, as empresas precisam adaptar-se ao modelo econômico atual. Para isso, uma das principais alternativas é a implementação da cultura empreendedora. Saber gerir pessoas, incentivando sua participação e utilização de seus talentos é o segredo para a obtenção da sinergia necessária para um maior desenvolvimento.

 Segundo Custódio (2011), independente do porte de atuação, uma organização requer o domínio e integração de todas as especialidades vinculadas ao seu negócio, fato que implica na presença do intraempreendedorismo como instrumento de resolução para o suprimento dessas necessidades, resultando na presença de ações mais empreendedoras e no aumento da competitividade empresarial. Porém, nas organizações compostas por estruturas organizacionais mais formais e rígidas, a sua cultura encontra muita dificuldade em estimular o empreendedorismo corporativo, o que torna a inovação um grande desafio para os funcionários.

Acredita-se que o intraempreendedor se apoia nos benefícios de criar ações empreendedoras, altamente eficazes, ideias estruturadas e economicamente viáveis dentro da empresa onde atua. Diante disso, as empresas percebem a necessidade dos intraempreendedores para impulsionar seus produtos ou processos encorajando-as a abandonar sistemas rígidos e hierárquicos, em prol de sistemas flexíveis e inovadores. Logo, a presença do espírito empreendedor, atrelado a características como determinação, liderança, governabilidade e visão de futuro, leva uma organização a utilizar o intraempreendedorismo como estratégia de negócios à medida que a definição de metas e os riscos são calculados com vista a busca de seus objetivos.

 

 

3 PERFIL EMPREENDEDOR

 

Diante da complexidade presente no atual contexto da gestão corporativa, verifica-se a existência de uma procura contínua por instrumentos, técnicas e métodos por parte dos empreendedores, no intuito de obter uma melhor colocação em seus mercados, cada vez mais dinâmicos e competitivos, oportunizando, dessa forma, o estabelecimento de metas e objetivos a serem seguidos.

Derivado do termo entrepreneurship, o conceito da palavra empreender, segundo Dolabela (2011) consiste no processo de transformar sonhos em realidade. Em outras palavras, o empreendedor representa um agente que vislumbra a oportunidade de criação de algo inovador, iniciando, assim, um projeto sob riscos calculados.

Uma grande questão levantada pelos estudos do empreendedorismo trata do processo de definição e entendimento das principais características encontradas no comportamento dos indivíduos empreendedores de sucesso. Entende-se que tais características variam de acordo com as atividades que o empreendedor executa, podendo ser adquiridas e desenvolvidas. Além disso, a constante preocupação que permeia a identificação do perfil do empreendedor de sucesso corrobora no processo de aprendizagem e ação, tendo em vista que influencia na adoção de condutas adequadas para se tornar um.

Verifica-se que as principais características que justificam a existência de aspectos empreendedores nas ações implementadas pelos indivíduos encontram-se a busca pela independência e oportunidade de criação de renda e valor. Em outra visão, Dornelas (2008) afirma que a presença de características extras constituem fatores determinantes para a definição dos empreendedores de sucesso, sendo estas traduzidas na ocorrência de atitudes visionarias de indivíduos que buscam o aproveitamento máximo frente as oportunidades dispostas, demonstrando para tal um nível de entusiasmo e otimismo consideráveis.

Quanto aos aspectos básicos presentes no comportamento empreendedor, estes podem ser relativos à realização, como a busca de oportunidades, iniciativa, proatividade, avaliação e mensuração de riscos calculados, exigência de eficácia e eficiência, determinação e comprometimento; ao planejamento, como a  organização, dinamismo, agressividade, dedicação, visão estratégica e o estabelecimento de metas e, aquelas relativas ao poder, como a persuasão, independência, autoconfiança, capacidade de resolução de problemas e conflitos, pensamento crítico e poder de liderança.

Segundo Cielo (2001), entende-se que o conceito de inovação está diretamente atrelado a obtenção de uma vantagem estratégica, através do processo de construção do novo em detrimento da desconstrução do velho. Nesse sentido, a inovação traduz-se pela sua capacidade em gerar valor social ou riqueza em produtos e serviços, através da ação de tecnologias e métodos de trabalho mais atualizados.

A inovação pode, ainda, ser descrita como um processo dotado da ausência de continuidade e incerteza, considerando que a sua procura tende a ocorrer somente em alguns períodos e que a solução dos problemas existentes, bem como as suas eventuais consequências não podem ser fielmente determinadas.

No que diz respeito a confiança, segundo Hisrich, Peters e Sheperd (2009) esta representa a sustentação de todas as ações de um empreendedor, uma vez que para o alcance de resultados satisfatórios este deve acreditar na capacidade da empresa e em suas próprias habilidades. Além disso, faz-se importante ter segurança em suas ações, assim, como nos benefícios gerados e no preço que será cobrado.

O quesito coragem está intrinsicamente vinculado a tarefa de assumir riscos, já que para lidar com futuras incertezas esta característica é imprescindível para o enfrentamento e a superação de possíveis situações mais arriscadas inerentes a todo e qualquer negócio. Já a persistência relaciona-se diretamente com a manutenção e a continuidade do empreendimento pois, a existência de falhas e eventuais obstáculos no percurso da execução de um planejamento, não deve ocasionar na interrupção das ações e metas estabelecidas.

Segundo Custódio (2011), outra qualidade evidenciada no perfil comportamental empreendedor corresponde a facilidade para identificar a presença de oportunidades e tendências a médio e longo prazo, evitando, assim, apropriar-se de possibilidades que podem ser adotadas pela concorrência com maiores vantagens em adquirir tais técnicas. Esse processo, induz o empreendedor a eliminar possibilidades pouco vantajosas e/ou lucrativas, evitando o desperdício de recursos essenciais a melhoria do negócio.

A presença de foco permite que o agente empreendedor desempenhe atividades com maior eficácia, distanciando de eventuais distrações e interrupções que possam refletir na perda de produtividade e rentabilidade. Um indivíduo com foco é aquele que delimita cada etapa e fase necessárias a realização e desenvolvimento de um projeto. Em virtude da ocorrência de situações imprevistas, o empreendedor deve ser flexível, de tal modo, que possa identificar assertivamente, fazendo adaptações e reagindo com rapidez aos desafios que possam atrapalhar a conquista de seus objetivos.

Para Chiavenato (2010), quanto a eficiência na excelência da gestão do negócio, o empreendedor deve ter o total controle de todas as operações que acontecem na entidade à fim de minimizar a presença de situações adversas. A elaboração e execução de um planejamento eficiente possibilita a prevenção de situações de recessão interna, relativas a incidentes com redução de capital de giro e demais perdas financeiras etc.

A busca por dados e informações movidas pela curiosidade, torna o empreendedor um agente com imensa disposição para aprender e se desenvolver. Percebe-se que a assimilação de informações, transformando-as em conhecimento tem vital relevância para propiciar melhores resultados à entidade, reduzindo a necessidade.

De acordo com os estudos de Hashimoto (2014), a existência de uma rede de contatos, também, conhecida como Networking auxilia o empreendedor na resolução de vários problemas e adversidades através, do apoio de prestadores de serviços especializados, resultando em parcerias na promoção, desenvolvimento e estruturação do negócio. Em outras palavras, a criação de uma rede de relacionamentos, sugere a busca por indivíduos que possam contribuir para o crescimento mútuo através do compartilhamento de valores e do uso da persuasão.

Considerando que o empreendedor interage com diversos tipos de pessoas, como fornecedores, clientes, sócios, investidores etc., é necessário criar e zelar pela manutenção de um relacionamento estrategicamente saudável com todos os agentes, utilizando a persuasão como meio de manter os ideais de missão e valores em equidade, na procura pelo bem em comum.

Muitos estudiosos, como Morais (2012) entendem que a persuasão representa uma das qualidades mais valoradas no perfil empreendedor, haja vista que a sua presença favorece outros aspectos comportamentais. Logo, o processo de alimentação de interações sociais saudáveis viabilizados pela ação de uma rede de networking resultará no acesso de melhores oportunidades de negócios, na criação de parcerias mais assertivas, estímulo a tomada de atitudes mais inovadoras e coragem para superar riscos, além de promover o comprometimento ou foco na busca pela consecução de objetivos e metas estrategicamente estabelecidas. Por fim, salienta-se a necessidade de que o empreendedor se atente a presença de eventuais oportunidades e possibilidades ilimitadas, estabelecendo o seu cerne na abundância e não, na escassez.

Quanto a habilidade de liderança, esta constitui vital relevância na presente temática, uma vez que o líder é visto como um fator crucial no processo gerencial de uma entidade, estando o seu papel vinculado a adoção de estratégias com vista a obtenção dos objetivos preestabelecidos. De acordo com Chiavenato (2010), a palavra gerenciar consiste no ato de administrar e dirigir algo ou alguém e estabelece que o gestor é responsável por criar e fomentar um ambiente propicio que corrobore para a realização das metas das instituições, através da criação de planejamentos estratégicos.

De um modo geral, o gestor representa não somente um líder como, também, uma espécie de agente mediador que busca ser referência positiva no processo da delegação de tarefas. Tal feito requer a presença de determinadas virtudes que incluem características como iniciativa, pró atividade, ser um bom ouvinte, além do hábito de estar aberto a sugestões.

Maximiliano (2004) descreve que o líder possui grande responsabilidade nos processos que envolvam os relacionamentos interpessoais, haja vista que dentre as suas atribuições encontra-se a responsabilidade em administrar os conflitos existentes entre os integrantes de sua equipe, contribuindo para a melhora no clima e ambiente organizacional, através da presença de características como, a cooperação, espírito de equipe, profissionalismo e comunicação eficiente.

De maneira similar, a implementação de métodos de comunicação eficaz corrobora por facilitar a execução de atividades que envolvam questões de responsabilidade. Assim, o gestor que procura liderar de maneira satisfatória, tende a se preocupar mais efetivamente pela definição de metas, incentivos e orientações a equipes, bem como a administração de conflitos em menor grau. Aos colaboradores fica a responsabilidade por contribuir para a obtenção das metas propostas, identificação de problemas e sugestões de melhorias às atividades desempenhadas pelos outros e por eles mesmos.

Ressalta-se, segundo Dolabela (2011) que a liderança e empreendedorismo são características intimamente ligadas ao poder, muito embora, o poder do empreendedor esteja ligado ao ato de executar, enquanto o do líder em influenciar. Logo, o líder empreendedor identifica e avalia a oportunidade; desenvolve o plano de negócios; determina e capta os recursos necessários e gerencia a organização criada, sendo indispensável deter o fator da flexibilidade, bem como atentar-se as constantes e intensas inovações à fim de dispor de conhecimentos diferenciados em cada fase organizacional.

 Infere-se que a capacidade de inovação e renovação de processos são atribuições pertencentes aos indivíduos e, por isso, estes são considerados ativos raros para uma empresa. Bernardes e Marcondes (2004) destaca a relevância das pessoas para uma empresa, creditando a estas o sucesso nos resultados, haja visto que máquinas não possuem capacidade em gerar ideias, resolver e superar obstáculos e avaliar oportunidades. Além disso, grande parte das organizações possuem acesso as mesmas tecnologias, sendo o modo como os indivíduos são utilizados e envolvidos, o fator determinante para o alcance da sustentação e continuidade de seus empreendimentos.

O empreendedor apresenta-se como um agente motivador, capaz de estimular os indivíduos próximos a agirem de forma diferenciada, digna de reconhecimento e admiração. Este consiste em um individuo não apenas determinado e corajoso que procura estimular o crescimento econômico, contribuir para a criação de empregos e a distribuição de renda, como, também, busca iniciar e constituir mudanças na estrutura do negócio e na sociedade. Dessa forma, os países que apoiam e incentivam os empreendedores, tendem a apresentar uma taxa menor de desemprego, aliado a um maior crescimento econômico.

Para Dolabela (2011), todos os indivíduos apresentam características empreendedoras ao nascer, estando o desenvolvimento dessas características na fase adulta, atrelado ao meio em que estes indivíduos se encontram inseridos, bem como a intensidade de estímulos realizados para a prática de ações e atividades empresariais.

Diante disso, a compreensão das características que envolvem um bom empreendedor bem como os resultados de possuir tais habilidades são fatores que podem determinar os rumos da atividade econômica de uma organização, contribuindo para o sucesso ou fracasso de um negócio.

O processo de leitura e análise bibliográfica deste estudo, evidenciou a ausência de unanimidade entre os autores quanto ao processo de classificação dos tipos de empreendedores. Nesse sentido, Custódio (2011) explicitam dois tipos de empreendedorismo, definidos como empreendedorismo por necessidade aquele atrelado ao ato de criação de negócios justificado pela ausência de alternativa e o empreendedorismo por oportunidade vinculado a descoberta de uma oportunidade de negócio lucrativa.

 Alguns estudos determinam que o perfil de um empreendedor pode ser classificado conforme seis tipologias diferentes, definidas como: o lenhador - indivíduos que se  -empenham na gestão de um negócio; o sedutor – aqueles que mudam de negócio com facilidade impulsionado pelas tendências; o jogador - gostam de negócios na área de lazer mas sem comprometimento; o hobbysta - dedicados nas horas vagas ao negócio, investem o que tem para conseguir o máximo, sendo visto como um hobby; o convertido - encara o seu negocio como uma grande descoberta e se veem como pessoas superdotadas e o missionário - dispõe de conhecimento sobre seus produtos e estão sempre preocupados com as relações interpessoais entre seu grupo de trabalho.

 Diante do contexto apresentado, Hashimoto (2014) apresenta em seus estudos, a distinção de três formas de empreender, definidas como corporativa aquela que identifica as oportunidades dentro da organização inserida; startup que promove o advento de novos negócios para a empresa; e o empreendedor social que procura atender a sociedade no geral.

Em se tratando do contexto brasileiro, grande parte dos autores vislumbra um potencial empreendedor significativo em boa parte da população, sendo a cultura empreendedora no país definida pela presença de características mais próximas ao empreendedor espontâneo, uma vez que este encontra-se onipresente, sendo necessário apenas um estímulo para o seu florescimento.

Segundo Chiavenato (2010), considerado um grande recurso pouco explorado no Brasil, o empreendedorismo tem o seu potencial pouco instigado em razão da predominância de determinados obstáculos que estão relacionados a fatores como  autoconfiança e a falta de confiança entre a população, a necessidade de desenvolver abordagens próprias e condizentes ao cenário cultural e social do país, à disciplina, a necessidade de compartilhamento e o a burocracia.

Em suma, entende-se que o processo de inovação e atualização dos recursos organizacionais influem diretamente no desenvolvimento e continuidade das atividades fins de uma entidade, em virtude da presença de características como a escassez e os altos níveis de competitividade de mercado. Logo, a busca constante do sucesso nos negócios, comum a boa parte dos empreendedores, faz-se necessária para obter resultados satisfatórios na conjuntura organizacional, estando a existência de de tal evento condicionada a presença de características como a iniciativa, a sugestão e a implementação de ideias viáveis, a presença de modificações e inovações constantes, na busca da melhoria contínua dos produtos, serviços ou desempenho na função que exercer.

 


 

4 IMPACTOS DO EMPREENDEDORISMO NAS ENTIDADES

 

Os empreendedores representam uma espécie de agentes populares do cenário mercadológico empresarial, uma vez que contribuem para a geração de empregos, introdução de inovações e estímulos ao crescimento econômico. Em suma, o empreendedorismo envolve a existência de práticas proativas e inovadoras que fazem com que a empresa se destaque no seguimento de mercado a que pertence, procurando novas oportunidades com inovadoras, criatividade e ousadia.

De acordo com Cielo (2001), a execução de atividades empreendedoras requer a presença do agente empreendedor, haja vista que nos últimos anos, as transformações tecnológicas demandam a presença de indivíduos com a capacidade de implementar ações cada vez mais arrojadas. Nesse sentido, acredita-se que a importância do empreendedorismo para as organizações traduz-se na identificação de seu conceito, relacionado ao envolvimento de pessoas e processos que resultam na transformação de ideias em oportunidades, induzindo a criação de negócios de sucessos e em resultados satisfatórios.

Para isso, faz-se imprescindível que o indivíduo realize o acompanhamento rotineiro e constante sobre o mercado e surgimento de novos métodos e sistemas otimizados. Além disso, frisa-se, também, a necessidade em identificar as características intrínsecas ao ambiente mercadológico inserido, como eventuais oportunidades e ameaças existentes à fim de promover o desenvolvimento de suas competências.

A existência de um cenário mercadológico desafiador imputa na oportunização da adoção de um novo modelo estratégico empresarial, desafiando as organizações a se tornarem mais produtivas, comprometidas, envolvidas e motivadas em suas atividades profissionais para o trabalho.

Infere-se que o processo de detenção do conhecimento do ambiente de atuação, permite a captação e atualização da empresa em relação ao ambiente e a si própria, visando identificar e monitorar as variáveis competitivas que lhe afetam. Em consonância, Cobra (1992) acredita que a antecipação de mudanças, auxilia na condução da ação de seus ambientes internos e externos, elevando o aproveitamento de suas potencialidades e oportunidades atuais e futuras e reduzindo a probabilidade de restrições e ameaças, podendo, a partir delas, prever boa parte dos riscos e situações operacionais adversas através da utilização de métodos mais assertivos.

Considerando o elevado grau de incerteza e a ausência de controle que permeia o ambiente externo de uma organização, fato dificultador à formulação de uma estratégia única, em virtude da existência e influência de variáveis instáveis que a rodeia, faz-se indispensável analisar e aproveitar as oportunidades da maneira ágil e eficiente, adaptando-as a  sua realidade e necessidades, evitando as ameaças enquanto for possível, ocasionando na obtenção de uma excelente arma competitiva.

Através da análise dos pontos fortes e fracos, segundo Kotler e Armstrong (2008) evidenciam que os agentes empreendedores conseguem, na grande maioria dos casos, determinar com mais clareza as prioridades em termos de ameaças e oportunidades existentes no ambiente externo. Com isso, deterão as informações necessárias para determinar os objetivos e as estratégias que melhor correspondem com as competências da empresa, equacionando os problemas internos identificados, assim como resolver as ameaças e oportunidades identificadas externamente.

Diante dessa perspectiva, o empreendedorismo como estratégia de negócios proporciona às empresas inúmeros benefícios como, uma maior agilidade na tomada de decisões, abertura de novos campos de negócios e aprimoramento tecnológico, condição primordial em um setor em que as inovações tecnológicas são de extrema importância na visualização de oportunidades, fechamento de contratos e mensuração de riscos, haja visto que o montante de recursos e investimentos dispendidos dependerá do eventual cálculo e análise do retorno esperado, bem como da viabilização financeira inerente a sua consecução.

Para Hashimoto (2014), o desenvolvimento de práticas empreendedoras possui vital relevância para as organizações, uma vez que esta pode ser entendida como uma espécie de suporte que orienta e impacta no exercício das atividades e funções correlatas, bem como na eficácia da consecução de planos e ações, fatores que possuem caráter decisivo na manutenção e continuidade futura de qualquer organização, levando-se em conta a existência das constantes transformações inseridas nos mercados competitivos.

Em suma, acredita-se que a presença do empreendedor tem, cada vez mais um papel fundamental às organizações, quando as mesmas avaliam a necessidade cotidiana de criatividade, do trabalho eficiente, da inserção de novas possibilidades, da criação de uma nova postura de trabalho, fazendo com que a empresa tenha um centro espontaneamente criativo, gerando soluções rápidas, constantes e funcionais a estas organizações, uma vez que estes são reconhecidos como componentes essenciais para a mobilização de capital, agregação de valores aos recursos naturais, produção de bens e gerenciamento dos meios para administração de empreendimentos econômicos.

Complementarmente, França (2009) considera que a característica primordial vigente nas atitudes empreendedoras mais eficientes remete a presença da flexibilização, uma vez que esta garante uma atuação mais participativa e preparada para lidar com as dificuldades inerentes ao ambiente empresarial.

Mediante a concepção de que uma organização tem sua manutenção e continuidade no mercado pautada pela presença do conhecimento sobre as suas características, verifica-se a importância da capacidade de conhecer, desenvolver  e fortalecer o seu componente estrutural e organizacional pois, o sucesso ou fracasso de seus resultados vincula-se diretamente ao presença de um perfil e conduta empreendedora empresarial.

Portanto, para Drucker (1997) o espírito empreendedor empresarial, atrelado a disposição de características como perseverança, tenacidade, liderança e visão de futuro, o empreendedorismo apresenta-se como uma eficaz estratégia de negócios à medida que define metas e assume riscos calculados para alcançar seus objetivos, riscos estes que são baseados em um planejamento, estudo mercadológico e concorrencial.

Dessa forma, entende-se que fatores que contemplem o alcance de características como a inovação e qualidade em produtos e serviços são considerados instrumentos cruciais para a atuação da empresa, proporcionando a satisfação de seus clientes e zelando pela sua continuidade no mercado. Logo, o empreendedor pode ser considerado um desses fatores, uma vez que representa a principal alavanca de um negócio de sucesso ao utilizar elementos qualitativos como a inovação para a geração de resultados satisfatórios.

Conforme Morais (2012), a inovação caracteriza o empreendedorismo, pois mediante a presença da inovação se estabelece o sucesso nos empreendimentos, constituindo-se no meio para a obtenção do desenvolvimento de um próspero negócio diferenciado. Em meio a um mercado tão competitivo, ser empreendedor pode ser considerado um imperativo para a sobrevivência; o empreendedorismo tornou-se uma ferramenta da administração para romper as barreiras; encurtar distâncias e se globalizar com a renovação de conceitos econômicos.

No cenário econômico atual, fica cada vez mais visível o quanto a inovação é importante para o crescimento e administração de um negócio, bem como para a assertividade de suas funções administrativas. Logo, a geração de resultados acima do padrão esperado ou da expectativa depende do processo de identificação de talentos, da adoção de novos paradigmas vigentes e de uma série de mudanças em seu estilo organizacional. 

Para Custódio (2011), de certo modo, as empresas podem ser consideradas ambientes propícios para despertar ideias com uso da criatividade. Mas, para isso, é necessário dar o espaço e apoio necessário para que os funcionários possam colocar em ação todo seu potencial e talento. Eles precisam sentir-se motivados e desafiados, de tal maneira, que sejam capazes de expressar suas ideias sem que sejam ignoradas, esquecidas ou roubadas, sendo passíveis de críticas construtivas.

Para manter a vinculação economicamente interessante, os empreendedores devem se dar conta de que a colaboração mútua e o comportamento ético são elementares à preservação dos vínculos que se pretende duradouros. Nessa perspectiva, o empreendedor sentir-se-á estimulado a incrementar suas atividades produtivas sob a perspectiva de maior necessidade de utilização dos bens e serviços ofertados, conduzindo a uma cadeia de resultados interessantes em termos econômicos e de seu desenvolvimento pessoal.

De acordo com Morais (2012), ao contrário do que ocorria em décadas passadas, no qual a obtenção de vantagens competitivas estava condicionada à aquisição de máquinas e equipamentos, os mais tecnológicos possíveis, o alcance do diferencial competitivo e estratégico, não depende, apenas dos produtos e serviços ofertados, mas, principalmente, do modo como as organizações se adaptam ao modelo econômico atual, com incentivos a participação de agentes empreendedores e a utilização de suas habilidades e talentos inovadores, condição esta que implica na geração de novos valores.

A vantagem competitiva origina-se nas várias atividades distintas desempenhadas pelos colaboradores de uma organização, cujas competências necessárias para o desenvolvimento dessas são conquistadas por meio de habilidades e sistemas aprimorados e culturas diferenciadas. À obtenção do diferencial competitivo está atrelado a uma força de trabalho de alta qualidade que possibilite às organizações competir com capacidade resposta no mercado, além de produtos e serviços de qualidade, diferenciados e inovadores.

Conforme Porter (1989), há de salientar que a retenção do capital humano à fim de transforma-lo em diferencial competitivo, requer que as empresas tenham entendimento que os instrumentos tecnológicos não representam mais artigos de difícil aquisição e acesso e, que para concorrer em um ambiente altamente competitivo e se sobressair frente a este é imprescindível contar com colaboradores motivados e satisfeitos que possam de fato fazer a diferença.

Para tal, fica implícito que os indivíduos empreendedores devem questionar pressuposições sobre possíveis acontecimentos futuros, para que possam antecipar a decisão adequada ao uso das oportunidades. De outra maneira, trabalhar na tomada de decisão somente quando as situações se apresentam pode, provavelmente, torná-las de baixo impacto por serem tardias.

Considerando que o cenário econômico contemporâneo dispõe de muitas informações ágeis e precisas é de vital relevância que os empreendedores apresentem um novo pensamento estratégico, tendo em vista que suas ações impactam diretamente na criação de caminhos alternativos para o desenvolvimento e crescimento organizacional. Assim, Dornelas (2008) explicita que as organizações que adota uma estratégia empreendedora com uma visão mais inovadora, tendem a alcançar mercados não vistos pela concorrência, levando a implementação de estratégias para o seu crescimento e desenvolvimento no nicho em questão.

 Percebe-se que a visão empreendedora nas empresas quando implementada de forma assertiva, corrobora na criação de resultados positivos, de valor e utilidade ao público alvo, impactando na manutenção de um caixa positivo e no processo de expansão mercadológica de forma paulatina. Desse modo, a presença de atitudes empreendedoras nas entidades apresenta caminhos alternativos para uma manutenção positiva como nova estratégia empresarial.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A preponderância da utilização das tecnologias de informação e comunicação, juntamente com a globalização, são a um só tempo, possibilitadoras do crescimento organizacional, do enxugamento de custos, da agilização dos processos, da internacionalização das empresas, mas por outro lado, geram um ambiente muito competitivo, onde as organizações precisam buscar constantes atualizações e adaptações dos seus processos para sobreviverem.

Os intraempreendedores têm como características principais a inovação, a liderança, a resiliência, ou seja, uma alta capacidade para suportar contrariedades e manter a integridade emocional, superando os desgastes causados pelo ambiente competitivo e o estresse causado pela pressão da concorrência e das constantes adaptações e inovações.

Acredita-se que a utilização de práticas intraempreendedoras contribuem de modo evidente para o alcance de resultados assertivos nas organizações, uma vez que possui papel fomentador de inovações, tornando os seus atores mais aptos a competir em mercados pautados por transformações rápidas e intensas, tendo a sua de continuidade ou sobrevivência pautada na aplicação da habilidade da antevisão.

De um modo geral, o intraempreendedorismo consiste em uma ferramenta estratégica que busca obter inovação no ambiente interno organizacional, corroborando para o alcance de vantagens competitivas frente a concorrência. Logo, os intraempreendedores detêm o papel de agente fomentador de inovações, uma vez que contribuem significativamente à área estratégica, vinculando-se diretamente aos processos e produtos, através do processo de identificação das forças, riscos e fraquezas, estabelecendo medidas que promovam a ascenção e o aperfeiçoamento dos fatores vinculados.

Entende-se que cabe aos intraempreendedores a responsabilidade em oportunizar ideias que corroborem para o crescimento da entidade, através do uso de técnicas e estímulos indivíduais e/ou em grupos que influenciem no processo da criação de ideias, mesmo que a sua execução contemple a presença de ameaças, riscos e demais desafios que possam comprometer a autonomia e a hierarquia entre os seus colaboradores.

Quanto ao resultado encontrado a partir do desenvolvimento desta pesquisa, verificou-se que o processo de reflexão sobre o papel funcional do intraempreendedorismo deve se tornar prática permanente e constante, uma vez que afeta todo o ambiente interno operacional da organização e consequentemente, induz a obtenção de resultados benéficos ou maléficos.

Nesse sentido, há de se lançar mão  de um investimento maciço e contínuo em seus profissionais, através da adoção de estratégias que contemplem aspectos como a criatividade, inovação, organização, agilidade e proficiência, através da instituição de técnicas motivacionais e de comunicação mais aberta e transparente, articulando os objetivos e metas individuais com o da entidade com um todo, induzindo ao alcance de práticas mais eficientes que promovam resultados eficazes.

Por fim, entende-se que o presente trabalho não deve ser considerado como encerrado, podendo servir de referência em pesquisas futuras e ser adaptado conforme as necessidades de pesquisadores que desejem um maior aprofundamento no assunto.

 


 

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