Assim como não se comparam doentes nos diversos estágios de suas enfermidades, os médicos e os hospitais onde são tratados, também não se comparam governos.

Eu posso falar, caso a caso, de diversos governos, pinçando fatos aqui e ali, como fazem os pesquisadores da internet.A comparação cabe aos leitores, se quiserem.

Eu poderia dizer que apesar de ter sido considerado um ditador cruel e um bandido, Augusto Pinochet melhorou a economia do Chile e desenvolveu o país em vários aspectos e o tornou superavitário.

Que Paulo Maluf, apesar de todas as acusações que pesam sobre si, fez um dos melhores governos de São Paulo, conforme o reconhecem as pessoas que realmente sabem das coisas.

Getúlio Vargas conseguiu governar por 19 anos. Nunca viajou, nunca botou dinheiro fora, tornou o país reconhecido mundialmente, criou a maioria das leis sociais que possuímos, fez o país crescer econômica e institucionalmente, mandou para a Itália um contingente do Exército para lutar contra os nazi-fascistas e pagou todas as despesas de guerra sem ficar devendo nenhum centavo, e quando deixou a presidência, em 1945, sobrava dinheiro e o seu governo foi considerado o melhor de todos os governos republicanos.

Eurico Gaspar Dutra assumiu em janeiro de 1946 e governou até 1951, e nesses 5 anos conseguiu gastar todas as reservas e gerar uma profunda crise econômica.

Getulio reassumiu o governo em 1951, criou a Petrobrás e fez o que pode para restaurar a economia, mas, perseguido e sabotado por seus opositores, foi obrigado a se suicidar em 1954.

Juscelino foi um grande estadista e o seu nome ficou na história por ter sido o construtor de Brasília. O país cresceu economicamente durante o seu governo, mas também sofreu um dos maiores endividamentos de sua história.

Todos sabemos o que Perón e Evita representaram para o povo argentino, e serão eternamente homenageados, apesar de todas as críticas de seus inimigos históricos.

Lula está fazendo o que pode e dando o melhor de si, apesar da corrupção em vários setores. Culpam-no e o acusam de não ser coerente com o discurso que fazia quando líder sindical e candidato à presidência. Mas ele não é mágico e está praticamente sozinho tentando endireitar um país que recebeu cheio de dívidas, armadilhas e problemas a resolver, inclusive os secretamente confidenciados a ele por FHC na passagem do comando. E muita coisa ele conseguiu sanear. E se é verdade que lá de fora enxergam melhor o que acontece aqui, a galera internacional está aplaudindo o seu governo, por mais que isto incomode ou irrite seus inimigos e opositores.

(Luciano Machado)