O IMPACTO DO USO PRECOCE DAS TELAS NA INFÂNCIA

            É indiscutível que a tecnologia faz parte da vida das crianças, seja como entretenimento ou para que elas permaneçam sentadas, quietas, obedientes e esse uso de telas cada vez mais precoce tem trazido impactos prejudiciais na vida das crianças.

            Estudos vem mostrando que o uso excessivo de telas na infância prejudica o desenvolvimento cognitivo das crianças. A exposição constante a conteúdos passivos, como vídeos e jogos, pode impactar o desenvolvimento da linguagem, habilidades de resolução de problemas e raciocínio lógico.

            Pode causar problemas de atenção e concentração nas crianças afetando-as em sala de aula, em que as atividades acabam não sendo atrativas, uma vez que muitas delas exige da criança o pensar, movimento e com a tecnologia muitas ficam passivas ao conhecimento.

            Senso assim, alternância rápida de estímulos visuais e auditivos em dispositivos eletrônicos pode levar a uma hiper estimulação, dificultando a capacidade das crianças de se concentrarem em tarefas mais longas e complexas.

            Precisamos levar em consideração que quanto mais tempo passam nas telas, mais querem ficar esse estímulo do uso das telas levam à diminuição das emoções pessoais, afetando a capacidade das crianças de compreender emoções, desenvolver empatia e resolver pequenos conflitos, afetando consideravelmente em seus relacionamentos.

            Sem mencionar que a exposição a telas antes de dormir pode prejudicar a qualidade sono das crianças, a postura seguida durante o uso pode causar dores no pescoço, costas e olhos.

            Dito isso, é importante que os cuidadores primários estejam cada vez mais conscientes dos efeitos negativos do uso de telas na infância. Podendo assim utilizar medidas que possam amenizar os impactos gerados pelo uso excessivo de telas como limitar o tempo de exposição especialmente antes dos dois anos de idade.

            A OMS (Organização Mundial de Saúde), 2019 recomenda que:

De 0 a 2 anos de idade: a exposição a telas não é recomendada.

De 2 a 3 anos de idade: a exposição a telas deve ser a menor possível, e nunca passar de uma hora por dia.

De 3 a 5 anos de idade: a exposição a telas pode ser um pouco maior, mas ainda deve ser limitada a uma hora por dia.

Dos 5 aos 17 anos de idade: a exposição a telas deve ser limitada a, no máximo, duas horas por dia.

            Quanto mais cedo essa criança for exposta as telas, maiores serão os prejuízos. Sendo nítido nesse momento, devido a pandemia que as famílias ficaram em casa e para se entreterem usaram as telas, ao retornarem para a escola muitas tiveram atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem.

            Também devemos priorizar atividades interativas contato ao ar livre que promovam o desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança não só em casa, mas também na escola.

            Na escola o professor pode oferecer livros para incentivar a leitura promovendo o desenvolvimento da linguagem, brincadeiras coletivas, músicas e outras atividades que estimulem o desenvolvimento das crianças.

             Por último, mas não menos importante a escola poderia proporcionar encontros, palestras com profissionais da área alertando os pais sobre o uso excessivo das telas e também ensinando sobre como fazer o uso consciente da tecnologia, envolvendo-se nas atividades digitais das crianças e orientando-as sobre conteúdos apropriados adaptando de acordo com a idade.

Arlete Moreira, Daiane Cristina da Silva, Fátima Albuquerque, Lucicleide Maria e Vânia Silveira de Souza Pereira são docentes da Rede municipal de ensino de Rondonópolis.