Coisa ruim é você planejar uma coisa e na hora exata algo acontece e os planos são mudados contra a sua vontade. Já aconteceu comigo de não estar afim de um uma viagem, por exemplo, mais aceitar fazer de tanta insistência por parte de outrem. No momento que aceito o convite aquilo já fica gravado como um evento a ser realizado. Eu fico aborrecido se sem mais nem menos a pessoa chega e desmarca em cima da hora. Dá aquele sentimento de frustação. Estudar nunca foi o meu forte. A dedicação aos livros para mim sempre foi uma necessidade. Um desafio. Uma meta. É por esta razão que na juventude a gente adora matar aula, recreio, festa, ir todo mundo embora para ver o jogo, etc. Todavia, não podemos negar que existe o C.D.F. A pessoa que tora a paciência com a sua demonstração de compromisso com os estudos. Na época em que lecionei houve um dia que teria um jogo importante depois da novela. A turma me pediu que eu a dispensasse da quarta aula, que iniciava às 09h20min. Meus amigos, eu estou aqui para dar aulas, mas se todos forem embora também irei ver o futebol. A galera se mandou, menos uma. Olho na sala e vejo a moça sentada na primeira cadeira. Professor eu quero estudar. Tudo bem, vamos lá. Botei trinta F no diário e um P. No outro dia entrei naquela sala e escrevi o tema no quadro negro. A tal aluna vai logo me advertindo que aquele assunto tinha sido visto na aula anterior. Eu sei, porém, vou repetir a minha exposição por que só estava você na aula. A menina disse que aquilo não era justo. Olha! Faremos o seguinte: Vou colocar um P bem grande aqui na frente do seu nome e como você já sabe a matéria, pode dar uma voltinha lá fora. Anos depois me encontrava na FADIVALE, curso de mestrado, e meu amigo Dr. Geraldo Abreu ficava entrando e saindo da sala para namorar as bancas de livros. O homem gosta de comprar livros. Decidi que iria aplicar um trote nele. A aula era da Doutora Sandra Couto, da Universidade de Goiás. Esperei o coleguinha Geraldo sair mais uma vez e falei com minhas amigas de curso que iria inventar um trabalho em grupo para ele (nós) fazer. Escrevi o tema do trabalho: Do controle difuso da constitucionalidade. O vovô garoto voltou e eu entreguei o papel para ele com o tema e as instruções de como deveria ser o trabalho em grupo. A cadeira nem tinha esquentado e o homem sai de novo da sala. No intervalo Geraldo me chama até ao vendedor de livros de direito e me mostra os quatro livros que ele já tinha reservado para comprar em razão do trabalho. Beleza! Cai dentro. Eu vou te dar maior apoio neste trabalho. As colegas do grupo de trabalho olhavam para mim e comunicava com bilhetes: Você não vai deixar o Geraldo comprar livros sem precisão. A resposta era de que ele adorava comprar livros e mais quatro não seria nada de mais para ele. Na saída, quando o amigo já se imbicava para a banca dos livros, por insistência das meninas, acabei dizendo a ele que o trabalho era de mentirinha. Geraldo ficou com uma cara de frustração. Puxa! Eu já estava com o trabalho esquematizado na minha cabeça. E os livros? Gostei tanto deles. Foi até o vendedor e falou que só iria levar dois, deixado de lado os outros dois. Eu fiquei com pena do Dr. Geraldo. Eu vi a insatisfação em seus olhos. Deveria ter mantido a historia e o deixado fazer o trabalho.