Uma antiga frase diz que riqueza não traz felicidade, contudo uma certeza todos nós temos: Riqueza,  pelo menos,  reduz consideravelmente a infelicidade.

Pergunte ao pai de família que não tem como mandar o filho a escola, ao parente do doente que não tem como hospitaliza-lo, ao trabalhador que tem que ficar horas na fila do lotação e tem que tomar três conduções para ir ao trabalho e mais três para voltar para casa o que pensa da riqueza .

Essas pessoas não tratarão  riqueza no sentido de excessiva fartura , mas sim riqueza no sentido de mínimo conforto.

Onde está a riqueza deste país que cobra a maior taxa de juros do mundo , que arrecada impostos absurdos , que destrói , principalmente , as pequenas e médias empresas , sustentáculo  de nossa sociedade?

Onde está a responsabilidade desse governo eleito , que não aproveita a grande oportunidade que o mundo está nos dando de crescer e nos estruturarmos , ao invés disso aplica uma nova derrama no país?

O  homem ao criar empresas oferece conforto com seus produtos e este deve ser recompensado com o lucro. A única razão da existência de um empreendimento é o lucro;sem lucro nem entidades assistenciais sobrevivem.

Há muito tempo vemos pessoas trabalhando mais de doze horas por dia em suas empresas , para entregar aos nossos governantes um terço de sua produção , sem obter nenhum  benefício .

Todo dinheiro aplicado em um negócio , isso todos requerem, é fruto do esforço despendido pelo homem em algum momento de sua vida, portanto pecado é não  exigir que este valor seja remunerado decentemente , pecado é negligenciar esse fato e desperdiçar essa importância.

Cada pequena empresa destruída coloca pelo menos uma pessoa em condições miseráveis.

Como consultor sempre ouço que uma série  de pequenas e médias empresas quebraram por falta de vocação e talento de seus empreendedores, na verdade quebraram por falta de lucro, de condições de sobrevivência.

Não são poucos os amigos e pessoas conhecidas que por terem mostrado competência nas empresas por onde passaram acumularam algum capital e abriram seus negócios  para logo em seguida naufragarem.

Nadar alguns quilômetros pode ser possível , mesmo para algumas pessoas não treinadas, contudo quando se é  jogado no meio do oceano  o destino é um só.

A legislação , a burocracia que cerca nossas empresas , a política econômica e fiscal neste país são verdadeiras aberrações,  de forma que para abrir uma empresa  é preciso mais que vocação e talento , é preciso um ato de coragem.

O empreendedor deveria receber não uma licença para produzir e comercializar e sim uma medalha por bravura .

Uma propaganda atualmente insiste em dizer que o brasileiro não desiste. Verdade , realmente não desiste para sorte de muitos , pois o dia em que desistir e  deixar de acreditar vai colocar muita gente  para correr .O dia que deixar de acreditar vai votar com mais seriedade, vai cobrar mais,  vai exigir seus direitos , vai passar a ter direito a uma parte da riqueza que este país é capaz de gerar e vai ser mais feliz.

A partir desse dia os homens criarão suas empresas, passarão a ter direito ao lucro , serão menos espoliados e  viverão de forma mais digna.

Jamais havia considerado essa hipótese, contudo neste momento não me parece absurda a idéia de dizer : Desista, vá as ruas exigir seus direitos, sua parte da riqueza que um dia ajudou a criar e  caso não tenham nada a lhe dar , volte pelo menos com a liberdade de criar uma empresa e poder viver com dignidade , sem ter como destino o risco da  miséria.

 

Ivan Postigo

Economista,  Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP

Autor do livro: Por que não? Técnicas para  estruturação de carreira na área de vendas

Postigo Consultoria de Gestão Empresarial

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