O Homem 24 Horas
Publicado em 29 de janeiro de 2010 por Pedro Paulo Galindo Morales
São
nove e trinta da noite e eu ainda aqui, debruçado nesse Excel, cadê aquela
diferença, barra rola para cima e para baixo e nada, será formatação?
Perguntava para mim mesmo, falta ainda preparar a apresentação a reunião amanhã
é às nove horas, o telefone toca.
- Ta
ai ainda, esqueceu que tem que comprar o caderno da Ana? Vem Logo!
Esqueci
de comprar o caderno de minha filha e não é só isso não tirei o dinheiro do
banco para levar para casa e agora? Não há problema tudo hoje funciona 24 horas,
banco, supermercado, farmácia. São 10:20 da noite ainda bem encontrei a
diferença era um simples espaço e ainda adiantei a apresentação.
Cheguei
ao supermercado, fui ao banco 24 horas que fica dentro da loja, saquei o
dinheiro e fui procurar o tal caderno depois de dois telefonemas e explicar
como era a capa do caderno finalmente cumpri a missão ufa!
Já
eram 11e vinte da noite quando me dirigia ao caixa, observei o movimento e vi
quantas pessoas compravam ali e fiquei, pensei como a vida estava ficando
difícil e corrida o ser humano não tinha mais descanso prorrogávamos as tarefas
fazendo com que o dia tivesse mais horas do que as 24 pensava o quanto isso nos
gerava stress.
Há
pouco mais de 20 anos tudo fechava às oito horas da noite e nada funcionava aos
domingos, esse dia era de lazer ou simplesmente descansar, visitar parentes,
dia de Show de Calouros com Silvio Santos ou as noticias do Fantástico.
Tenho
saudade desse tempo, não sou contra a modernidade, estamos acelerando demais a
nossa vida, trabalhando muito, deixando a família de lado, estamos fazendo de
conta que estamos sendo mais produtivos quando na verdade estamos deixando de
viver momentos de descanso verdadeiro e saudável. O celular toca novamente!
Esse às vezes é outro vilão dos tempos modernos.
-
Já saiu do supermercado?
-
Não, to na fila.
-
Passa na farmácia e traz o meu remédio. Era quase meia noite e eu estou acordado
desde seis da manhã e amanhã tem mais!