O Golpe de 1964, breves considerações.
Por Francielle Dayane Antunes de Asevedo Alves | 14/08/2015 | DireitoO Golpe de 1964, breves considerações.
Francielle Dayane Antunes de Asevedo Alves
O Golpe Militar de 1964 foi um regime político instaurado de forma violenta no Brasil, por militares. A justificativa no momento, para tal ação era controlar manifestações subversivas por parte da população e impedir a tomada do poder pela esquerda revolucionária, liderada pelo então presidente do país João Goulart, o Jango.
Havia naquele momento uma necessidade de se garantir a democracia em diversos países, pois o resultado da segunda Guerra Mundial havia atingido todo o mundo, tamanha a supressão de direitos individuais.
No Brasil João Goulart lutava para que o abismo existente em relação às classes sociais fosse diminuído. O presidente defendia os direitos individuais, a igualdade social, dando voz à organizações populares. Assim, por conta desse partidarismo social, ganhava cada vez mais a insatisfação de conservadores e as ditas classes mais abastadas.
Em seus discursos, João Goulart defendia as reformas de base, que iriam favorecer trabalhadores e também promover a distribuição de renda. Esses discursos arrastavam multidões ávidas por essas conquistas. Os militares por sua vez, abominavam tais condutas e por isso, articularam a derrubada do presidente por meio da repressão.
Com isso, em meados de março daquele ano, em meio a forte tensão política, os militares se organizaram e foram às ruas, com o objetivo de afrontar João Goulart e tomar a presidência, e também reprimir qualquer tipo de manifestação contrária à “ordem social”. O presidente temendo confrontos saiu de Brasília e se refugiou no Rio Grande do Sul.
Assim, os militares decretaram deposto o cargo da presidência por conta do refugio do presidente e dessa forma o militar Ranieri Mazzilli, assumiu o comando presidencial. A partir desse momento, a opressão o cerceamento das liberdades individuais, a tortura, o cárcere privado e a perseguição tomaram conta do país por longos vinte anos.
Em meio aos militares, empresários, proprietários de grandes empresas e aliados considerados conservadores, a ideia de distribuição de renda e reformas de base defendida por João Goulart, iria diminuir o poder de controle que eles detinham sobre o governo há anos. E isso consequentemente acabaria por modificar os rumos do país.
O atual cenário nacional, marcado pela crise política, alta dos juros, inflação atingindo números expressivos, desemprego de milhões de brasileiros, somados à intensa campanha dos meios de comunicação de massa, para o desprestígio da presidência, tem inflamado a população, da mesma forma como ocorreu naquele temido ano de 1964.
Há ainda hoje, quem levante bandeiras favoráveis a instauração de um novo Golpe, como forma de acabar com desvios de verbas públicas, escândalos envolvendo políticos, e também equilibrar a economia do país, destituindo quem está no poder.
Por fim, como se tem visto, as ideias são partidárias e somente são avaliadas de acordo com favorecimentos, como se tem feito há anos neste país. Porém há de se considerar que crises institucionais somente irão agravar a situação do país, sendo necessário dessa forma, articular esforços com vistas a garantir um equilíbrio favorável à todos, ou seja, o bem comum.