Emana das palavras uma força desmedida. Mas a palavra, o que é? Junta sons articulados, de uma ou mais sílabas, com significação, e tu encontrarás uma delas. Acharás apenas uma de um universo inteiro, chamado Língua Portuguesa. Esse universo, assim como uma floresta ou um oceano, precisa ser desbravado. Ele quer ser conhecido. Afinal, tão poucos o conhecem...

Cada palavra tem poder próprio, como se fosse o seu brilho. Bem dispostas e organizadas, adquirem um brilho cada vez maior: são as frases; são os textos bem construídos; são os livros! Se uma palavra tem força por si só, o que dizer de um livro? Quanto poder e quanto brilho tem um bom livro?

Num mundo de futilidades, os livros são esquecidos. Mas eles não perdem o brilho um minuto sequer. São as pessoas que deixam de percebê-lo. Elas passam a ignorá-lo, renunciando ao brilhoso poder da palavra. Por que isso acontece? Porque a vida está ironicamente corrida e as pessoas esquecem de lembrar de ler. Com tanta informação e com tanta evolução em todos os campos científicos, com tanta leitura disponível, a situação é explicitamente paradoxal.

Ainda há esperança. Morrem ótimos autores, grandes representantes da palavra. Nascem péssimos leitores representando nossa época. Mas a esperança não morre. Enquanto existirem cérebros pensantes, a revolução literária não há de ser utópica.

Agora, peço a palavra para falar-lhes em primeira pessoa. Invoco o extraordinário poder da palavra para recomendar-lhes uma viagem. Desejo-lhes uma ótima leitura e espero que minhas palavras possam servir de incentivo para que a revolução aconteça dentro de vocês. Quem lê, viaja. Então, apertem os cintos e façam essa viagem a qualquer lugar, na época que lhes convier, sem padrões. Vocês gostarão, palavra de honra!