O ESTRANHO                                        

Belo Horizonte, 17-01-1977

 

Vivia num quarto trancado

Fazendo, ninguém sabe o que?

Talvez flores,

Talvez uma bomba atômica.

 

Seria um gênio?

Seria um louco?

 

Ninguém o compreendia.

Quem sabe ele descobriria

A formula da alegria?

 

Não saía para nada.

Lá dentro, comia.

Lá dentro, digeria.

Ninguém sabe como.

 

Um dia a porta abriu

E todos correram para ver...

Não havia nada,

Nem ele mesmo.

Provavelmente, ele consumiu-se.