De fato perambulando pelas ruas de nossas cidades, diante da atual e aparente crise, o que mais ouvimos onde é que fomos é que o Estado em que residimos é inerte, porém atrevo-me a discordar com tal afirmação, o referido Estado, é, na verdade, extremamente Proativo, todavia não para nossos interesses e sim para usurpar os tributos arrecadados pela classe trabalhadora e usufruir em benesse própria, independentemente da espécie originária do injusto penal, seja através de concussão, corrupção passiva ou ativa ou mesmo processos licitatórios fraudulentos. Mas tal “pro-atividade” deste Estado não se singulariza na tamanha corrupção que nos acomete, há inúmeras outras formas de consumação, como por exemplo, um recente caso em que me deparei onde o irmão de uma senhora, este acometido pelo câncer, encontra-se desde dezembro de 2016 até dezembro de 2017 solicitando transferência para um importante instituto de tratamento contra o câncer, onde este alega não possuir leitos. Tal transferência é necessária,  pois um famoso Hospital Federal em que o paciente fazia acompanhamento não encontra-se fornecendo nenhum tipo de tratamento contra a espécie de câncer que o acomete, tendo seu quadro médico inclusive agravado para situação avançada por falta de tratamento, correndo risco de vir à óbito.

Como uma simples transferência para resguardar uma vida, um ser humano, cidadão, mesmo quando amparado constitucionalmente pode ser tão complexa? Estaríamos reféns da burocracia ou seria mais um caso da “proatividade” Estadual?

Não há no que se falar quanto há existência de ausência de corrupção mundial, até mesmo a Dinamarca, que figura como líder dos países menos corruptos do mundo, possui um índice de corrupção, mesmo que extremamente ínfimo. Este ano, mais países caíram do que subiram no índice de corrupção publicado pela organização não governamental (ONG) Transparência Internacional, demonstrando a necessidade urgente de ação. Em 79.º lugar, o Brasil está entre os que mais perderam posições nos últimos cinco anos de ranking, um retrocesso político e social.

Ao corromper a maquina governamental, ela estagna de tal forma onde os direitos sociais deixam de existir na prática, dando espaço ao individualismo, ganancia, luxúria e ao retrocesso. Vejamos as inúmeras prisões e casos ocorridos neste ano de 2017 de famosos políticos, secretários, empresários e outros, todos sanguessugas por décadas do erário público, o que ocasionou um rombo financeiro e criação de diversas medidas defensivas para evitar a falência Estadual. Assim, é possível vislumbramos diante do atual cenário de “proatividade”, a decadência de nosso Estado, cada vez mais submergindo em um oceano de desesperança e vaidade. O que serão de nossos descendentes em um futuro tão obscuro e incerto?

Destarte, nesse diapasão, com pesar encerro esse texto afirmando que não há como evoluirmos como nação, Estado, ou mesmo sociedade até que seja cerceado a gênesis do mal da suposta “proatividade” Estadual, um mal antigo, todavia, atual e presente em nossas vidas, pois os que estão lá e nos representam, são um de nos, desta forma, tal mudança social deve partir de cada ser humano presente neste mundo para que assim possamos garantir a continuidade de nossa espécie.