O espectro da guerra ronda o mundo... Todo mundo apoia a guerra ao execrável Estado Islâmico. Mas este é um dos maiores erros do nosso tempo. È como se fosse possível declarar guerra às nossas favelas para combater o crime, bombardeando-as. O apoio do Ocidente à resistência islâmica do Afeganistão à presença soviética maciça pós-1979 foi de tal porte que pode-se dizer que foi e$$e apoio bilionário que criou ou desenvolveu tal resistência. Os EUA aceitavam e até incentivavam t...odo tipo de violência e barbárie dos islâmicos contra o comunismo. Resultados e consequências: descrença total nos valores democráticos do Ocidente, surgimento do mais retrógrado regime islâmico: o dos talibãs e os voluntários islâmicos estrangeiros, principalmente de países árabes, formam a Al Qaida e outras milícias internacionais incentivando e fomentando o radicalismo jihadista em ampla escala internacional: da Nigéria (Boko Haram) à Somália, da Chechênia à Indonésia (Aceh).

A invasão americana no Iraque com a tortura na ordem do dia ("Remember Abu Ghraib", seja a frase e não mais Pearl Harbour), preparou, pela decepção ante o Ocidente "democrático", o campo para sementeira do fanatismo e do jihadismo, e o resultado é o terrível Estado Islâmico. Destruí-lo pelas armas pode resultar numa proliferação do ódio e do terror em proporções ainda mais inimagináveis.

Para se vencer o Estado Islâmico seria necessária uma conferência internacional sob o patrocínio das Nações Unidas para se buscarem soluções que têm que ir além da força bruta: formação de um consenso mundial contra esse Estado e demais movimentos congêneres,o recurso ás armas deve ter a participação dos países do Oriente Médio, o isolamento diplomático pode diminuir a força desse Estado, dificultando-o vender petróleo e, finalmente, nunca se desistir de uma solução negociada. A conferência não deverá apegar-se ao tabu de que as fronteiras atuais da região não deverão ou poderão ser revistas, com aplicação de plebiscitos para que as populações decidam se querem um novo Estado formado de partes da Síria e do Iraque. Mas 2015 é ano regido por Marte, o deus da guerra.