Introdução

O presente artigo cinge-se no “ensino do aspecto verbal no contexto da aula de Língua Portuguesa em Moçambique”, cujo objectivo geral é fazer uma reflexão em torno do ensino do aspecto verbal, no 2º ciclo, do ensino secundário geral. Assim, iremos privilegiar a metodologia da revisão bibliográfica visando buscar informações por meio de domínio científico assim como na “garimpagem” de autores, obras e fontes. Mais ainda, a pesquisa pretende dialogar com os professores e alunos do ensino secundário geral no que tange ao ensino do aspecto verbal que merece atenção no segundo ciclo. Portanto, o aspecto, como sendo uma categoria verbal, pode ser expresso a partir dos itens lexicais que pertencem a uma classe ou a partir de adverbiais de realização. São envolvidos diversos processos para configurar o valor aspectual numa sequência linguística. Para entender-se o nível da propriedade do aspecto dentro duma sequência linguística, deve-se saber que este é subdividido em duas partes, nomeadamente, gramatical e lexical. O verbo é uma palavra variável, apresentando variação em pessoa, número, tempo e modo. O verbo apresenta as variações de número, de pessoa, de modo, de tempo, de aspecto e de voz. Nesta ordem de ideias, os verbos podem ser flexionados em Pessoa (primeira, segunda e terceira), Número (singular ou plural), Modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), Tempo (presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito) e Voz (activa, passiva ou reflexiva). As categorias verbais de voz e aspecto não se manifestam através do processo de afixação, tal como os tempos compostos. Contudo, os valores aspectuais podem surgir em associação com os tempos verbais. 1. Ensino Ao longo da humanidade o ensino tornou-se uma ferramenta indispensável para o seu progresso. O ensino constituiu um dos principais meios de transmissão de conhecimentos históricos, culturais, económicos, permitindo assim a abertura para novos horizontes. De acordo com (GOMES et. al.,1991, p. 12) Ensino é “um conjunto de actividades que se destinam a transmitir conhecimentos e a transformar comportamentos […] para tal, pressupõe-se que o professor tenha capacidade e interesse em ensinar, mas também que o aluno reúna condições para aprender e esteja disposto para essa aprendizagem.” Já (PILETTI, 2004, p. 26) apresenta a evolução do conceito de ensino desde as origens, onde na visão deste autor, o conceito de ensino evoluiu graças aos questionamentos e pesquisas realizadas por vários estudiosos. Assim, o conceito Etimológico de acordo com este autor, consistia em colocar, gravar as informações no espírito. Já o conceito Tradicional do ensino, defendia que ensinar é transmitir conhecimentos. O conceito da Escola Nova em relação ao ensino, afirma que ensinar é criar condições de aprendizagem e por fim a concepção Tecnicista defende que o ensino deve se inspirar nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade. Como pode-se verificar, as características distintivas entre o conceito trazido das escolas desde a sua etimologia, entende-se que o ensino consistia em colocar as informações no aluno, com isso, não havia a valorização da criatividade do aluno. Porém, verifica-se na escola nova uma tentativa de valorização do espaço, dos sujeitos inseridos no processo de ensino, onde avança a necessidade de criação de condições necessárias para que o ensino ocorra por forma a valorizar o esforço do aluno. Assim sendo, o ensino por ser um processo que tem por fim formar o indivíduo nos mais diversos níveis de conhecimento, torna-se necessário que se crie condições que leve a esse mesmo indivíduo a desenvolver as suas capacidades cognitivas de acordo com os seus interesses. Por isso, a qualidade de ensino é muito importante na formação do individuo, exige 3 a criação de mais diversas condições para que o ensino seja de qualidade. Um dos exemplos dessas condições é avançado pelo (MINED, 2015, p. 29)2 ao afirmar que “a colocação de professores formados em quantidades suficientes nas escolas constitui um dos pilares dos esforços para melhorar a qualidade de ensino no sistema” Por sua vez, (ASSIQUE, 3 2015, p. 26) afirma que a ideia de qualidade no ensino vem de encontro à diferentes aspectos, seja ele a prestação de um serviço, ou a criação de um sistema de ensino, porém, com uma única finalidade de: promover uma educação capaz de formar cidadãos críticos com conhecimento e capacidade de exercer seus direitos dentro de uma sociedade mais justa e igualitária. A grande preocupação com a qualidade da educação é, sobretudo, com o desempenho do aluno, uma vez que o resultado do processo educativo não depende apenas dos recursos disponibilizados, mas sim das condições físicas, psicológicas e sócio - culturais onde a educação tem lugar, bem como do PEA na sala de aula. Inclui também factores externos como as condições socioeconómicas das famílias, a distância casa - escola, o investimento dos pais e encarregados de educação, entre outros. Não obstante, fazer referência à qualidade de ensino, é falar do bem-estar de toda a comunidade educativa ou então escolar, visto que não haverá qualidade de ensino se não existirem professores formados com qualidade e alunos comprometidos com a causa de querer aprender. Como pode-se verificar nos pronunciamentos da (UNESCO, 2001, p. 01)4 apud (GADOTTI, 2013, p. 02) ao referir que, “a qualidade se transformou em um conceito dinâmico que deve se adaptar permanentemente a um mundo que experimenta profundas transformações [...]” A partir desses dizeres é clara a ideia de que a questão da qualidade de ensino está ligada à inovação em todos os sentidos, desde que permita a sua melhoria e que estimulem cada vez mais aos principais sujeitos do PEA (professor e aluno). [...]