1. INTRODUÇÃO

É de suma importância salientar que a música está presente na vida de todos os seres humanos, de modo que ouvimos muitos adultos afirmarem que amam a música ou que não vivem sem ela, imagine então a necessidade dela na vida e na formação das crianças menores que ainda estão em fase de desenvolvimento, uma vez que a música é desde a antiguidade um dos primeiros meios de comunicação existentes.  Além de tudo isso, a música possibilita para a criança o conhecimento de si mesma e de suas emoções, contribui para o desenvolvimento psicomotor, sócioafetivo e linguístico, e também de proporcionar sensação de prazer e tranquilidade, aflorar a criatividade e estimular o raciocínio lógico e a oralidade.

Sendo assim, música na infância, música na educação infantil deve ser uma das prioridades na educação dos alunos desta faixa etária, educadores musicais e pedagogos devem valorizar essa modalidade de ensino, aplicando nas suas aulas de forma interdisciplinar música, conteúdos e ludicidade. Desse modo, a aprendizagem da música é indispensável, pois faz com que a criança interaja com o outro, promove a inclusão e o respeito ao próximo. É nessa perspectiva que abordaremos o ensino da música ao longo deste Artigo.

 

 

  1. DESENVOLVIMENTO

Partindo do pressuposto de que a música se faz presente na vida do individuo ainda no ventre materno e das contribuições que ela traz para o desenvolvimento das crianças, fica evidente a necessidade de se pensar em música e educação infantil juntas no processo de sucesso escolar dos alunos e na vida pessoal deles.

A infância é um momento da vida em que se deve ter mais atenção e cuidado, especialmente por parte dos pais e professores, já que é nesta fase que se inicia o processo de reconhecimento de si próprio e do outro, segundo o site FMCSV (Fundação Maria Cecília Souto Vidigal) 2014, o desenvolvimento da criança que tem entre zero e seis anos de idade, engloba aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos. Ou seja, para um melhor desenvolvimento nesta etapa, a criança necessita de um ambiente afável, harmonioso e rico em experiências desde o período pré-natal, por meio dos cuidados com a mãe e seu ambiente, e continua a ser promovido de forma intensa após o nascimento, de preferência até pelo menos os 6 anos. Por isso a importância de que as mães desde cedo, ainda em vida uterina, cantem músicas para seus filhos, já que diversas pesquisas já comprovaram que a música acalma os bebes e também da importância da musica permanecer presente através da educação infantil.

Tendo como fulcro de sustentação o fato de que a música é fundamental para o bom desenvolvimento infantil nas suas mais variadas etapas e que ela está sendo utilizada na Educação Infantil dos anos iniciais e até o 6º ano devido à obrigatoriedade da lei, mas também por causa da sua contribuição para a formação do educando, é indispensável se falar sobre os benefícios da música, a abrangência dela na humanidade e nas diversas etapas do desenvolvimento da criança e na educação escolar delas.

Desse modo, baseando-se em tantos benefícios, a música está sendo introduzida na educação das crianças, especialmente nas idades pré-escolares, já que ela é de suma importância nessa fase. O site Guia Infantil nos diz que “a criança começa a se expressar de outra maneira e é capaz de integrar-se ativamente na sociedade, porque a música ajuda a ganhar independência nas suas atividades habituais, assumir o cuidado de si mesma e do meio, e ampliar seu mundo de relações”.  Ou seja, a criança por meio dela começa a se expressar com o mundo a sua volta, de forma independente e autônoma. Além disso, de acordo com os documentos do Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI):

“A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. (BRASIL, 1998, p. 45).

 

Com isso percebemos que a música está presente nos variados momentos históricos, em situações pessoais, como aniversários, cultos de adoração, festas de diversos temas, entre outros, ela também expressa sentimentos, pensamentos e é elo de comunicação entre os indivíduos, além de ser fundamental para o bom desenvolvimento da lateralidade da criança, seu raciocínio lógico, afetividade, entre outros. Sendo assim, ela com tantos benefícios, não pode deixar de está presente na formação infantil, já que auxilia de tantas maneiras nesse ser ainda em formação.

Então, fica claro que todos os seres humanos, se relacionam com a música, mesmo que de forma inconsciente, em se tratando das crianças, elas quando brincam com a sonoridade das músicas, acabam por descobri, que podem fazer musica de diversas maneiras, como o som de uma tampa de panela, um tambor, um violão, entre outros. Joly (2003), diz que “a criança, por meio da brincadeira, relaciona-se com o mundo que descobre a cada dia e é dessa forma que faz música: brincando. Sempre receptiva e curiosa, ela pesquisa materiais sonoros, inventa melodias e ouve com prazer a música de diferentes povos e lugares. (p. 116).

Ou seja, é brincando que ela aprende o mundo a sua volta, está sempre aberta a explorar o novo e por meio da curiosidade ouve, dança, canta, cria e recria as mais diversas melodias, utilizando seus próprios brinquedos ou objetos a sua volta que possam fazer sons.

Ainda sobre isso, Maffioletti (2007) diz que “é isso que fará dela um ser humano capaz de compreender os sons de sua cultura [...]” (p. 130).  Ou seja, a criança através do contato com a música vai desenvolver sua identidade e passa a reconhecer a música que está a sua volta.

 Com isso, fica evidente que a música precisa ser aprendida, por isso, ela deve ser ensinada sim as crianças, como afirma Penna ( 2008, P.29) ao dizer que [...] a compreensão da música, ou mesmo a sensibilidade a ela, tem por base um padrão culturalmente compartilhado para a organização dos sons numa linguagem artística, padrão este que, socialmente construído, é socialmente apreendido – pela vivência, pelo contato cotidiano, pela familiarização – embora também possa ser aprendido na escola.

Podemos com isso reforçar tudo o que já foi discutido no presente trabalho, uma vez que já reconhecemos os benefícios que a musica traz para a vida de todo ser humano, e agora também se entende que música deve ser ensinada, em casa, na hora de brincar com os coleguinhas e especialmente na sala de aula, de preferência com um professor qualificado para tal, que possa ter a sensibilidade de ensinar música de forma lúdica, prazerosa

Na creche e pré-escola escola é importante que a criança se relacione com a música, já que neste momento ela estabelece em si alguns conhecimentos, que sem dúvidas, irá utilizar por toda a sua vida.  Gordon (2000, p.6) nos diz que:

“Através da música, as crianças aprendem a conhecer-se a si próprias, aos outros e à vida. E, o que é mais importante, através da música as crianças são mais capazes de desenvolver e sustentar a sua imaginação e criatividade ousada. Dado que não se passa um dia sem que, duma forma ou doutra, as crianças não ouçam ou participem em [sic] música, é-lhes vantajoso que a compreendam. Apenas então poderão aprender a apreciar, ouvir e participar na música que acham ser boa, e é através dessa percepção que a vida ganha mais sentido.”

 

 Com isso o autor deixa claro, de forma coesa, alguns dos benefícios da música na educação infantil, inclusive a capacidade de descobrir seus gostos músicas, de forma dinâmica e participativa

O volume 3, do Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI), retrata a importância da música para o desenvolvimento infantil. Em Brasil (1998) mostra que para a criança a convivência com a música pode ajustar a interação de momentos e experiências que vão da prática até a própria percepção, como aprender a cantar uma canção, aprender brincadeiras de rodas com suas canções, entre outros. Com essas práticas, os alunos desenvolverão níveis mais elevados de compreensão do meio a sua volta, de si mesmo e inclusive dos conteúdos trabalhados em sala de aula.