O ENGENHEIRO
Publicado em 15 de maio de 2018 por Renato Ladeia
O engenheiro atravessa a obra
Como quem atravessa o tempo
Mas a obra é mesmo um sonho
De quem sonha acordado
O lápis, o papel, a calculadora
Se misturam em seu sono
Numa orgia sem fim
E a obra escorre pelas suas mãos
O medo do edifício
Assombra o seu amanhecer
Como a chuva e o vento
As equações cartesianas
Desfilam rimas na prancheta
E o construtor de sonhos
Sente-se um pequeno Deus
Não transformando barro em homens
Mas transformando barro em sonhos
Para os homens sonharem