O enfermeiro na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis em adolescentes 
 
Elizayne dos Santos (Discente da Universidade Tiradentes), e-mail: [email protected]

Cybelle de Carvalho Batista (Discente da Universidade Tiradentes), e-mail: [email protected]

Deusdedit dos Santos Ferreira Neto (Discente da Universidade Tiradentes), e-mail: [email protected]

Vivianny Neres Rocha (Discente da Universidade Tiradentes), e-mail: [email protected]

Derijulie Siqueira de Sousa (Orientador, docente da Universidade Tiradentes), e-mail: [email protected] 

RESUMO: A adolescência é um período da vida onde ocorrem mudanças nos aspectos biopsicossociais dos indivíduos, sabe-se que nesta fase a busca por novas experiências tornam se constante, sendo em algumas ocasiões atividades que envolvem a vulnerabilidade aos riscos relacionados á saúde destes indivíduos. Diante disso este estudo objetivou descrever a importância do enfermeiro assistencial, como educador social para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis entre os adolescentes. Trata se de um estudo descritivo de revisão bibliográfica que utilizou artigos em português, publicados entre 2012 a 2016 relacionados á temática. O inicio precoce da vida sexual, a falta de informação, o pouco dialogo entre pais e filhos constituem alguns fatores que propiciam à exposição dos adolescentes as infecções sexualmente transmissíveis. Neste contexto faz se necessária abordagem e alerta acerca dos métodos preventivos e orientações sobre á pratica sexual, sendo este dialogo de forma continua e interligada entre a escola, os pais e os profissionais de saúde.

INTRODUÇÃO

 
A adolescência é um período da vida onde ocorrem mudanças nos aspectos biopsicossociais dos indivíduos, sabe-se que nesta fase a busca por novas experiências tornam se constante, sendo em algumas ocasiões atividades que envolvem a vulnerabilidade aos riscos relacionados á saúde destes indivíduos. Segundo Moreira et. al. (2015) diante de todas as mudanças corporais e psicológicas destacam-se ainda as mudanças relativas ao relacionamento afetivo e a sexualidade. Ou seja, a incessante busca pelo novo, a curiosidade e a sensação de invulneráveis associados ás condições socioeconômicas e pouca experiência propiciam aos adolescentes a exposição aos riscos principalmente relacionados á sexualidade, mais especificadamente as infecções sexualmente transmissíveis. De acordo com Krabbe et. al. (2015) O inicio precoce da vida sexual ativa também constitui um fator importante para a transmissão das infecções, devido ao conhecimento insuficiente. Além desses fatores pode se citar as barreiras dos profissionais de saúde para implantação de programas voltados para esta classe, devido a diversos fatores como os aspectos familiares e religiosos. Como afirma Silva et. al. (2015) a família exerce um papel importante na construção da identidade dos filhos, porém dialogar sobre a sexualidade esta sendo um tabu. Diante disso os adolescentes estão procurando as informações muitas das vezes em fontes não confiáveis, como na internet e com amigos também inexperientes. Portanto a educação sexual constitui a principal atividade para prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, sendo necessário começa-la o mais precocemente possível, além disso, deve ser de maneira contínua e vinculada entre os pais, a escola e os profissionais de saúde. A realização de atividades educativas no âmbito da sexualidade tem como finalidade a prevenção das doenças e associação de comportamentos sexuais mais saudáveis, com isso o enfermeiro deve utilizar se das praticas de Educação em Saúde para atuar no âmbito da sexualidade na adolescência. Apesar de existirem politicas de atenção á saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes, a maioria dos serviços não possuem ações voltadas para o adolescente devido á diversos fatores como falta de material atrativo, superlotação e falta de interesse por parte dos profissionais de saúde. Com isso, a cada ano observa se o aumento da incidência de adolescentes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV). De acordo com Bechara, et. al. (2013) os adolescentes não possuem um bom entendimento sobre as infecções sexualmente transmissíveis e sobre a Aids, com isso ocorre o aumento da prevalência dos casos de pessoas que adquiriram o vírus da imunodeficiência humana na adolescência. Para Luna, et. al. (2012) a principal preocupação com os portadores do vírus da imunodeficiência humana são os comportamentos de risco que eles adquirem ao longe de sua trajetória. Com isso através de palestras, demonstrações, questionários e jogos pode se esclarecer as duvidas e discorrer sobre as principais doenças transmitidas através do ato sexual desprotegido, como ocorre a transmissão e como se proteger, e discorrer sobre os riscos de iniciar a vida sexual tão precocemente, fazendo com que os indivíduos sintam se sensibilizados, prestes a compreender que ele é corresponsável pela saúde dele. Além disso, deve-se estimular aos pais e filhos a manterem um dialogo aberto e esclarecedor, promovendo assim a confiança entre ambas as partes. O enfermeiro ao atuar como educador em saúde promove o cuidado integral, aprimorando a assistência, colocando o individuo como participante das ações relacionadas á sua saúde.  

OBJETIVOS 
 
Descrever a importância do enfermeiro assistencial, como educador social para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis entre os adolescentes. 

MATERIAL E MÉTODOS 
 
Trata se de um estudo descritivo de revisão bibliográfica que inicialmente selecionou trinta artigos em português publicados entre 2012 a 2016. Utilizou-se ou descritores: Educação para a Saúde, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Adolescentes. Todos disponibilizados nas bases cientificas de dados online Scientific Eletronic Library (SciELO), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Ebsco Information Services (Ebsco Periódicos).  Contudo, após á analise dos artigos científicos relacionados á temática, os quais foram selecionados pela sua especificidade, foram selecionados aqueles enquadrados nos últimos cinco anos, sendo de origem da língua portuguesa. Para seleção incluíram se aqueles que atendiam ao objetivo proposto para a pesquisa, o que totalizou dez artigos científicos. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Segundo Gomes et. al. (2013) nas ultimas décadas a antecipação das idades feminina e masculina para o inicio da vida sexual esta cada vez mais precoce, além disso, afirma que estas mudanças estão relacionadas ao cenário sociocultural derivadas dos movimentos feministas no âmbito familiar. Para Carvalho et. al. (2014) os adolescentes estão iniciando a vida sexual muito precoce e na maioria das vezes sem o mínimo de informações sobre o assunto, segundo ele a falta de dialogo com os pais constitui o principal fator para á pratica sexual insegura. Sendo assim o dialogo é reconhecido como a principal estratégia de promoção do conhecimento, além disso, a escola representa um local adequado para realização de atividades de educação em saúde relacionada á sexualidade e diversos outros assuntos, onde podem ser abordados os temas relacionados aos métodos preventivos, tanto para gravidez indesejada quanto para prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. De acordo com Matos et. al. (2016) neste contexto o enfermeiro através de suas habilidades para desenvolver atividades educativas em saúde a partir de seus conhecimentos científicos irá contribuir positivamente para a proteção da saúde do adolescente e sua família. Portanto, visto que nesta fase da vida os pais sentem-se inseguros para falar sobre determinados assuntos com os filhos, o enfermeiro em seu papel de educador social deve estar apto a elaborar ações onde possam abranger pais e filhos, promovendo confiança e respeito, através de atividades educativas onde possam discorrer sobre a importância do dialogo e confiança entre pais e filhos. A construção de vínculos facilita a gestão do cuidado, deve-se promover segurança, intimidade e empatia, para garantir ao adolescente confiança para expor suas duvidas e compartilhar dos assuntos mais íntimos.  Além disso, promover a sensibilização dos adolescentes acerca da preservação de sua saúde. Segundo Koerich, et. al. (2015) os jogos tem motivado os adolescentes a participarem mais das discussões sobre sexualidade. Dentre as metodologias que podem ser incluídas para tratar da educação sexual com os adolescentes, as metodologias lúdicas podem servir como forma de estratégia de adesão aos conteúdos abordados. Nesse sentido, faz se necessário a abordagem e alerta sobre os métodos preventivos que previne não só a gravidez, mas sim aquele que previne contra as infecções sexualmente transmissíveis, agregar valor a utilização do preservativo tanto feminino quanto masculino. Para tanto é possível compreender que o principal desafio para prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis na adolescência é a dificuldade de comunicação entre pais, filhos e profissionais de saúde. Entretanto, apesar de todas as barreiras deve-se manter presente o dialogo acerca do assunto, sendo de maneira continua e articulada entre pais, filhos e profissionais de saúde. 
 
Palavras-chave: Educação para a Saúde, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Adolescentes. 

 

CONCLUSÕES 


A partir dos dados reunidos neste estudo, conclui-se que há grande necessidade de maior abordagem sobre o tema além de ações especificas voltadas para a conscientização e utilização dos métodos preventivos. Por fim, é importante ressaltar a importância do enfermeiro na pratica assistencial para esse processo, incluindo sua função de educador social, para junto á equipe de saúde promover ações benéficas para este grupo da população.  
  
REFERÊNCIAS


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CARVALHO, K. E. G. et. al. Adolescência e sexualidade: reflexões para a prática da enfermagem em educação em saúde, Revista de Enfermagem UFPE on-line, Recife, 8(supl. 1):2522-7, jul., 2014. Disponível em: Acessado em: 19 de abril de 2017. 
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GOMES, Claudia de Moraes; Vivência em grupo: sexualidade, gênero, adolescência e espaço escolar, Revista APS; 16 (1): 10311 DE 2013. Disponível em: Acessado em: 19 de abril de 2017 

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MATOS, J.C. et. al; Atuação da escola na educação sexual de adolescentes: uma revisão integrativa, Revista Eletrônica Gestão & Saúde Brasileira, vol. 7, n°, pag. 773 de 2016. Disponível em: < http://periodicos.unb.br/index.php/rgs/article/view/22054/15749 > Acessado em: 19 de abril de 2017 

MOREIRA, W. C. et. al. Ações educativas do enfermeiro na promoção da saúde sexual e reprodutiva do adolescente, Centro Universitário Uninovafapi, Revista Interdisciplinar vol. 8, n° 3, p. 213-220, jul. ago. set. 2015. Disponível em: Acessado em: 19 de abril de 2017 

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