*Abraão Jacinto Pereira

Resumo

A Serra do Tepequém, localizada a cerca de 40km do município de Amajari, em Roraima, e a 210Km da capital Boa Vista, já foi conhecida como o grande Eldorado roraimense. Os diamantes escondidos na Serra atraíram inúmeros os garimpeiros e foi palco de intensa exploração entre as décadas de 30 e 70.

Palavra-chave: Natureza, Garimpo, Turismo, Geografia.

 

Introdução

A serra do Tepequém é uma serra localizada no município brasileiro de Amajari, em Roraima. Lá está a Vila do Paiva e a Vila Cabo Sobral. O Tepequém é visto como ponto de alto potencial turístico.

A Serra do Tepequém está a 210 Km da Capital Boa Vista em Roraima, e a estrada de asfalto e ótima sinalização vai até a Vila do Paiva (vila principal da Serra).

A Serra do Tepequém foi radicalmente modificada devido a intensa e descontrolada exploração de Diamantes, um exemplo disto é a cachoeira do Funil que adquiriu esta forma após inúmeras explosões de dinamites feitas por garimpeiros.

Os atrativos turísticos da região são: Cachoeiras do Paiva, Barata, Sobral, Funil, Laje Preta e Laje Verde (descoberta recentemente), Platô (ponto mais alto do Tepequém), Paraíso das Araras, Enseada da Anta (uma área conservada onde pode-se observar facilmente vários animais, aves e insetos), caminho da Pedra Sabão (local que os moradores retiram a pedra sabão para a criação de peças artesanais), a vila do Cabo Sobral (um ponto alto do turismo, onde são encontradas casas antigas e resquicios do garimpo que foi praticado no Tepequém) e as grunas ou grutas subterrâneas.

Existem hoje, quatro restaurantes que servem café da manhã, almoço e janta. Várias pousadas e áreas de camping são encontradas na subida da Serra.

Em seu ponto mais alto, o Platô da Serra do Tepequém chega a 1022m de altitude.

A economia e basicamente através do turismo e do artesanato.

 

*Acadêmico do Curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo–Universidade Federal de Roraima. Auxiliar Administrativo – Secretaria de Agricultura do município de Caracaraí – RR. Detetive Particular.

E-mail: [email protected]

Túnel do Tempo

Antigo local de exploração do garimpo nos anos 80, hoje a Serra do Tepequém é um local que vive do turismo, mesmo com alguns moradores ainda utilizando a exploração de pedras preciosas como forma de sustento. No local não há energia elétrica pública, nem cobertura de celular, muito menos de internet, e uma das poucas formas de comunicação com outros locais é o telefone público, em frente à escola.

Localizada no município de Amajarí, cerca de 220 quilômetros da capital Boa Vista, até meados de 2007 o único acesso era uma estrada de terra sinuosa com muitos barrancos. Por causa dos deslizamentos de terra em dias de chuva, só era possível trafegar com veículos off-road. Hoje o trajeto é totalmente asfaltado, mas ainda não há linhas de ônibus regulares à região.

A Vila do Paiva é onde o turista encontra as sete pousadas, incluindo uma unidade do SESC, além dos restaurantes e botequins, todos muito simples, mas aconchegantes. Atualmente dois geradores a diesel com autonomia de 12h cada um são os responsáveis pela energia elétrica, mas na alta temporada não dão conta do alto consumo e muitas vezes as noites e madrugadas são passadas no escuro.

Quem anda pelo local tem a impressão que o progresso não chegou, já que a maioria das ruas é de terra, as casas possuem estilo rústico, há poucos veículos circulando e as pessoas quase todas se conhecem. Não é para menos, já que são cerca de 250 habitantes e vários deles ainda garimpam a terra em busca de ouro e diamante.

 

Garimpo

O homem conhece o diamante há milhares de anos e sabe que ele é a pedra mais dura e mais resistente entre os minérios. A palavra “diamante” é derivada de uma palavra grega que significa “inconquistável”. Há cerca de 130 anos, o diamante era bastante raro. Somente a partir de  1866 é que começou a exploração em grande escala.

Nos anos 1930/40, o garimpo de diamantes na Serra do Tepequém, em Roraima, atraiu cerca de cinco mil pessoas à Vila do Cabo Sobral - lá havia cadeia, bordel, comércio etc. Hoje há ruínas e uma meia dúzia de malocas de taipa, cobertas por palhas, lonas, plásticos, cujos moradores ainda lavram as águas dos igarapés locais em busca de diamantes.

Os diamantes escondidos na Serra atraíram inúmeros os garimpeiros e foi palco de intensa exploração e foi uma das jazidas mais importantes da Américas do Sul e promoveu muita riqueza até o fechamento dos garimpos no início década de 80.

Durante muito tempo, a atividade de exploração de minérios impulsionou a economia do então território e foi responsável pelo desenvolvimento da região.  Naquele período, a exploração de diamantes modificou radicalmente a Serra, um exemplo disto é a cachoeira do Funil que adquiriu esta forma após inúmeras explosões de dinamites feitas por garimpeiros.

Atualmente, a maior parte da população do Tepequém - ex-garimpeiros e seus descendentes - fica na Vila do Paiva. A comunidade começa a investir no turismo ecológico e na criação de peixes em crateras abertas na época do garimpo.

 

Esporte

Atualmente na Região, além de muito verde, também se encontram muitas cachoeiras para banhos relaxantes. Pousadas aconchegantes e atividades de esporte radicais atraem turistas para região.

As atividades que podem ser desenvolvidas são: Trekking (caminhada), eco-bike, rapel, tomar banho em cachoeiras, observação de aves (diurno e noturno), trilhas de moto e 4x4, observação da flora (orquídeas de várias cores e tamanhos), animais e insetos, entrar em grunas e desvendar novos locais.

 

Geografia

O ponto mais alto da serra é o Platô, chega a 1022m de altitude.

O topo da Serra, considerada um velho e extinto vulcão, é um imenso vale, atravessado pelos rios Sobral e Paiva. No caminho para a Serra, a paisagem vai mudando a cada quilômetro rodado. O cerrado e os igarapés que lembram o Pantanal vão, aos poucos, cedendo lugar à mata fechada. É Um lugar onde é possível conhecer a geologia, formas primitivas de mineração, condições de trabalho, impactos ambientais provocados pelo garimpo, recuperação de áreas degradadas e comercialização de minérios.

 

Turismo

No caminho para a serra, a paisagem vai mudando a cada quilômetro rodado. O cerrado e os igarapés que lembram o Pantanal vão, aos poucos, cedendo lugar à mata fechada. A meio caminho entre a capital Boa Vista e o Tepequém está o Amajari, mais conhecido por Vila Brasil. Um bom retrato da maioria dos municípios de Roraima: dos sete mil moradores do município, só dois mil estão na vila.

Em meio a tanto verde, uma imagem da destruição em nome de um sonho: a terra lavada e a erosão são os resultados de quase oitenta anos de exploração do garimpo. Os diamantes ficaram raros, as máquinas foram levadas embora, mas os últimos garimpeiros resistem no Tepequém. Entre um serviço e outro nas fazendas, eles insistem na busca da pedra grande, viciados na perseguição da riqueza. Se a natureza esconde a pedra grande, oferece dádivas aos moradores e aos visitantes. Frutas dão como mato. Uma farmácia natural oferece cascas, raízes e folhas. Do murici, por exemplo, se extrai um suco refrescante; da sucuba, um "leite" que é antibiótico.

Depois da pausa, mais subida. Sempre a pé, por caminhos estreitos onde, nos anos 30 e 40, nos áureos tempos do garimpo, passavam os comboios de bois que levavam mercadorias para cerca de dez mil pessoas. Chegar ao topo do Tepequém cansa, mas compensa. Do alto do "chapéu grande" se vê, ao longe, outros morros menores. E aos pés do Tepequém o grande vale que um dia já foi cratera de vulcão. Milhões de anos depois, a natureza se recuperou das lavas e transformou a região numa imensa área verde.

 

Lenda

A magia que envolve o lugar é outro atrativo. Diz a lenda que um vulcão vivia zangado, lançando suas chamas a longas distâncias. O fogo derramava suas chamas serra abaixo e tudo virava cinzas. Árvores, bichos, tudo. Na maloca, o Tuxaua, preocupado com a sobrevivência de sua tribo, consultou o Pajé e se reuniram em volta da fogueira. Num gesto de renúncia, as três mais belas índias virgens da tribo se ofereceram em sacrifício e se lançaram no fogo do vulcão, que aplacou sua ira. As lágrimas da três índias até hoje são encontradas em forma de diamantes em toda a Serra do Tepequém. Ao lado dessa imponente serra, três outras menores representam as três índias da maloca. Essa lenda conta bem o fascínio que a Serra do Tepequém representa desde os tempos em que era um dos eldorados do garimpo em Roraima

 

Conclusão

Conhecer o Tepequém é reviver um pouco a história de Roraima, e apreciar um dos lugares mais deslumbrantes do Estado.

É um ótimo lugar para aula de campo. “foi a melhor aula de campo”!.