O EAD ASSUMI A FRENTE DA APRENDIZAGEM
Por Sergio Sodre | 21/02/2024 | Educação
O EAD ASSUMI A FRENTE DA APRENDIZAGEM
SERGIO SODRE PEREIRA
Graduando
SILVIA PRIETSCH WENDT
Orientadora
Resumo
Este artigo trata do estágio curricular supervisionado da Disciplina de Matemática em uma turma do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública municipal de São Lourenço do Sul. Devido a Pandemia de COVID-19, tal prática foi realizada de maneira remota, com envio de material teórico por e-mail, criação de vídeos e publicação dos mesmos em plataformas digitais e aulas virtuais em tempo real com os aprendizes, estando os mesmos na cidade da escola e o estagiário em Santana do livramento, cerca de quatrocentos quilômetros de distância desta. Esta prática mostrou-se desafiadora para os dois lados, pois os alunos tiveram suas primeiras experiências com o ensino Ead e o professor estagiário, desta fez, não foi o aluno Ead e sim o agente responsável pelo processo educacional. Neste artigo, portanto, será abordada, além do processo de aprendizagem, a experiência do aluno formando no curso de Licenciatura em Matemática a distância.
Introdução
Como mencionado anteriormente, este artigo utiliza como fundamentação as experiências vividas durante o estágio curricular obrigatório da disciplina de Matemática em uma turma de primeiro ano de ensino médio de uma Escola Municipal de São Lourenço do sul.
Tal prática poderia ser considerada normal em anos considerados normais, porém a pandemia também já mencionada tornou tal atividade distinta e com algumas peculiaridades, por ter sido realizada de maneira totalmente à distância, o que tirou a mesma do papel secundário e a colocou no posto de principal meio educacional e único, tanto para que os aprendizes pudessem continuar seus estudos, quanto para que o estagiário conseguisse concluir sua graduação.
Neste artigo será abordado o sistema de ensino Ead como importante ferramenta educacional e a possível troca de visão deste pela opinião pública, na maioria das vezes taxativa em defender a incapacidade do mesmo na formação pessoal e profissional da sociedade.
Fundamentação teórica
O ano é 2020 e nos seus primeiros meses o mundo é devastado pela notícia de um vírus mortal que já obriga países na Ásia e Europa, a fecharem suas fronteiras e, em muitas cidades impor o toque de recolher. A população que pode, estoca alimentos e produtos de higiene e somente serviços essenciais são mantidos, como hospitais, farmácias e postos de gasolina e nestes as medidas de segurança são severas como a medição obrigatória de temperatura corporal.
Como o passar dos dias os números de contágio e de mortes também surgem no Brasil e, em meio a disputas políticas e ideológicas somadas a falta de informação sobre o poder viral, o país praticamente para. No campo educacional, creches, escolinhas, escolas de ensino fundamental e médio e também as universidades suspendem atividades, porém neste último nível as graduações e licenciaturas que tinham a proposta de serem realizadas à distância mantêm seus processos educacionais vigentes destapando a importância do Ead.
O Virtual
O novo cenário exigiu que medidas rígidas e rápidas fossem tomadas pelos governos e isso levou a uma série imensa de vídeo conferências, porém a área educacional não estava preparada para prosseguir e somente as instituições particulares, que já ofereciam sistemas híbridos de aula, seguiram com seus níveis fundamental e médio atuando.
O sistema nacional de educação continuou limitado, mas o governo informou que inclusive o ENEM seria mantido. A vida, apesar do novo cenário de isolamento, precisava continuar, mas foi necessário um tempo considerável para que as escolas Públicas se organizassem, inclusive as de nível técnico.
Esse sistema educacional esbarrou em muitas dificuldades como o despreparo do corpo docente que precisou se tornar tutor tendo as seguintes atribuições:
[...] cria propostas de atividades para reflexão, apoia sua resolução, sugere fontes de informação alternativas, oferece explicações, favorece os processos de compreensão; isto é, guia, orienta, apoia, e nisso consiste seu ensino. (LITWIN, 2001, p. 96)
Ainda citando o corpo docente, pode-se também mencionar o apego às velhas práticas e mesmo a visão deturpada do ensino a distância, como afirmam NETTO e GIRAFFA (apud KENSKI):
...isso ocorre, principalmente, por causa do medo infundado – o mito de que o computador vai substituir o professor – e o desconhecimento. Não se exclui também a acomodação dos profissionais que precisam mudar as práticas docentes, assumir novas posturas e passar a ter um comportamento de permanente atualização profissional. Por outro lado, projetos ruins, a ênfase demasiada aos aspectos tecnológicos e aos conteúdos e o fracasso de algumas iniciativas equivocadas, contribuem para ampliar este preconceito e o estigma de EAD como um ensino de segunda categoria. (KENSKI, 2011).
Do outro lado do processo temos o aluno, acostumado ao mundo virtual para outras atividades diferentes da educação formal e acostumado também ao universo escolar com suas características, como também afirma KENSKI:
A escola presencial é polifônica. Os sons se espalham pelos ambientes e dão sentido ao espaço educativo. Vozes se mesclam nos corredores e nas calçadas próximas. Ecos que provocam lembranças de imagens, cores e cheiros: uniformes, sorrisos, suor. Movimentos de corpos em um vaivém permanente: concentração e dispersão. Músicas. As vozes ora cantam raps ora cantam hinos cívicos. Misturam-se aos barulhos dos pés em marcha e aos gritos das torcidas nos jogos e competições. Às brigas. Mobilidades entre palavras e palavrões. Linguagens diferenciadas entre as gerações. Recuperações. Festas. Formaturas e férias. (KENSKI, 2004, p. 53).
Mas a principal dificuldade deste aluno em receber a aprendizagem, além da mudança de ambiente, foi a limitação financeira e estrutural familiar. Em abril deste ano, no início deste imenso problema, tivemos a seguinte afirmação:
“Nós estamos falando de uma realidade em que a gente acha que todo mundo tem acesso à internet. Não é verdade. Nós temos pesquisas que apontam, aqui no Distrito Federal, onde está a capital do país, 90% dos estudantes têm acesso e fazem uso do WhatsApp. Que ele tenha uma internet, não significa que seja uma boa internet para acessar a plataforma do EaD. Muitas famílias não têm sequer televisão em casa, imagina ter uma boa internet”, argumenta a diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) Rosilene Corrêa Lima.
Como se pode observar, a notícia refere-se a Brasília e isso nos dá uma proporção da realidade dos nossos alunos da rede pública nacional. Mesmo assim o ensino a distância era a saída para que o aprendizado fosse retomado frente a um cenário que não afirmava o fim, ou controle da doença, nem mesmo quando as atividades humanas voltariam e se voltariam ao normal.
Assim o ensino a distância, ganhou a atenção merecida, uma vez que por muito tempo foi criticado, por suas diferenças do ensino formal. E esta atenção foi fruto das suas características já observadas por LITWIN, em 2001:
As modernas tecnologias resolvem o problema crucial da Educação a Distância, que é a interatividade. Desenvolveram-se variadíssimas alternativas que permitem aos usuários fazer consultas com especialistas, bem como intercambiar opiniões, problemas ou propostas com outros usuários; ao mesmo tempo, eles aprendem a utilizar programas que atualizam a informação de maneira constante. (LITWIN, 2001, p.17).
Nos dois lados da linha
Em um dos momentos de leitura e produção deste artigo, o filho do estagiário, um jovem de dezoito anos, estudante em uma escola de nível técnico Federal e que está também recebendo material e tendo aulas de maneira remota, senta e conta ao pai que na sua turma existem dois alunos, irmãos gêmeos que não possuíam computador e chegavam em casa e iam na casa de um vizinho pra baixar o material nos celulares e estudar; desta forma, os outros colegas haviam doado componentes de computadores para os dois e estes montaram duas máquinas utilizando caixas de papelão como gabinete.
No outro lado, em uma manhã de sábado, tratando da aplicação de uma avaliação na turma que estava sendo regida pelo estagiário, o professor titular relata que alguns alunos não possuíam internet, ou computador em casa e tinham dia marcado para irem a casa de um determinado vizinho e baixar todo material da aula da semana para poder realizar as tarefas e, em outro dia, poder colocar as respostas na plataforma virtual da turma.
Uma questão de nomenclatura?
Em julho deste ano, na página especial sobre o CORONA VÍRUS, no site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi publicado o texto da professora Patrícia Alejandra Behar, professora da faculdade de educação e dos programas de Pós-graduação em educação e informática na educação onde esta afirmou o seguinte:
O Ensino Remoto Emergencial e a Educação a Distância não podem ser compreendidos como sinônimos, por isso é muito importante, no contexto que estamos vivendo, clarificar esses conceitos. O termo “remoto” significa distante no espaço e se refere a um distanciamento geográfico. O ensino é considerado remoto porque os professores e alunos estão impedidos por decreto de frequentarem instituições educacionais para evitar a disseminação do vírus. É emergencial porque do dia para noite o planejamento pedagógico para o ano letivo de 2020 teve que ser engavetado.
Não se busca discordar da afirmação de uma especialista, absolutamente, mas a sua visão de remota, fica dentro do tipo de ensino Ead onde docentes e alunos também estão distanciados. A
grande diferença seria que os alunos estão cada um em sua residência, diferente da segunda modalidade onde os mesmos, muitas vezes, assistem a aula juntos em uma sala de um polo distante da instituição matriz. No emergencial pode-se dizer que repousa a principal diferença, pois foi necessário, sim, o redesenho do planejamento pedagógico do ano letivo; foi necessária a adequação governamental e de todos os agentes envolvidos no ensino.
Quanto ao redesenho pedagógico a professora afirmou que “Foi preciso pensar em atividades pedagógicas mediadas pelo uso da internet, pontuais e aplicadas em função das restrições impostas pela covid-19 para minimizar os impactos na aprendizagem advindos do ensino presencial.” Em outras palavras, foi necessário modificar o ensino presencial para ensino Ead.
Seguindo com este foco e utilizando outra afirmação da professora que diz:
No ERE, a aula ocorre num tempo síncrono (seguindo os princípios do ensino presencial), com videoaula, aula expositiva por sistema de webconferência, e as atividades seguem durante a semana no espaço de um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) de forma assíncrona. A presença física do professor e do aluno no espaço da sala de aula presencial é “substituída” por uma presença digital numa aula online, o que se chama de ‘presença social’. Essa é a forma como se projeta a presença por meio da tecnologia.
Observa-se que a sua visão de ERE converge sistematicamente para o conceito do ensino à distância, inclusive pode-se afirmar que o primeiro também possui uma plataforma onde as matérias ficam disponíveis para acesso a qualquer momento, por parte dos aprendizes.
O artigo 80 da lei nº 9394, de setembro de 1996 estabelece o seguinte nos seus primeiros artigos: |
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput , incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, na Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 e na Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014,
Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos.
Art. 2º A educação básica e a educação superior poderão ser ofertadas na modalidade a distância nos termos deste Decreto, observadas as condições de acessibilidade que devem ser asseguradas nos espaços e meios utilizados.
Observando o primeiro artigo e a luz do conceito do Ensino remoto emergencial, pode-se verificar que este apresenta as características dispostas no mesmo estando então, dentro do ensino a distância. Já quanto ao segundo artigo, que versa sobre a possibilidade de o ensino a distância poder ser ofertado na educação básica, é neste tópico que ainda mais o ERE se encaixa, podendo ser considerado uma “hibridação” do ensino à distância.
No que tange a política de acesso, o site G1, no dia 27 de agosto deste ano publicou que o governo do Rio Grande do Sul disponibilizara internet gratuita a professores e alunos da rede pública estadual, bastando apenas os mesmos baixarem o aplicativo em seus aparelhos. Na mesma data o site escola.rs, além desta notícia, publicou o tutorial de acesso e utilização da plataforma.
Percurso metodológico
No primeiro momento do estágio, o de observação, o estagiário participou das aulas via meet onde pode verificar como o professor titular conduzia a turma e como era a sua relação com os alunos.
Paralelo a esta atividade, o estagiário, depois de uma conversa virtual com o professor titular sobre os assuntos que deveria abordar, começou a produção dos planos de aula e esta etapa foi bastante complicada, pois foi preciso projetar o que poderia acontecer em aulas on-line. O fato de o estagiário não ter contato direto com a turma e, também, por ser em outra cidade, não o permitia saber o tipo de aluno que estaria em suas aulas, suas rotinas, tipos de comunidade em que a escola estava inserida e a realidade familiar de cada um dos mesmos.
Desta forma, cada plano envolvia a parte teórica com estudo e montagem do documento de fato e a construção de vídeos para que fossem disponibilizados juntos com a parte teórica ou de resolução de exercícios. Foi preciso que um dos ambientes de sua casa fosse transformada em uma mini sala de aula, foi adquirido um quadro branco e pincéis atômicos, tudo na intenção de que os alunos recebessem o máximo de informação e que as aulas a distância não prejudicassem o seu aprendizado.
O professor titular já havia feito um grupo da turma no whatsapp e com a inserção do estagiário neste, o mesmo começou a ter uma relação diária e mais próxima dos alunos, chegando a usar este meio para explicar conteúdos e tirar dúvidas pontuais.
Seguindo o cronograma das aulas da turma, os planos e os conteúdos a serem desenvolvidos, estes foram colocados na plataforma da turma, disponibilizada pelo Governo do Estado e isso aconteceu sistematicamente nas terças e quinta feiras.
Aconteceram dois encontros síncronos em duas noites de quinta feira onde o professor, via google meet, utilizou os planos de aula e as listas de exercícios para eliminar dúvidas dos alunos, que puderam questionar, opinar e assim sanar dúvidas existentes. O terceiro encontro via meet aconteceu na noite em que o professor estagiário colocou na plataforma a avaliação para os alunos e
neste momento o mesmo explicou todas as questões da prova, uma vez que não haveria uma sala de aula onde o professor pudesse acompanhar a mesma e esta também não seria entregue no mesmo dia.
Importante registrar que as aulas síncronas foram acompanhadas pala orientadora do estágio e sempre ao final das mesmas, após os alunos saírem do ambiente virtual, a orientadora apresentava a avaliação da aula, pontos fortes e aqueles em que o mesmo precisaria melhorar. O professor titular acompanhou parte de um encontro, pois tinha reuniões virtuais em outros ambientes.
Ainda neste tópico é preciso salientar que uma importante ferramenta tanto nos conteúdos enviados, mas principalmente nas vídeo aulas foi o software Geogebra, pois com ele o professor construiu gráficos, alterou coeficientes de funções e demonstrou em tempo real a construção de gráficos segundo funções dadas e como estas eram representadas, podendo usar as mesmas para comprovar valores encontrados em cálculos.
Resultados e discussões
Apesar de ser uma experiência nova para o estagiário regente e para os alunos, o processo de ensino/aprendizagem não apresentou maiores dificuldades, graças ao esforço das partes e muito pelas tecnologias disponíveis entre estas, mesmo se tratando de um conteúdo delicado como é o caso da Matemática. Sobre o ensino à distância tem-se:
[...] uma forma de aprendizagem organizada que se caracteriza basicamente pela separação física entre professor e aluno e a existência de algum tipo de tecnologia de mediatização para estabelecer interação entre eles. (BEHAR, 2009. Pg. 27)
O docente, acostumado a receber aulas e conteúdos on-line, enviar tarefas, participar de fóruns e outras atividades devido a modalidade de estudo de sua graduação, viu-se como professor, responsável por garantir que o aprendizado fosse confirmado nos alunos que, além de não terem contato com o docente, pertenciam a uma escola rural, portanto com limitações de acesso a internet e outros meios de estudo. Desta forma, todas estas condições exigiram do docente um esforço concentrado na aquisição de conhecimentos, para obter e manter o entusiasmo dos alunos, como observa-se:
Um professor sem sólida orientação teórica dificilmente consegue ir além de manter os alunos ocupados. É verdade que muitos professores atuam dessa forma, utilizando uma mistura de métodos sem qualquer orientação teórica. Entretanto, essa maneira confusa de ensinar é indubitavelmente responsável por muitas das críticas negativas que são feitas atualmente à educação pública (BIGGE, 1977, p. 6).
Mas não foi só isso que o estagiário precisou ter atenção e zelo; o conhecimento de tecnologias foi tão importante quanto o teórico, o que levou o mesmo a observar o universo em que os professores da rede estadual também tiveram que entrar e buscar embasamento para cumprir o exposto:
Vivemos um momento célebre em que a educação virtual tem um peso cada vez mais significativo na educação real. A primeira não apenas repercute na segunda; ela a influencia. Aliás, não somente influencia; ela também a molda. Mais que nunca, como educadores, precisamos desenvolver, monitorar, transformar, inovar, substituir nossos moldes mentais, arquétipos, hábitos, cultura, buscar o desconforto produtivo, flexibilizar, aceitar, adaptar, o que não exprime apenas aceitar, mas ajudar a transformar. (FAVA, 2014, p.69)
Abre-se um parágrafo neste tópico para agradecer e cumprimentar o professor titular da turma 103, o senhor Gerson Altenburg, pela sua dedicação e por sua visível busca de auto capacitação nos ambientes virtuais, além de seu extremo afeto pelos alunos que, como foi observado, participam das aulas, são extremamente educados no ambiente e comprometidos com as atividades solicitadas. O professor ainda os estimula a prepararem-se para o futuro, como sugere:
A era do conhecimento requer cada vez mais que as pessoas sejam capazes de construir conhecimentos e habilidades com outros e transmitir-lhes o que sabem, instigando-os a enriquecerem seus horizontes vitais e estimulando-os ao desenvolvimento contínuo de seus potenciais ao longo da vida. Além disso, a melhor forma de aprender é ensinar. (ANDRÉ; COSTA, 2004, p. 85).
O período de observação permitiu ao estagiário notar a condução da turma e, na intenção de manter a atenção dos alunos e o seu entusiasmo, preparou atividades com situações problemas onde os alunos não tinham que apenas chegar a um resultado, mas sim, elaborar projetos, analisar, criar formas de chegar ao resultado e assim desenvolver formas de pensar e este processo os manteve atentos e participativos confirmando o seguinte:
Quando um estudante recebe informações que o levam a pensar que o seu sucesso se justifica pela conjugação das suas capacidades com dispêndio de esforço, este desenvolve a sua percepção de autoeficácia, melhora a qualidade de sua execução e, de acordo ainda com a teoria cognitivo-social, eleva o seu estado de motivação. (CERDEIRA apud PRETTI, 2005, p. 10).
Concluindo, pode-se confirmar no ambiente virtual abaixo a presença dos alunos em um dos encontros que aconteciam nas noites de quinta feira; neste estavam presentes o professor titular da turma e a orientadora do estagiário:
Na noite da última aula virtual, momento em que foi aplicada a avaliação e o estagiário usou o meet e whatsapp para explicar cada uma das sete questões, o mesmo aproveitou para despedir-se da turma e agradecer pelo carinho e a tenção com que foi recebido e tratado.
Abaixo se transcreve uma mensagem que a aluna Luana Klug postou:
“A gente que agradece por ter tido paciência com a gente, por sempre estar a disposição quando a gente precisava. Sentiremos a tua falta, e torcemos para que dê tudo certo para ti, que Deus sempre de abençoe”.
Conclusão
Mesmo de forma emergencial e com todos os entraves que governo, setor educacional, família e alunos encontraram até que todos chegassem a um termo capaz de resolver o imenso problema pontual que a pandemia criou, não só para o ensino, o ensino à distância mostra-se como uma via capaz de promover a continuidade dos processos de aprendizagem do estado do Rio Grande do Sul e do país.
Além disso, segundo a ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior), o aumento na procura por EAD é crescente, como aponta o Censo da Educação Superior, realizado pelo Inep/MEC. Conforme a pesquisa, em 2018 houve, pela primeira vez na série histórica, mais vagas ofertadas a distância (7,1 milhões) do que em cursos presenciais (6,3 milhões).
O estudo ainda aponta que em 2023, mais alunos se matricularão em cursos da modalidade de Educação a Distância do que nos presenciais.
Concluindo, com todos entraves que criados pela pandemia, o ensino a distância tem mostrado sua importância na continuidade da educação no país e, possivelmente, muito das críticas sofridas por este no passado deverão tornar-se reconhecimento.
Referências
ANDRÉ, S.; COSTA, A. C. G. Educação para o desenvolvimento humano. São Paulo: Instituto Ayrton Senna; São Paulo: Saraiva, 2004.
BEHAR, P. A. (Org.). Modelos pedagógicos em educação a distância. Porto Alegre: Artmed, 2009.
BIGGE, Morris L. Teorias da aprendizagem para professores. Tradução: José Augusto da Silva Pontes Neto e Marcos Antônio Rolfini. São Paulo: EPU, Ed. da Universidade de São Paulo, 1977.
FAVA, Rui. Educação 3.0. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
LITWIN, E. (Org.) Educação a Distancia: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Tradução Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
LITWIN, Edith. Educação a Distância: Temas para debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed,2001.
KENSKI, V. M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 2004. Série Prática Pedagógica.
KENSKI, Vani Moreira. Um Novo Tempo para a Educação. Disponível em: http://www.ead.sp.senac.br/newsletter/janeiro06/variedades/variedades.htm . Acesso em: 10 out. 2011.
PRETI, O. Autonomia do aprendiz na educação a distância. In: ______ (Org.). Educação a distância: construindo significados. Brasília: Plano, 2000.
Em: http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2784/544. Acesso em 20/10/2020.
https://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2020/04/ead-educacao-publica/. Acesso em 22/10/2020.
https://www.ufrgs.br/coronavirus/base/artigo-o-ensino-remoto-emergencial-e-a-educacao-a-distancia/ Acesso em 18/11/2020
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9057.htm. Acesso em 20/11/2020
https://escola.rs.gov.br/internet-patrocinada. Acesso em 20/11/2020.
https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/08/27/governo-do-rs-disponibiliza-internet-movel-gratuita-para-estudantes-e-professores-da-rede-estadual.ghtml. Acesso em 20/11/2020.
https://abmes.org.br/noticias/detalhe/3711 Acesso em 21/11/2020