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A alfabetização infantil não é um processo rápido e simples, e avanços tecnológicos nos levam a escrever cada vez menos à mão e mais com os tablets, celulares ou computadores. Mas ressaltamos que a escrita e a leitura continuam sendo um aprendizado básico - e muito importante - para todo ser humano.

Para que este processo seja bem-sucedido e saudável, é preciso que os pais estejam atentos a alguns fatores importantes. E, ainda que o desenvolvimento da linguagem teoricamente ocorra de modo natural, existem muitas maneiras de otimizar isso; e uma delas: é preciso ensinar a ler seja por meio de técnicas ou mesmo de comportamentos.

Quando falamos em comportamentos, entendam que o ambiente da criança precisa ser favorável para o desenvolvimento da linguagem. Assim, antes de ensinar a ler, você precisa auxiliar a criança para que ela esteja apta a aprender; mas lembre-se que auxiliar não é, de forma alguma, o mesmo que forçar seu filho a uma atividade que ele não quer fazer. Afinal... com o tempo, essas atividades “forçadas” serão associadas a castigos, aumentando o desinteresse por parte da criança.

O processo, em si, exige muita paciência e determinação de ambas as partes. Muitas vezes, porém, a criança mostra uma profunda dificuldade na junção das letras e na formulação das palavras, além da escrita.

Porém observamos que toda criança nasce com as capacidades necessárias para desenvolver a linguagem, ou seja, precisamos apenas fornecer recursos para que elas explorem essa capacidade.

Todo esse processo de alfabetização deve ser divertido, tanto para a criança quanto para o responsável; lousas, jogos de letras e livros de alfabetização são sempre uma boa pedida.

O bebê ou a criança devem conhecer primeiro as letras do alfabeto para que, depois, sejam formadas palavras – ou seja, deve-se aprender que essas letras formam palavras; e, dessas letras, as vogais devem ser as primeiras a serem introduzidas.

Na Educação Infantil, as crianças recebem informações sobre a escrita quando brincam com a sonoridade das palavras, reconhecendo semelhanças e diferenças entre os termos; e manuseiam todo tipo de material escrito, como revistas, gibis, livros, etc.

As nossas interações diárias com as crianças (ler, brincar, conversar) contribuem para o processo de aprender a ler e escrever.

 

Crianças menores são atraídas, principalmente, por elementos visuais e do seu cotidiano. Por isso é possível começar a estimulá-las ensinando as letras das cores e dos animais, por exemplo. Incentivá-la a escrever o próprio nome costuma ser um dos primeiros passos para familiarização com o alfabeto.

Alfabetizar é ampliar as possibilidades de relação com o mundo, e, se a brincadeira contribui para a internalização do mundo, não podemos dissociar brincadeira de alfabetização. Essa brincadeira contribui, e muito, para o desenvolvimento da língua escrita na medida em que a simbolização do jogo abre espaço para a expressão gráfica, seja por meio do desenho ou da escrita propriamente dita.

Os jogos pedagógicos poderão ser alinhados a esses interesses, e ficará mais fácil conseguir que as crianças se dediquem. Assim, fazer brincadeiras que estimulem a leitura e a escrita em casa é um ótimo jeito de complementar o aprendizado; ou seja, inserir atividades de leitura e jogos de alfabetização no dia a dia não é nem um pouco difícil.

O tempo necessário para o aluno transpor cada uma das etapas é muito variável, e duas das consequências mais importantes do construtivismo para a prática de sala de aula são respeitar a evolução de cada criança e compreender, sempre, que um desempenho mais vagaroso não significa que ela seja menos inteligente ou dedicada do que as demais.

Fundamentalmente, o ‘desafio’ e a responsabilidade de alfabetizar requerem trabalho planejado, constante e diário, conhecimento sobre teorias e atualização em relação a pesquisas sobre as didáticas específicas.

Educadores(as), temos que fazer uma reflexão crítica e debates sistemáticos sobre os processos de ensino e de aprendizagem da leitura e da escrita, a fim de que possamos permanentemente (re)construir, (re)significar suas práticas e (re)aprender a aprender.

 

(*)Clarice Rodrigues Santana, Débora Aparecida Santos França, Kédma Macêdo Mendonça e Sibele Silva Leal Rodrigues, pedagogas, são professoras da rede municipal em Rondonópolis-MT.