O DIFÍCIL CRESCIMENTO DE UMA TARTARUGA
Sob calor da areia, no ventre do ninho, os ovos de tartarugas deixados pelas mães, nas praias desertas viram vítimas de ataques de gambás e outros predadores. Depois de repetidos ataques, alguns deles eclodem, quando pequenos seres vivos rompem a membrana da casca e perfuram o invólucro. O primeiro obstáculo é enorme e as tartarugas precisam escalar o buraco. Vencida essa etapa, é hora de chegar ao mar e aí começa a verdadeira caçada. Alguns ovos não eclodem, outros animais não resistem ao cansaço da batalha e morrem ali mesmo. Logo nos primeiros metros vem o ataque dos guruçás e urubus. Após muitos serem abatidos a luta pela sobrevivência da espécie continua. O fim da batalha parece perto, a areia já está molhada, mas antes que eles vençam as espumas das ondas são devorados por siris e outros peixes vorazes. Por final quando apenas poucas delas sobrevivem, ainda terão muitas esquivas para praticarem. Enquanto seu casco ainda for mole como uma borracha. Quando seu casco endurece diminui o número de predadores, mas aumenta o tamanho dos oponentes. Depois de fugirem por toda vida para não desaparecerem, ainda correm o risco de morrerem engasgadas com sacolas plásticas equivocadamente engolidas como se fosse uma água viva. Não bastasse tudo isso, elas são mortas ou mutiladas pelas redes de pescadores. O casco duro que durante muito tempo a protegeu como uma armadura, agora contempla como troféu, um dono de boteco qualquer, que enfeita com um escudo de time ou usa como bacia ou como cinzeiro. A cada ato irresponsável em relação ao mar extingue-se uma ou mais espécies. Conscientize uma única pessoa dessa luta e seja um aliado das tartarugas que já possuem bastantes predadores naturais. Vale ressaltar que aqui, em Vila velha, do Espírito santo, quase todos pescadores soltam tartarugas e ajudam a vigiar os ilícitos predadores, e o resultado tem sido ótimo, elas praticamente interagem com os banhistas de tão perto, apenas por não se sentirem ameaçadas. Até pouco tempo escassas, hoje são muito comuns em nosso litoral.