O DIÁLOGO EFICAZ PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS CONJUGAIS

Aline de Almeida Marques Pereira
Psicopedagoga pelo Unasp campus de Engenheiro Coelho ? SP.
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Resumo: Esse artigo apresenta elementos que contribuem para resolução de conflitos conjugais. Dentre tais elementos o primeiro é a comunicação não-verbal ou linguagem corporal, a sua importância e de que forma ela pode ser utilizada para resolução desses conflitos. Outro fator relevante é a linguagem verbal, apresentamos como devemos nos dirigir ao nosso cônjuge de forma positiva buscando um diálogo eficaz. E por fim, como as habilidades sociais conjugais, especialmente a empatia e a assertividade, são fundamentais para uma comunicação equilibrada e satisfatória, trazendo consigo cumplicidade e felicidade no casamento.

Palavras?chave: comunicação, mecanismos de defesa, conflito, habilidades sociais conjugais.

Abstract: This article provides means that can help to solve conjugal conflicts. Among this means, the autor identify the non-verbal communication or corporal language, your relevance and use in this cases. Other important factor, it´s the verbal language. The article explain how can we talk to our spouse in positive way looking for efficiency on an dialogue. Finally, how the conjugal social behavior, especially the empathy and assertivity, are basics to provide good and honorable communication, bringing complicity and happiness to the marriage.

Key Words: communication, defense mechanisms, conflicts, conjugal social behavior.
Introdução

Segundo Vila (2002) apud Sardinha; Falcone e Ferreira (2009), o aumento paulatino do número de divórcios, tanto no Brasil quanto no mundo, revela dados preocupantes, com índice de 60% nos EUA, de 40% na Inglaterra e de 25% no Brasil.
Problemas de relacionamento entre casais e de insatisfação no casamento têm sido apontados como um dos maiores estressores da vida, levando a transtornos psiquiátricos e enfermidades físicas.
Um dos fatores mais graves desse quadro desastroso são os conflitos na comunicação conjugal, pois, é comprovado através de pesquisas que homens e mulheres emitem e recebem a mensagem de forma diferente, além disso, muitos casais não possuem habilidades suficientes para resolver os conflitos durante a conversação.
Por isso, a necessidade de tomarem conhecimentos dos elementos básicos da comunicação, tais como linguagem corporal, ou seja, qual postura adequada deve-se ter diante de uma situação de conflito, afim de que este seja resolvido.
Da linguagem verbal, quais são os elementos que estão intrínsecos na linguagem verbal, tais como os mecanismos de defesa, como identificá-los, para que não sejam utilizados.
Quais as necessidades que movem a vida do homem e da mulher, o homem para ter acesso ao coração de mulher deve amá-la, e demonstrar isso através de palavras e ações, e a mulher respeitá-lo, da mesma forma.
E por fim, quais as habilidades sociais necessárias no relacionamento conjugal para que se obtenha uma comunicação eficaz e satisfatória, tais como a empatia e a assertividade.

Elementos da comunicação: linguagem corporal

A comunicação é o elemento básico na construção de laços de amor e amizade, em qualquer relacionamento.
No relacionamento entre um homem e uma mulher não é diferente, tudo começa com um olhar, um gesto, um aperto de mão, algumas palavras, longas conversas, troca de confidências, contato físico, etc. tudo isso comunica sentimentos, pensamentos, e ações.
Por isso, podemos dizer que a existe dois tipos de comunicação, a verbal, e a não-verbal, que é também chamada de linguagem corporal, esses elementos estão internalizados em cada indivíduo, e o externalizamos, muitas vezes, de forma inconsciente, e tomar conhecimento desse tipo de linguagem contribui muito para redução de comportamentos inadequados no casamento.
Há um dito popular de diz que "uma ação vale mais que mil palavras", e podemos constatar essa verdade em nosso dia-a-dia, um clássico exemplo é quando a mulher está chateada com o marido e ele pergunta: "Querida, o que foi? Você está chateada com alguma coisa?" geralmente as mulheres respondem, "não", mas em sua linguagem corporal está estampado um grande "sim".
Na verdade nosso corpo fala muito mais, que as palavras, Albert Mehrabian apud Pease.Allan e Barbara (2005) pioneiro da pesquisa da linguagem corporal na década de 1950, apurou que em toda comunicação interpessoal cerca de 7% da mensagem é verbal (somente palavras), 38% é vocal (incluindo tom de voz, inflexão e outros sons) e 55% é não-verbal, por isso a importância em emitir a linguagem corporal adequadamente, para que haja uma comunicação eficaz. Pesquisas mostram que nesse campo as mulheres saem na frente dos homens, segundo Pease. Allan e Barbara (2005), as mulheres têm uma capacidade inata de captar e decifrar os sinais não verbais, assim como um olhar atento para os pequenos detalhes; um forte indício dessa capacidade, é o fato de que mulheres que são mães recorrem quase que exclusivamente ao canal não-verbal para se comunicar com a criança pequena.
Por isso, a melhor maneira de dialogar para resolver um conflito, é numa posição confortável de frente para o outro, se possível sentado, olhando nos olhos, não de maneira defensiva, mas de maneira empática, respeitando um espaço, com pernas descruzadas, (pois quando cruzamos é sinal que estamos nos fechando para o outro), com os pés apontando para frente, (pois quando um dos pés aponta para outro lugar nosso corpo está dizendo que quer sair dali), braços descruzados, e se possível de mãos dadas (para demonstrar que estamos tentando buscar uma solução e não competindo pra ver quem está certo), todo seu corpo deve estar em harmonia com sua atitude que deve ser a de buscar resolver a questão (Pease. Allan e Barbara, 2005).
Por mais que situação pareça complexa, de difícil solução, o modo como você se expressa corporalmente pode fazer toda a diferença na busca da resolução do conflito, o olhar revela muito sobre a nossa disposição de estar aberto para tal, portanto ele deve ser de amor, como aquele olhar dos primeiros encontros, agindo assim, o outro será desarmado de qualquer atitude negativa que geralmente permeia a mente nessa situação.

Linguagem verbal

A comunicação entre duas pessoas não é estabelecida apenas pelo processo da fala e escuta, existem muitas outras implicações no núcleo desse processo.
Aquele que dirige a fala precisa pensar sobre o que fala, como fala, com quem fala, e aquele que ouve precisa estar atento, receptivo, e aguardar a deixa para que possa falar também, portanto quando em um diálogo aquele que fala não respeita esse processo, e o que escuta também não ao invés de estar atento está elaborando o que irá responder, a comunicação torna-se difícil e tumultuada, e não chega ao objetivo esperado, ou a uma conclusão.
É comum prestarmos atenção nesses sinais quando estamos diante de alguém considerado socialmente importante, como o professor, o chefe, autoridades, dentre outros, porém, quando estamos entre amigos,familiares, com nosso cônjuge, ou filhos, que são tão ou mais importantes que os anteriores, tornam-se mais difícil notarmos esses sinais. É justamente por isso que ocorrem tantos conflitos na comunicação.
Entre marido e mulher, os conflitos na comunicação é motivo de queixas constantes para ambos, um afirma não ser compreendido pelo outro, isso é fato, e motivo de grande déficit no relacionamento a dois.
De acordo com Taganelli (2003) apud Sardinha; Falcone; Ferreira (2009), as dificuldades em interpretar o comportamento e os sentimentos do outro levam ao fracasso do relacionamento.
Segundo Tonet (2009) nos relacionamentos a comunicação não é transparente, pois, cada cônjuge interpreta as situações cotidianas, de acordo com suas próprias experiências pessoais, preconceitos, estereótipos, crenças, aspirações e sentimentos fraternos, ou seja, cada indivíduo traz consigo toda uma "bagagem", na hora de comunicar-se isso poder ser um dos fatores relevantes para o conflito na comunicação.
No momento do diálogo utilizamos inconscientemente alguns elementos inatos de defesa própria, justamente por não compreendermos plenamente a mensagem do outro, esses elementos são chamados mecanismos de defesa.
As pessoas defendem-se inconscientemente da ansiedade que sentem numa situação perturbadora. Podem fazê-lo distorcendo a realidade e enganando a si mesmo esses são dois processos subjacentes que Freud denominou mecanismos de defesa. Todos nós usamos desses mecanismos para proteger nossa auto-imagem, o que é bastante comum em nossa vida diária. Temos necessidade de uma auto-imagem positiva, de aprovar nosso comportamento, e justificá-lo quando necessário. Às vezes, a única maneira de conseguir isto é através de processos inconscientes, iludindo-nos e alterando os fatos reais, de modo a preservar a nossa auto-imagem.
Esses mecanismos são divididos em: negação, racionalização, projeção, sublimação, formação reativa, repressão, regressão e deslocamento.
Na comunicação podemos utilizar vários desses mecanismos, porém, quando se trata da comunicação conjugal, existem alguns mais utilizados são eles:

Racionalização: ela é utilizada nas mais diferentes situações, quer envolvendo frustração quer envolvendo culpa. Ocorre pelo uso da razão na explicação de estados "deformados" da consciência. O racional é usado para explicar o irracional, tomadas de posições sem sentido. Quando as pessoas fazem coisas que não deviam, é comum sentirem culpa, e ao invés de admitirem a razão real de seu comportamento, preferem com freqüência racionalizar inventando razões plausíveis para o seu ato. Ex: a mulher sai com o cartão de crédito na bolsa, passa por uma loja que está em promoção, não resiste e acaba fazendo "umas comprinhas", mesmo com o orçamento apertado, quando ela chega em casa, que o marido questiona sua atitude, ela responde: "mas estava em promoção, amor!". Quando em um diálogo o outro tenta justificar, algum erro cometido, ao invés de admiti-lo de pedir desculpas, isso certamente gera um desgaste e conflito na comunicação.
Projeção: quando o indivíduo coloca no outro, sentimentos, desejos ou idéias que são dele próprio. Esse mecanismo ajudaria então a lidar de mais fácil com esses sentimentos, a dificuldades em admitir determinadas "falhas" em nossa personalidade seria projetada no outro. Ex: Isso ocorre freqüentemente entre casais, o marido é super grosseiro no trato com a esposa, e a esposa ao reclamar, recebe como resposta: "eu sou um amor perto do vizinho, ele sim, trata mal sua esposa". A projeção desvia o olhar de si para outra pessoa, isso é um problema, pois quem errou não admite, e essa atitude não leva a uma mudança positiva de comportamento.
Deslocamento: ao invés de agredir determinada pessoa, a agressão é direcionada à outra. Ex: o marido chega uma pilha do trabalho, foi maltratado pelo seu chefe, então desconta toda sua frustração na mulher, com palavras rudes e grosseiras, pois não pode agir assim com o chefe. Por isso é necessário que ambos adquiram um olhar acurado diante do cônjuge, a aquisição da habilidade de ler o ambiente é muito importante para se evitar conflitos, pois quando o outro chega cansado e frustrado do trabalho, não é a melhor hora pra falar, por exemplo, que o filho foi mal na escola, isso pode gerar uma situação conflitante desnecessária, é preciso saber o que falar e hora apropriada.

Quando tomamos consciência desses comportamentos fica mais fácil policiar nossas atitudes, e melhorar a comunicação conjugal.
Mas, além desses aspectos, não podemos negar a existência de que existem expectativas diferentes entre homens e mulheres num diálogo.
Eggerich (2008), em seu livro intitulado "Amor e Respeito", teoriza que mulheres e homens possuem necessidades diferentes, e a insatisfação dessas necessidades podem levar a sérios conflitos no casamento, chegando até à rompimentos dos laços afetivos.
Através de anos de experiência em aconselhamento de casais, e estudos teológicos sobre o assunto, ele deparou-se a teoria de que as mulheres precisam ser amadas, os maridos devem demonstrar esse amor em palavras e atitudes, e o marido precisa ser respeitado, e a mulher da mesma forma deve demonstrar isso em palavras e atitudes, essa teoria baseia-se no livro de Efésios (BÍBLIA SAGRADA, capítulo 5, verso 33) onde o autor Paulo declara: "Portanto, eu torno a dizer: um homem deve amar sua esposa como parte de si próprio;.e a esposa deve respeitar profundamente o marido ? obedecendo, elogiando-o e honrando-o".
Eggerich (2008) então faz uma aplicação relevante denominada ciclo insano: sem amor ela reage sem respeito, e sem respeito ele reage sem amor.
Ele ainda prossegue também com a idéia de que o ciclo insano deve ser substituído por outro ciclo chamado ciclo energético; o amor dele estimula o respeito dela, o respeito dela estimula o amor dele, portanto se o homem é carinhoso, atencioso, fala com mansidão, atende seus pedidos da melhor maneira possível, a esposa se sente amada, querida, segura, e em resposta, o respeitará, demonstrando consideração, atendendo seus desejos, estando disponível sexualmente, segundo o autor esses elementos aplicados no cotidiano podem ser a peça chave para uma convivência satisfatória e feliz para ambos.
São as pequenas coisas que revelam os capítulos do coração; são as pequenas atenções, os numerosos incidentes pequeninos e as simples cortesias da vida, que formam a soma da felicidade da existência. (WHITE, 1996)

Habilidades sociais conjugais

Certa vez ouvi uma psicóloga falar uma frase bastante interessante em um programa de televisão cujo enfoque é relacionamento familiar, ela disse que o relacionamento a dois não deve ser como um jogo de tênis, onde a intenção é jogar a bola de maneira que seu adversário erre, para então o jogador ganhar o ponto, mas deve ser como o frescobol, em que os dois jogadores se esforçam para que seu parceiro pegue a bolinha, essa é a regra do jogo.
Dessa forma, na comunicação do casal deve haver um esforço mútuo para que ela ocorra da melhor forma possível, para tanto é necessário que ambos adquiram algumas habilidades.
Parker (2002) apud Sardinha; Falcone; Ferreira (2009) concluiu em seus estudos que os casamentos satisfeitos de longa data dependem de algumas habilidades de interação tais como: desenvolver capacidade para lidar com conflitos; consultar o parceiro na tomada de decisões; manter uma boa comunicação; cultivar valores tais como confiança, respeito, compreensão e equidade; desenvolver intimidade sexual e psicológica.
Terapeutas de base cognitivo-comportamental propõem que o desenvolvimento de habilidades sociais entre os casais em crise contribui significativamente para a maior eficácia da comunicação e da resolução de problemas conjugais, Parker (2002) apud Sardinha; Falcone; Ferreira (2009).
Caballo (2006) considera que o comportamento socialmente hábil é aquele conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto interpessoal específico, expressando sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos, de modo adequado àquela situação; respeitando os demais e, geralmente, resolvendo os problemas imediatos a situação, ao mesmo tempo em que minimiza a probabilidade de problemas futuros.
Ou seja, os dois não precisam reprimir seus sentimentos, apenas expressá-los de forma sincera e adequada cuidando com os detalhes como, momento, modo de falar, tom da voz, expressão, exercer auto-controle, dominando suas emoções negativas, e racionalizando e focando no ponto chave da questão, abordando o problema atual, sem trazer à tona situações passadas, nem antecipando o futuro, simplesmente resolvendo os conflitos um a um.
Os autores Dell Prette; Dell Prette (2008), os quais realizam a maior parte da pesquisa sobre Habilidades Sociais no país, nas mais diversas áreas, define HS como existência de diferentes classes de comportamentos sociais no repertório do indivíduo para lidar de maneira adequada com as demandas das situações interpessoais.
Ou seja, nós podemos adquirir algumas habilidades, e utilizá-las de forma apropriada nas mais diversas situações.
Dentro do guarda chuva das habilidades sociais, encontra-se as habilidades sociais conjugais, trata-se de habilidades que se postas em prática podem mudar para melhor a comunicação e o relacionamento conjugal.
Algumas habilidades essenciais para a qualidade do relacionamento conjugal, para que haja uma redução de conflitos incluem: acalmar-se e identificar estados de descontrole emocional em si e no cônjuge, ouvir de forma não defensiva e com atenção, validar o sentimento do outro, reorganizar o esquema de interação do casal de modo a romper o ciclo queixa-crítica-defensividade-desdém, habilidades de persuadir o cônjuge a não tomar nenhuma decisão enquanto estiver sem autocontrole adequado. (PRETTE; PRETTE, 2008).
Ouvir de forma não defensiva, permite que o cônjuge exponha por completo o seu pensamento e pode servir para validar seu sentimento (empatia); adicionalmente, a fala calma facilita a organização do conteúdo da mensagem, aumenta a probabilidade de clareza e, conseqüentemente, de compreensão, tendo o efeito provável de acalmar; admitir o erro, desculpar-se ou pedir mudança de comportamento que também são habilidades cruciais.
A empatia, assim como a assertividade devem estar inseridas sempre nas habilidades que o casal deve adquirir, como já citada, o ouvir com empatia deixa o outro à vontade para abrir o coração, e o falar assertivo faz com que o outro compreenda seus sentimentos sem magoá-lo(a).
Conforme Falcone; Ramos (2005) apud Sardinha; Falcone; Ferreira (2009), o conceito de comportamento socialmente competente deve incluir a capacidade de obter satisfação pessoal, por meio da expressão de sentimentos, da defesa dos próprios direitos (assertividade) e, ao mesmo tempo, da motivação genuína para compreender e atender às necessidades da outra pessoa (empatia).
A empatia caracteriza-se pela habilidade em compreender, de forma acurada, os sentimentos e a perspectiva da outra pessoa, bem como de transmitir entendimento de tal maneira que esta se sinta verdadeiramente compreendida e acolhida (FALCONE, 1999, p. 24). O comportamento empático inclui:

- Um componente cognitivo, caracterizado por uma capacidade de compreender mais profundamente a perspectiva e os sentimentos dos outros, referido como tomada de perspectiva;
- Um componente afetivo, caracterizado por sentimentos claros de compaixão/preocupação com a outra pessoa; e
- Um componente comportamental, entendido como manifestações verbais e não verbais de compreensão dos estados internos da outra pessoa. (FALCONE, 2000).

A empatia, portanto, faz com que o cônjuge sinta-se compreendido, acolhido, aceito, reduz a raiva do outro, tornando-a mais disponível para ouvir, e facilitando o diálogo de entendimento.
Um estudo publicado por Sardinha; Falcone; Ferreira (2009) que buscava compreender as relações entre habilidades sociais percebidas pelo cônjuge e satisfação conjugal, analisou o casamento de cinqüenta casais, com idades entre 29 e 69 anos e tempo de união entre 7 e 38 anos, os quais responderam a uma Escala de Satisfação Conjugal, ao Inventário de Habilidades Sociais Conjugais e ao Questionário de Empatia Conjugal.
A análise de regressão múltipla apontou forte relação entre a empatia do cônjuge e a satisfação conjugal, seguida pela expressão de sentimentos e defesa dos próprios direitos, portanto a empatia relaciona direta e significativamente com todos os aspectos da satisfação conjugal; na medida em que, quando um parceiro procura ver os fatos sob a ótica do outro, muitos atritos na inteiração podem ser evitados e a solução de problemas de interação torna-se mais fácil.
Os dados desta pesquisa sugerem também que o cônjuge capaz de expressar seus sentimentos contribui para maior satisfação conjugal em menos grau que a empatia, mas ainda assim, de maneira significativa; a expressão assertiva dos desejos, sentimentos e necessidade facilita a solução de problemas interpessoais, aumenta o senso de auto-eficácia e a auto-estima, melhora a qualidade dos relacionamentos e promove tranqüilidade (FALCONE, 1999, apud SARDINHA; FALCONE;.FERREIRA, 2009).
Portando, quando um consegue expressar o que sente de forma plena, e o outro consegue ouvir sem se ferir, e acolhendo o sentimento do que fala, temos um caminho saudável para resolução de um conflito, construção de uma comunicação eficaz, e um casamento feliz.

Metodologia

Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico.
Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.


Considerações Finais

Um diálogo eficaz para a resolução de conflito no matrimônio resulta, portanto, na soma de vários fatores, aos quais é preciso estar atento na hora da comunicação.
A linguagem corporal deve ser congruente com o desejo de resolver o conflito, a posição deve ser de frente para o outro, o olhar deve ser empático, a postura deve dizer : vamos buscar uma solução juntos?
É necessário expressar uma linguagem adequada na busca da solução, ela deve ser clara, objetiva, admitindo os erros, e desculpando-se, e para concluir o diálogo, é preciso tomar a decisão de mudar o comportamento.
Deve-se ter em mente também, que homens e mulheres são diferentes em suas expectativas, eles esperam ser respeitados, essa é a forma pela qual sua mulher deve demonstrar amor, e ela espera ser amada, essa é a forma pela qual o seu marido deve demonstrar amor, se esses sentimentos estiverem intrínsecos no diálogo, a resolução do conflito fica, mas simples.
Algumas habilidades são extremamente importantes para resolução de conflitos, dentre elas a empatia e a assertividade são fundamentais.
A empatia faz com que o outro expresse sem medo seus sentimentos, e a assertividade faz com que ele(a) fale o que sente de forma positiva, sem intenção de magoar, a comunicação portanto, torna-se possível, e prazerosa, o casal tem a convicção de que todos os conflitos podem ser resolvidos, trazendo o sentimento de satisfação e felicidade em seu casamento.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, J.F. Bíblia Sagrada Século 21: Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2008.

CABALLO, V. E. Manual de avaliação e treinamento das Habilidades Sociais. São Paulo:Editora Santos, 2006.

EGGERICHS, E. Amor e respeito. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.

FALCONE, E.M.O; FERREIRA, M.C.; SARDINHA, A. As relações entre a satisfação conjugal e as habilidades sociais percebidas no cônjuge. Psicologia Teoria e Pesquisa. Jul-Set 2009, Vol. 25 n.33, pp. 395-402.

FERNANDES, Alexandra. In http://pt.shvoong.com/social-sciences/1688710-psicologia-ii-mecanismos-defesa/. Acesso em outubro de 2010.

NETTO.M.H.T. In http://artigosdepsicologia.wordpress.com/2007/10/04/mecanismos-de-defesa/. Acesso em outubro de 2010.

PRETTE, A.D; PRETTE, Z.A.P. Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho em grupo. 7ª Ed. Petrópolis. RJ: Editora Vozes, 2008.

TONET, N.A. Comunicação no relacionamento conjugal. In www.psicologia.com.pt/artigos/ver_opinião.hph?codigo=AOP0195&area=d11&subarea. Acesso em outubro de 2010.

WHITE; E. G. O Lar Adventista. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1996.

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http://fundamentosfreud.vilabol.uol.com.br/mecanismosdedefesa.html. Acesso em outubro de 2010.