Resumo

A aquisição da escrita é um marco importante na vida das crianças. O desenvolvimento da linguagem ilustra bem a aprendizagem nos primeiros anos; por volta dos cinco ou seis anos a criança tem um vocabulário de aproximadamente dez mil palavras, isto significa que desde seu nascimento tem aprendido mais ou menos duas mil palavras ao ano. Entretanto, algumas crianças não conseguem apropriar-se desse indicador e passam a ver a linguagem escrita como algo impossível de ser mensurado. Nesta etapa da aprendizagem surge a dificuldade na apropriação do indicador escrito: a dislexia. Este trabalho de caráter revisório tem a preocupação em abordar algumas bibliografias relacionadas ao tema e fomentar a socialização de informações para os docentes e familiares, pois os mesmos apresentam dificuldades em ajudar as crianças a adquirirem confiança em si mesmas e  acreditar nas suas capacidades. 

Introdução 

É imprescindível estudar as relações entre consciência fonológica e dislexia, bem como seu diagnóstico e intervenção. Existem nas literaturas especializadas inúmeras informações que relacionem consciência fonológica e dislexia como forma de aprofundar conhecimentos pedagógicos sobre o tema, pois não há consenso na literatura sobre a definição da dislexia, bem como se há ou não fatores associados a ela. Além disso, o déficit de habilidades em consciência fonológica apresenta-se como um dos principais indicadores no diagnóstico de dislexia e necessita de intervenções específicas visando o seu desenvolvimento.

A dislexia é um dos termos mais utilizados dentro das dificuldades de aprendizagem, a aprendizagem da lectoescrita tão complexa como foi mencionado, as dificuldades que podem se apresentar neste processo são igualmente complexas. Compreender as causas pelas quais uma criança tem dificuldades de sua lectoescrita é de suma importância para encontrar estratégias adequadas para enfrentar sua dificuldade.

Desenvolvimento

Nessa conjunção, a dislexia segue como um dos transtornos de aprendizagem mais presentes nas queixas dos docentes, manifestando-se principalmente nos primeiros anos da idade escolar. A Associação Brasileira de Dislexia (ABD) considera que 5% a 17% da população mundial sejam disléxicas e define dislexia como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração. Esse distúrbio de aprendizagem comprovadamente compromete indivíduos sem déficits sensoriais e na ausência de problemas físicos e/ou emocionais significativos. De um modo geral, a neuropsicologia defende que a origem de todo comportamento está no cérebro. De acordo com Soares, 2010 et all apud Ferreira, 1998.

A Central, relacionadas com a noção do esquema corporal, do espaço e do tempo, constituem as bases neuropatológicas das alterações perceptomotoras ou dispatognósicas, das quais poderiam resultar os quadros de dislexia, disgrafia e discalculia. (p.281)

A área cortical afetada nos distúrbios de aprendizagem está localizada nos circuitos frontoestriados e suas conexões com a zona límbica e o cerebelo, localizando-se nesses as funções relacionadas ao processamento da informação, a resposta aos estímulos e o modo de responder. A linguagem, tanto na modalidade oral quanto escrita, é o resultado do trabalho conjunto de várias redes neuronais. Neste processo participam estruturas corticais, subcorticais e suas conexões.

Portanto, as alterações que se observam na linguagem dependem da estrutura lesada. Para estes autores, a leitura é a aquisição de informação através da palavra escrita. O termo decodificação se refere ao processo de converter a informação escrita em linguagem com significado para o leitor. Isto se apoia em uma ou várias estratégias como o reconhecimento global, estrutural e contextual, síntese e análise fonológica. As estratégias para a decodificação de palavras são diferentes daquelas necessárias para a compreensão de grupos de palavras. Conforme Soares, 2010 et all apud Fontoura, 2004.

A aprendizagem é construção, ação e tomada de consciência da coordenação de ações. Em relação ao aprendizado específico da leitura e da escrita, este está vinculado a um conjunto de fatores que adota como princípios o domínio da linguagem e a capacidade de simbolização, devendo haver condições internas e externas necessárias ao seu desenvolvimento. ( s/p)

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